The New Continent escrita por Weezzi


Capítulo 40
Capítulo 39 – Fim do Túnel.




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Will

11 Março, 2200, 8:24.

O dia acordara nublado com as nuvens negras de forma que o céu parecia desabar sobre a nossas cabeças. Não se ouvia o som da natureza, ela se contia muda agravando ainda mais o clima de suspense. Todos ali estavam reunidos em minha volta com um olhar confuso e inquietante. Mike havia acabado de chegar e parecia mais surpreso do que qualquer um naquele lugar. Com isso, trocamos um breve olhar sério e ele parecia uma presa encurralada.

— Isso é verdade? – Perguntou Cory descrente olhando nos olhos de Mike. O garoto ficou estático e parecia engolir a própria saliva de desespero.

— Diga logo a eles quem é o novo líder, Mike! – Provoquei em tom ironico. Mesmo assim, o garoto demorou alguns segundos em silêncio, entretanto relutante ele finalmente se dipôs a falar.

— Sim... É verdade, Will está na liderança agora, foi eu mesmo quem fiz o convite. – As pessoas pareciam mascarar a surpresa por um suspiro coletivo quase que imperceptível.

— Eu não disse... Agora que todos aqui estão atualizados, andem logo com isso essa chuva pode desabar a qualquer momento e eu quero estar longe daqui quando isso acontecer... Dessa vez ninguém fica – Enfatizei. Contudo, quando eu passei os olhos por todos senti falta de alguém – Só um instante, onde está a Pietra?

— Ela saiu ontem cedo, e até agora não voltou. – Respondeu Tina.

— Eu cansei das atitudes de rebeldia dela, se ela quer voltar para morrer, não sou eu quem vou impedi-la... Mas isso não importa agora, vamos animem-se, caso queiram sair daqui.

As pessoas, então, finalmente se dispersaram para desempenharem suas tarefas antes de ir. Por fim, eu separei as armas e planejei toda nossa rota até os gelados. A sensação de poder, e estar na liderança parecia ativar toda adrenalina em meu corpo. – Eu já estava cansado de escolhas erradas, eu precisa fazer alguma coisa. - Aquela talvez seria nossa unica esperança de sair daquele lugar de uma vez por todas, sendo assim, nada poderia dar errado.

Depois de alguns minutos todos já se encontravam de prontidão a beira da praia. Eu observava o olhar de cada um deles e algo lá no fundo de suas almas pareciam brilhar e ter esperança, entretanto com uma fissura de medo de tudo dar errado. Partimos, então, em direção a selva e rumo a terra congelada. – Aquele realmente seria o fim? Estamos, enfim, prontos para voltar? – Eu não fazia a menor ideia do que pensar naquele momento, meu único objetivo era concluir meu acordo. Sendo assim, trilhamos a mata por algumas horas e decidimos fazer uma rota alternativa até o vale das sementes, colhemos algumas delas e prosseguimos o caminho até a rota normal.

Depois de mais algumas horas paramos em um riacho e descansamos por alguns minutos. Enquanto os outros se abasteciam eu me distanciei do grupo um pouco e fui até a pedra em que eu e Elya havia nos beijados, eu ainda conseguia me lembrar do cheiro da sua pele e da presença do seu espirito. Aquilo só me fizera remoer um sentimento de rancor e magoa, que eu ainda não conseguia perdoá-los por tudo que aconteceu, todavia eu escondia os meus sentimentos em expressão de desprezo. Uma lágrima escorreu dos meus olhos e caiu sobre uma flor no meio da grama, aquele era o fim do meu luto, ou ao menos tinha de ser.

Depois de alguns minutos eu voltei até o riacho e todos me encaravam com um olhar duvidoso, eu havia virado um alvo de temor. Mesmo assim, ignorei a todos e dei a ordem para continuarmos a caminhar. Andamos por mais algumas horas até a chuva começar a cair:

— Você não acha melhor para em algum lugar e deixar a chuva cessar. – Gritou Mike no meio do barulho das gotas pesadas caindo no chão.

— Não, uma chuvinha como essa não pode nos parar, vamos continuar andando. – Retruquei.

