Windstorm escrita por Queen of Hearts


Capítulo 5
Saturday Night Investigation


Notas iniciais do capítulo

Bem, gente, dessa vez não demorei muito, eu acho. Como eu disse, nesse capítulo acontecem mais interrogatórios. Boa leitura!



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— Então, você se encontrou com Rose na noite em que ela morreu? — perguntou Adam.

Ella, que estava encarando o chão até então, ergueu os olhos. Ela sabia porque estava ali - provavelmente tinha sido a última pessoa a encontrar Rose, antes de sua morte -, mas não conseguia se livrar do pensamento de que aqueles detetives achavam que ela era uma das suspeitas.

— Sim. Eu a encontrei. — respondeu a garota.

— Poderia descrever esse encontro em detalhes? — pediu o detetive, que andava de um lado para o outro na sala.

Os outros dois estavam parados, Lauren sentada na cadeira a frente dela e Brian encostado na parede. Nenhum dos dois parecia ter paciência suficiente para aguentar o jeito arrogante com que Adam fazia os interrogatórios.

— Bem, eu estava ajudando minha irmã com a limpeza, quando as luzes de toda a escola se apagaram. — começou Ella. Adam percebeu que ela estava bem mais confiante do que a irmã ao relatar os fatos. — Então, Kim me pediu para checar os fusíveis. Encontrei Rose no corredor e ela me pediu para ir comigo.

— O que mais ela disse? — questionou Lauren, antes que Adam pudesse fazê-lo.

— Bem, primeiro eu perguntei o que ela estava fazendo ali na escola àquele horário. se ficou um pouco nervosa. Disse que estava fazendo uma pesquisa na biblioteca, tinha perdido a noção do tempo e se perdeu na escola, por causa da falta de luz. Eu sabia que ela estava mentindo, porque tinha ido limpar a biblioteca com Kim e não tinha ninguém lá, mas não disse nada. Depois, eu disse que estava indo checar os fusíveis porque a luz tinha acabado de repente e ela pediu para ir comigo, porque ficava um pouco assustada naquele escuro. Então, nós fomos.

— E o que descobriram? — indagou Adam.

— O fio... Tinha sido cortado.

— Uma incrível coincidência. — riu o detetive, sem humor, acrescentando para os colegas, dessa vez mais sério: — Parece que nosso assassino teve bastante tempo para planejar o crime.

— Continue. — disse Brian, para Ella.

— Bem, depois disso eu pedi que Rose fosse avisar a Kim sobre o fio cortado, porque eu tinha que ficar esperando o eletricista. Ela ficou meio relutante no início, mas acabou aceitando. Então, ela foi e não voltou. Quando perguntei a Kim se Rose tinha dado o recado, ela disse que não. Imaginei que ela tivesse desistido e ido para a casa. — disse Ella, agora ligeiramente abalada. Talvez pensasse que se não tivesse mandado a garota ir procurar por sua irmã, ela não teria tido aquele destino trágico. Isso poderia ser verdade, mas nenhum dos detetives acreditava. — Vocês têm mais alguma pergunta?

Brian olhou para os outros. Nunca tinha sido bom na parte dos interrogatórios. Seu trabalho era outro. Mas Adam sempre exigia que todos estivessem presentes nesse momento, talvez para fazer mais pressão em quem quer que estivessem interrogando. Ele odiava fazer as perguntas.

— Ahm, Ella... — começou o técnico, percebendo que nenhum dos outros dois detetives estavam se lembrando daquilo. — Quando se encontrou com Rose... Ela estava com alguma bolsa? Ou carregando o celular? Ou algo assim?

— Bem, eu... — a garota tentava se lembrar. — Acho que sim... Na verdade, tenho quase certeza que estava com uma bolsa azul.

— Ah, sim... — Brian assentiu, pensativo.

— Tudo bem, Ella. Pode ir. — Adam disse a ela. — Talvez precisaremos falar com você novamente, para confirmar essas informações.

— Tudo bem. — disse a garota, sem parecer se abalar, levantando-se. Logo que ela saiu da sala entrou o xerife Harris.

— Senhores... A família Wilson está aqui. — anunciou o policial.

— Obrigada, xerife. — Adam agradeceu. — Poderia pedir para... Grace entrar. — pediu ele, checando o relatório que havia sido entregue pela a polícia.

— Ah, claro... — falou o xerife. — Mas... Bem, Grace está passando por um período difícil. Ela está muito mal com a morte da filha. Poderiam, por favor, pegar leve com ela?

Adam abriu a boca para responder, mas Lauren foi mais rápida.

