Como Conquistar Um Magnata. escrita por Catiele Oliveira


Capítulo 2
Capítulo dois - Um dia negro.


Notas iniciais do capítulo

=)



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Capítulo dois – Um dia negro.

O tempo estava fechado como a maioria dos outros, em todos os dias do ano, Rosalie olhava-se no espelho conferindo seu visual, vestia cordialmente preto, tão fúnebre... Ela estava fúnebre por completo. Estava terminando de se arrumar para ir ao sepultamento do seu chefe, eu que nada tinha a ver com a história fui encarregada para acompanha-la. Lembrei-me vagamente em quantos velórios eu já havia ido, em apenas um, a avó materna de Rosalie havia falecido e novamente a irmã mais nova fora encarregada de ir só para cuidar dela.

— Você já está pronta? Não é educado chegar atrasada em enterros, os mortos não esperam. – tentei não soar grosseira e muito menos como piadista numa hora imprópria. O olhar gélido que ela me lançara me fizera calar totalmente, ela ainda não estava pronta e não seria eu que tentaria apressá-la novamente. Não sabia por que ela tanto trocava de roupa, mas ela trocou umas três vezes seguidas até repor a primeira que experimentou o tão clichê vestido preto acompanhado por saltos médios da mesma cor.

— Nós já podemos ir; antes eu tenho que te repassar alguns avisos muito importantes, portanto Isabella, não os ignore. – ela resmungou enquanto abandonava o quarto, peguei nossas bolsas em cima da cama e a segui, Rosalie tagarelava algo como “você não ouse se aproximar de nenhum parente dele, não fale com ninguém, só responda se for solicitada, e por tudo que é mais sagrado Izz, não faça nada que possa me constranger!” e lá estava minha irmã mandona novamente, seu lado frágil só fluía quando estava em silêncio durante muito tempo e na maioria das vezes estava sozinha.

Na madrugada de ontem – quando recebeu a má notícia da morte de seu chefe. Rosalie chorou durante um bom tempo, era baixinho, mas incomodava. Eu não sabia que ela teria forças para ir ao enterro e então hoje pela manhã recebeu um telefonema de sua secretária, avisando que ela deveria sim comparecer ao enterro, era a principal secretária de Carlisle Cullen, e seria muito feio de sua parte não comparecer. Quando ela me pediu para acompanha-la eu ainda tentei negar inventando alguma desculpa, mas nada realmente fora convincente para Rosalie, eu optei então por ir sóbria, não gostava de usar preto, o dia já estava negro demais. Optei pelo branco e jeans, estaria tão imparcial que ninguém se aproximaria de mim.

Enquanto o táxi que pegamos no hall de entrada do nosso prédio seguia pelas ruas de Seattle, Rose apertava uma mão na outra e mordia os lábios, algo não se encaixava, ela não poderia estar tão nervosa só por ir a um enterro, algo a mais tinha na história, algo que ela estava escondendo a todo custo e eu sabia que descobria hoje, de forma ou outra.

(...)

O lugar era frio, o tempo não estava frio, a capela particular onde jaziam os falecidos da família Cullen era fria. Um jardim enorme e frio, e ao mesmo tempo triste, tão comum... As pessoas se abraçavam e consolavam-se como podiam, Rosalie falou com várias pessoas na entrada do local até encontrarmos um lugar vazio para pararmos, eu não fui apresentada a nenhum dos seus amigos do trabalho, antes do sepultamento teria uma breve missa e era isso que estávamos esperando. Numa parte coberta do local havia cadeiras e muitas delas já estavam ocupadas, poucas pessoas choravam no local e a imprensa estava rodeando todo o lugar, o homem era mesmo importante.

Em uma das primeiras fileiras estava uma jovem a qual logo pude conhecer como Alice, a famosa Alice Cullen, assim como Rosalie ela vestia preto, no seu pescoço tinha um lenço que cobria toda a extensão e em seus olhos óculos escuros escondendo os verdes brilhantes, sempre cheios de vida.

Já havia visto várias fotos da mesma no facebook de Rose. Ao lado dela havia um homem loiro, ele estava neutro, vestia cinza escuro e abraçava ora ou outra Alice, nas cadeiras de frente ao público estava uma senhora, a viúva, supus, ao lado dela um rapaz jovem, deveria ter em cerca de vinte e poucos anos, todos estavam realmente usando preto? Obvio Isabella, estamos em um velório. E então o rapaz de olhos escuros me fitou, seria da família? Ele me encarou durante alguns segundos até correr seus olhos para algo ao meu lado que identifiquei ser uma olhadela sutil para Rose, ela me cutucou, provavelmente me recriminando por examinar o local.

— Quem é ele? – questionei, eu estava curiosa, ele novamente me encarou, dividia sua atenção entre mim e a mulher ao seu lado.

— Emmett, ele é filho do Sr. Cullen. – disse dura, e então se virou para o lado enfim de falar com alguém, resolvi ignorá-la também.

