Porcelain Doll... Or Not? escrita por Apenas Eu


Capítulo 2
O Começo de Tudo.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, como eu prometi, aqui estou eu já postando outro capitulo.
Já aviso logo que o próximo pode levar de cinco a dez dias para terminar, pois é assim que eu vou trabalhar: sempre que eu postar um capitulo, eu já tenho que ter o outro em mãos... E assim por diante.
Bem, boa leitura para vocês.



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Uma noite maravilhosa. As estrelas brilhavam como nunca antes visto, pelo menos para mim, e pareciam festejar em uma celebração fantástica de brilho e cor lutando bravamente contra o escuro desta noite. Era incrível como apesar de tudo a luz em contraste com o escuro ficavam tão bem juntas. Era uma junção perfeita e a brisa quente em uma noite gélida, com o luar e as estrelas para acompanha-la melhorava tudo. A noite em si era reconfortante, mas, infelizmente, não o suficiente.

Me arrepiei quando vi o lugar na qual eu estava sem nem mesmo perceber, até agora. Uma sensação boa me dominou. O clima frio com a brisa quente causavam uma mistura de sensações em mim e a paisagem ajudava a aumentar essa sensação. Era bom, reconfortante e acolhedor aqui.

Eu me encontrava em uma praça perto de casa, pequena mas charmosa ao seu jeito. Até hoje me lembro desta praça com um sorriso no rosto. Era onde a minha mãe me trazia todos os dias quando pequena, falando do quanto o lugar era magico. Rio com a lembrança. Sempre que ela falava isso eu perguntava ‘‘por que mãe?’’ e ela logo respondia que eu quando pequena era muito agitada, mas era só ela me trazer aqui e eu logo me acalmava. Eu ria e dizia ‘‘bobagem mãe’’, mas eu sabia bem lá no fundo que era a mais pura verdade.

Até hoje essa é uma das memorias mais reconfortantes que eu tenho e que sempre aparecem para mim de repente quando estou naquele breu de dor e escuridão. Não sei porquê, mas mesmo assim tudo sobre esse lugar me traz paz. A pracinha ainda continua a mesma, não tendo mudado em nada desde a ultima vez que vim aqui. O verde ainda predominava, mas havia vários bancos feitos de madeira espalhados por todo o lugar e uma pequena área de recreação no centro para as crianças brincarem. Ah, me lembrava daquela época em que eu brincava naqueles brinquedos! Meu preferido era o balanço aonde eu ficava horas e horas balançando e tentando ir cada vez mais alto para ter aquela sensação momentânea de que podia voar.

Me divertia tanto nessa época, penso cheia de saudades e suspiro, relembrando os momentos bons que tive quando ainda era apenas uma criança sapeca. Momentâneamente eu me pego desejando voltar naquela época em que a minha única preocupação era se divertir, mas então eu me lembro das pessoas maravilhosas que conheci ao longo da minha vida e que antes eu nem sabia que existia. Ah, que saudade deles! Molly, Arthur, Fred, George, Percy, Gui, Krum (eu ainda mantenho contato com ele desde o torneio tribruxo), Ron, Gina, Luna, Neville, Dino, Simas, e por ultimo, mas não menos importante, meu namorado: Harry Potter.

Que saudades dele, penso suspirando. Relembro como o meu amor por ele floresceu, tão inesperado e imprevisível, mas ao mesmo tempo tão ardente quanto o próprio fogo em seu ápice. Quando eu percebi já era tarde demais, simplesmente aconteceu. Fiquei tão assustada na época com a sensação e com as famosas borboletas que sempre apareciam na minha barriga assim que eu o via, mas quando estava junto dele tudo desaparecia e ficava bem, contando que estivesse ao seu lado. Tinha medo de meus sentimentos não serem correspondidos e estragar a nossa amizade, então me fechei para todos, inclusive ele. Ainda me lembro quando ele se declarou para mim e eu senti que meus sentimentos, apesar de tudo, estavam sendo correspondidos. Foi um dos melhores dias que eu já estive.

Quando vejo já estou mergulhando na lembrança de um passado mais próximo, acontecido a dois meses atrás.

Era véspera de natal e havia neve para todo o lugar – não que eu me importasse com isso, minha estação preferida do ano era o inverno. Aquele frio gostoso embalando-me em um sono profundo ao mesmo tempo em que o edredom me aquece cria um equilíbrio quase perfeito entre o frio e o calor, e é o que eu mais adorava nesta época. Eu estava dormindo tranquilamente quando ouvi um barulho na minha janela. Não me importei, estava completamente imersa – e feliz – em meu sonho.