— Claro, xerife. — assentiu a moça.

Instantes depois, Grace entrou na sala. Para a mãe de duas moças, a mulher era incrivelmente jovem, reparou Lauren. Ela duvidava que a senhora Wilson tivesse mais do que 40 anos. Apesar disso, seus olhos estavam cansados. Ela não estava chorando, mas deixava a impressão de que já o fizera muito ao longo do dia.

— Pode se sentar, senhora Wilson. — disse a legista, indicando a cadeira. Grace obedeceu. — Eu e Brian não poderemos ficar. Tentaremos localizar a bolsa da garota. — ela disse, para Adam. O técnico e a legista saíram da sala.

— Gostaria de fazer algumas perguntas simples para a senhora. — declarou Adam, tentando "pegar leve", como pedira o xerife. — Se não se importar.

— Continue. — pediu Grace.

— Primeiramente, qual foi a última vez que viu ou falou com Rose? Antes de... Bem... — Adam deixou a frase no ar. Grace suspirou.

— Eu a vi ontem de manhã, antes que ela fosse para a escola, mas falei com ela na hora do almoço. Ela disse que iria para a casa de uma amiga depois da aula.

— Que amiga? — indagou o inspetor.

— Ela não falou. Apenas disse que chegaria em casa por volta das seis. Quando deram sete horas e ela ainda não tinha chegado, comecei a me preocupar.

— E o que você fez?

— Liguei para todas as amigas com quem ela pudesse estar. Mas nenhuma delas tinha visto a Rose desde o fim da aula. Também tentei ligar para ela várias vezes, mas sempre caía na caixa postal. Então, liguei para Dave... quer dizer, o xerife. E ele disse que me avisaria caso soubesse de qualquer coisa.

— Entendo... — murmurou Adam, pensativo. Depois de alguns instantes voltou a falar. — Me diga, senhora Wilson, Rose alguma vez mencionou qualquer pessoa com quem não se desse bem? Já recebeu alguma ameaça de alguém?

— Bem, não que eu saiba... — ela disse. De repente pareceu se lembrar de algo. — Ah, sim. Ela estava sempre reclamando dessa garota. Faith Hills. A filha da prefeita. As duas nunca se deram muito bem. Mas fora isso, Rose era amiga de todos.

— Faith Hills... Como a cantora americana? — riu Adam.

— Sim, mas com um S no fim. — Grace revirou os olhos. Ela também não se dava muito bem com nenhum dos membros da família Hills, apesar de não demonstrar isso.

— E essa Faith? O que ela pode ter feito para Rose para que as duas não se gostassem?

— Eu não sei. Rose estava sempre falando sobre como ela era invejosa e mimada. Sabe como são as adolescentes. Eu mesma conheço Faith há vários anos, não posso dizer que ela estava errada. Mas se está sugerindo que Faith foi a pessoa que matou minha filha... Não acho que a rivalidade das duas chegue a esse ponto. — disse a mulher, com seriedade.

Adam limitou-se a um sorriso de lado.

— Você ficaria surpresa em saber quantos crimes foram motivados por simples rivalidades entre adolescentes. — falou ele. — Muito obrigada, Grace. A senhora foi de grande ajuda. Gostaria agora de falar com seu marido, Harry. Se importaria de chamá-lo?

— Claro que não. — sorriu a mulher, docemente, embora os olhos ainda estivessem carregados de tristeza. Ela se levantou e saiu. Harry Wilson entrou momentos depois. Adam fez sinal para que ele se sentasse e o homem o fez.

— Muito bem, senhor Wilson... — começou o inspetor.

— Harry. — corrigiu o homem.

— Tudo bem. Harry. — repetiu Adam. — Sua esposa parecia muito abatida.

— Ela está passando por um período muito difícil. — concordou Harry.

— É claro, é claro... A perda de um filho deve ser extremamente dolorosa... — o detetive parou por alguns instantes. — Como está sua filha mais velha... Chelsea, estou certo?

— Sim, Chelsea... Bem, ela está muito triste. Está se fazendo de forte para a mãe, mas sabemos que ela não conseguiu lidar muito bem com a perda da irmã.

— As duas eram muito próximas? — perguntou Adam.

— Na verdade, estavam sempre brigando. — Harry riu levemente. — Acredito que Chelsea tenha se arrependido de não ter sido tão amiga de Rose quanto poderia.

— Entendo... — Adam anotou algo em sua prancheta. — Bem, Harry, sua esposa já nos deu seu relato, mas gostaria de ouvir com suas palavras... O que houve no dia de ontem?

