JULIE

Passaram-se seis anos desde o incidente com Vanko, mas agora ele era passado, porém certas coisas eu nunca esqueceria. Eu, uma simples menina filha de uma enfermeira do Texas descobri ser filha do grande Homem de Ferro, viajei na garupa de uma picape para conhecer ele, menti sobre minha identidade, revelei a ele ser sua filha de um antigo relacionamento, construí uma armadura e passei a me chamar de Lady de Ferro, quase perdi a vida e no final tenho um final feliz e...É quase isso ai.

Um mês antes de aquelas férias terminarem eu tinha tomado à decisão de ficar com meu pai. Minha mãe ficou um pouco triste no inicio, mas logo entendeu minha decisão só que eu passaria os fins de semana com ela, pois ela se mudou para Los Angeles com Marc naquele mesmo ano e a cidade fica à uma hora daqui de Malibu. Lembram-se do Marc, seu namorado? Pois então, nos fins de semana que eu passava com ele e minha mãe eu descobri que ele é americano natural de Nova Iorque e na época estava dando aula de inglês em Monterrey, a cidade natural da minha mãe, e onde eles se conheceram e parece que foi amor à primeira vista e minha mãe resolveu dar mais uma chance para um novo relacionamento.

Minha mãe é mexicana, mas eu nasci e cresci nos Estados Unidos. Marc e Louise hoje são casados e minha mãe continua com a profissão de enfermeira, Marc agora é professor de espanhol no colegial. Eu tenho agora um irmão mais novo de quatro anos de idade, o John, e o sobrenome da minha mãe agora é Campbell. E o Brad... Bem eu não sei, pois a ultima vez que o vi foi no aeroporto e depois disso nunca mais tive noticia dele o que no fundo me deixava muito triste, pois ele me abandonou e nunca deixou rastros e eu até tentei ligar para ele só que assim que consegui ligar para a casa dele descobri que havia outra pessoa morando lá e que o Brad havia se mudado, eu sentia falta até daquela pirralha chata da Molly. Como será que ele deve estar? Isso não me importa, se ele não quer saber de mim eu é que não quero saber dele... Eu acho.

— É isso ai. – Eu fecho meu antigo diário e o guardo dentro da caixa. – Coisas nostálgicas é um belo nome a se dar para esta caixa. – Hoje, sexta feira a noite, seria minha formatura do colegial e eu estava terminando de arrumar minhas coisas, pois amanhã eu iria viajar para Nova Iorque por causa de um projeto da Pepper que meu pai insistia em dizer que 85% era dele e de lá eu iria para Nova Jersey que fica à uma hora da Grande Maça ingressar na universidade de Princeton por causa de um programa de calouros em que você conhece melhor a universidade e seus programas, e eu iria seguir carreira para me tornar uma grande cientista e física e futuramente comandar as indústrias Stark se bem que eu nem sei mais se é isso que eu quero, pois eu ainda lembro-me daquele pedido que aquele cara de tapa olho... Quer dizer Nick Fury e de ingressar na SHIELD, porém meu pai nunca deixaria, tanto que ele nunca mais me deixou usar a armadura da Lady de Ferro e nem queria que eu pensasse na ideia de ser a Lady de Ferro de novo então é melhor eu ficar com a cientista e física mesmo.

— Julie, sua mãe chegou. – Quando eu me virei vi Pepper encostada na porta. – E ela trouxe seu irmão.

— Julie!- Nem deu tempo de falar, pois meu irmãozinho correu para o meu colo. Ele se fazia de santo agora que minha mãe estava por perto, mas depois ele se torna um capetinha.

— John você cresceu... E aumentou uns quilinhos também. – Eu estava quase para deixá-lo cair. John tinha os cabelos castanhos e lisos da minha mãe, mas seus olhos eram azuis como o do Marc só que sua pele pertencia à parte latina da família.

— Minha princesa. – Minha mãe apareceu sorridente com um vestido amarelo solto que ia até o joelho e seu cabelo preso a um coque. – Muchas Gracias por nos deixar entrar Pepper. – Pepper sorriu e logo se retirou. Eu vi que o corpo da minha mãe e o da Pepper eram iguais só que minha mãe era baixinha e Pepper alta. Papai disse uma vez que tinha queda por ruivas e morenas e meu pai não era burro nem nisso, pois as duas dariam belas modelos. Era estranho Pepper se dar bem com uma ex-namorada de Tony Stark. Sobre minha mãe ser baixinha foi dela que eu herdei minha altura e com doze anos eu tinha 1.61 e depois de seis anos hoje eu tenho... 1.65. Continuo baixinha, ninguém merece, mas praticar caminhadas ajudou meu corpo a se desenvolver bem.

