Windstorm escrita por Queen of Hearts


Capítulo 7
Brian Investigates


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, espero não ter demorado demais. Agora minhas aulas voltaram e não terei tanto tempo, mas vou me esforçar para conseguir postar o mais rápido possível. Também queria agradecer à Nathy Granger Malfoy, Lady V e Amu_chan, pelos comentários de encorajamento e também à Queen of Hearts, que está sempre comentando, dando ideias e fazendo críticas construtivas. Enfim, aproveitem esse capítulo!
Obs: Sim, eu mudei o nome dos capítulos. Achei que não fazia muito sentido colocar Chapter One, two e etc. Apesar de exigir um pouco mais da minha criatividade, acho que fica mais legal. Depois comentem o que acharam dessa mudança.



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Adam encarou a legista, incrédulo, durante vários minutos. Todos os tipos de pensamentos passavam por sua mente.

— Você está brincando? — ele questionou, finalmente, com clara indignação.

— Eu queria estar. — lamentou-se a mulher. — Mas não há como desmentir a necropsia.

— A necropsia está errada! — esbravejou o detetive.

— Adam, se acalme. — Brian interveio. — Lauren só fez o trabalho dela.

— Mas nada disso faz sentido! — ele insistiu, gritando.

Lauren fez um sinal para que ele abaixasse o tom de voz, indicando a porta da sala de interrogatórios com a cabeça, para que Adam se lembrasse de que não estavam sozinhos. Ele suspirou e tentou se acalmar.

— Você disse que ela foi amordaçada e tinha cortes por todo o corpo. Além disso, a bolsa dela sumiu. Como ela poderia ter feito isso para si mesma? — ele sussurrou, dirigindo-se a Lauren, nervosamente.

— Eu sei, é tudo muito estranho. — Lauren parecia extremamente abatida.

— Talvez só queiram fazer parecer que ela se matou. — Brian sugeriu.

— O que disse? — perguntaram os dois outros policiais, em uníssono.

— Bem, me veio uma coisa na cabeça... — ele começou a se explicar, mas logo se lembrou que Chelsea estava na sala ao lado. Ele se dirigiu à Adam: — Termine o interrogatório com a garota agora. Eu tenho uma teoria. Mas preciso de provas. Acho que Lauren pode me ajudar com isso.

–---

O técnico e a legista deixaram a delegacia e seguiram para a pensão, onde Brian apanhou uma mochila preta. Os dois entraram e saíram do local, sem que Mrs. Clarke percebesse. Aquilo não era totalmente necessário, mas ambos concordaram que era melhor manterem a discrição. O afobamento não deixou que prestassem atenção aos detalhes da cidade. Após alguns minutos de caminhada, chegaram a Windstorm High. Os portões estavam abertos, mas a faixa amarela e preta ao seu redor indicava que o local era parte da investigação criminal e ninguém deveria entrar ali. Brian passou por baixo da faixa.

— O que pretende, Brian? — perguntou Lauren, enquanto seguia os passos do colega, também passando por baixo da faixa.

— Fazer um pequeno teste. — respondeu o homem, adentrando o colégio. Lauren o seguiu até a cena do crime.

O local permanecia intocado, exceto pelo fato de que o sangue havia secado. A faxineira teria uma grande dificuldade para limpar aquilo.

Brian largou a mochila em qualquer lugar e examinou o espaço novamente, tentando relembrar pequenos detalhes de sua análise com Adam. Lauren ficou parada num canto, completamente desconfortável com o cheiro que inundava o local, esperando que o técnico dissesse qual era sua função.

— Amarre-me. — pediu Brian, inesperadamente, enquanto tirava uma corda de sua mochila.

— O que? — Lauren engasgou-se. — Onde conseguiu essa corda?