Nele um Harry sorridente vem correndo em minha direção. Sorrio para ele e então eu percebo que havia só nos dois no paraíso. Sim, paraíso. Estávamos em um campo florido no alto de uma montanha isolada, onde o sol estava em seu ponto máximo e a luz refletia nos lindos olhos verdes de Harry e em seu sorriso cativante que era tão branco quanto a neve, o deixando quase angelical. Tudo estava perfeito, mas, de novo, o barulho de pequenas pedras se chocando com o vidro da minha janela se faz presente. Franzi o senho, quem estaria fazendo este barulho a esta hora da noite?

Me levantei da minha cama quentinha e logo senti o frio numa intensidade maior, me causando arrepios. Vesti um longo casaco para me aquecer que ia até o meu joelho e me pus a olhar quem estava fazendo todo esse estrondo para chamar a minha atenção atravez da janela. Minha surpresa foi completa quando vi um lindo garoto de cabelos porco espinho com uma cicatriz na testa, meio escondida pelos cabelos, e de lindos olhos verdes, mas dessa vez sem óculos – ele sempre usa óculos já que a visão dele é péssima, por isso eu estranhei – como no meu sonho. Ele sorriu para mim, segurando a sua vassoura na mão esquerda. Eu sorri, já sabendo como ele veio parar aqui, mas o porquê ainda era um mistério para mim.

Fiz um sinal para ele esperar e desci silenciosamente as escadas que davam a saída da minha casa. Como ele sabia onde eu morava? Nem eu sei, já que ele nunca me contou como, mas até hoje a pergunta ainda ronda de vez em quando a minha mente.

Quando abri a porta que dava a saída estremeci, o frio me assolou com tal intensidade até maior do que antes, mas logo foi substituído pelo calor dos braços de Harry. Naqueles braços eu não sentia frio e nem os problemas batiam a minha porta; lá tudo não passava de meras ilusões. A chama que não sentia desde o nosso ultimo encontro na plataforma 9 ¾ reacendeu com força total, porém tentei ignorar. Como sempre. Sorri quando ele deu aquele sorriso arrebatador que só ele consegue dar para mim e disse:

– Estava com saudade de você, Mione. Vamos passear? – Ele disse, seus olhos brilhando a luz da lua. Sorri e não tendo como resistir, apenas assenti. Nós andamos até a árvore que tinha perto da minha casa e nos sentamos lá. Seu braço ainda estavam a minha volta – o que eu estranhei já que normalmente ele logo o retirava – e eu ainda me sentia em chamas então não senti frio quando me sentei na neve. Tudo estava muito bom, e eu não sabia, mas estava para melhorar ainda mais. Foi debaixo daquela árvore que ele me beijou. Foi quente, amoroso, mas ao mesmo tempo forte, com pegada. Eu, tão inexperiente como até hoje sou, tentei corresponder e quase não consegui, mas logo peguei o ritmo. Foi o melhor primeiro beijo do mundo. Depois eu, arfante e confusa, o perguntei do porquê dele ter me beijado já que nem ao menos gostava de mim e ele sorriu. A resposta que ele me deu foi mais surpreendente até do que o beijo. Até hoje me lembro das suas palavras.

– Simples, você nunca percebeu? Eu te amo. Te amo desde a primeira vez que a vi entrando no nosso vagão, no primeiro ano. Amo quando os seus olhos castanhos avelã brilham ao ver um livro. Amo ver você ler, a sua concentração para mim é a atitude mais sexy que você tem. Amo quando fiapos do seu cabelo caem em seu rosto e você delicadamente as prende de volta. Você em si já é encantadora e o pior é que nunca percebeu o efeito que você causa em mim. Já não aguento mais guardar todo esse sentimento dentro de mim. Tudo me lembra você, seus olhos, sua boca, seu jeito, seu corpo. E é por isso que eu estou aqui agora, me espondo ao frio e viajando milhares de quilômetros por você, para te pedir, arriscando um não e quebrar meu coração, que você me aceite e me ame como eu te amo... Quer namorar comigo? – Ele falou olhando diretamente nos meus olhos. Perdi até a fala e fiquei sem reação. Tudo o que pude fazer depois de varias tentativas falhas de tentar dizer sim foi assentir e o beijar com todo o meu amor.

Assim que o beijo acabou ele sorriu e revirou os olhos, me abraçando e sussurrando no meu ouvido um ‘‘eu te amo’’. Nós passamos a noite ali, debaixo daquela árvore, conversando e rindo. No fim da noite acabei adormecendo em seus braços e quando acordei no outro dia estava deitada em minha cama como se nada tivesse acontecido. No começo pensei que tudo o que aconteceu foi apenas fruto da minha imaginação, mas o bilhete que ele deixou em cima do criado mudo comprovou que tudo tinha sido real. No bilhete dizia:

A nossa noite ontem foi maravilhosa. Nem acredito que agora a garota que eu amo é minha namorada. Meu sonho se realizou no momento que você me beijou. Obrigado por ser minha, eu te amo!

