Como Conquistar Um Magnata. escrita por Catiele Oliveira


Capítulo 22
Capítulo vinte e dois - O céu desabou.




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Capítulo 22 – O céu desabou.

POV BELLA.

Abri freneticamente as gavetas do guarda-roupa e tirei o máximo de roupa possível, o pouco que ainda tinha. Tudo já estava empacotado na casa nova. Na casa dos meus sonhos... Minhas lágrimas ainda desciam, mas agora eu tentava controlar o choro o máximo que podia, não tinha tempo.

Enquanto guardava tudo rapidamente na bolsa de viagem, procurava pelo meu passaporte na pasta de documentos. Guardei o máximo que pude na bolsa de mão, tentando inutilmente tirar o vestido de noiva sem rasga-lo, mas minha pressa não fora uma amiga útil. Vesti o primeiro moletom que achei. Estava velho e puído e geralmente usava para vestir, mas era tudo o que tinha. Um par de jeans velhos e meu all star azul. Era isso. Era o fim, era tudo. E eu não queria ficar para encarar a merda que fiz.

Andei tão rápido para a cozinha, agarrando um banco e subindo por ele, pegando em cima da geladeira a caixa de emergência. Busquei pela chave dentro de uma caneca dos Sneaps no armário. Aquela era a caixa de emergência da minha família. E eu iria saqueá-los, mas devolveria assim que fosse possível. Eu só queria sumir de Seattle.

Com o dinheiro no bolso, malas prontas, bolsa no ombro, eu estava em um táxi. Finalmente conseguindo respirar aliviada. Edward não me alcançaria. Eu não conseguiria encarar minha mãe... E meu pai? Ele iria me odiar para sempre. Eu o envergonhei tanto... E Rosalie?! A única irmã que tenho e que vou ter na vida. Ela não conseguiu me encarar e eu não sei se consigo lidar tão bem com a rejeição da única família que eu tenho.

POV Edward Cullen.

— O que você fez Emmett? — Gritei em descontrole total. Renée ao meu lado, minha sogra... Ela tentava esconder seu choro, mas estava desesperada. E corada. Vermelha de vergonha da filha.

— Ela estava tão... O que diabo está acontecendo? O que você fez a Bella caralho? — Silêncio... Eu não conseguia contar. Emmett abraçou sua sogra. Nossa sogra — Minha sogrinha, não fique assim. Edward vai consertar isso. Foi uma briga boba de casal, teremos um...

— Não Emmett. — Renée o cortou — Foi Isabella. — E então desabou em um choro — Eu preciso encontra-la. Eu conheço Isabela...

— Aonde ela foi? — Rosalie que tinha os olhos inchados e vermelhos gritou. Alice estava ao seu lado, e logo minha família toda estava no portão causando uma cena. Meus vizinhos olhavam pela janela, curiosos, logo todos saberiam de tudo. E eu não queria isso. Não podia.

— Eu... Ela saiu com o carro de Emmett... Eu... — Senti as mãos de Alice em meus braços, ela se aninhou a mim. Me segurando novamente.

— Deixe-a. Vamos entrar, tomar uma água. Você precisa descansar. — Murmurou baixo. Calma.

— O que ela fez? — Indagou Emmett. Ouvi Rosalie cair em um pranto profundo. Novamente. Aquilo fez minha cabeça latejar.

— Estava com Edward por dinheiro. — Declarou Alice, parecia tão orgulhosa de finalmente não parecer louca para isso — O que eu sempre disse. Ela não passa de uma vadia de quinta. Me desculpe Renée, Rosalie é tão... Maravilhosa. Você e Charlie acertaram com ela...

— Isabella só está confusa... — Declarou Renée, debilmente. Eu não conseguia dizer nada, eu só sentia vontade de esganar Alice. Apertar seu pescoço até que ela se mantivesse desacordada. — Rosalie pare de chorar! — Gritou. — Ela é sua irmã. Se você se virar contra ela, me virarei contra você.