— Eu sempre carrego uma comigo. Para emergências. — explicou Brian e, estendendo a corda para a legista, pediu novamente, com um sorriso: — Agora amarre-me. Do mesmo jeito que Rose

A legista suspirou, mas não resistiu mais. O homem se sentou no chão, encostado na parede.

— Como isso pode ajudar? — perguntou ela, enquanto amarrava as mãos as costas do técnico e, em seguida, suas pernas, de forma que ele ficasse completamente imóvel.

— É simples. Veremos se, nessa situação, seria possível que Rose tenha atirado em si mesma. — explicou. Em seguida continuou a falar: — Imaginemos que o criminoso tenha atingido a garota na cabeça no meio do corredor que dá entrada para o ginásio. Ele não aplicou força suficiente para matá-la, apenas para que ela desmaiasse, pois queria que ela sofresse antes da morte. Dessa forma, ele teria que calcular muito bem a força aplicada, o que mostra que tem conhecimento sobre o assunto. Concorda?

— Sim. — ponderou Lauren, com a voz solene, após pensar por um minuto. — Continue.

— Bem, a pessoa teve o trabalho de arrastá-la até ali — ele indicou um ponto na parede, com a cabeça, onde uma grande mancha de sangue seco formava uma figura deformada. — Onde a manteve durante horas, amordaçada e incapaz de se mover, já que, como você está vendo, não é possível se movimentar com os braços e pernas amarrados desse jeito. A autópsia conseguiu identificar o horário da morte?

— Entre meia noite e duas da manhã. — esclareceu Lauren. — Deixei o relatório no gabinete de perícia criminal.

— Tudo bem... Suponhamos que ela tenha sido atingida logo após ter se encontrado com Ella, algo entre oito e oito e meia. A garota e a irmã ainda estavam aqui, por isso, o criminoso deveria ser muito cuidadoso e não fazer barulho para não despertar a atenção de ninguém. Do corredor até aqui, atravessando o ginásio, são cerca de cinco minutos. Mas, vamos pensar em dez, afinal a pessoa estava arrastando um corpo e ainda tinha que tomar cuidado para não fazer barulho. Também podemos dizer que é uma pessoa sem força física suficiente, afinal, seria muito mais fácil carregar um corpo do que arrastá-lo, se a pessoa for capaz.

Lauren ficou sem palavras.

— Como aprendeu tudo isso? — indagou ela, boquiaberta.

— Dedução. — disse o técnico. Em seguida, acrescentou, rindo: — Além disso, passo muito tempo com Adam. Posso continuar?

— É claro. — admirou-se a legista.

— Enfim, a esse ponto estamos entre oito e dez e oito e quarenta, aproximadamente. Chegando aqui, o assassino, muito bem preparado, teve o cuidado de amarrar e amordaçar a garota, que poderia acordar a qualquer instante e tentar fugir, ou fazer um grande estardalhaço e chamar a atenção de alguém que estivesse aqui por perto. Quanto tempo você diria que a garota ficou desacordada após bater a cabeça?

— Pelas marcas em seu crânio, eu diria cerca de uma hora, ou pouco mais que isso.

— O que nos leva a cerca de dez horas da noite. Supondo que ela acordou às dez em ponto, e o horário da morte foi entre meia noite e duas da manhã, Rose passou por cerca de duas a quatro horas de tortura. Então, teria perdido muito sangue, devido aos cortes e não teria força nenhuma para se mexer, mesmo se não estivesse amarrada. — concluiu o técnico.

— Mas todos os dados da autópsia indicam que o tiro que a matou veio das próprias mãos! E tinha resíduos de pólvora nos dedos dela! — contestou Lauren. — Eu sei que parece sem sentido, mas... — ela não conseguiu completar a frase. Pensativa, pôs-se a mordiscar suas unhas.

— Bem, façamos, então, um pequeno teste. — sugeriu Brian. Ele queria provar definitivamente que sua hipótese estava correta o mais rápido possível. As cordas já estavam começando a machucá-lo. — Tem um revólver para emergências na minha mochila. Coloque-o aqui no meu bolso.

