Homewrecker escrita por Rize


Capítulo 3
I Feel in Control


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu já tinha escrito esse capítulo um pouco antes do Nyah! sair do ar, mas ainda assim eu não achei bom, e nesses dias fiquei focada em rescrevê-lo, mas não sei se está bom, né. Eu vou tentar continuar logo, mas não prometo, porque eu tenho muita coisa pra fazer com escola e tudo mais, então, é isso, mas eu não vou desistir dessa fic tão cedo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/504325/chapter/3

Se sentaram em uma mesa de toalha quadriculada, vermelha e branca. O Destir’z sempre teve um índice de popularidade estável, e mesmo que Miku não fosse lá há algum tempo, tudo parecia como sempre. Uma garçonete com o crachá escrito “M. Shizu” os atendeu, e saiu tão rápido quando chegou.

– Vejo que ainda continua fascinada por jornalismo. – Kaito se apoiou nos cotovelos sobre a mesa, e a olhou nos olhos. – Como vão os estudos?

– Não acho que tenha me trago aqui pra falar comigo sobre meus estudos.

Kaito sorriu com presunção.

– Não mesmo.

Miku arqueou uma sobrancelha e olhou ao redor. Qual a novidade nisso?

– Mas – ele prosseguiu – acho muito bom você estar decidida sobre o que quer fazer de sua vida. Jornalismo pode ser uma carreira interessante. Ainda lembro como você falava disso com um olhar de quem estava apaixonada. – Kaito deu um gole curto em sua água – Eu quase sentia ciúmes.

Ela o olhou com o canto do olho. Será que ele acreditava mesmo que ela tinha aquele olhar por causa dos estudos?

– Não sou a única decidida. Você já terminou o que fazia. E agora? Qual a próxima meta? – a garota colou os lábios em seu copo, bebendo uma grande quantidade para abafar o nervosismo. Kaito espichou mais a boca e a olhou com uma intensidade maior que a de qualquer outra vez.

– Você.

Miku engasgou com a água, mas disfarçou bem.

– Será que ainda demoram muito com a nossa comida? Estou faminta. – nossa, que disfarce bom.

Kaito riu do jeito como conseguia deixar a moça sem graça. Sempre teve esse poder, e contava em continuar a tê-lo.

– É, também estou faminto.

– Ei, Kaito.

– O que?

– O que aconteceu com aquela bandinha que você tinha aqui? – há dois ou três anos, enquanto Kaito ainda vivia no Japão, ele tinha um tipo de banda com alguns amigos. Nada sério, mas Miku adorava quando eles marcavam de ir no telhado do E. Building pra tocar lá, e Kaito a levava com ele. Era o prédio do pai do Gakupo, e todo sábado à noite eles iam lá, pra tocar e conversar. Varavam a noite lá, só voltavam pela manhã. Ela sabia que aquilo não aconteceria novamente, afinal, o passado está no passado, e ele não volta. Mas queria saber o que havia acontecido, afinal.

– Quando eu me mudei, foi óbvio o fato que eu não conseguiria continuar na banda. Mas também não significava que a banda teria que ir embora comigo. Pelo o que eu soube, eles continuaram por um tempo, mas como tudo, acabou. Houve as preocupações reais, faculdade, estágios, estudos e todo o resto. Aquela banda era só um passatempo, e passatempos com o tempo acabam.

– Sei. – a garçonete voltou com dois pratos, um com um ravióli e um Carpaccio.

Durante o almoço, não houve muita conversa. Em parte pela educação a mesa, outra pelo clima tenso gerado.

Miku terminou um pouco antes de Kaito, e repousou suas mãos sobre o colo. Sentia-se confortável e desconfortável, ansiosa e calma, com adrenalina preenchendo suas veias, mas não conseguia entender o por que.

Quando ele terminou, não pediu a conta imediatamente.

– Está vendo alguém, Miku? – sua expressão tornou-se séria, e seus olhos não eram mais um azul celestial aquecedor. Pareciam mais um oceano congelado que só conhecia o frio.

– Como assim? – ela franziu as sobrancelhas.

Ele suspirou e olhou para o lado.

– Está saindo com alguém? – Miku percebeu como ele falou rápido e baixo, como se não quisesse que ela o ouvisse. Mas ela ouviu.

Dessa vez, foi sua vez de espichar o sorriso e estreitar os olhos.

– Ah, sabe como é – folgou as costas na cadeira e o olhou nos olhos, em chamas – casos de uma noite são minha especialidade.

– Só uma noite?

– Às vezes dura mais. Se a primeira for agradável, porque não outras?

O gelo nos olhos dele pareceu ainda mais sólido de gelado do que nunca.

– Sei. – curto e grosso. Um garçom passou por eles e Kaito chamou sua atenção e pediu a conta. Quando eles saíram do restaurante, a metade do caminho da faculdade começou a nevar.

Neve? – Miku indagou. Estavam em outubro. A neve só chega no meio de novembro. Era pouca a quantidade que caía, mas ainda não algo muito compreensível.

Kaito também pareceu não entender muito.

– Neve em outubro? Isso não é um bom presságio.

E não era. Mesmo que Miku não fosse exatamente religiosa, sabia quando era hora de deixar um pouco de seu ceticismo de lado. Sempre que caía neve fora de época, algo acontecia. Normalmente, não era algo bom. Quem era ela pra arriscar.

– Ainda quer que eu te deixe na faculdade?

Dificilmente, com essa neve, alguém a entrevistaria pro estágio. Ela não era religiosa ou supersticiosa, mas os outros eram.

– O que você acha? – mesmo que achasse não ser uma boa ideia ir pra casa também, preferiu pedir um conselho.

– Acho que um dia sem faculdade não faz mal. A não ser que você queira arriscar.

– Não tem nada pra arriscar, é só neve.

– Pois então eu deixo você lá.

– Também não falei isso.

– Escolha logo enquanto a sinaleira está fechada. É aqui que você decide. Se for faculdade, eu viro a esquerda. Se for casa, sigo reto.

– Nem sabe se eu moro na minha antiga casa.

Kaito arqueou as sobrancelhas e a olhou.

– Miku.

– Certo, certo! Me deixe em casa. – pigarreou. – por favor.

Ele sorriu.

– Ótimo.

O elantra preto parou na frente de seu prédio. Miku não saiu imediatamente do carro. E não fazia ideia do porque.

– Porque você não entra? – O que? O que você tá fazendo? Cala a boca! Saia daí agora! Sua mente protestou ao ver o que estava acontecendo.

Kaito viu também. Arqueou as sobrancelhas mas reteve o comentário pervertido.

– Não, obrigado. – sorriu – Tenho que ir pra casa. Terminar de esvaziar as caixas da mudança, alimentar os cachorros e tudo mais. Mas agradeço o convite.

Foi por pouco. Nunca mais faça isso de novo, entendeu?

Ela balançou a cabeça, como saindo de um transe profundo.

– Certo. – não sabia se havia respondido a Kaito ou a sua mente. – Obrigada pela carona. E pelo almoço.

– O prazer foi todo meu. – ele engatou o carro quando ela abriu a porta e saiu.

Quando Miku entrou no elevador, travou lá. Não apertou o botão de andar nenhum, apenas ficou lá dentro, pensando.

Ele está fazendo aquilo de novo. Você não pode cair nessa uma segunda vez. Não dê espaço para ele. Aberturas. Brechas. Nada. Você o conhece, sabe que tipo de cara ele é. E pior. O tipo de cara que ele te fez ser.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então? O que acharam? Bom? Aceitável? Por favor, comentem :3
OBS: Elantra é uma marca de carro.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Homewrecker" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.