The New Continent escrita por Weezzi


Capítulo 7
Capítulo 6 – Limites Selvagens.


Notas iniciais do capítulo

Olá turminha da pesada (Nossa que ruim) Enfim ta aí mais um capítulo. Peço que mesmo com a demora que continuem acompanhando. E isso ai divirtam-se.



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Will

04 Fevereiro, 2200, 11:25.

Cansado de sofrer, aquele era o meu fim. A cronologia temporal passou a não avançar, levando os últimos segundos que me restara. Aqueles olhos sombrios e instigantes que flamejavam o ódio. A boca gerava indícios formidáveis de satisfação somente pelo cheiro de medo que carregava em meu semblante. A pele suava fria, transpirando incessantemente, junto às tremedeiras. A enorme criatura estirou o pescoço para o alto e cravou uma de suas garras sobre os ombros e começou a esbravejar sons de animais felinos e um tom áspero e rouco.

O sangue começou a aparentar perante a manga de camisa e enlouquecida a fera parte em ataque, fechei os olhos apressadamente e permaneci imóvel. Um marejar de sangue surgiu sobre o rosto, derramando-se entre as bochechas, o cheiro da carnificina permeava o local. Há esta hora, metade do rosto deveria estar dilacerado, fazendo parte de uma cadeia alimentar. Em seguida sentira os membros do assassino posicionando-se sobre a minha barriga e logo o seu enorme corpo pesado decair sobre mim. Não sentira, mas nada.

Tomado pelo pânico e a curiosidade, após longos segundos as pálpebras abriram-se devagar com certa dificuldade e por um instante o corpo parara de tremer. Quando tive o real reconhecimento da situação. Presenciei o animal ensanguentado por uma lança que recortara sua face em norte e sul. Os olhos esbugalhados para fora, e os órgão vitais atirados por todo o chão.

Emperrei o corpo morto para longe e me arrastei para trás. O peito arfava e o estomago era revirado, causando-me náuseas. Olhei diretamente para a lança que pendia o crânio, onde era formada de um galho forte com pontas de pedras afiadas, enrolada em pequenos barbantes. Depois retornei a olhar ao redor procurando o atirador e assim o encontrei em cima de uma rocha coberta de musgos, Estava com um casaco negro encapuzado que cobrira seu rosto e calças brancas surradas.

— Ei, você ai o que está fazendo? – Gritei, pondo as mãos sobre os olhos, tentando enxergar o com mais nitidez.

— Salvando a sua vida – respondeu em uma voz grave e indiferente – Não vai me agradecer?

— Obrigado, mas porque fez isso? Você nem me conhece. – Perguntei sem o menor sentido.

— Você esta disposto a desprezar a vida de qualquer ser humano somente por não conhecê-lo, tendo a oportunidade de ajudar. – disse o altivo.

— Não é bem isso que eu quis dizer, mas achei que as pessoas aqui quisessem passar uma por cima das outras, me entende? – indaguei, levantando-me vagarosamente.

— Você possui uma visão muito limitada sobre a realidade, não pode julgar um por uma maioria. Mas realmente eu poderia te deixar morrer, entretanto isto não faz parte da minha ética.

— Mas isto faz parte do que eles querem que nós façamos.

— Eles quem? Do que você esta falando?

Um despertar lógico fluiu velozmente do cérebro. Era provável a possibilidade de que ele não soubesse do objetivo do CAIG e esta era a maneira de testar a teoria de Steve. Agindo de maneira sutil formulei uma reposta imediata.

— As outras pessoas que estão no continente?

— Como pode ter certeza da existência de outros? – Disse com um olhar interessado.

— Pelo fato de você não ter sido meu primeiro encontro humano por aqui. Afinal, poderia-me dizer sua nacionalidade? – Falei de forma direta.

— Porque o interesse, você era algum tipo de jornalista da escola? – Pronunciou desdenhoso.

— Me perdoe, Will Hendson, não é nada disso apenas curiosidade. Tudo bem, qual o seu nome?

— Você não precisa saber meu nome, mas foi bom te conhecer Will, agora eu tenho que ir até a próxima. – Disse virando-se para trás para deixar o local.

— Ei, perai que tipo de herói é você? Afinal para onde está indo? – Disse alterando a voz.

— Nem pense em me seguir, ou será o próximo a ter a cabeça cortada. – Disse virando apenas o pescoço. – Não sou nenhum tipo de herói, somente fiz o que achei certo. Agora vá continuar a viver sua vida e não se meta em encrencas.

