O Dia das Mães de Clarisse La Rue escrita por mihhy


Capítulo 1
Capítulo Único




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/504280/chapter/1

– EU JÁ DISSE QUE NÃO VOU CONCORDAR COM ESSE NOVO PRAZO- Gritou Clarisse dando um murro na mesa de reuniões em que ela estava sentada. Se tinha uma coisa com que Clarisse nunca soube lidar, era com gente hipócrita e burra.

– Seja sensata. Dar a eles um novo prazo é a melhor solução para todos nós- disse um homem que estava sentado do outro lado da mesa.

– Nós? Nós quem? Só você se beneficia com o novo prazo, Guilherme, pois foi o único que ainda não terminou o projeto- disse Annabeth que estava sentada do lado de Clarisse.

As duas haviam se formado em Engenharia Civil e Arquitetura. Clarisse havia assumido a presidência da empresa da mãe e havia chamado Annabeth pra trabalhar junto com ela, pois sabia que a capacidade da loira era enorme e ela também tinha um bom gosto.

– Guilherme.TE DOU ATÉ O MEIO DIA DE AMANHÃ PARA ESSA MAQUETE DESSE MALDITO SHOPPING ESTAR NA MINHA MESA. CASO O CONTRÁRIO, ANNABETH IRÁ ASSUMIR O PROJETO. Está terminada essa reunião- diz Clarisse que já estava muito brava com o andamento de alguns funcionários de sua empresa.

– Eu preciso matar alguém- disse Clarisse assim que chegou a sua sala juntamente com Annabeth

– Clarisse calma. O Guilherme é um idiota mesmo e nada que você diga o fará mudar de idéia. Ele é simplesmente um incompetente- disse a loira se sentando na cadeira frente à Clarisse.- Não adianta alterar seu tom de voz- ela completa.

– Annie eu não estou me reconhecendo mais. Eu ando dando muita folga pra esses arquitetos de uma figa. Guilherme só está na empresa até hoje porque é o afilhado preferido da minha mãe, ele está aqui apenas como um favor para ela. Que saudade do acampamento. Naquela época, tudo isso se resolveria com um murro na cara e uma rasteira- Diz Clarisse à loira.

– Calma ditadora! Que horas você tem que estar na escola da Katherine?- ela pergunta e Clarisse se levanta da cadeira com tudo.

– AGORA.- ela diz analisando seu relógio de pulso.- Annie, fica de olho nas coisas ai pra mim, viu, qualquer coisa, você é a pessoa mais capacitada para resolver problemas. Na minha ausência você é que manda- Disse Clarisse que saiu correndo de sua sala, tomando com sua secretária no corredor.

Katherine era a filha mais nova de Clarisse, ela tinha 8 anos de idade e era a caçulinha. Primeiro veio o Axel e depois veio ela. Ela, como já era de se esperar havia se casado com Chris Rodriguez, do chalé de Hermes. A morena havia recusado vários convites do rapaz para sair, pois não queria ser vista com um traidor do sangue. A Família era algo que Clarisse prezava muito e a morena quase não conseguiu perdoar Chris Rodriguez pelo que ele havia feito anos atrás e até hoje quando tinham discuções mais severas ( o que estava acontecendo muito ultimamente), ela fazia questão de jogar isso na cara dele. Mas ela fazia de propósito pois ela sabia que isso o deixava bastante irritado e depois de muito discutirem e brigarem os dois sempre acabavam nus em cima de uma cama. Nem sempre era cama, às vezes era um chuveiro, o sofá da sala ou às vezes até mesmo o balcão da cozinha. Mas ultimamente, a morena andava na corda bamba. Tudo era motivo pra ela sair descontando sua raiva em cima de alguém e por incrível que pareça, nem sempre ela descontava sua raiva em Chris, raramente ela descontava sua raiva inteira nele, ela sempre descontava em seus empregados, principalmente em Guilherme, que na opinião de Clarisse não deveria nem estar mais trabalhando lá com ela.

*****************************************************************************

Já faziam 5 minutos que Clarisse estava parada dentro do carro no estacionamento de uma escola infantil. Seu corpo havia mudado bastante com o passar do tempo. Ela já não era mais tão musculosa assim, agora, seus músculos estavam mais do que na quantidade normal. Seus cabelos escuros caiam em cascatas pelas costas, criando um contrate bonito com o seu rosto e o tom da sua pele e seus olhos claros. Ela não era mais tão brigona assim( apenas com os empregados) com a idade, vêm também o amadurecimento e a sabedoria e ela descobriu que ser aquela valentona ingrata, não a levaria a lugar algum nessa vida. Quando deu o horário, ela solta um longo suspiro e lentamente, ela desce do carro e aciona o alarme e sobe as escadarias da escola infantil. Ela estava toda produzida em um terno feminino. Ela havia criado bom gosto com o passar do tempo.

