The New Continent escrita por Weezzi


Capítulo 41
Capítulo 40 – Energia.




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Will / Sarah

16 Março, 2200, 06:21.

O peso na consciência da responsabilidade de ser um líder já estava começando a recair sobre meu peito consumindo minhas atitudes. No entanto, naquele momento era necessário sacrifícios essências de vida ou morte. A noite anterior havia sido mais turbulenta do que eu imaginava, os pesadelos e a ansiedade eram obstáculos mentais que eu precisava vencer, pois naquele momento eu não era mais só responsável por minhas ações. A manhã gelada, coberta por uma camada espessa de névoa faziam meus ossos parecerem vidraças quebradiças congeladas, minha pele era semelhante a de morte de tão fria e meus músculos inteiros contorcidos doíam encolhidos pela baixa temperatura. Isso me fizera ficar deitado por mais alguns minutos antes de levantar, finalmente, para um longo dia.

Então, peguei um agasalho e saí do meu iglu seguindo até a grande muralha de gelo e pedra. Cory e Kim estavam sentados em cima da muralha vigiando o local, os meninos pareciam extremamente exaustão acompanhados de mais dois membros de Xiantong. – Eles precisavam descansar naquele momento, tudo aquilo parecia ridículo, eu ainda não entendia o grande medo de um ataque no meio de um deserto congelado. – Sendo assim, eu subi até eles e aproximei-me dos rapazes:

— Parece que a noite aqui não foi nada agradável... Bom, eu acho que vocês já podem ir, vocês devem estar exaustos e...

— Ei, o que está fazendo? – Interrompeu um dos guardas em voz alta.

— Eu só estou dispensando eles. – Respondi.

— Mas o nosso turno ainda não acabou. – Retrucou o mesmo. – Você não pode deixá-los irem.

— Não me interessa, o combinado era dois guardas para a noite, e o pelo visto o dia já amanheceu. – Seguimos em frente deixando os outros dois guardas irritados para atrás. Os levei, então, até os iglus para descansar, os garotos não disseram uma palavra, por fim, quando já havíamos chego e eu me preparava para sair dali:

— Frank me ligou, ele queria falar com você. – Finalmente Cory desfez um pouco do rosto sisudo.

— E o que ele queria? – Perguntei curioso.

— Ele disse que precisa de ajuda para o projeto do helicóptero. Ele pediu que você buscasse madeira... bastante madeira e levasse até ele. Não me pergunte o por quê.

— Madeira?! – Indaguei. – Bom... Tudo bem, obrigado pelo recado. - Quando eu dei as costas para sair...

— Já que está na liderança, está na hora de se livrar desse relógio e aprender a confiar na gente, não acha. Você é o líder agora, mas isso não quer dizer que tenha todo o poder, lembre-se de que aqui não existe democracia.

— Mais uma vez obrigado por me avisar. – Dessa vez eu dei as costas e fui andando até a tenda de Xiantong. Assim que cheguei fui avisado de que o líder havia acabado de acordar e fazia uma refeição no cômodo ao lado. Eu fui levado até lá e mais uma vez o líder olhava pela janela com um olhar pensativo e misterioso.

— Acordou cedo... parece que você não quer mesmo perder tempo.

— Eu acho que assim como eu, você também não aguenta mais tudo isso. E para as coisas acontecerem precisamos estar dispostos a sacrifícios.

— Sacrifícios? Quem é você para falar de sacrifícios, quando você mesmo joga um dos seus companheiros para masmorra no seu lugar.

— Do que você está falando?! Eu sou o líder, eu preciso estar presente para coordenar as coisas aqui fora...

— Isso não é ser um líder. Você não é um pastor de animais que precisa agir por eles. Seja um bom líder e eles agiram por você. Talvez eu tenha me enganado em pensar que você seria um bom líder no lugar do prisioneiro.

— Para você é muito fácil falar, você fica nessa cabana cheio de mordomias enquanto seu povo dorme lá fora no frio. Isso é ser um bom líder? – Indaguei irritado com as suas perguntas invasivas.

— Você nunca parou para pensar em como eu tenho tudo isso?! A maior cabana da vila, pessoas a meu dispor, sempre a me servir... Nem por um instante você chegou a fazer esse questionamento?! – Ele parecia querer me engolir com aquele discurso. Contudo, suas palavras me deixavam cada vez mais confuso em sem saída. – Bom, sacrifício é realmente uma palavra que definiria um líder, entretanto você não foi capaz disso. Essas pessoas todas estão aqui, porque elas confiam em mim, elas sabem que na hora certa eu vou tomar a frente de todos os problemas e vou estar na prisão no lugar deles. Desde que tudo começou não éramos muitos, a vila havia cerca de doze pessoas e eu era o único disposto a caçar e sacrificar a minha vida por todos ali. Eu já fiquei diversas vezes sem comer por falta de recurso para todos e mesmo assim eu não fui egoísta o suficiente para achar que eu sobreviveria sozinho. Então, conforme o tempo foi passando eu fui aprendendo a ganhar respeito. Eles me fizeram um líder e eu estabeleci a ordem para que os questionamento alheios não destruíssem nossa base social. Somos todos disciplinados lutando pelo mesmo objetivo. Essa cabana aqui foi só um presente e mesmo assim as cabanas lá fora, por mais que pequenas apresentam todo o conforto necessário para uma vida digna. Os iglus são frios por que não estamos acostumados com visitas, por isso, não gastamos recursos com quem está de passagem. Portanto, não me acuse de viver um vida não merecida, você ainda tem muito o que aprender.