Lauren abriu a mochila de Brian. Não teve trabalho para achar a arma, mas encontrou outros objetos um tanto quanto incomuns. Decidiu não comentar nada. Ela depositou a arma no local onde Brian pediu.

— Nesse caso, não podemos considerar que a arma estivesse na posse da garota, porque é uma hipótese bastante improvável, já que nosso assassino foi cuidadoso o suficiente para não deixar passar detalhes como esse. Ele com certeza tirou o celular e qualquer outro tipo de coisa que pudesse atrapalhar seus planos da posse da garota enquanto ela estava inconsciente. — disse ele. — Mas, mesmo se esse detalhe tivesse passado em branco, Rose, amarrada dessa forma, não conseguiria alcançar a arma e muito menos puxar o gatilho, não importa em qual bolso estivesse. Pelo menos, não de forma que se encaixasse com a sua autópsia.

Lauren suspirou, vencida.

— Mas ainda assim. Como os laudos poderiam indicar suicídio se não foi o que aconteceu? — questionou a moça, exasperada.

— Tenho uma pequena teoria. É apenas uma hipótese, mas acho que pode se aproximar da verdade. — começou Brian, pensativo. — Quanto sangue você diria que Rose perdeu, antes de ser baleada?

— Bem, ela tinha um corte na cabeça, provavelmente proveniente da pancada que a deixou inconsciente. Com certeza perdeu bastante sangue por aí. E a maioria de seus cortes também era bastante profunda. — ela ponderou. — Eu diria que quase metade de seu sangue foi perdida por hemorragia externa.

— Então, você, como legista, deve saber quais os efeitos de uma perda sanguínea tão intensa.

— Taquicardia, estado de choque e... semiconsciência. — ela se lembrou.

— É aí que eu queria chegar. Semiconsciência.

— No que isso influencia? — indagou a legista.

— Imagine que, Rose estando à beira da morte, tendo perdido quase a metade do seu sangue e num estado de semi-consciência, seria seguro desatar suas mãos. Dessa forma, o criminoso, provavelmente provido de luvas, poderia colocar o revólver nas mãos da vítima e puxar o gatilho, atingindo-a bem no coração. De forma a parecer que...

— Que ela tinha se matado. — Lauren completou a frase. Correndo para desamarrar as cordas, a mulher congratulou o técnico: — Brian, isso é brilhante! Você foi genial!

Eles se abraçaram com força.

— Ahm... — gaguejou Lauren, após tê-lo soltado, ligeiramente embaraçada.

Brian, tentando disfarçar o constrangimento, coçou a parte de trás da cabeça.

— Isso não foi nada. Apenas minha obrigação como detetive. — falou, humildemente.

— Bem, você fez um ótimo trabalho. — a moça sorriu, fazendo Brian corar. — E agora sabemos que nosso assassino tem um grande conhecimento sobre medicina legal.

— Ou isso ou fez um ótimo trabalho pesquisando no Google sobre “formas de matar violentamente”. — riu o homem e Lauren o acompanhou.

— Agora, precisamos nos concentrar em achar a mochila de Rose. — Lauren estava novamente roendo as unhas. Brian, gentilmente, pegou suas mãos e pousou-as no colo dela.

— Você não devia fazer isso. Não é muito elegante. — ele ironizou. Lauren revirou os olhos, mas tinha um sorriso nos lábios. — E quanto à bolsa, acho que sei um jeito de achá-la.


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Notas finais do capítulo

Bem, gente o capítulo de hoje foi voltado só para esses testes, mesmo. Apesar de limitado, ele foi crucial para o desenvolvimento da história. Não posso dizer o que acontece no próximo, mas prometo postar o mais rápido que conseguir. Comentem o que gostaram, o que acharam que eu posso melhorar e etc. Espero que tenham gostado! Até o próximo capítulo.