– Senhora Rodriguez, que bom que veio- diz a diretora da escola

– O que a Kate fez dessa vez?- ela pergunta. Sua filha havia herdado o seu gênio e seu comportamento agressivo.

– Oh nada, nada não- disse a diretora

– Então, porque eu estou aqui? Caso a senhora não saiba, eu tenho um emprego integral, não posso sair sem motivo algum - ela diz. Clarisse odiava ter que sair do escritório sem motivo algum. Ela estava atolada de serviços, e os engenheiros e arquitetos, assim como os advogados, trabalham com prazo.

– Ora, é o dia das mães. E nossas crianças fizeram um homenagem especial para vocês- diz a diretora sorrindo. Clarisse a acompanhou no sorriso. Como é que ela pode se esquecer do dia das mãe? Definitivamente, esse era o sinal para ela tirar férias e sumir com a família.- Venha, venha- completa a diretora, chamando ela para ir para o anfiteatro.

Chegando ao local, Clarisse se acomodou em uma poltrona no meio do salão e começou a prestar atenção. O Local estava repleto de mães de todos as idades e tipos diferentes. Mas um homem se sentou ao lado dela, o que Clarisse havia achado completamente estranho, pois era o dia das mães.

– Me desculpe ser indiscreta. Mas eu achei que era um homenagem para o dia das mães- ela diz para o homem que dá um simpático sorriso para ela, deixando assim, a morena envergonhada pela pergunta.

– A mãe de Pâmela morreu no parto. Sou mãe e pai dela ao mesmo tempo- ele disse

– Sinto muito- ela diz envergonhada

– Não há o que desculpar. Não é a primeira a me perguntar isso- ele diz

Um barulho na frente fez com que os dois parassem de conversar na mesma hora.

– Para abrir a nossa apresentação, nós montamos um vídeo com um depoimento das crianças, dizendo tudo o que elas acham de vocês.- disse a diretora e o vídeo começou a passar e as crianças falaram de tudo o que vocês podem imaginar. Mas Clarisse só prestou atenção mesmo, quando foi o depoimento de Kate.

“ Minha mamãe, é a melhor mamãe do mundo. Ela é um pouquinho brava e um pouquinho desesperada, mas ela é a melhor. Ela me ajuda a fazer dever, me ajuda a dar banho no cachorro e nós estamos sempre viajando para todos os lugares. Eu amo a minha mamãe um tantão assim”– ela termina essa ultima frase dando um pulinho e abrindo os braços o máximo que ela conseguiu.

Foram palavras bem simples mesmo, mas fizeram o coração da morena se encher de orgulho e de amor pela baixinha. Quando terminaram as apresentações, as crianças pegaram uma cesta, e começaram a procurar suas mães.

– Mamãe- disse Kate vindo em direção à Clarisse. Ela dá um pulo e Clarisse a pega no colo e a abraça fortemente- Eu te amo mamãe- ela completa

– Eu também te amo muito minha querida, muito mesmo- diz Clarisse enchendo o rosto da pequena de beijinhos

– Toma mamãe, eu fiz pra você- ela diz entregando a cesta para Clarisse. Clarisse abriu o papel de seda rosa e se depara com uma caixinha de madeira. Era preta e vermelha, as cores que Clarisse mais gostava.

– Abre- disse Kate para Clarisse. Essa abre a caixinha e dentro dela, havia um porta retrato feito de papelão, nele continha uma foto das duas no jardim de casa. Kate estava no balança e Clarisse a estava empurrando. Ela se lembrava desse dia perfeitamente. Estava muito quente e Kate queria brincar e Clarisse estava terminando uma maquete de um hotel que a empresa dela construiria em Nice, na França. Então Kate pediu para Clarisse empurrar um pouco o balanço e mesmo com uma maquete enorme para terminar, Clarisse sorri e vai até Kate e começa a empurrá-la. Chris aparece do nada no jardim e para na frente das duas com uma câmera fotográfica e tira a foto.

– Está muito bonito, Kate. Foi você que fez mesmo?- Clarisse diz na intenção de provocar a baixinha

– Foi sim- diz a menina

– Olha que o meu detector de mentiras está ligado, hein?- diz Clarisse em tom de brincadeira para a filha

– Fui eu mesma. Eu juro- ela disse sorrindo

– Tudo bem, então vamos pra casa, porque já está ficando tarde- diz Clarisse brincando com o nariz de sua menina. Ela era a cópia fiel de Clarisse. Ela pega a cesta e dá a mão para Kate e as duas vão para o estacionamento da escola infantil.

Quando chegaram em casa, Clarisse sentiu o cheiro inconfundível de carne assada, vindo da cozinha

– Kate, eu acho que o papai está aprontando de novo- ela disse para a filha assim que saíram do carro. A pequena coloca a mão na boca e começa a rir.- Vamo lá ver o que é que ele está fazendo?- Ela diz para a menina que concorda com a cabeça.