— Por que, então, você não se sacrifica para passar as noites na muralha?

— Eu fico, pelo menos uma vez por semana. Nós temos um sistema de revezamento, aqui todos fazem de tudo, aquele que está vigiando a muralha num dia pode estar cuidando dos animais no outro, não fazemos exclusividade a qualquer função aqui dentro. E é sobre isso que eu gostaria de falar, eu preciso de alguns dos seus para algumas tarefas...

O líder ditou passo a passo de tudo que deveria ser feito e de todas as contribuições para aquele dia. Havia muito trabalho a ser feito e eu precisava cumprir o pedido de Frank. Então, deixei a cabana e segui em direção aos iglus e aos outros, todavia eu não conseguia tirar todo aquele discurso da minha cabeça. Talvez ele tenha me provocado uma culpa que eu nem ao menos sentia. Cheguei nos iglus e acordei a todos, esperei que eles pudesse se organizar e determinei as tarefas de cada um. Cory e Kim, já haviam cumpridos seus papéis, por isso, deixei-os relaxarem, Jihan e Nofre cuidariam dos animais de cela, Tina e Loren contribuiriam com a refeição do dia na cabana principal, enquanto Zenaya e Anne fariam exceções dos feridos nas cabanas.

— E eu? – Pergunto Ralf.

— Você vem comigo, nós vamos até a floresta hoje. – Respondi levemente ansioso para começar o trabalho.

No fim, quando dispensei a todos. Juntei mais alguns homens de Xiantong e segui viagem até a floresta. Montados sobre os Mentralius nós atravessávamos o deserto de gelo rapidamente e cheios de expectativas.

...

O céu estava escuro e sem estrelas, as ruas vazias e alagadas por uma chuva passageira. Eu caminhava apressada pela cidade na madrugada sentindo a adrenalina fluir e exalar do meu espirito. Olhava à todo momento para todos os lados com um olhar desconfiado e ao mesmo tempo amedrontado. – Aquela seria a última vez. - Eu coloquei o capuz na cabeça, as mãos para dentro dos bolsos do casaco e seguia o mais rápido e silenciosamente que eu podia evitando ser notada. Depois de um quarterão eu cheguei até uma lanchonete em que eu costumava a frequentar, o estabelecimento já estava fechado, no entanto eu olhei através do vidro e avistei até a mesa em que eu costumava a sentar, aquilo me inundou de um sentimento bom e eu poderia passar horas olhando e imaginando aquele lugar, contudo, de repente, um alarme a uns três quarterões soou tão alto que a cidade que até então dormia despertara.

Comecei a caminhar num ritmo ainda mais rápido dessa vez ignorando qualquer sutileza, eu corri por mais ou menos quatro quarterões e virei a esquina, naquele momento eu só pensava em chegar o mais rápido ao outro lado da cidade, depois de correr mais um pouco eu resolvi cortar caminho por um beco entre uns prédios atravessando a sujeira e as poças de lama naquele lugar. Quando eu estava quase chegando ao outro lado, um grupo de quatro caras apareceram e me cercaram. Por um instante eu fiquei paralisada e não sabia o que fazer, até que eu olhei para a parede de um dos prédios e havia uma escada do lado exterior, sem ao menos calcular a situação eu corri em direção a escada e comecei a subir.

— Não deixem ela fugir. – Gritou um dos quatros. – É melhor parar, não adianta correr garota.

Eu subia as escadas de ferro apressada tentando arquitetar um plano para sair dali, quando eu olhei para trás apenas dois deles haviam desaparecidos, quando eu cheguei ao final das escadas eu não sabia mais para onde ir, minha única saída era um janela trancada, eu tentei abri-lá todavia numa tentativa falha eu resolvi improvisar e quebrar o vidro. Depois de uns três chutes eu consegui quebrá-lo e atravessar, porém assim que eu atravessei eu senti uma pressão me puxar para trás. Um deles havia puxado a minha mochila e me arrastava para fora, naquele momento eu segurei na beira da janela de vidro quebrado e impulsionava meu corpo para frente em contra partida. Conforme ficávamos nesse jogo de forças minhas mãos sangravam cada vez mais com os cacos de vidro ficando nas minhas mãos da janela estilhaçada. Eu olhava para o cômodo interior na procura de algo que pudesse me ajudar, porém aquilo era um quarto de criança com apenas alguns brinquedos, um armário e uma cama, eu olhei para cama e não havia ninguém dormindo lá, por um segundo eu agradeci por aquele cômodo estar vazio e eu não poder criar mais problemas.

