Saco de Pancadas escrita por Heather Bloo


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Não vou demorar aqui, só pedir para que por favor, leiam as NOTAS FINAIS!



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Quando Chris tinha apenas quatro anos e começou a frequentar a pré-escola, logo de cara o seu papel ficara bem claro por ali.

Ele era o menor da turma, o mais magro, o mais baixo e, ele desconfiava, o mais inocente também. As outras crianças lhe faziam caretas e costumavam o empurrar quando queriam que ele saísse da frente, no começo elas acabavam se desculpando, mas depois de um tempo apenas pararam de se importar.

De alguma forma, ele dera um jeito de sobreviver.

Os anos se passaram e Chris finalmente completou dez anos de idade. Ele havia crescido, ficado mais alto e bonito. Sempre fora muito charmoso, e o fato de ser o queridinho da professora era apenas um bônus. Sem contar sua modéstia, é claro.

As meninas enfim pararam de puxar o seu cabelo e de obrigarem-no a brincar de maquiagem e bonecas. E agora, sempre que o viam pelos corredores sorriam e soltavam risadinhas femininas antes de acenarem. Os garotos, por outro lado, ficaram ainda mais violentos e, voltar para casa com um olho roxo ou dois tornou-se uma ocorrência cada vez mais comum. Claramente ele era visto como uma ameaça pelos outros meninos.

Tudo bem, Chris achou que, se tivesse de conviver com alguém tão perfeito como ele, provavelmente se sentiria ameaçado também. E usar os punhos era apenas uma forma de demonstrar isso.

Dois anos se passaram e as agressões ficaram piores. A verdade é que não estava mais “tudo bem”, e que, não importa o quão bonito seja, quando se está com os dois olhos roxos e inchados, toda essa beleza dá um jeito de ficar escondida.

Foi naquele período em sua vida que Chris descobriu que suas pernas não estavam onde estavam apenas de enfeite. E que mais do que para andar elas também serviam para lhe tirar de verdadeiras enrascadas, e o adolescente começou a correr sempre que tinha alguma chance.

As garotas bonitas eram populares. Os CDFs eram inteligentes. E ele era praticamente um atleta, perito nas corridas.

Meses depois, enquanto assistia a um filme que sua mãe dissera para não assistir – provavelmente por culpa das cenas inadequadas -, Chris fez três incríveis descobertas.

A primeira delas é que gostava do corpo das garotas, principalmente das partes que as roupas que usavam em seu dia-a-dia não deixavam expostas. A segunda era que, quando ficasse ainda mais velho seu próprio corpo se transformaria, mas que até lá poderia dar um jeito dessa transformação acontecer mais rápido.

E foi assim que ele começou a fazer flexões todas as noites. Repetia inúmeras vezes o movimento até que seus músculos ardessem, sua respiração ficasse arrastada e seu corpo coberto por gotas de suor. Depois disso tomava um banho e se atirava na cama, o que o levou a sua terceira descoberta.

Era bom em dormir, bom de verdade. Mal encostava a cabeça no travesseiro e já estava completamente desligado. Mais tarde conseguiu aprimorar suas técnicas e levá-las à escola. Já fazia um bom tempo que não assistia a uma aula de artes sequer.

O ano terminou e um novo se iniciou. E foi quando Chris deu o seu primeiro beijo. Fora rápido, espontâneo e provavelmente uma das coisas mais excitantes que já fizera em toda sua vida. Não conseguia se lembrar do nome da menina, mas recordava-se perfeitamente da surra que levara do namorado dela no dia seguinte. Ela tinha um namorado, quem diria?

Mas também foi naquele ano em que Chris foi atacado por um monstro, uma espécie de gigante de um olho só que ele havia conseguido despistar graças ao transito sem fim de Nova Iorque. Ele contou pra sua mãe e ela o levou até um psiquiatra que lhe receitou alguns remédios.

Dias depois um garoto estranho foi em sua casa e lhe convidou para ir a um lugar chamado Acampamento Meio Sangue. Chris fechou a porta na cara dele. Três vezes. E, quando por fim foi convencido, prometeu estar lá no verão seguinte.

O Acampamento Meio Sangue foi uma experiência surpreendente, de verdade. O adolescente pensou que acabaria não apanhando tão facilmente, mas era difícil saber quando todos andavam de um lado para o outro armados até os dentes. Chris revelou-se um bom lutador, não extraordinário como o seu meio irmão mais velho Luke, mas ainda sim bom.

Foi então que ele conheceu Clarisse, exótica e encantadora Clarisse. Os campistas preferiam manter-se longe dela nos horários de treino, e esses eram exatamente os momentos que ele preferia deixar sua presença clara. Ela sempre batia. Ele sempre apanhava.

E assim apaixonava-se cada vez mais por ela.

E seus dias no acampamento se tornaram uma rotina. Ele acordava, tomava café da manhã, dava em cima de Clarisse, treinava, dava em cima de Clarisse de novo, almoçava, dormia o que provavelmente não dormiria de noite em sua cabine graças à superlotação, treinava, dava em cima de Clarisse mais um pouco e por fim ia jantar enquanto mandava beijos aéreos para a mesa de Ares.

Até que um dia aquela rotina não era mais o suficiente. Sentindo-se mais determinado ou louco do que nunca, ele ainda não se decidira, Chris caminhou até a adolescente e a beijou. Aquele durou bem mais do que o seu primeiro beijo, foi muito mais emocionante e ele sabia que jamais conseguiria se esquecer do nome de Clarisse, pois ele estava tatuado permanentemente em seu coração.

E quando se separaram a filha de Ares lhe deu um soco tão forte com a direita que o fez cair para trás no mesmo instante. Mesmo assim, ao olhar para cima, lá estava ela com os braços cruzados e as sobrancelhas franzidas.

-Vamos punk, não posso ter um preguiçoso como namorado.

Então ele levantou, e ignorando o formigamento em seu rosto e a leve tontura que estava sentindo, pegou a mão dela meio que sem jeito e sorriu.

Porque Chris Rodriguez continuava a ser o mesmo saco de pancadas de sempre. Ainda era socado, chutado, estapeado e a lista não terminava por aí.

Mas agora, todos os gemidos de dor, assim como os olhos roxos, os ossos quebrados e qualquer injúria corporal ou sentimental que ele pudesse sofrer, pertenciam a ela.

Pertenciam a Clarisse La Rue.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha sido útil para passar o tempo, mas de qualquer forma, eu estou escrevendo uma fanfic, também sobre Percy Jackson, e eu ficaria muito agradecida se algum de vocês pudesse me mandar a personalidade da Thalia, assim como sugestões de emprego para ela e para o Percy.
Enfim, eu estou com uma fanfic Chrisse toda planejada, só falta escrever de forma mais detalhada então acho que nos veremos em breve, beijos e feliz dia das mães!