Clarisse a pega sua bolsa e a cesta que Kate fez pra ela e pega a menina no colo que se ajeita facilmente no colo da mãe

– O que está acontecendo aqui?- pergunta Clarisse ao entrar com a sua pequena na enorme cozinha. Toda a sua casa havia sido projetada por Annabeth. E todas as vezes que Clarisse parava para observar a casa, ela chegava a conclusão de que não havia errado na hora de chamar a filha de Athena para trabalhar com ela. Chris e Axel, seu filho mais velho, estavam na cozinha fazendo jantar. Kate desce de seu colo e vai até o pai e dá um pulo e Chris a pega no colo na mesma hora e sorri pra ela. Axel vai até a mãe e dá um abraço nela, ele já estava com seus 12 anos de idade e era a cópia fiel do pai. Até mesmo o jeito malandro e a tendência ao furto, ele tinha. Clarisse já teve que ir várias vezes na escola do rapaz por causa disso.

– Parabéns, mãe- ele diz pra Clarisse. Já faziam 2 anos que ele havia parado de chamá-la de mamãe, dizendo que isso era coisa pra crianças.

– Obrigada, meu filho lindo- ela diz apertando a bochecha do rapaz e também o enchendo de beijos assim como fez com a Kate.

– Peraí...eu não ganho beijo não?- pergunta Chris vindo em direção à esposa

– Hum...vejam só crianças, como o papai está manhoso hoje- ela diz abraçando o marido e depositando um selinho nos lábios dele

– Eca- disse Kate- Como é que vocês podem encostar na boca um do outro. Isso é nojento- a pequena completa e seu irmão começa a rir. Ele já começava a entender um pouco sobre namoro e paquera.

– Eu fico feliz que você pense assim, querida- diz Chris pra ela e recebendo um tapa de Clarisse- Ai amor, doeu!- ele diz pra ela.

– É pra doer mesmo- ela diz

– Quem ta com fome? O papai fez pato com laranja- ele disse e todos se ajeitaram ao redor da mesa da cozinha

*******************************************

– Uau.hoje foi pesado- disse Clarisse se deitando na cama

– Aquele tal de Guilherme outra vez?- pergunta Chris

– Oh praga! Ele só ta lá na empresa até hoje porque é afilhado da minha mãe e foi um pedido dela- diz Clarisse

– Eu não gosto nada desse sujeito- diz Chris

– Nem eu. Mas eu vou continuar dando corda. Ele vai se enforcar mesmo - ela diz pra ele sorrindo. Chris se aproxima lentamente de Clarisse e a beija

– Chris, eu tenho que te contar um negócio- ela diz pra ele

– Você conta depois- ele diz deitando em cima dela e a beijando

– Tem certeza, não quer saber agora?- ela pergunta

– Eu já sei o que vai me falar- ele diz

– O que?- ela pergunta- Como sabe o que eu vou te falar?- ela pergunta e ele fica parado como se tivesse dito alguma bobagem

– Eu achei isso hoje de manha no banheiro- ele diz pegando de dentro do criadinho mudo, um palitinho rosa, onde havia duas fitas azuis- Nós vamos ter outro filho não é?- ele diz sorrindo.

Clarisse ainda não conseguia entender como é que ela ainda tentava esconder as coisas de Chris, ela sabe que quando ela vai com a farinha, o bolo já está pronto

– É sim. Nós vamos. O que você acha?- ela pergunta

– Eu acho que esse é o melhor dia das mães que você poderia ter nesse mundo. Eu te dei um filho- ele diz sorrindo

– Palhaço- ela diz pra ele

– Mas é verdade, nesse ano, eu te dei um filho meu amor. Quer presente melhor que esse?- ele pergunta se levantando da cama e deixando Clarisse confusa- É claro que, se eu tivesse sabido antes que você estava grávida, eu não teria ido ao Harry Winstow e não teria comprado essa jóia para você- ele diz voltando para a cama e entregando para ela, uma caixinha de veludo vermelha. Clarisse arregala os olhos para ele.

– Mas Chris...- ela tentou dizer

– Mas nada. Você merece. Trabalha como uma louca, eu trabalho com um louco.Temos dinheiro de sobra. Vamos gastar um pouquinho- ele diz. Chris havia se tornado um excelente advogado e sua firma estava crescendo mais a cada dia.

– Ta bom- ela diz abrindo a caixinha e dando de cara com um colar que tinham dois pingentes, uma menina e um menino- Axel e Kate- ela diz

– Adicionaremos mais um quando o outro ou outra chegar- ele diz dando um beijo na barriga dela.Coisa que quase a fez chorar.

– Coloca em mim por favor?- ela pede a ele virando de costas e ele coloca o colar nela. Quando termina, ele dá um beijo na nuca dela - Que venha o próximo dia das mães- ele diz. Ela vira de volta para ele e os dois se beijam

– Que venha!- disse Clarisse

Fim


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Dia das Mães de Clarisse La Rue" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.