Conforme eu ia cedendo a força do rapaz que me segurava ele conseguiu puxar meu cabelo e agarrar meu pescoço tentando sufocar-me. Ele fazia uma força assustadora e eu começava a perder o ar e a consciência, mesmo assim, eu tentava resistir segurando na janela cheia de cacos de vidro. Aos poucos eu me sentia mais fraca e a visão ficara mais turva eu estava entrando num estágio de asfixia, naquele momento a pressão de resistência fez um dos cacos de vidro preso na janela quebrarem na minha mão e nesse exato segundo eu o peguei deixando de resistir e encravando-o rapidamente no pescoço do rapaz que me sufocava, logo em seguida, ele me largou e começou a agonizar, o sangue descia pelo seu pescoço, então, naquele instante eu resolvi virar-me e com um golpe chutá-lo para longe, assim, que eu fiz isso o homem atrás dele foi impulsionado para trás e caiu da escada de mais ou menos cinco andares. – Eu me livrei de dois.

Eu sentei por alguns segundos no carpete do quarto e respirei fundo tentando me acalmar e me recuperar, por um detalhe eu podia ter morrido sufocada. Depois de um tempo eu sai do quarto que dava para o corredor de um apartamento e procurei a porta da saída e com alguns outros chutes eu consegui arrombá-la, assim que a porta caiu ela dava para um corredor com uma série de escadas. No entanto, quando eu olhei para o lado tinha um senhor com uma arma de espingarda apontada para mim.

— O que você está fazendo na minha casa?! – Ele carregou a arma e tirou, contudo o tiro não pegou em mim. Eu corri, então, para o corredor e agora eu tinha mais um problema.

— Ela está lá em cima. – Gritou um dos homens que havia desaparecido a mais ou menos dois andares abaixo de mim. Eu ainda não havia me livrado deles.

Sendo assim, sem muita escapatória eu subi mais um lance de escadas em direção ao terraço tentando fugir. Chegando lá eu olhei para todos os lado e não encontrava nenhuma saída, eu não sabia mais o que fazer, eu fui até a ponta do terraço e não havia outra escada na parte lateral do prédio. Por um momento eu pensei em pular para o prédio lateral mais baixo, no entanto a distância me fazia duvidar se aquilo seria possível. Por fim, os dois perseguidores, finalmente me alcançaram e chegaram ao terraço e dessa vez eu estava encurralada totalmente.

— Não tem para onde fugir, desista! Me passa logo a mochila e vai ficar tudo bem com você – Disse um dos cara com uma arma apontada para mim. – Diga para o seu chefe que você falhou, você não nasceu para roubar, então, por favor, me dê isso de uma vez e tudo vai ficar bem. - Logo, em seguida, eu escuto o barulho da sirene do carro de policia lá embaixo cercando o prédio. Os policias com as armas apontadas para o alto esperando qualquer movimento.

— É melhor vocês darem o fora daqui logo, vocês não vão conseguir sair com a policia cercando o prédio – Disse tentando ganhar tempo e aproveitando o estado temeroso em que eles estavam.

— E você acha que vai conseguir sair daqui também? Se nós cairmos você vai vir com a gente.

— Eu se caso essa mochila caísse daqui. – Eu tirei a mochila das costa e segurava em direção a queda do prédio.

— Você não faria isso, ou eu vou ter que matá-la agora mesmo com uma bala na sua cabeça. – Ao fim de suas palavras eu joguei a mochila para longe e os perseguidores só viram ela despencar do prédio. Nesse momento um dos capangas atiraram mas eu corri para atrás de um gerador de luz. Eu olhei para baixo e havia um cano grosso preso a parede do prédio. – Se eu descer por ali eu serei pega pela policia lá embaixo. – Eu não tinha muita saída, naquela circunstância eu preferia ser presa a levar uma bala na cabeça. Eu me agarrei ao cano e quando coloquei todo meu peso o cano fraquejou e parecia desabar. – Aquela altura eu iria morrer se aquilo acontecesse. – Foi, então, como um relâmpago eu tive a ideia de quebrar o cano e impulsionar meu corpo para trás, assim, que eu fiz isso, o cano se soltou como um tronco de árvore em queda se aproximando do outro prédio. Quando ele chegou perto suficiente, eu larguei o cano e me pendurei numa das janelas daquele prédio mais baixo. – Eu quase não tinha forças, mas usei tudo que eu tinha para me pendurar e subir no terraço do prédio lateral mais baixo. Quando eu cheguei lá avistei a mochila jogada no chão. – Foi um bom plano, ter fingido jogar a mochila lá embaixo para despistá-los. – A essa hora eles já haviam esquecido de mim e provavelmente buscavam uma forma de fugir da policia. Eu, então, peguei a minha mochila e comecei a fugir pelos prédios.