— Mãe, eu achava que só iria ver a senhora a noite. – Eu coloco John na minha cama e ele se joga nela. Era um colchão suíço magnifico que parecia ter sido feito por anjos às vezes, ou melhor, todo o dia eu me jogava nele.

— Achava mesmo que eu ia me atrasar neste dia tão especial, meu amor? – Ela com os dois braços estendidos ao invés de me abraçar me apertou bem forte

— Mãe, a senhora esta me amassando. – Eu me fingi de morta, mas não resolveu muito.

— Aproveita, pois no dia do seu casamento vai ser pior. – Louise sussurra em meu ouvido.

— Eu ouvi casamento? – Eu tomei um susto, pois agora era meu pai do lado de fora da porta. – Julie só poderá pensar em ter contato com os garotos depois da pós em Harvard e doutorado em Oxford e isso se eu estiver vivo para permitir isso – Assim que minha mãe ouviu isso ela me soltou, fez uma cara daquelas e se virou e fechou a porta na cara de Tony.

— Ai meu nariz. – Eu ao invés de sentir pena do papai eu ri. – Você não mudou nada nesses anos hein, Louise.

— E você continua o mesmo de sempre, agora sai daqui, mas que saco. – Depois eu não o ouvi mais e mamãe olhou para mim e eu fiz uma careta feia para ela. – Eu concordei no tribunal que iriamos dividir você, não que seríamos amigos.

— Madre, vai me ajudar com maquiagem, ou vou ter que fazer isso sozinha? – Eu levanto da cama e até falo espanhol e quando eu falo espanhol é por que a coisa é séria. – Dios Mio, já chegou brigando.

— Pare de drama e se sente logo para eu lhe maquiar– Louise Campbell me conhecia mesmo. Eu já estava com o cabelo pronto só que eu era péssima em maquiagem só sabia passar um batom e olhe lá.

— E ele vai ficar me olhando quando eu me trocar? – Quando eu aponto para John ele nem estava prestando atenção em mim e sim brincando com o vídeo game portátil dele. – Vamos para o meu banheiro?

— Isso ai. – Minha mãe concorda e assim começa o processo Julie avante para a formatura. John era gente boa, mas tinha horas em que não era muito de confiança.

—----------------------------------------------

Logo ali embaixo, Tony saía da cozinha com uma bolsa de gel em seu nariz e se senta no sofá ao lado de Marc. Marc era um homem educado e bom e estava limpando seus óculos e seus cabelos loiros estavam bem arrumados.

— Ah, tudo bem Tony? – Marc estende a mão para Tony que fingia estar gostando da situação.

— Tudo... Campbell. – Tony coloca de volta a mão em sua bolsa de gel logo.

— O que houve com seu nariz? – Tony ficou envergonhado e zangado ao mesmo tempo.

— Eu levei uma pancada na porta. – Marc dá um fraco riso.

— Precisa de óculos? – Era apenas uma brincadeira inocente para Marc, mas Tony não gostou, pois mesmo sendo muito apaixonado por Pepper ficava enciumado em saber que um simples professor tenha conseguido ficar com Louise. Tony sendo Tony.

— Eu estou bem. – Ele se levanta e sobe para seu quarto onde encontra Pepper colocando um par de brincos.

— Tony, o que houve com seu nariz? – Pepper viu assustada pelo espelho.

— Louise e porta aberta, preciso explicar? – Pepper sorriu e voltou ao que fazia.

— Quem mandou provocá-la? – A ruiva sabia muito bem que Louise era doce até que a provocassem e quando Pepper olhou para as roupas de Tony engoliu seco, pois estavam todas amarrotadas já que ele ficou o dia todo na oficina. – Tony, ainda não se arrumou?

— O que foi? – Tony olhou para Pepper. – A formatura dela é só de noite.

— Até o Marc já está arrumado. – Pepper olhou para o relógio que marcava exatamente 15h00min. – A festa é à noite, mas a festa é só para os jovens e a cerimônia é em uma hora.

— Droga. – Tony olha para o relógio e vai direto para o banheiro. Pepper bate com a mão na testa e resolve já ir separando o terno dele para que ele não se atrasasse mais.

No outro quarto não demorou muito para Louise terminar de maquiar sua filha e ela trocar de sua simples roupa para um bonito vestido azul. Julie estava pronta.

— Eu li em um livro que diz que azul é uma cor de muita sorte. – Julie menciona se olhando no espelho. Azul também era a cor favorita de Brad, mas isso era algo que ela queria esquecer afinal ela nem sabia por que estava pensando nele.