— Bem, eu... Vi Rose apenas no café da manhã. — ele começou.

— Ela apresentou algum comportamento estranho?

— Honestamente, sim. Ela estava anormalmente distraída. Muito pensativa. Achei que fosse só tensão ou talvez pudesse ser apenas impressão minha...

— Naturalmente. Ela disse alguma coisa que chamou sua atenção?

— Na verdade, ela não falou muito. Simplesmente tomou seu café e saiu para a escola.

O detetive anuiu e, sem dizer nada, tomou notas. Harry queria saber o que ele tinha visto de tão significativo naquela conversa para anotar.

— Muito bem, Harry... Grace mencionou uma garota... Faith Hills. Ela e Rose não se davam muito, certo?

O senhor Wilson fez que sim com a cabeça.

— Você saberia de alguma outra pessoa que, digamos assim, não fosse fã de sua filha? — perguntou Adam.

— Não, não sei. — negou o homem, com indiferença. — Na minha opinião, Rose sempre foi uma garota muito amigável. Não havia nenhum motivo para não gostar dela.

— Então, o senhor está dizendo que ela era popular na escola? Tinha muitos amigos?

— Não só na escola. Rose era amiga de todos da cidade. Faith era a única que não parecia ter tanta simpatia por ela. Imagino que isso seja por inveja.

— Inveja? — riu-se Adam. "Adolescentes podem ser tão superficiais.", pensou ele. Harry também deu uma risada e pensava a mesma coisa. — Imagino que seja um bom motivo para não gostar de alguém. Pelo que pude perceber, Rose era uma garota muito querida por todos. Essa garota, Faith, não me parece ser tão amigável assim.

— Ela não é. Rose vivia falando sobre o quanto ela era mimada.

— E quanto aos amigos de Rose? — o detetive mudou de assunto.

— Bem, ela tinha muitos. Conversava com todos na escola e saía com todos também.

— Mas, veja bem, adolescentes, mesmo os mais populares, costumam ter seus amigos preferidos, aqueles com quem estão sempre juntos. Rose tinha alguém assim?

— Sim, é claro. Lily Davies. Uma garota adorável. Ela e Rose eram inseparáveis. E minha filha também era muito próxima de Elizabeth Harris. As duas cresceram juntas, já que o xerife é o padrinho de Rose. Mas as duas foram crescendo... Tomaram caminhos diferentes. Acabaram se afastando um pouco.

— Deixaram de ser amigas?

— Ah, não, claro que não... — Harry disse, com veemência. — Ainda saíam muito juntas. Só não eram mais tão próximas.

— Liz parecia muito abalada com a morte de Rose, realmente. — falou o detetive, vagamente. Depois de alguns instantes acrescentou: — Pois bem, Harry, foi ótimo conversar com o senhor. Qualquer que seja o problema, pode falar comigo ou qualquer um de minha equipe. Ficaremos felizes em ajudar.

— Eu digo o mesmo, Senhor Murray.

Os dois apertaram as mãos e Harry saiu. Instantes depois a porta se abriu novamente, mas não foi Chelsea Wilson quem entrou. O xerife Harris se explicou:

— Senhor Murray, me desculpe. Chelsea não pôde esperar, teve que voltar ao trabalho. Seu chefe estava muito impaciente. Pedi a ela que voltasse amanhã para o interrogatório.

Adam suspirou, insatisfeito.

— Tudo bem, xerife. Obrigado por avisar. — o homem agradeceu.

— Mais uma coisa. — acrescentou o xerife. — Tem alguém aqui que quer falar com você.

— E quem seria?

Harris deu um passo para trás e uma garota loira, baixa, de olhos verdes, adentrou a sala.

— É um prazer, detetive Murray. — a garota estendeu a mão para cumprimentá-lo. — Meu nome é Ivy Johnson. Estou aqui porque acho que posso ajudá-lo com o caso do assassinato de Rosalie.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem se gostaram ou não, o que acham que eu posso melhorar, se ficou cansativo, etc...
No próximo capítulo, vou continuar essa conversa da Ivy com o Adam e outras coisas que eu não vou falar, senão estraga a surpresa. Infelizmente, vou viajar na quinta e não creio que conseguirei terminar o capítulo até lá, então, só vou poder postar quando voltar, o que vai acontecer bem perto do reinício das minhas aulas. Só posso pedir que tenham paciência, porque vou terminar essa história, não importa o tempo que gaste.
Enfim, espero que tenham gostado e, se for o caso, recomende para os amigos. Mais leitores não fazem mal para ninguém!
Beijinhos!



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