Contudo, a perseguição ainda não havia acabado a policia agora vinha atrás de mim e eu precisava fomentar outro plano. Eu desci de um dos prédios que dava num outro beco e tentei ganhar tempo com os carros de policia atrás de mim, eu pulei o muro de algumas casas até chegar à uma avenida que havia um posto de combustível, eu corri até lá e havia uma motocicleta estacionada em frente a uma loja de conveniência. Quando eu cheguei próximo o suficiente eu olhei para ignição a chave não estava lá eu olhei para dentro da loja de conveniência e havia um rapaz segurando o capacete e a chave em uma das mãos, eu entrei na loja e sem ao menos relutar eu fui até o homem e tirei a chave de suas mãos e corri em direção a saída. Quando eu cheguei lá fora os carros de policias já estavam próximos. Eu subi na moto e dei partida o rapaz ainda tentou correr e me alcançar numa tentativa falha.

Eu seguia dirigindo velozmente pela cidade com a policia a alguns metros atrás de mim. – Cada vez mais nessa fuga eu me distanciava do meu objetivo final, no entanto eu não podia ir para lá com a policia atrás de mim. Então, eu segui em direção oposta da cidade e no meu do caminho eu tive uma ideia. Atravessei toda a cidade pilotando o mais rápido que eu podia até chegar ao porto da cidade de lá saiam grandes navios de carga para as outras cidades, eu pilotei todo o cais até um navio que se preparava para dar partida e assim que eu encontrei eu parei deixei a motocicleta para trás e subi no navio pela ancoragem que subi e se preparava para partir. Eu agarrei na ancora e comecei a subir até estar em cima do barco. O carro da policia logo em seguida chegou, porém o navio já havia zarpado. Por um instante eu sentei no chão e tive alguns minutos de calma e descanso.

No entanto, eu sabia que aquilo ainda não era o fim, eu só tinha alguns minutos até os policias conseguirem se comunicar com os navegadores e novamente eu ter um novo problema, por isso, depois de alguns minutos descansando, eu fui atrás da cabine de segurança e tirei de lá um bote. – Aquilo seria o suficiente. – Sendo assim, eu joguei o bote no mar com a minha mochila, e então, pulei, a água estava fria mas eu resisti, subi no bote e comecei a remar na direção do outro lado da cidade. Dessa forma, eu escaparia sem suspeitas e a policia não saberia como eu desapareci.

Depois de algumas horas remando eu cheguei a uma praia do outro lado da cidade e segui em direção ao meu objetivo, um galpão enorme no fim da cidade. Durante o caminho eu só pensava no quão arriscado foi tudo aquilo que eu havia feito, no entanto eu me sentia feliz e livre de uma vez por todas. Depois de alguns minutos eu cheguei ao galpão e lá estava tendo uma festa com muitas mulheres, bebidas, drogas e homens sujos – Eu só queria dar o fora dali logo. Então, eu fui até o até um dos sofás que havia um cara bebendo com duas mulheres ao seu lado.

— Cp12 onde está o Gorgon? – Perguntei séria e ríspida.

— Eu sei lá, onde está o Gorgon, ele deve estar curtindo a festa por aí. Aliais eu sou o Matias não precisa me chamar pelo nome de comando princesa. – O rapaz estava completamente embriagado e drogado numa fala arrastada.

— Eu não me importo em gravar seu nome, saiba que eu estou caindo fora, eu só preciso encontrar o Gorgon.

— Tudo bem, então, mas eu ainda acho que você deveria aproveitar a festa aquela ali tatuada em frente ao bar está de olho em você. – Persistiu Matias. – Eu adoraria ver vocês juntas nuas ali em cima do bar.

— Você é nojento, seu pervertido de merda. – Disse saindo de perto dele

Fui até o canto do cômodo, subi uma série de escadas e indo até o escritório. Chegando no corredor eu avistei uma porta eu fui até o final. Quando eu tentei abri-lá, ela estava trancada, e logo em seguida, eu pude escutar gemidos femininos vindos de lá de dentro. – Eu não acredito que isso tava acontecendo. – Por um momento eu resisti, mas, por fim, decidi bater na porta.

— Gorgon, você está ai? – Perguntei um pouco constrangida com a situação, porém os gemidos apenas se amplificavam sem nenhuma resposta. – Gorgon! Você está me ouvindo... Eu sei que você está aí. – Gritei. Mesmo assim eu continuava sem reposta. – Gorgon! – Gritei o mais alto que eu pude socando a porta. Depois de alguns segundos, ele apareceu abrindo apenas um fecho da porta.

— O que você quer! – Gritou estressado o Gorgon. – Você não está vendo que eu estou ocupado!

— Ocupado? Você só pode estar brincando comigo, você está transando com uma prostituta enquanto eu estava arriscando a minha vida lá fora. – Dessa vez eu é quem estava estressada. – Aqui está a sua encomenda. – Disse entregando a mochila a ele. – Agora você não me procura nunca mais, esse era o trato, eu estou caindo fora daqui.

— Como assim, você já vai embora, essa festa toda foi para você. Nós armamos tudo desde que ficamos sabendo que o plano foi um sucesso pela TV. Você não pode fazer essa desfeita.

