-Matsumoto Takanori desu, e você é... – Sorri, quem iria imaginar que no meio daquele monte de gente, uma cara tão lindo quanto ele ia querer me conhecer, me conhecer! Eu fazia algum esforço pra ouvir o que ele dizia, a musica da festa era bem alta, com certeza eu iria estar com uma baita dor de cabeça no outro dia.

-Suzuki Akira desu, mas, onegai, me chame de Reita – Ele sorriu, aquele sorriso carregado de luxuria e desejos em cima de mim. Sim, ele era realmente tentador, seus cabelos loiros, seu corpo esguio, sua voz rouca, e aquela faixa, por kami, que homem era aquele?!

-Hmmm... Reita me chame de Ruki então...

-Ruki? Hai... Pos bem Ruki, você tem noção do quão bonito você é? – O sorriso travesso em seus lábios, ele se aproximou mais de mim, chegando perigosamente perto.

-Iie... E o senhor, tem noção do efeito de suas palavras em mim Reita? – Ta, eu praticamente gemi o seu nome, mas fazia parte do jogo... Ele pos a mão na minha cintura e me puxou pra mais perto.

-Não provoca se não vai querer... – Ele disse, indo morder o lóbulo da minha orelha.

-Eu tenho muita noção do que eu estou fazendo baby... – Inconscientemente eu mordi o meu lábio inferior, o que ele deve ter deduzido ter sido um ato de provocação. Não foi bem a intenção, mas eu amei o resultado...

-Isso é bom... Isso é ótimo Takanori... – Ele levou seus lábios aos meus, tomando-os com desejo e prontamente sendo correspondido.

Suas mãos eram fortes e apertavam meu corpo contra o seu, sua boca era de um gosto indescritível, e sua língua explorava cada centímetro da minha boca. E eu não deixava por menos, mantinha minha mão em sua nuca, aprofundado aquele beijo tão delicioso. Porém mais uma vez ele invadiu minha cabeça, e foi quando eu percebi que não era ele que eu queria beijar, não era ele que eu queria abraçar, não era pra ele que meu coração batia, e também não era por ele que meu coração falhava. Eu amo o Saga, o meu Saga. Ele vai ser meu independente de Shinji por ai, por que eu posso não ter ele fisicamente, mas nos meus sonhos ele vai ficar sempre comigo...

Tentando ao máximo não ser tão mal-educado, eu me afastei do Reita, dizendo algo como ‘eu vou no banheiro’ ou alguma coisa do tipo, nem eu prestei atenção no que disse. Corri até o banheiro, me jogando em qualquer um dos milhares de boxes sujos e nojentos dali. Deixei que as lágrimas rolassem sobre o meu rosto, por mais que eu quisesse, esquecer dele estava total e completamente fora de cogitação, meu coração não deixava, por mais que eu tentasse com vários outros, toda vez que eu os beijava, na minha cabeça era ele que eu beijava, era o seu cabelo lindo e  castanho que eu puxava, eram seus olhos mel que eu olhava.... Senti o celular vibrar no bolso da minha calça dourada, puxei sem vontade alguma ao ouvido.

-Moshi moshi...

-Ru...? – Era a voz dele,  eu só podia esta ficando louco..!

-Sa-sa-saga?

-Eu chibi... Eu queria muito falar contigo sabe... Onde ‘cê ta?

-Eu to naquela boate nova que inaugurou a dois quarteirões de casa...

-Etto... Eu vou ai te buscar...

Desligou na minha cara, normalmente eu jogaria o celular na parede e faria um escândalo, temperamento instável é foda, mas não, eu estava emocionado e chocado de mais para ter qualquer reação, apenas fiquei parado ali, rijo, simplesmente boquiaberto. Depois de uns quinze minutos o celular tocou novamente, me fazendo despertar da minha espécie de ‘transe’. Era uma mensagem dele.

“Ru-chan, eu estou aqui na frente, vem logo onegai... Saga.”

Praticamente corri do box até a porta, ignorando todos os olhares curiosos e fugindo do campo de visão do Reita, o que não era tão difícil assim se tratando de mim... Cheguei na porta, e lá estava ele, a blusa vermelha e preta, um casaco vermelho por cima, a calça preta, estava... Incrível...

-Chibi... – Ele sorriu, aquele sorriso lindo dele e me estendeu a mão. Era um convite para acompanhá-lo. Devo assumir que parei e pensei um pouco, mas nada que durasse mais que dez segundos, então peguei sua mão com o maior sorriso possível de se dar. Ele estendeu a outra mão e colocou uma mexa loira do meu cabelo para trás da orelha, e então me disse, seus olhos marejando – Eu terminei com o Shinji... Terminei com ele pra ficar contigo Ru... Só contigo...

-Terminou? – Eu bem que tentei, mas a emoção que eu expelia era quase palpável.

-Aham... – Ele abaixou a cabeça, e quando a levantou de volta lá estavam as lágrimas, mas seu sorriso ainda estava ali, agora maior ainda – Namora comigo Chibi?

-De novo? – Sorri ainda mais, aquele com certeza era o melhor dia da minha vida.

-É, de novo... – Ele riu baixinho, corando um pouco.

-Hai hai! Com toda certeza do mundo! – Eu o abracei, e ele me abraçou de volta, era como se nós passássemos um para o outro a alegria que aquele sim nos havia dado.

-Aishiteru chibi... – Ele disse baixinho no meu ouvido, sua voz embargada pelo choro, e eu respondi com a minha igualmente embargada.

-Aishiterumo Saga... Pra sempre... – Ele apertou o nosso abraço, me fazendo sorrir.

-Vem pra casa chibi? A gente tem que comemorar esse ‘sim’... E eu sei que você ta quase morrendo sem o Sagão aqui... – Ele disse rindo alto da própria piada, apenas acenei positivamente com a cabeça e nós entramos no carro dele. Ele era novamente meu, e eu era novamente dele, e agora é pra sempre...