Continuamos andando até chegarmos ao outro rio, esse era largo e precisávamos atravessar por um conjulgado de pedras. Sendo assim, eu tomei a frente e seguimos em sincronia até todos estarem do outro lado da margem, todavia a chuva e o lodo das pedras precisavam de todo equilibrio e destreza, quando estávamos chegando quase ao outro, Zenaya escorregou em uma das pedras e caiu no rio. A correnteza carregava seu corpo para longe, as águas revoltas fazia a menina ser arrastada de uma lado para o outro até ela segurar em um galho de raiz de uma árvore a beira do rio e, então, tentar se sustentar. Naquele momento eu era o mais próximo a garota para ajudá-la, no entanto um sentimento de indiferença e desprezo não me fizeram agir, por outro lado minha mente só ansiva vê-la sendo carregada pelas águas. Eu sentia bem distante e baixo as pessoas gritando meu nome para ajudá-la, mas eu só consiguia ficar estático e ver o pior acontecer.

As águas cada vez mais forte sufocavam a menina e suas mãos se soltavam gradativamente do tronco, no meio da distração eu olhei para o lado e Ralf havia pulado na água e nadava em direção a asiática. Cory e Mike também atravessaram todas as pedras correndo e foram até a margem mais próxima a eles. Os rapazes, então, reviraram a mochila rapidamente e jogaram uma corda. Ralf parou em uma pedra e pegou a corda, quando ele estava próximo o suficiente para socorrê-la a asiática se desgrudou do tronco e foi carregada pelas águas.

Aquele parecia o fim dela, entretanto seu corpo foi levado até uma pedra que formava uma espécie de barreira que cortava a água no outro lado da margem um pouco distante. Dessa vez, Kim e Sarah, foram até o outro lado e jogaram uma outra corda, e Tina mergulhou no rio até alcançar a garota que havia desmaiado, então, a morena amarrou a corda envolta do corpo da asiática, enquanto Kim e Sarah a puxavam para perto da margem. Eles retiram a menina da água e depois jogaram novamente a corda para Tina que também voltou a margem. Assim que tudo acabou todos, então, tentaram manter a calma por instante e recuperar o fôlego e, assim, seguiram em direção a garota.

— Ela está bem? Bateu com a cabeça em algum lugar? – Perguntou Ralf apreensivo.

— Não ela só provavelmente desmaiou pelo pânico, talvez ela tenha tido um trauma com relação a última vez que ela caiu no rio. – Disse Tina ainda recuperando o fôlego.

— Isso é bem provável, por que ela não escorregou por descuido, ela estava receosa antes de ir pelas pedras. E antes dela cair ela teve um tipo de tontura. – Mencionou Sarah.

— Você! – Ralf andava furioso em minha direção, segurou-me pela minha blusa e jogou-me contra uma árvore, seus olhos ameaçadores pareciam me engolir. – Você ia deixar ela morrer, não fez nada para tentar ajudar... Você estava esperando ela se afogar, seu idiota. – Ele me apertava contra o tronco da árvore até seus punhos , então, socarem meu rosto. Depois disso, Tina e Cory separaram-nos. – Você é um covarde, ela não tinha nada haver com o que aconteceu, e além disso, ela já salvou sua vida uma vez no incendio. Talvez, você tivesse de ter morrido no lugar daquelas pessoas inocentes. – Suas palavras eram verdadeiras, mas o valor delas não pareciam mais fazer sentido.

—Já está na hora de seguir em frente e agir como um verdadeiro líder. – Falou Cory com um olhar de desprezo.

— Parem com isso, ela acordou. – Gritou Nofre.

Todos, então, voltaram suas atenções para a menina ajudando-na com o necessário. Ela realmene parecia em pânico. Depois de alguns minutos verificando os ferimentos ela já estava recuperada a chuva já havia cessado, com isso, Ralf a pegou pelo colo e atravessou as pedras com ela até a outra margem, o resto seguiu o caminho logo atrás, assim, progressivamente com a viagem. Logo em seguida, continuamos seguindo a trilha até chegarmos ao sopé de uma montanha, essa montanha seria uma espécie de atalho que nos levaria direto a terra das grandes planicies sem contar que evitaríamos passar por outro rio, no entanto o céu parecia perder a cor e escurecer, mesmo assim continuamos a subir a montanha e acamparíamos assim que chegássemos no topo. O percuso demorou entorno de mais ou menos quatro horas até estarmos no cume, a vista de lá era impressionante podiamos ver o ponto mais alto do continente era uma montanha gigantesca que parecia alcançar as nuvens e se perder naquela neblina.