— Eu dispenso, eu já vou indo.

— Tudo bem, então, se é assim que você quer, pode ir. Se quiser levar uma cerveja também pode, agora eu preciso voltar para cama, para resolver um outro problema aqui, adeus Cp20. – Disse esfregando a mão em minha cabeça.

— Tira as mãos de mim seu nojento. Adeus – Ele fechou a porta e eu segui em direção a saída.

Antes de ir eu passei por um cômodo pequeno, reuni minhas coisas numa mochila e sai, assim que eu deixei o galpão e virei a primeira esquina eu escutei o barulho de dois tiros muito altos, quando eu virei para trás lá estavam os dois homens que me perseguiam. – Como eles conseguiram me encontrar?! – Antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa, fui inunda por uma dor absurda no peito, a bala havia atravessado as meu corpo e atingido o meu coração e o sangue sujava toda a minha roupa. Sem forças eu cai de joelhos e logo eu estava estirada no chão por falta de equilíbrio. Eu sentia meu corpo paralisar, meus membros ficarem dormentes e minha visão cada vez mais turva.

— Eu disse que se você não me entregasse eu ia te matar com uma bala na cabeça, Eu só vim cumprir a minha promessa. – Ele se agauchou no chão, pois o bico da arma na minha cabeça enquanto eu só consegui agonizar no chão. – Eu vou contar até três é melhor fechar os olhos, porque vai ser um estrago e tanto. – Dessa vez eu não tinha outra saída, sendo assim eu fechei os olhos. - Um... dois... três. – Ele puxou o gatilho e atirou.

Como num impulso assustador e levantei do banco do helicóptero desesperada. Minhas lágrimas desciam, meu peito arfava acelerado e meu corpo não conseguia parar de tremer. – Um sonho, tudo aquilo havia sido apenas um sonho, eu preciso me acalmar.

— Está tudo bem aí? - Perguntou Frank tentando mexer na mecânica do avião.

—Está tudo bem, foi só um sonho. – Disse esfregando o rosto buscando me acalmar.

— Então, provavelmente foi um pesadelo para te deixar desse jeito.

— É que ele pareceu mais uma lembrança do que um sonho.

— Droga! – Exclamou Frank enquanto mexia em um fios que sai fumaça. – Eu desisto disso aqui, eu disse para o Will que isso seria impossível, esses fios estão duros,velhos e danificados pela temperatura desse lugar, eu precisaria restaurar todos esses fios mas não temos nada aqui que possamos utilizar, isso é perda de tempo.

— Deixa eu ver esses fios. – Disse levantando do banco e me aproximando da maquinaria. – Bom você vai precisar de todos eles?

— Bom eu acho que não por que? – Perguntou o garoto curioso.

— Eu sei uma técnica de restauração de um fio com o outro. Eu acho que pode ajudar.

— Bom, nós temos os fios de comunicação, mas eu acho que não vamos precisar deles, você pode tentar.. – Frank foi até os fios de comunicação os arrancou e trouxe para mim.

— Você tem alguma substância oleosa ou algo assim? – Perguntei.

— Bom, Victor está lá em cima restaurando a hélice, ele tem gordura animal serve?

— Perfeito. – Disse em tom de animação.

O menino saiu do helicóptero e depois de alguns minutos voltou com a banha de gordura animal em um recipiente e me entregou. Eu peguei a banha e comecei a restaurar os fios um a um.

— Ah entendi, você vai mielinizar o fio como se fosse um neurônio para estimular uma condução saltatória e dessa forma proteger o impulso elétrico, como eu não pensei nisso antes. Aonde você aprendeu isso?

— Eu não entendi uma palavra do que você falou, mas parece ser essa a função. Eu aprendi isso com um pessoal, era uma técnica de sobrevivência. – Disse sem me dispersar do trabalho.

— Espere aí, você era uma ladra lá fora? – Perguntou Frank curioso.

— Não, do que você está falando? – Indaguei inquieta.

— Isso que você está fazendo com os fios, emendar fios e criar curto circuitos, isso é uma técnica bem básica para o roubo de carros e você disse que fazia isso para sobreviver, então, eu só posso deduzir que você era uma ladra de carros.

— Não! eu não sou uma ladra de carros, eu sou uma bailarina. – Disse irritada. Assim, que eu conclui a frase o menino começou a gargalhar. – Do que você está rindo?!

— Bailarina?!... Você?... Seria mais fácil eu acreditar que um dia conseguiremos sair daqui de verdade. Fique sabendo que você não é a única a ter problemas com a policia aqui. A Segurança nacional da Argentina inteira me procura, você não é tão especial assim. Não precisa fingir ser uma bailarina. – O garoto não parava de rir ironicamente foi, então, que eu larguei o trabalho com os fios e o segurei pela gola da camisa.

— Olha só baixinho, não ria do sonho dos outros. Você não me conhece. – Disse ríspida olhando dentro dos seus olhos.