— Veja o que ela fez! — Gritou Rosalie, Emmett a abraçou — Acabou com tudo! Com a vida de uma pessoa!

— Eu sei! — Respondeu Renée — E eu sinto... Muito. — Derrubou uma lágrima e abaixou a cabeça. — Eu nunca imaginei que ela fosse capaz de algo assim. Sempre foi uma boa menina, educada. Gentil. Amorosa. Grata. O que eu vou dizer ao Charlie? Deus...

Eu vi minha mãe dizer para cada um dos meus convidados que não haveria mais casamento. E eu sentia sua tristeza. Ela não me disse uma palavra se quer, mas eu sabia o quanto ela estava triste também. Tranquei-me no meu quarto assim que consegui me livrar de toda a pena que as pessoas ao meu redor sentiam de mim, e automaticamente liguei para ela. Seu celular tocou no chão do meu quarto. Onde ela deveria estar?

Havia partes de mim separadas e fora do meu corpo. Todas elas a amavam, mas a razão lutava com a emoção, eu não conseguia perdoar. Sabendo que conseguiria perfeitamente conviver e aceitar tudo, menos a mentira. Mas, foi então que eu interliguei as coisas... Como um passe de mágica. Levantei-me da cama, dando uma olhada no tablet dourado de Alice na cômoda. Apenas com dois cliques o vídeo ressurgiu na tela. Bella sentada na sala de Jacob Black. Com os olhos vermelhos e cabelo bagunçados. Eu conseguia ver suas pantufas no chão. E as muitas garrafas de cerveja na mesa de centro. E em como suas palavras soavam consternadas, cansadas e deprimidas. Em como ele instigava-a a falar. Ela nem se quer percebia que estava sendo filmada.

“Eu só estou com ele pelo... Dinheiro.”

“Como?”

“Pela grana... Mas nem todo dinheiro do mundo vale aturar aquele porre chamado Alice.”

“Mas por quê? Não é como se você precisasse desesperadamente de dinheiro.”

“Ele é bonito e gentil. Mas o que importa é o que ele pode me proporcionar. Eu trabalho muito, meus pais e minha irmã. Eu quero dar a eles tudo, sem muito esforço. Sério, isso cansa! Você pode me olhar e julgar, mas eu não ligo. Eu não sinto nada por aquele cara... Que seja, eu quero a porra do dinheiro. Se isso faz de mim uma vadia, ok, eu sou. Eu digo que amo, transo com ele, eu realmente faço isso muitas vezes, contando que eu terei diamantes, conversível, mansão na praia, iate, jatinho, alguns herdeiros para garantir a vida boa! E sim. Eu estou totalmente bêbada!”

“Calma... Calma, eu não vou te julgar.”

“Eu vou mesmo acabar com tudo isso, ela é uma vagabunda!”

Na sala estava Alice, deitada no ombro da minha mãe. Ela levantou-se assim que me viu, algo me dizia que ela viria até a mim, como a “boa irmã” que era. Como durante todas aquelas horas atrás ela tinha sido. Grudado no meu braço. Dizendo coisas ruins sobre Bella, e então trovejado o céu sobre mim. A culpa era toda dela. Se estava tudo desabando sobre minha cabeça. Qual seria sua recompensa no final? Será que Alice nunca aprenderia? Toda ação, de fato, tem uma reação.

— Onde você conseguiu aquele vídeo? — Alice parou de andar automaticamente.

— Eu... Sinto muito por isso. Só não queria mais que você fosse enganado. — Esfreguei a mão pelo rosto enquanto a encarava. “ela é uma vagabunda” as palavras de Isabella povoaram minha mente.

— Qual é a sua ligação com Jacob, Alice? Ou vai dizer que esse vídeo veio parar em suas mãos por um milagre?

— Se salvou a sua vida... Então eu vou chamar de milagre. — Petulante como sempre ela me respondeu, virando o rosto e evitando me encarar.