— Agora eu vou ter que receber conselhos de um estranho. Que se acha melhor que os outros. – Pronunciara indignado.

— Você é bem imponente garoto e para de reclamar. Eu não lhe devo satisfação alguma. Afinal acho que essa mochila não combina muito com o seu perfil. Adeus apenas sobreviva. – Disse, levantando uma das mão e sumindo do meu campo de visão.

— Ei, volta aqui, eu ainda não terminei e essa mochila não é minha. – falei sendo ignorado.

Desgraçado, pensei. Quem ele acha que é para por moral em alguém.

Estava exausto demais para tomar qualquer atitude. O que me trouxera mais revolta era o fato de que ele conseguira virar o jogo e estava a um passo a frente de mim. Desta vez Steve estava certo, deveria ser mais cauteloso. Olhei ao redor aquele desastroso lugar e oscilava em repulsa. Queria fugir dali o mais rápido possível, ajeitei a mochila nos ombros e as ferramentas chacoalharam. Parei um instante e retornei a olhar aquele cenário, estivera com muita fome e a carne daquele animal seria o suficiente para metade da semana. Mesmo com a ideia solta no ar, ainda sim as pernas tremiam em chegar perto da criatura falecida.

Lentamente fui me aproximando com um serrote nas mãos, retirado da mochila, cutucava o seu corpo com leves pontadas. Sentia-me um assassino por pensar no que estivera fazendo, mas aquilo tudo não fazia nada menos do que parte do natural, da sobrevivência. Pouco a pouco a coragem foi surgindo e comecei retirando sua pele inferior, seguidos de alguns órgãos que os jogava para longe, deixando apenas em carne e osso. Reparti os músculos em pedaços e separando das partes não identificáveis, um trabalho árduo e cansativo, já estava todo ensanguentado e com mau odor, ao final de tudo, espero que o gosto não seja tão ruim.

Antes de partir, recolhi galhos de diferentes tamanhos por perto e englobei toda a carne em uma trouxa feita com a minha própria blusa e os armazenei na mochila junto às ferramentas, tudo aquilo a deixou extremamente pesada. Caminhei algumas horas e no percurso, fui inundado por um som de água, os lábios ressecados almejava todo aquele líquido, correndo em direção ao barulho fui-me.

Cheguei a uma cachoeira natural paradisíaca, como num quadro, onde tudo ali fosse pintado por um artista famoso. As flores e folhas estavam em sintonia com o ambiente calmo e tranquilo. O som do atrito das águas sobre as pedras, uma magnitude nunca visto igual. Estava num efeito tão alucinógeno, que não notei um homem a beira da água a se banhar. O susto foi tão grande que eu caí literalmente para trás, me esborrachando no chão. Escondi-me entre os arbustos e batia na cabeça tentando esquecer o ocorrido.

Esperei que me acalmasse e entre as folha comecei a espionar. Olhei ao redor, fitando todos os cantos e tudo permanecia normal sem sinal algum de outra pessoa, levantei cautelosamente e nada. Tudo aquilo pareceu uma miragem, abri o zíper superior da mochila e peguei uma garrafa. Aproximei-me da água, me agachei e comecei a enchê-la do liquido. Quando cheia, fechei com a tampa e a guardei novamente na mochila. Pus as mãos na água e as levava sobre o rosto limpando-o, fazendo os mesmos movimentos para beber água, sugando-as.

Não queria mais ir embora, somente aproveitar aquele momento, que logo não existiria mais. Olhei o relógio que marcavam quatro e dez da tarde, já iria escurecer. Só foi olhar para o céu que vi os chuviscos armazenados da manha começar a cair. Virei-me para prosseguir e homem do banho agora com roupa, olhava para mim com um olhar enfurecido que agarrou um dos meus braços fortemente e me empurrou no chão:

— Ei, Fedelho, o que você ta fazendo aqui? Por um acaso gosta de ver as pessoas tomando banho seu pervertido desgraçado.

Não sabia como explicar que tudo aquilo fizera parte de um incidente. Os olhos arregalaram se e a voz não saía, mas seus olhos me diziam que não se importava com a resposta, que eu iria acabar sendo espancado ali mesmo sem a oportunidade de me defender. Será que eu teria a sorte de fugir de duas feras no mesmo dia?


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Comentem, compartilhe com os amigos e faça os lerem também. Bjs até.



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