— Tudo bem... tudo bem, agora você já pode me soltar, eu acredito em você. – O garoto parecia temeroso. Eu o larguei e o deixei jogado no chão. – Então, se você disse que é um sonho e porque ele não se concretizou certo?

— Isso não te interessa.

— Vamos lá, conversa comigo, você parece sempre muito fechada, é bom desabafar de vez enquanto. Nós convivemos juntos no grupo do Mike a três meses e parece que eu ainda não conheço nenhum de vocês.

— Você já conhece o suficiente.

— Ah, por favor, não é possível que não exista uma pessoa legal aí dentro. Por exemplo, como você criou nossos nomes CPs, isso é algum passo de balé? Um código militar? Você já esteve no exército?

— Já chega, eu cansei de perguntas eu cansei das suas suposições. Sua mãe não te ensinou a hora certa de calar a boca. – Disse em um tom alto estressada.

—Desculpa, as pessoas no orfanato sempre diziam que eu falo demais – Seu olhar mudou quase que instantaneamente para um olhar melancólico.

— Eu sinto muito, eu não sabia que você era... – Disse quase que instantaneamente arrependida.

— Órfão?! Sim, eu sou, mas não tem problema eu já estou acostumado com esse tipo de coisa quando eu ainda frequentava o colégio. – O garoto tentava se recompor daquele sentimento triste.

— Bom, diferentemente de você, eu nunca estive em um colégio. – Dessa vez eu que havia sido contaminada por aquele sentimento.

— Como assim?! Você nunca foi ao colégio? – Indagou o menino confuso.

— Eu morava numa cidade do interior onde as crianças aprendiam a ler e escrever em casa pelos pais durante a manhã, enquanto precisavam trabalhar na plantação durante a tarde. Era um lugar onde quase não havia habitações ou recursos de sobrevivência era quase como uma cidade formada por mini lotes de fazenda. Uma vez uma companhia de balé foi se apresentar na praça da cidade e foi naquele espetáculo em que eu me apaixonei pela arte da dança.

— E como você conseguiu se tornar uma bailarina?

— Bom, assim que terminou o espetáculo eu fui até a líder daquela academia de balé e pedi para participar. E por mais mágico que parecesse eles nem questionaram e aceitaram a minha entrada, eu só precisava juntar um dinheiro para ir para a cidade onde ficava a academia e lá eu teria aulas e me tornaria uma excepcional bailarina. Foi, então, que eu juntei todas as minhas economias para ir atrás de um sonho que não durou muito. A academia fechou depois de um mês por causa de falta de recursos e eu fiquei a mercê das ruas da cidade, eu não tinha dinheiro para voltar para casa, e só me restara apenas a ilusão de um sonho.

— Então, quer dizer que você não conseguiu conquistar seu sonho? como você conseguiu sobreviver?

— Assim que eu comecei a viver nas ruas um cara apareceu para me ajudar, me tirar dali e continuar vivendo meu sonho, no entanto este homem era um dos maiores gangster da cidade e para conviver com ele e o grupo dele eu precisaria fazer parte do trabalho horrendo que eles faziam. Ele pagava minhas aulas de balé em outra academia e em troca eu fazia os trabalhos sujos dele. O código de CPs era um código que nós usávamos de identificação. Eu fiquei lá durante algum tempo até as coisas saírem do controle e eu desistir de continuar. Eu não aguentava mais roubar e matar pessoas por um propósito egoísta, isso era inaceitável. – Nesse momento eu não consegui segurar e uma lágrima escorreu dos meus olhos.

— Então, eu não sou o único a ter problemas lá fora. O que você pretende fazer quando voltar?

— Eu não faço a menor ideia, eu tenho uma pessoa especial lá fora que eu esperava reencontrar de novo só para pedir desculpas.

— Parece que somos mais parecidos do que eu mesmo imaginava.

— Pronto, eu terminei por aqui. Agora é sua vez de mexer com a parte elétrica do motor.

Sendo assim, eu troquei de lugar com Frank e agora ele se organizava-se para mexer nos fios e eu fiquei sentada num dos bancos do helicóptero observando ele trabalhar. Por um momento eu senti-me aliviada e tranquila por desabafar meus problemas. Depois disso, um silêncio permeou no ar me trouxera paz para refletir meus próprios pensamentos e inseguranças. Depois de algumas horas fazendo aquilo, Victor finalmente havia acabado de concertar a hélice e voltou-se para dentro do helicóptero.

— Bom, a hélice já está perfeita, como vai a mecânica? – Perguntou Victor entrando no helicóptero e tirando a neve de cima de sua roupa.

— Tudo certo aqui também. – Respondeu Frank.

— Ótimo, vocês estão com fome? Eu fui na vila ontem visitar a Anne resolvi pegar umas frutas deliciosas.

— E como ela está? - Perguntei.

— Ela parecia bem, tinha acabado de acordar do efeito das sementes, mas estava bem.

— isso é bom.

— Olha se vocês não estão com fome, eu estou. – Falou Frank indo até a caixa no fundo do helicóptero e pegando uma das frutas.

