Kuroshitsuji & Jack Sparrow versus Slender escrita por Skydreamer


Capítulo 3
Onde está meu capitão?


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, tive vários contratempos, mas finalmente consegui concluir outro capítulo. Também peço desculpa por eventuais erros e agradeço a sugestão, ela foi levada em consideração.



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Assim que Sebastian tornou a ficar ereto, seus olhos procuraram pela entidade, mas não encontraram ninguém naquela direção. De imediato, vasculhou onde estava a garota, mas não a encontrou, pelo menos não ali. E por último, seu jovem mestre, mas não encontrou apenas ele, pois prestes a lhe arrancar a cabeça com uma boca horrivelmente aberta e dentes pontiagudos, estava à garota. O mordomo levou apenas um segundo para checar toda a situação e mais cinquenta centésimos para lançar, magistralmente com sua mão esquerda, facas de mesa na direção do pequeno monstro, que facilmente foi acertado e caiu chão, berrando e se contorcendo. Em seguida, caminhando com seu jeito impecável e galante, Sebastian tomou Ciel em seus braços e ambos se encararam.

–Seu corpo está frio, jovem mestre. Peço permissão para agasalhá-lo com minha sobrecasaca, na ausência de um traje à sua altura.

–Deveria ser mais cuidadoso ao invés de deixar que a situação chegue ao ponto de me emprestar suas roupas. – retrucou com rispidez, desviando o olhar.

–Perdão. – mas não parecia realmente arrependido e logo em seguida, repousando o corpo do garoto num galho grosso e razoavelmente baixo de uma árvore, ele o agasalhou devidamente e expondo seu sorriso diabólico, concluiu – Se aqueça, enquanto eu cuido de tudo.

O mordomo negro ficou de pé e encarou friamente a garota que se contorcia no chão, sangrando, tendo as facas lhe atravessado o pescoço e ainda presas nele.

–Sua alma foi profanada. Não há fé. Uma vez tendo rejeitado isso, é impossível atravessar os portões do paraíso.

E dessa vez, com a mão direita, Sebastian armou-se entre os dedos com mais facas como aquelas que outrora havia utilizado. Ele pulou alto, mais do que um humano normal poderia fazer e em pleno ar lançou suas armas na direção da garota caída, mas estas não chegaram a atingi-la, foram bloqueadas por algo invisível ao olho azul de Ciel, no entanto...

–Quanta perspicácia, Slender. – admitiu assim que suavemente recolocou seus sapatos perfeitos no chão de folhas secas.

–Demônio... – uma voz absolutamente rouca ecoou pela floresta e foi o suficiente para causar arrepios no conde, que cerrou os dentes e vasculhou em todas as direções na tentativa de ver quem era.

–Meu jovem mestre é meu jovem mestre. E para protegê-lo, é melhor que saiba, não pouparei esforços.

–Nunca olhe para trás... – sussurrou a mesma voz rouca e nesse instante Sebastian cerrou o olhar.

Enquanto isso, não muito longe dali, Gibbs andava sozinho por uma trilha escura, seguindo na direção de uma construção abandonada que recebia diretamente a luz da lua. Sentia um aperto no peito, estava angustiado e trêmulo, pois seu companheiro não estava ao seu lado e nem sequer havia indícios de uma única presença humana ao redor.

–Jack! – tentou com a voz elevada e as mãos ao redor dos lábios secos, porém só ouviu o silêncio.

Quando finalmente chegou até a construção, percebeu que dificilmente encontraria um teto ali. As paredes estavam bastante deterioradas, as janelas em pedaços e o chão repleto de folhas secas, sem falar que tudo o que era feito de ferro, como por exemplo a base de sustento da caixa d’água, estava enferrujado.

–Onde se meteu, Jack? – questionou-se e desanimado olhou para trás.

Havia alguém ali e pelo visto não era o capitão, já que os olhos de Gibbs se arregalaram daquela maneira. Um sujeito de terno, corpo longo e magricela, braços também muito cumpridos e o mais estranho de tudo, haviam seis, quatro que partiam de suas costas e se mexiam como algas. O velho homem sacou sua arma e tentou um disparo, porém nenhuma bala saiu e após tal fracasso, só lhe restou correr, desajeitado, tropeçando nas pedras pelo chão, desesperado e gritando.

Sebastian desaparecia a todo instante nas sombras, juntamente com Slender e se escutava apenas o vento. Ciel, que já conseguia se mover um pouco melhor, inclinou-se para ver de perto a garota caída e imóvel. Havia um anel que brilhava em sua mão podre e tal objeto chamou a atenção do conde que imaginou se poderia obter alguma pista através daquilo, logo não hesitou em se aproximar mais da garota, ainda que estivesse incomodado com o mau cheiro.

–Não faço ideia de como ficou assim, mas é certo que o responsável é aquele ser que Sebastian chama de Slender.

A pequena mão do garoto logo alcançou a mão da garota e sem delongas tentou tirar de seu dedo o anel, porém a criatura reagiu segurando-lhe pelo pulso e puxando-o para perto, muito perto. Ciel viu à centímetros os olhos secos e sem vida dela, encararem-no de uma maneira extremamente desagradável e assustadora, foi quando se arrependeu de não ter sido mais cauteloso com sua curiosidade. Ela gritou ameaçadoramente sobre ele, que sentiu seus tímpanos tremerem, parecia que estavam prestes a se romper com tamanho barulho, sem falar na força que possuía, já estava machucando seu pulso.