— UM MILAGRE? UM MILAGRE? — Meu grito fez com que Esme se levantasse e se colocasse entre eu e Alice — Você pode dizer a ela o que fez? Isabella saiu daqui desesperada! Você acabou com meu casamento! No dia dele! Você me infernou durante meses! E o pior! Você se juntou com alguém para conspirar contra seu irmão!

— Ela não ama você! — Alice gritou. Empurrei Esme e segurei nos ombros de Alice.

— E como você pode saber? — A chacoalhei — Você acha que eu sou idiota? Ela podia estar interessada no meu dinheiro, mas ela me ama! Foda-se! Eu daria tudo ela, ainda que ela só quisesse meu dinheiro, eu daria! E você não tem porra nenhuma com isso! Pela última vez: PARA DE SE INTROMETER NA MINHA VIDA.

Alice tinha seus olhos lacrimejados e arregalados, enquanto Esme continuava quieta atrás de mim.

— Eu não entendo... — Ela choramingou — Eu só queria ajudar...

— Se eu fosse Jasper, estaria longe de você. Longe das suas merdas. A partir de agora você não é mais minha irmã.

— Edward... — Esme disse em uma voz tão baixa que eu não ouviria se ela não estivesse tão perto — Está tudo bem... Bella vai aparecer. Fica calmo, filho.

— Mãe! — Eu a encarei, deixando que as lágrimas rolassem — Você disse tantas vezes que ela tinha nos salvado...

— Ela ama você. — Disse — Eu sei, você sabe. E agora, Alice também sabe. Perdoe sua irmã.

— Não! Ela deveria resolver essa história! Meu casamento... Ela acabou com ele! Ela causou tudo isso!...

Paramos de falar assim que Emmett nos interrompeu, ele abriu a porta da sala entrando em casa, com força extrema. Encarou Alice e parecia que o inferno estava em torno dele, havia fogo e raiva. Muita raiva. Emmett era o mais tempestivo de nós, até mais que Alice.

Então a briga começou. Todo mundo gritava e dizia coisas desconexas, coisas que haviam passado há anos. Trouxeram Carlisle para questão e Esme precisou entrar na briga, Alice estava sendo bombardeada por todos os lados. Emmett gritava com ela, culpando-a pelo acontecido, enquanto Esme a repreendia pelo mesmo, e gritava para que seu filho ficasse em silêncio. Demorou para percebermos que o telefone residencial tocava. Esme recuperou a compostura e o atendeu.

— Sim. — Ela disse rapidamente — Eu entendendo... Oh... — E parou, levando sua mão até a boca — Mas ela está bem?

— Quem é? — Emmett perguntou, correndo para perto da nossa mãe.

— Certo Charlie. Ele está aqui. — Ela me olhou, meu coração disparou. Isabella... — Nós estamos indo.

POV Bella.

Abri meus olhos lentamente, a luz brilhante me ofuscou a visão. Pisquei lentamente até que me acostumasse com a claridade. A primeira coisa que senti foi uma fisgada na cabeça quando tentei levantar, ouvi um muxoxo dizendo para eu permanecer quieta. Então procurei pela dona da voz, Renée estava ali com seu olhar preocupado, mas sorria docemente. Aquele doce sorriso de alívio. Enquanto eu queria me esconder.

Eu estava em um táxi... Alguns flashes e lances de memórias me atingiram com rapidez, enquanto minha mente reproduzia os sons. O barulho estridente de uma buzina, um sinal vermelho e de repente eu sinto o veiculo que estava ser atingido em cheio na sua lateral. Em um cruzamento um ônibus nos jogou longe. O carro capotou, não sei dizer quantas vezes. Só me lembro disso e o resto é um grande buraco no vazio.

— Querida? — A voz longínqua agora estava mais próxima, senti o calor das mãos de Renée no meu braço, enquanto eu abraçava meu ventre. — Deus, Bella! Eu estava louca de preocupação. — Sussurrou. Por que ela sussurrava?