Nós, então, decidimos comer e no fim da refeição, Ralf e Will, finalmente, chegaram junto de alguns homens de Xiantong com vários galhos e troncos de madeira. Antes de qualquer coisa, eles se juntaram a nós para comer e descansar da viagem.

— E, então, como vão as coisas por aqui? – Perguntou Will curioso.

— Tudo nos eixos, já conseguimos restaurar a fiação e a hélice do helicóptero. – Respondeu Frank.

— Bom, e por que, vocês precisam dessa enorme quantidade de madeira?

— A combustão da madeira vai servir como fonte de geração de energia, um sistema mais ou menos parecido com as locomotivas a vapor, ele vai testar o funcionamento dos circuitos e do motor.

— Além disso... – Interrompeu Victor. – Elas também vão ter utilidade para criar um transportador de carga. Não vamos conseguir decolar com o helicóptero aqui com toda essa neve e temperatura. Vamos precisar levá-lo para outro lugar na hora de decolar, por isso, precisávamos de muita madeira.

Tudo bem, eu entendi, então mãos à obra. Deixe o transportador com a gente e enquanto isso concentre-se e conseguir fazer este trambolho funcionar. – Ordenou Will.

Excepto por Frank, o restos dos rapazes foram para o lado de fora construir o suporte de transporte de madeira, enquanto eu e Frank ficamos lá dentro resolvendo a elétrica do motor.

— Primeiro de tudo, nós vamos precisar de um recipiente para queimar a lenha. Pegue aquela caixa de madeira dos alimentos e a esvazie. – Disse Frank pensativo.

— Um caixa de madeira para queimar madeira não seria uma ideia estupida? – Indaguei.

— Sim, mas não vamos usar a superfície da caixa só o seu formato. Vamos precisar arrancar as placas de ferro dos bancos do helicóptero e revestir a caixa.

— Entendi, deixa isso comigo.

Enquanto eu desparafusava as placas de aço, Frank esvaziava a caixa e posicionava-a próxima ao motor. Depois disso, juntamos todas as placas de ferro e revestimos toda a caixa, posicionamos um conversor de energia e depois de algumas horas conseguimos, finalmente, concluir o trabalho. Portanto, pegamos a madeira lá fora e colocamos a madeira dentro do recipiente, depois de alguns minutos com tentativas falhas, conseguimos acender o fogo e fazer a madeira queimar, com isso, posicionamos os fios e tentamos ligar o motor. Ele apenas pulsou mais nada além disso.

— Acho que vamos precisar de mais madeira, temos que pegar quantas madeiras forem possível para jogá-las no fogo. – Disse Frank. Então pegamos o maior número de madeira que conseguimos e alojamos dentro do recipiente da caixa, depois disso acendemos novamente o fogo e aguardamos a reação. Dessa vez o motor depois de tantas oscilações ligou. 

— Conseguimos! – Comemorou Frank descrente. – Agora eu só preciso configurar o sistema.

O garoto, então, ligou toda maquinaria do helicóptero e foi testando uma a uma, os motores principais de desenvolvimento aéreo estavam intactos funcionando, isso era um ótimo motivo para comemorar.

— Isso vai demorar algumas horas, mas eu vou conseguir.

Enquanto isso, o meninos lá fora já finalizavam o transportador e o engatilhavam para o uso. Depois de uns dez minutos o sistema voltou a oscilar querendo desligar, com isso, eu corri até lá fora e o abasteci com mais madeira. – Eu não sou nenhuma genia, mas como qualquer um eu sabia que aquele sistema tinha falhas. – Nos intervalos de a cada dez minutos eu tinha de abastecer novamente o gerador de energia. Os meninos lá fora já haviam terminado o serviço e só esperavam a resposta de Frank quanto ao sistema, todos em silêncio torciam para que tudo desse certo e mantinham um clima de extrema concentração. 

— Acabou... – Disse o menino com um olhar assutado e surpreso. – Acabo, eu não acredito que eu consegui.

Aquelas palavras foram motivo de comemoração. A Felicidade e a esperança permeou aquele sentimento bom. Depois de tanto festejo, Frank ainda tinha coisas a dizer.

— Bem, como alguns de você já devem ter notado, temos um problema. – Falou o menino um pouco frustrado.

— A nossa fonte de energia não é nada eficaz. O motor consome muito energia da combustão e isso torna impossível viajar. – Conclui.

— É verdade, mesmo que juntássemos o maior número de madeira possível para a carga, isso faria o helicóptero ficar muito pesado para sobrevoar e provavelmente isso não seria o suficiente para a viagem inteira. – Acrescentou Ralf.

— Mas eu tenho uma ideia, só que isso vai depender de todo mundo. – Disse Frank

— Que ideia? – Indagou Will.

— Eu vou precisar da bateria do relógio de todo mundo daqui e da vila. Esses relógios tem um bateria de uma durabilidade incrível, essa é a nossa única saída.

...