–Me solta, maldito monstro! – vociferou enquanto desferia chutes nela, porém suas pernas ainda não estavam fortes o bastante para que surtisse qualquer efeito.

–Não vai tomar de mim! – berrou monstruosamente, seus olhos esbugalhando-se e várias veias se apossando do seu rosto realmente muito pálido.

Sebastian apareceu, mas para a surpresa do conde, não estava em boas condições. Parecia abatido, ainda que não sangrasse, nem tivesse qualquer ferimento aparente, o que era realmente estranho.

–Jovem mestre! – até sua voz estava sem a força necessária.

–O que deu em você? Que infernos acontecem aqui? – esbravejou Ciel, desferindo chutes cada vez mais fortes na garota, porém numa dessas, ela abocanhou sua perna e os dentes facilmente perfuraram-lhe a carne, o sangramento foi imediato e a dor, incomensurável.

–Jovem mestre! – preocupou-se o mordomo, tentando chegar, ainda que cambaleando, até o garoto, porém outra pessoa chegou primeiro.

Um desesperado Gibbs que veio correndo dentre as árvores, acabara de, inconscientemente, livrar Ciel da garota, quando pisou em sua cabeça com força o bastante para rachar-lhe o crânio, ainda que a pele não cedesse. Quando o velho homem se deu conta do que havia feito, ficou ainda mais desesperado e começou a se aproximar daquela que ele pensou ser uma vítima.

–Me desculpe! Eu sou um desajeitado mesmo, deixe-me ajudar.

–Não, senhor Gibbs! – interrompeu Sebastian, cerrando os dentes, nada satisfeito pela situação em si – Tire o jovem mestre de perto dela. Trata-se de alguém cuja alma está suja e cada vez mais vazia.

–C-certo!

Gibbs segurou Ciel e o jogou em suas costas largas, porém o garoto não parava de olhar para o demônio abatido, ainda que a dor em sua perna o atormentasse, pois incrédulo com tamanha impotência, algo realmente inacreditável.

–Sebastian...

–Slender é o único humano que conseguiu se tornar anjo – começou, já com a voz mais firme – Porém, seu coração foi corrompido por uma criança cuja maldade ultrapassava a de um adulto. Então, como punição, ele perdeu seu rosto para não mais ver, nem falar e voltou a forma humana com ainda outra alteração. Braços, ao invés de asas, o que torna Slender algo pior do que um demônio. Um meio termo. Um mestiço enlouquecido, mas poderoso o bastante para enfraquecer diversos seres...

–Então aquele que vi agora a pouco é ele. E você, o que é?... – iniciou-se Gibbs, que facilmente acreditou em tudo aquilo, ao contrário do que provavelmente faria seu amigo.

–Sou apenas um mordomo e tanto. – sorriu Sebastian – O problema é que ele está atrás da atual criança viva que aparente mais maldade possível.

Ciel cerrou o olhar e também os dentes ao receber aquela olhada repleta de insinuações do seu mordomo.

–Me deixe descer!

E Gibbs o atendeu, ainda que estivesse preocupado com o ferimento na perna do garoto.

–Esse tal Slender está atrás de mim?

–Sim, jovem mestre.

Ciel sorriu pretensiosamente e Gibbs o olhou com estranheza, era informação demais para a sua cabeça, concordaria o amigo se estivesse ali.

–O que acontece se ele me pegar? E se eu te der uma ordem para eliminá-lo? – estava se divertindo com aquilo, o gostinho ficou ainda melhor com a expressão fria do mordomo.

–Vivo para servir meu jovem mestre. – pareceu um pouco ríspido.

Enquanto isso, do outro lado da floresta, perto de uma cachoeira, um homem estava tentando não cair, pendurado com apenas um braço num galho que antecedia em poucos centímetros a queda d’água.

–Acho que estou com um problema do tamanho do Pérola. Isso é que dá correr sem olhar o caminho. Tomara que aquela coisa não apareça aqui, é muito feio – então levou o indicador da mão livre até o queixo, raciocinando – Apesar de que se não existe rosto, não há como ser feio, ou há?

__

–E sei como vencê-lo... – afirmou Sebastian, realmente convencido do que acabara de dizer.

__

–Não vai ser fácil chegar lá em cima, mas será melhor eu me apressar, revezar os braços não vai funcionar por muito tempo.

__

–Slender é um ser que está preso e condenado pela eternidade. Logo seu principal meio de agir é prender e condenar quem estiver próximo. Mas o que aconteceria se um de seus oponentes fosse alguém cuja alma não é propícia a prisões? Alguém... Livre?

__

–Aquele moleque mimado bem que poderia aparecer com uma corda. Se bem que de nada adiantaria, não teria força para me puxar. Ah, Gibbs, isso com certeza eu jamais esquecerei.

No entanto, quando Jack Sparrow colocou as mãos na beirada e estava prestes a voltar pro chão, em frente aos seus olhos estavam um par de sapatos, o qual ele foi acompanhando com o olhar até se dar conta que o melhor seria pular, então o fez e seu grito durante a queda ecoou tão longe que Sebastian pôde ouvi-lo... E com satisfação sorriu.


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