— Essa noite é sua, lembre-se disso minha princesa. – E era mesmo, pois além de já ter sido eleita a rainha do baile de acordo com a comissão ela iria ser a que daria o discurso de formatura. A herdeira Stark não estava nervosa, a única coisa que a deixava nervosa era seu pai e ela tinha seus motivos.

— Onde aprendeu a maquiar assim, Madre? – A adolescente pergunta.

— Antes de fazer o curso de enfermagem eu para pagar o curso trabalhava como maquiadora e também garçonete em um salão em Nova Iorque e parece que eu ainda levo jeito. – Mãe e filha sorriem uma para outra. – E esse colar?

— Papai me deu no meu aniversário de doze anos. – Era o colar da corujinha. – Coruja é um símbolo de sabedoria.

— Sabia que eu queria colocar seu nome de Sophia, pois significa sabedoria? – Louise comenta. – Só que mesmo na época eu estando completamente irritada com Tony ele me disse uma vez quando namorávamos que ele sempre gostou do nome Julieta e apenas o americanizei para Juliet e Thalia era o nome de minha avó que criou meu pai sozinha. – A latina sorri.

— Mãe, vamos descer logo, pois falta meia hora para iniciar a cerimônia. – A ex Lady de Ferro se levanta e junto com sua mãe desce.

— Nossa, você está linda Julie. – Marc tira uma foto da enteada. – Esta vai para a mesa da sua mãe. Agora tire uma foto com John. – Julie nem faz muito esforço para ficar da altura do John e assim e durante a foto seu irmão faz um chifre nela. – John, ora essa. – John corre para pular no sofá e Marc vai atrás dele.

— Está muito linda, Julie. – Pepper fala também com uma câmera.

— E onde está meu pai? – A jovem olha para a sala toda e nenhum vestígio de Tony.

— Com certeza perdendo tempo. – Louise desce tranquilamente logo atrás e nem Pepper podia discordar.

— Venha cá meu amor. – Pepper estende a mão para Julie e a mesma pega. As duas vão andando para a cozinha onde Julie aproveita para tomar um copo de água.

— O que aconteceu com meu pai? – Julie pergunta.

— Julie você vai para a formatura com sua mãe, pois eu vou ter que ficar aqui, pois sem querer Tony teve um pequeno probleminha com uma das armaduras que teve um descontrole e ele esta lá na oficina ajeitando o problema. – Pepper temia a resposta, contudo Julie apenas suspira com tristeza.

— Pepper, essa não é a primeira vez que esses probleminhas envolvendo o papai ocorrem. – Pepper até ficava com o coração tocado, pois Julie sempre tratava Tony como um verdadeiro pai e nunca como o grande Homem de ferro. A menina diversas vezes ainda lembrava aquela criança de 12 anos que amava e ainda ama usar botas

— Ah nem é tão grave assim. – A ruiva tenta amenizar a situação e Julie arregala os olhos.

— Vejamos Pepper, quando eu tinha 13 anos ele faltou na cerimônia do dia dos pais, com 14 anos na feira de ciências ele apareceu como Homem de Ferro quando iam me entregar à medalha por eu ter feito um raio encolhedor e a atração passou a ser ele, na minha festa de 15 anos ele faltou por causa da armadura e eu tive que dançar com o Marc, aos 16 anos quando eu retornei com minhas amigas depois de ter realizado meu sonho de ir a Grécia ele se esqueceu de me buscar no aeroporto e nem se lembrou de mandar alguém e eu tive que dormir lá e no final quem foi me buscar foi você. – Julie fala as falhas de Tony para com ela e no final respira fundo. – E sabe qual a pior delas? – A jovem bate forte o copo na mesa. – Eu passei 11 anos da minha vida sem pai e às vezes Tony Stark esquece que é pai, mas lembra que é o Homem de Ferro – Julie depois sai da cozinha e encontra Marc abraçando John e no fundo fica imaginando ela quando era bebe e Tony abraçando ela. Como ela queria que isso pudesse ter acontecido. Não que Tony fosse um péssimo pai, havia suas horas perfeitas sim, mas muitas vezes ele agia por impulso e se esquecia de Julie. – Podemos ir logo? – A mini Stark pergunta.

— Não ia com seu pai? – Marc pergunta.

— Ele vai com a Pepper logo em seguida. - Louise resolveu não dizer nada e apenas confirmou com a cabeça.

— Sim, vamos logo. – E assim saíram da sala e foram direto para o carro. Julie só torcia para que nada de errado acontecesse.