The New Continent escrita por Weezzi


Capítulo 5
Capítulo 4 – Adeus da Solidão.


Notas iniciais do capítulo

Eai povo bonito, Antes de qualquer coisa este capítulo possui cena “pesadas”, nada que você nunca tenha visto na TV, só não quero reclamação depois, eu tentei deixar tudo mais implícito para não causar espanto. Em relação à demora, me desculpe fazer capítulos com um pouco mais de ação não são fáceis, e este povo não esta colaborando com comentários, já dei muito spoiler. Vai ler logo essa droga.



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Will

03 Fevereiro, 2200, 17:45.

Dominado pela tensão e a expectativa gerada através de um alerta de ajuda lá estava eu correndo desesperadamente em direção a uma voz. No momento era inundado por diversos pensamentos que não permitiam que estivesse em foco e apenas limitasse-me a um corpo sem alma em movimento, deixando parte da paisagem antiga para trás junto aos pequenos grãos de areia que se esvoaçavam a cada passo. Depois de percorrer alguns quilômetros, finalmente cheguei à origem de todo aquele mistério que matutava em minha mente.

Era uma cabana muito bem construída e bem maior do que a minha, era composta de madeira e não de galhos, sua estrutura havia uma base antes mesmo de tocar a areia e sua parte superior era coberta por muitas folhas de palmeiras ressecadas que formara o teto e para finalizar na sua entrada continha um pano surrado como se fosse uma pequena cortina para separar os dois ambientes.

Aproximei-me com cautela sem reproduzir nem um tipo de som, me esgueirando-se ao redor da cabana conseguia ouvir baixos gemidos oprimidos e uma voz grave fazendo chiados para que o outro se calasse. Não fazia a menor ideia de como me comportar diante da situação, um calafrio seguido de pensamentos pessimistas começara a surgir levando um pedaço da coragem que ainda restara.

Deparava-se com apenas duas alternativas, invadir a cabana e enfrentar o que tivesse de ser feito que presenciasse no ambiente interior ou deixar tudo para trás e ficar sem saber o que houvera ali, afinal nada daquilo me dissera respeito. Antes de qualquer decisão decidi ir um pouco à frente mesmo temendo não mais conseguir voltar atrás, ia em direção a cortina para poder observar o que havia lá dentro, no momento que virei em direção à entrada avistei uma mochila marrom na beira da madeira fincada ao chão.

A ideia surgiu de imediato, retirei-a donde estava e abri seu zíper superior, donde havia diversas ferramentas, tudo aquilo explicava a bela construção arquitetônica. Vasculhei tudo que havia dentro retirando item por item, quando encontrei um serrote extremamente afiado, agora estava armado para tudo que viesse a calhar. Portanto a insegurança ainda não dera carta branca para que estivesse totalmente confiante sobre tal decisão. Barulhos internos chocavam-se contra a madeira como se dois animais selvagens batalhassem lá dentro.

Talvez estivera esperando a hora certa para invadir, e de imediato a resposta veio de duas vozes que começara a berrar, assimilei tal informação como um sinal para que entrasse. Levantei-me depressa e adentrei ao local através dos panos sujos, quando tomado pela curiosidade meus olhos vêem uma cena que logo me causa nojo que em seguida se transforma em um ódio inconsequente.

A circunstância em relação ao ocorrido fez com que meus olhos saltassem para fora e uma tremedeira junto à palidez, tomasse o resto do corpo estático. Testemunhava uma das coisas mais horrendas e temíveis que a sanidade humana poderia alcançar.

Havia a presença de dois humanos sendo um deles uma garota com estatura baixa de pele pálida, loira de olhos claros, tipicamente aos modelos de uma sociedade próspera, de onde jorrará lágrimas de sangue em uma expressão de extremo pavor e exaustão, com suas vestes sendo rasgadas a cada instante, juntando forças para continuar a lutar, porém sobre ela houvera um homem alto de pele negra e olhos sombrios das mesmas, possuía um corpo malhado e não continha nenhum fio capilar. Ele se apresentava nu sobre ela tentando a fazer participar daquele jogo escrúpulo.

Nunca havia passado na memória algo tão hostil que um dia estivesse de presenciar todo aquele cenário deplorável. A insensatez que ambos eram dominados parou no momento em que a minha presença foi perceptível no local e toda aquela sensação tivera mudado de corpo concentrando-se em mim.

O senso de justiça se estabilizava, correndo nas veias como o sangue quente sendo levado com o meu controle mental, Não me responsabilizava por minhas ações, com o enorme serrote nas mãos empunhei sobre o alto e o levei em direção ao rapaz. Em uma defesa evasiva ele esquivou-se para o lado fazendo com que afetasse apenas um arranhão na perna direita da garota. Não tendo como escapar ele impulsionou os ombros contra a madeira com força, e assim fez com que a tenda apenas se tornasse ruínas cheias de destroços, à medida que caiam sobre nossas cabeças.