Semicerrei os olhos a encarando, Renée tentou sorrir daquele seu jeito doce de sempre, enquanto apontava para a direita. E lá estava ele. A minha direita havia um pequeno sofá de dois lugares, Edward estava tranquilamente dormindo nele. Não controlei o suspiro, tentando não fazer barulho. Era o medo dele acordar. O medo de ouvi-lo trovejar mais palavras duras em cima de mim.

— Você sabe o que aconteceu? — Ela perguntou e eu neguei, não queria falar nada — Você estava em um táxi. Houve um acidente, o carro capotou. Eles ligaram para nós assim que conseguiram identificar você. Eu liguei para ele. — Ela apontou para Edward, dando aquele seu sorriso de mãe — Ele está aí o tempo todo. Recusa-se a sair do seu lado.

O tempo todo? Respirei fundo.

— Quanto tempo eu estou aqui? — Consegui perguntar em um tom baixo de voz.

— Dois dias... — Ela sorriu de novo e eu espremi novamente meus braços no meu ventre. Meus olhos automaticamente encheram-se de lágrimas — Não precisa ficar preocupada. Você está bem, querida. Sofreu alguns cortes no rosto, provavelmente os vidros do carro te atingiram. Teve uma torção no tornozelo esquerdo e vai ficar com o pé imobilizado por um tempo, fora isso, você está perfeita. Só precisava de um tempo para descansar do estresse emocional e também por causa do...

— Bella?

Tentei de todas as formas não olhar. Mas ele me chamou de um jeito tão necessitado. Havia dor imensa no seu tom de voz, mas também uma ansiedade tremenda. Então eu virei meu rosto para sua direção, Edward levantou-se para mim, praticamente correu, colocando suas mãos no meu rosto e me encarando.

— Finalmente! — Exclamou — Não faça mais isso comigo! Nunca mais, você está me ouvindo?

A entonação do desespero estava gritando na voz embargada dele. Quando eu iria abrir a boca, pronta para me desculpar, implorar perdão, implorar amor, dizer que aceitaria qualquer punição, Edward me beijou. Não foi breve. Eu senti os lábios dele duros como uma rocha nos meus. E estava muito quente. Quando ele me soltou, não senti mais a presença de Renée no quarto.

— Eu...

— Quando você pretendia me contar? — Ele me cortou novamente. Tirou a mão no meu rosto, e espalmou em cima da minha, que ainda estava no meu ventre, em cima do lençol que me cobria.

Então eu não aguentei mais. Deixei que o choro que estava prendendo atravessasse minha garganta. Não teve um minuto se quer, desde o minuto em que abri os olhos, que eu não tenha pensado sobre a vida que eu estava gerando. E quando Renée disse que eu estava “perfeita” eu só queria gritar: e o meu bebê?

— Ei...Tudo bem, tudo bem... — Edward apressou-se em me consolar, segurando novamente meu rosto — Isabella, olhe para mim, pare de chorar. — Enquanto eu ofegava, ele acariciava meu rosto com toda a paciência do mundo e suspirava — Me escute, você me ama? Pare de chorar...

— E-e-u amo... — Ele sorriu, Edward sorriu secando minhas lágrimas.

— Eu pensei que você estava morta. A sua mãe e seu pai estavam chorando desesperadamente. Eu pensei que tinha perdido você para sempre. Você acha que... Aquilo tudo importava agora? — Eu não consegui responder — Você está viva. E melhor... Por que você não contou sobre o nosso filho?

Respirei fundo. Eu precisava da minha voz de volta, eu precisava falar sem gaguejar.

— Era o meu presente para você... — Grunhi em voz baixa — Edward, por favor, me perdoe...

— Shhh! Nós vamos conversar sobre isso depois — Ele disse calmamente — Mas em uma coisa você tem razão... É o melhor presente que eu poderia ganhar. Obrigado amor, obrigado.


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Notas finais do capítulo

Oi meninas!! Estou com pressa agora, morrendo de sono, mas corri p postar. Perdoa os erros! Prometo que amanhã venho e respondo os comentários do capítulo anterior! Muito obrigadaaaaaaaa, amo os comentários de vocês