Emmett resolveu parar de me olhar quando a loira mais velha ao seu lado lhe falou algo, eu não conseguia desviar meu olhar dele, algo me prendia, não sei se era pela... Aparente agonia e tristeza profunda que eles sentiam, ou se era somente a beleza incomum emanando dele. Por alguns segundos eu desviei o olhar para o lado direito da mulher e estava o caixão do... Marido dela, doloroso pensar dessa forma. E então... Eu os vi, lá estava à loira... A loira estabanada que havia me jogado ao chão na tarde de ontem, ela estava totalmente perdida entre as pessoas, via-se de longe que os olhos não tinham vida, assim como ontem, ela não reagia a nada. Seria filha também? De toda forma era alguém bem próxima ao falecido. Senti-me incomodada, como se algo penetrasse minha pele, inquietantemente retirei meus olhos dela e fitei o homem que a abraçava, eu reconheceria os olhos verdes em qualquer lugar e assim como ontem, me arrepiei. Ele me encarava invasivamente, não era como Emmett que tinha um olhar divertido, ele parecia apavorado e seus olhos pediam ajuda, socorro... Algo assim.

— Isabella! – eu pulei quando ouvi a voz aguda de Rose, ela ralhava de cara feia. — Para de encarar a família, o que eu te disse? Seja invisível! – murmurou raivosa, sabia que se ela pudesse gritar, gritaria.

— Eles estão me olhando. – me defendi bufando.

— Você acha que eu não estou vendo? Você perdeu minutos encarando Emmett e agora Edward, pelo amor de Deus, eles perderam um pai, não estão procurando uma namorada oferecida! – não entendia o motivo de ela estar tão na defensiva, mas queria muito entender.

— Ei Rosalie, eu estou aqui única e exclusivamente por você, mas já percebi que não precisa de mim. Não fique com ciúmes, eu realmente não me interessaria por eles... Ou melhor, talvez sim... Pelo grandão, Emmett, porque o outro tem cara de dor! – os olhos dela pareciam duas chamas acesas prestes a me queimar e então eu entendi tudo... Era por causa dele? Oh... — Você gosta dele? Rosalie! – ela estava louca, apaixonada pelo filho do chefe? E ainda me censurando por querer conquistar um magnata... Bom, se ela podia, porque eu não?

— Não fale bobagens Isabella! – rosnou defensiva, ela virou-se de costas novamente e voltou a conversar com o rapaz ao seu lado, era isso... Minha irmã metida à puritana estava apaixonada por um riquinho... Até que ponto isso seria útil para ela? No fim já sabia o resultado, Rose sairia machucada.

Eu o olhei por alguns segundos, agora ele já estava de pé junto com Alice, irmãos... Pareciam apoiar-se e consolar-se muito bem, a loira mãe estava do outro lado com... O... Edward? E eles se abraçavam furtivamente. A mulher com cara de dor ainda estava na mesma posição, sentada e agora sozinha. Aquilo era muito pra mim e eu não aguentaria mais um minuto daquela cena dolorosa.

(...)

— Você não curte enterros? – a voz grossa surgiu assustando-me. Eu estava caminhando sozinha pelos túmulos, o tempo parecia querer abrir, o sol brigava com algumas nuvens e ainda assim o tempo estava bastante feio. — Desculpa por te assustar! – respondeu quando o encarei, tinha certeza que estava pálida, por algum momento passou pela minha cabeça que poderia ser alguma espécie de... Alma penada. Ele riu. Ele deveria rir? O pai dele havia morrido.

— Não... Não é isso. É que... – tentei gesticular uma frase, ele riu novamente.

— Não fica assim branquinha! Quer saber de uma coisa? Eu também não curto enterros, Argh! – confessou. Ficamos em silêncio, Emmett não parecia um cara que queria flertar, ele só estava fugindo. — Eu sou Emmett Cullen, e você? – estendeu sua mão.

— Isabella Swan, irmã de Rosalie Hale. – me apresentei apertando a sua.

— Hey, sua irmã é toda... Ela deveria ser modelo! Sério. – ele estava corando? Oh sim, Emmett corou enquanto falara de Rosalie, eu não resisti em rir.

— Ela é linda, eu sei... Deveria ter sido modelo, mas Rose, ham, ela acha que tudo isso é muita futilidade e bah. – Emmett assentiu rindo, ficamos em silêncio novamente.

— É vocês se parecem hm, são bonitas, boa genética não? Uma loira, outra morena! – comentou, provavelmente deveria ter notado a grande diferença, Rosalie era toda... Modelo de passarela, já eu era apenas... Bom, o único book fotográfico que eu fiz ficou um lixo, não tinha nenhum talento, beleza e nada que me levasse ao mundo da moda.

— Obrigada pelo elogio, mas creio que meu DNA não tenha nada a ver com o da Rosalie, diferença bem notória, de longe até diria. – não queria falar que era adotada, até porque eu mal tinha acabado de conhecer e também porque Renée meio que me proibiu de falar sobre isso com alguém.

— Mas não diga isso Isabella, até diria que... – foi interrompido.