Te espero na toca!

Do somente seu, Harry

Esse foi um dia memorável do qual sempre estará guardado no meu coração. Ando até o meu querido balanço já meio desgastado pelo tempo e me sento no mesmo, começando a me balançar com um olhar sonhador. As estrelas mais uma vez brilharam para mim e eu me sinto incrível, nem mesmo o céu é o meu limite. Segurança e paz predominam em mim. Sorrio enquanto uma estrela cadente passava sobre a minha cabeça neste exato momento. Eu fecho os olhos e faço o meu pedido, sabendo que ele veio de lá do fundo do meu coração.

Quero parar de me sentir sozinha, mesmo tendo um monte de gente que me ama ao meu redor. Quero parar de viver nas sombras dos outros.

Eu sei que pedi dois desejos em vez de um, mas todos eles vieram do fundo do meu coração. As vezes eu me sinto tão só, mesmo tendo varias pessoas ao meu redor. Sinto-me como se uma parede invisível nos separasse. Loucura da minha cabeça, eu sei, mas não consigo evitar de me sentir assim. Todos conseguem fazer coisas melhores do que eu e todo mundo se sobressai a mim. Harry, Ron, Gina. Todos melhores do que eu, uma zé ninguém. É como se fosse mera sombras do que eles são. Por que me sinto vulnerável e sozinha ao lado deles, nem eu sei. Talvez seja coisa da minha cabeça, mas mesmo assim eu tenho a esperança de que se um dia eu parar de viver sob suas sombras esse sentimento inquietante suma. Quem sabe a estrela não resolva?

Quem sabe...

*****************

A olhei e sorri. Tão inocente, tão meiga, tão boa. Ela não merece os segredos que estão por trás de tudo a sua volta. Queria tanto a ajudar e abrir seu olhos, mas infelizmente sou apenas um par de olhos que estão sempre a seguindo para onde quer que ela vá. Esse é apenas o meu trabalho no final das contas. Não que eu esteja reclamando, longe disso. Eu amo meu trabalho e adoro essa menina que, mesmo sendo só de vista, me fez me apegar tanto a ela. Oh, como eu queria me apresentar, a abraçar e dar todas as respostas que ela precisa. Mas eu não posso, sendo tão contra as regras eu seria expulsa na hora daqui. Já pensou? que horror…

– Você, venha cá! Tenho uma missão para você – O meu superior falou, apontando para... Mim? Sorri. Finalmente vou poder me mexer depois de tantos anos parada e ainda com o bônus de que com toda a certeza é uma missão sobre ela. O que será?

Me aproximo cautelosamente dele. Sabia que era do bem, mas depois da última que aprontei ele ainda está bravo comigo. Não que eu me importasse muito já que é um fato bem conhecido tanto por mim quanto por ele que logo seria perdoada, mas o que me preocupava mesmo era suas feições sérias que faziam o seu belo rosto se contorcer em uma carranca. Ele poderia ser assim com todos, menos comigo. Ele me adorava assim como eu o adorava, essa era a mais simples verdade, e sendo meu mentor me dava algumas liberdades que são unicamente minhas. É doce, engraçado e gentil para quem o conhece bem, mas as vezes me dá medo quando está com essa cara com que me olha agora. Suspiro e olho o homem grande com músculos em todo o lugar que se possa imaginar, rosto aristocrático que estava sempre em uma carranca – menos para mim –, cabelos loiros e olhos negros como uma ônix a minha frente. Sua aura exalava poder, o que dava medo em muitos, menos em mim. Sorrio para ele, tentando desfaçar minha preocupação com o que o deixou assim.

– Sim, senhor?

– Quero que você vá atrás dela, desça até la embaixo e a encontre. Quando a encontrar quero que a ajude a descobrir a verdade e acima de tudo faça ela encontrar aquele que a trará sua verdadeira felicidade. Ela já se desviou demais do caminho e se continuar assim pode ser que morra antes do previsto. Os meus superiores tem planos maiores para ela, e até mesmo para você, pequena. Vá e não me decepcione, ouviu bem? Seu emprego é o que está em risco aqui.

– Sim, superior – Falo dando um sorriso radiante e cheio de dentes para ele. Agora é a minha hora de brilhar! Quem sabe agora eu não ganhe uma promoção, hum? Sorrio mais uma vez, então tudo muda.




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Notas finais do capítulo

Quero opiniões, por favor, e não se prendam. Me ajudem a melhorar a fic, ok?



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