Bonnefoy viajou por todos os cantos do mundo. Era algo que ele fazia com o dinheiro da herança que ele recebeu depois da morte de seus pais. O jovem era fotógrafo e gozava de uma sensibilidade fotográfica única. Já havia fotografado em todos os lugares, excerto em uma ilha ao lado de seu país. Havia prédios históricos na Inglaterra que precisavam estar nos álbuns de Francis. O francês embarcou em um voo para o Reino Unido e desembarcou em Londres. Era apenas ele, sua câmera, e a solidão cinzenta da cidade. Extasiado com a beleza histórica do lugar, não notou a presença de um inglês que andava em sua direção.

– Merde! Vous avez fait mon appareil photo automne.

– O que você disse seu frog bastardo?- Disse o britânico loiro de olhos verdes e sobrancelhas grossas.

– Nada que seja da sua conta, seu bajulador da rainha!- Disse Bonnefoy com um sotaque francês que de algum modo, traía o inglês. Os dois se abaixaram para pegar a câmera. Você pode até pensar que eu narrarei algo clichê como as mãos dos dois se tocando ou algo assim, mas não. As cabeças dos dois se chocaram.

– Você pode, por favor, não encostar-se a mim?- Disse o inglês entregando a máquina a Francis.

– Ela quebrou. Agora você vai me levar a algum lugar onde eu possa consertar isso. Eu não conheço essa cidade.

– Tudo bem. – Disse o britânico relutante. – Como eu sou um autêntico cavalheiro inglês, vou te ajudar.

Os dois caminharam em silêncio. O francês não conseguia desviar os olhos do rapaz ao lado. Ele tentava negar para si mesmo, mas estava se apaixonando pelo britânico o qual nem sabia o nome. Naquele momento, nada no mundo merecia mais a atenção de Bonnefoy do que aquele jovem. O franco se distraiu de modo que quase foi atropelado por um táxi, mas o inglês o puxou pela mão.

– Está louco? Aquele táxi poderia matar você!

Os dois caminharam sem soltar as mãos um do outro. Na verdade, andar de mãos dadas era algo que ambos apreciavam no momento.

Havia uma jovem musicista na esquina a rua tocando come go with me em seu violão preto. Mesmo com a chuva que começara a cair, ela não saiu do lugar.

– Droga, eu odeio chuva! – Reclamou o de olhos verdes.

– Talvez você odeie chuva porque nunca dançou sob ela. - Disse o francês abrindo os braços e deixando as gotas escorrerem pelos seus longos cabelos loiros e sua pele rosada.

– Por que eu dançaria na chuva? Isso não faz sentido.

– Talvez você tenha que dançar com a pessoa certa. Bonnefoy disse com um forte sotaque francês. – Dance comigo. – Ele estendeu a mão. O britânico ruborizou.

– Se você está pensando que eu... - Ele olhou para os olhos profundos e azuis de Francis, como poderia resistir? - Sim. – O inglês deu as mãos para o francês e deixou-o guia-lo.

– A propósito, meu nome é Francis Bonnefoy.

Os dois sorriram um para o outro de maneira apaixonada.

– Arthur Kirkland.

– Come to my heart. – Cantou o francês segurando o rosto de Kirkland fitando seus lábios. Em seguida, deu-lhe um beijo. – Yes, I need you. Yes, I really need you.

A chuva não mais incomodava Arthur.