Por um instante eu pensei em recusar a ideia, pois aquilo seria o fim do contato com o resto do mundo lá fora e sem contar os grandes prejuízos que teríamos em administrar a comunicação até mesmo aqui dentro. No entanto, já havíamos chego muito longe para desistir e realmente não tínhamos outra escolha. O que resta era aceitar e colaborar com o plano, a questão seria convencer todos os outros, mas mesmo assim, precisávamos tentar e confiar um nos outros de que tudo funcionará no futuro.

— Eu aceito... Se esse for o único jeito de sair daqui eu estou de acordo com o que tiver de ser feito. – Prontifiquei. – Todos de acordo? – Por mais que surpresos ainda com a ideia, ninguém mostrou objeção. – Faça o que tiver de fazer. – Dei a ordem a Frank.

— Tudo bem, eu preciso que amanhã você traga todos os relógios que conseguir aqui para eu fazer a remoção das baterias e seguir com o plano. – Respondeu Frank.

O céu já estava completamente escuro e a tempestade de gelo noturna era cada vez pior, nós precisávamos voltar o quanto antes. Foi, então, que antes de partir discutimos os últimos detalhes e planjamos como seria no dia seguinte. Por fim, montamos nos animais e seguimos em direção a vila. O caminho levou entorno de quase duas horas até alcançarmos os portões da aldeia gelada, mas pelo menos chegamos todos bem.

Assim, que eu cheguei na vila fui direto a cabana central atualizar Xiantong das informações. Eu entrei na cabana subi as escadas e no meio do caminho antes de chegar na sua sala eu o encontrei no quarto com a menina que não havia acordado com as sementes.- Será que havia sido tarde demais? Ou será que as sementes não funcionam para todo mundo? – Eu não quis atrapalhar aquele momento, eu fui até sua sala no fim do corredor e esperei ele chegar. Não levou muito tempo até ele finalmente aparecer com o olhar melancólico.

— Está tudo bem com você? – Perguntei mesmo sabendo a resposta.

— Eu estou bem... E como andam o desenvolvimento do helicóptero? – Perguntou Xiantong tentando mudar de assunto.

— Bem, eu acho que estamos quase concluindo o acordo e posso dizer que o resultado se mostrou bem satisfatório, no entanto precisamos concluir uma etapa final que ainda não estava prevista. E para isso eu vou precisar de mais um acordo.

— Mais exigências?! Você não está na posição de pedir as coisas aqui não cumpriu nem a sua primeira promessa e já está tentando conseguir um novo acordo. Você acha que sou algum tipo de idiota? 

— Eu só to querendo sair daqui o mais rápido possível e eu to tentando fazer o máximo que eu posso. Eu quero que pelo menos esteja disposto a ouvir o que eu tenho a dizer. – O rapaz me encarava sério relutante. 

— Já que está aqui, fale logo, essa é a sua cartada final.

— Eu preciso recolher o relógio de todos aqui. O avião precisa de energia para sobrevoar e essa é a nossa única fonte de esperança.

— Você quer que eu os desconecte do mundo lá fora? Você tem alguma noção do que isso pode repercutir na confiança de todos em mim.

— Eu preciso que vocês confiem em mim ou nada que eu fizer vai funcionar. Você tem até amanhã para me dar uma resposta. – Disse enquanto deixava o cômodo.

— Espera! – Eu parei perto da abertura do cômodo e voltei-me para trás. – Se esse é o único jeito, apareça aqui de manhã antes de ir, todos os relógios que eu puder conseguir estarão aqui. Essa é a sua última chance. 

Eu sai dali com um suspiro de esperança, as coisas finalmente estavam dando certo. Assim, eu deixei a cabana e fui até os iglus, todos os outros que haviam ficado pareciam exaustos e já repousavam sobre seus mantos de palha. Parece que foi um dia cansativo para todos nós. Dessa vez eu fui direto para iglu descansar e tirar uma ótima noite de sono. Antes de dormir eu olhei para o meu relógio e decidi fazer minha última chamada ao Steve. 

— Olá Steve. – O holograma apareceu e o rapaz parecia um pouco surpreso.

— Olá Will, vejo que tomou a decisão certa, mas, afinal,o que você quer? – Perguntou em um tom de desdém.

— Eu vim me despedir de você Steve de uma vez por todas.

— Do que você está falando? – Perguntou Steve confuso.

— Eu só quero que você saiba que isso não será um adeus, mas um até logo.

— Você não está pensando em desativar seu contato comigo, não é?! Você não estupido o suficiente.

— Não foi você quem me disse para seguir em frente e sair daqui.

— Eu disse qualquer coisa para você sair daquele estado. Você sabe que não sobreviveria ai sem mim.

— Você é muito convencido, então, vamos ver. – Eu encerrei a chamada e o holograma simplesmente desapareceu.

Antes de ir dormir, Steve retornou algumas mensagens e chamadas que eu ignorei. Nosso próximo encontro agora seria cara a cara. Eu peguei alguns tecidos deitei em meu monte de palha e adormeci.

 


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