— Te achei Emm, Ed está louco atrás de você. Bom... Chegou a hora. – a loira sem vida estava ofegante, provavelmente teria corrido até nos encontrar.

— Ah... – resfolegou. — Essa é Tânia, minha prima. Cumprimente ela, Tânia. – exigiu Emmett, ele parecia querer evitar o assunto.

— Eu te conheço, não? – ofereci minha mão tímida, a loira sem vida a apertou.

— Você me derrubou ontem. – murmurei contragosto, ela gesticulou um “ah” e então se desculpou. — Sem problemas Tânia, e ei... Chamem-me de Bella. – pedi.

— Tudo bem Bella, vamos? Acho que nesse momento vou gostar de ter alguém que compartilhe os mesmos gostos que eu. – ele piscou e logo eu entendi que era algo sobre não gostar de enterros, Tânia esperou que nós nos manifestássemos e começássemos a andar e então nos seguiu, chegamos rapidamente até a multidão, estavam preparando-se para abaixarem o caixão ao tumulo, acho que realmente só esperavam por ele. Eu parei perto de Rosalie e ele seguiu para perto da família junto com a prima. Rose me encarou, deveria estar zangada, eu realmente não me importei com isso.

— Eu acho que já podemos ir... – cochichei para ela.

— Já está acabando, espere. – disse séria. — Onde você estava? Eu vi você se aproximando com o Emmett, ou foi um delírio? – questionou-me.

— Ah, eu estava por aí e ali ele surgiu... É bem legal e está disfarçando a dor tentando ser engraçado. – comentei por alto enquanto fitava-o, eu havia gostado dele, não da mesma forma que Rose. Mas de certa forma, ele tinha me deixado a vontade, e eu só era uma estranha no enterro de seu pai.

— Você não foi desagradável, não é? – questionou de novo.

— E por que eu iria ser? – a encarei, ela deu de ombros sem palavras. — Ele disse que você parece uma supermodelo de passarela. – comentei por alto, Rosalie não conseguiu disfarçar o sorriso, ela me olhou tão... Esperançosa e arqueou a sobrancelha. — Ele disse sim, ainda completou murmurando “a genética da sua família é boa”. – completei.

— Você não falou nada sobre ser adotada, né? – perguntou com preocupação, neguei e ela respirou aliviada. — Acho que podemos ir, só preciso ir lá e cumprimentar a família e você vem junto. – puxou-me, tentei ignorar, pesei meu corpo para que ela não conseguisse me arrastar, mas Rosalie estava decidida a me constranger e tudo que eu queria era ter o que falar para eles. Paramos no meio de uma fila, as pessoas cumprimentavam e saiam deixando-os a sós, poucos minutos depois e então era a nossa vez.

— Sra. Cullen! – Rose não conseguiu controlar o tom de choro em sua voz, estava emocionada.

— Querida, obrigada por vir... É tão importante ter você aqui. – elas se abraçaram, Emmett que estava do lado de sua mãe deu a volta entre elas para me abraçar... Pegou-me de surpresa até, enquanto seu corpo grande cobria o meu, eu só pude fitar os olhos verdes novamente penetrantes me encararem.

— Ai Bella, você é a única normalidade por aqui, não vai embora! – sussurrou no meu ouvido, parecia tão perdido.

— Sinto muito Emmett. – disse sincera e então ele fungou. Estava chorando, no meu ombro... Oh...

— Emm? – ouvi a voz de sua mãe, ela já havia soltado Rose. — Ele está chorando... – sussurrou ela, se não estivesse tão próxima eu não teria ouvido. — É a primeira vez que ele chora. É a sua irmã, querida? – perguntou.

— É sim, Isa-bella... – Rosalie engasgou ao dizer meu nome.

Eu apenas fiquei fazendo círculos invisíveis nas costas de Emmett e murmurando que sentia muito. Observei enquanto Rose cumprimentou toda a família e eu não podia deixar de reparar que o ruivo dos olhos penetrantes não deixava de me encarar, Emmett só me soltou quando Rose pigarreou sem jeito. Ele fungou e secou os olhos, e então ela ofereceu um abraço, mas fora rápido e... Frio. Eu vi quando ela franziu o cenho decepcionada.

— Ele gostou de você. – a viúva comentou enquanto me abraçava. — Sei que as circunstancias são bem chatas, mas ainda assim fico honrada em lhe conhecer Isabella, Rose é um anjo e acredito que você seja mais um. – gentil murmurou.

— Igualmente Sra. Cullen. – indaguei sem jeito.

— Essa é Alice, minha filha mais nova, seu marido Jasper, e Edward, ele é o mais velho. – abracei Alice brevemente, ela não demonstrou nenhuma emoção, e Edward... Ele parecia mais um escudo impenetrável, e fiquei com medo de me aproximar. Mas por fim ofereci um abraço e fora tão... Rápido que mal senti seu corpo, ele pigarreou algo como “obrigado por estar aqui” ou pode ter sido apenas um “me solte, por favor,” não sei dizer.


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