Depois que tudo desmoronou e a fumaça baixou fui de encontro ao homem que agora encontrava-se correndo para fora dali, com o serrote ainda nas mãos fui atrais do covarde que fugia de sua penalidade. Notando que ainda o seguia e no estado que ele presenciava-se, optou por entrar na água e esconder seu corpo junto à vergonha que o aderia numa forma de escape, um estalo da água contra o seu corpo causou um reboliço no mar e fez jorrar pequenas gotículas d’água para todos os lados. Parei por um instante para tomar fôlego e esperando o local em que ele tomaria também, logo ele apareceu a alguns metros de onde as ondas se quebravam. Então depois de toda aquela correria finalmente ele começou a falar:

— Seu idiota, você nunca conseguirá me matar. – Gritou ele em meio a risos e deboches. - Largue este serrote e lute como um homem, marica.

Fui tomado pela raiva, mas desta vez não poderia perder o foco, sei mais do que ninguém que se lutássemos sem armas minha chance de vencer eram quase nulas. Tentei me acalmar, no momento o ódio não me levaria a nada. Dei então os meus primeiros passos em direção ao mar, e mais um de seus insultos começaram.

— Está com medo não é? Você não passa de um heroizinho escondido sobre uma capa – Suas risadas causavam-me incomodo, mas não poderia cair em seus xingamentos.

Uns segundos se estabeleceu um silêncio, todavia logo transformou-se em gritos inquietantes de dor. Não fazia a menor ideia de tal reação que ele tivera e do que estava acontecendo. Seus braços começaram a se debater sobre a água, como se algo o puxasse para baixo. Clamava por ajuda e ao seu redor a tonalidade da água tornava-se escura e sua cabeça gradativamente declinava-se sobre o mar, até que ele não pudesse mais ser visto. Encontrava-me espantado afinal o que foi que acontecera, em seguida seu corpo começou a boiar de bruços e um leve movimento d’água revelava uma enorme barbatana escamosa de um verde metálico que desapareceu em seqüência, a esta altura não poderia fazer nada, ele já estava morto. Talvez não fosse preciso minha ajuda, o destino já houvera se encarregado de puni-lo com a morte.

Mesmo depois de todo o ocorrido e a calmaria estivesse retornado, mantinha-me tenso perante aos acontecimentos, afinal poderia ter sido eu em seu lugar. Passei alguns minutos sentado sobre a areia, atordoado vendo o entardecer no horizonte, até mesmo o mar fazia parte daquele local aterrorizante. Um relance surge da lembrança sobre os fatos e a imagem da garota vem átona sobre mim causando-me preocupações.

Corri depressa até a falecida cabana, vasculhando os trapos atrás de seu corpo, nada encontrei, acho que a situação que ocorreu aqui deve ter a traumatizado e esta era a sua chance e ir embora daqui, pensei, o dia já dava sinal de que a noite tomaria seu lugar, ainda tinha um bom pedaço a percorrer e queria de alguma forma chegar antes de escurecer.

Enquanto voltava aquele trajeto, passei por uma série de árvores que me parecerão familiar, vasculhando as lembranças, percebi que foi ali que houvera caído o enorme caixote, portanto ele não estivera mais lá. Será que a menina o encontrou e levou junto a si? Era uma dúvida que ainda iria ficar pendente, não me preocupara com aquilo, tinha mais coisas a dar ênfase.

Depois de uma longa jornada de caminhada vi a minha humilde e temporária residência ainda intacta, uma sensação de alivio permeava sobre mim. Não mais tinha qualquer tipo de suprimento, o que eu precisara era de uma boa noite de sono para que ao decorrer do dia seguinte fosse ir à busca das necessidades. Juntei os poucos galhos que restará e retornei a fazer uma fogueira, quando já acesa vi o movimento de suas labaredas descerem as pálpebras, à medida que o sono vinha meus membros iam se relaxando dando lugar a um universo escuro, no entanto uma mão leve começou a decair sobre os meus ombros.

Despertei-me rapidamente do transe e com um pulo de gato me virei para ver quem era. A garota dos fios dourados havia me seguido. Antes que pronunciássemos se quer alguma palavra ela começou a chorar:

— Me Desculpe – Suas palavras eram sussurradas em meio a choramingo – Não queria te assustar, vi hoje tudo o que você fez por mim e gostaria de agradecer.

— Não tem de que – Respondi sem jeito. – Eu que lhe devo desculpas pelo arranhão.

— Você foi muito corajoso sabia? – Dei um sorriso no canto dos lábios e um silêncio criou-se no meio da conversa – Eu não sei como falar isto, mas, por favor, me deixe ficar aqui? Eu não aguento mais sofrer neste lugar – Seu choro de certa forma era seguido de pena.

Não tive reação, era notável que estava apavorada assim como eu nos primeiros dias, contudo será que faria certo em trazer uma estranha para perto de mim? Na qual eu nem ao menos sei o nome! Tudo aquilo soou muito estranho e duvidoso. No momento como este não pudera agir com o coração e sim com a mente. Será que estarei pronto para dizer adeus à solidão?


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Notas finais do capítulo

Então digno apenas de um razoável? Gostaram das cenas de ação? Tem algum tipo de dedução para o próximo? Deixe seu comentário e até o próximo :3



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