Assim que chegamos reunimos alguns galhos e folhas e acampamos por ali mesmo. Antes de dormir fizemos uma refeição e mantivemos a mesma operação de revezamento. Durante o jantar e na escolha das duplas ninguém quis ser minha companhia, acho que minha emoções havia se tornado algo questionável. Acabou que no fim das contas Frank foi o único que restou para me acompanhar. Ficamos no primeiro turno em silêncio por quase meia hora observando as labaredas da fogueira, por mais que o menino fosse um pouco convencido as vezes era indubítavel questionar seu intelecto. Cansado do silêncio eu resolvi começar a falar:

— Então... Mike disse alguma coisa sobre você aceitar de repente o acordo com os gelados? – O menino me olhou sério, pensando se iria mesmo responder, mas depois de eu encará-lo ele cedeu.

— Na verdade ele me acusou de ser egoísta e outras coisas mais... Quando você vai contar isso aos outros?

— No momento certo... – Eu olhava fixo o fogo. -... Agora egoísta?! Não foi ele quem sempre tomou as rédeas de tudo sem o consentimento de ninguém. Não existe egoísmo quando se está com a faca no pescoço, eu acho que você tomou a escolha certa...

— Bom, eu não tenho mais completa certeza sobre isso... Então, por favor, eu prefiro evitar esse assunto.

— Tudo bem, eu entendo. Bom... Então, vamos mudar de assunto. De onde você veio?

— Sério?! – Ele me olhava com um olhar de desdém. - Você não quer me conhecer, só está se sentindo sozinho.

— Sim e Não, você tem razão em dizer que eu estou sozinho nessa, mas eu realmente me interesso pelas histórias das pessoas. – O menino me encarava com um olhar desconfiado e eu continuava lhe olhando esperando uma resposta.

— O que foi?! Eu não estou a fim de conversar. – Mesmo assim eu continuava encarando-o. Depois de alguns longos segundos. – Argentina! – Afirmou.

— Argentina?! Lá parece ser um bom lugar... E o que você fazia lá?

— Olha só, eu acho que já chega dessa investigação sem sentido, por que não falamos de você, hein?! – O menino pareceu se irritar de repente.

— Tudo bem, eu posso começar, mas acredito não ter uma história tão curiosa assim. Minha cidade na Australia não tinha muitas coisas interessantes para se fazer. Haviam poucos jovens e a cidade inteira se conhecia, depois de alguns dias lá tudo vira parte de uma rotina. Eu também era atleta do colégio e viva rodeado de alguns idiotas, mas eu tinha alguns amigos que melhoravam o meu dia, infelizmente uma delas se foi perfurada por galhos... – Não precisava ser um vidente para saber que eu me referia a Elya, mesmo assim a lágrima pesada escorrendo em meu rosto evidenciava a suspeita. – Mas então, fale um pouco de você agora, o que te levou a virar um Harcker? – O garoto no mesmo instante foi dominado por um olhar melancólico e desestruturado.

— Bem, a historia é um pouco mais complicada que isso, mas eu também perdi algumas pessoas. – O menino silenciou-se por alguns segundo e depois prosseguiu. – Enfim, eu sou orfão desde os seis anos por causa de um ataque brutal a minha casa. Eles mataram os meus pais e eu passei a viver em um orfanato cheio de almas vazias. Eu nunca entendi direito o que aconteceu naquela noite e por algum motivo ninguem quis me contar a verdade, foi quando aos 12 anos eu descobri que os responsáveis por tudo aquilo foi uma coorporação onde meu pai trabalhava. Eu precisava entender o que havia acontecido com eles, então, eu me dediquei a virar um hacker e descobri as informações sozinho.

— E você achou o que estava procurando? – Perguntei curioso e completamente hipnotizado com a história.

— Sim, e o resultado foi estar aqui. Depois que eu consegui hackear o sistema a coorporação inteira veio atrás de mim, eu já havia me formado no colégio com 15 anos, então, meu plano era entrar no CAIG e fugir do país. E veja só eu consegui, e aqui estou eu.

— Então, por que pretende voltar? – Perguntei confuso.

— Eu esqueci uma coisa lá que eu preciso pegar de volta. – O garoto olhou para o relógio. – Nosso turno acabou, está na hora de acordar os próximos. – O garoto, então, levantou-se e se juntou aos outros para dormir.

Eu realmente havia ficado interessado em sua história e queria saber mais sobre tudo. No entanto, eu tive de deixar a imaginação de lado e acordar os próximos vigias. Depois disso eu me juntei também aos que dormiam olhando as estrelas até cair no sono.

...

Depois daquela noite caminhamos por mais dois dias até chegarmos a ponte de terra que levava até a terra congelada. O frio e a neve havia impressionado aqueles que não vieram na primeira viagem, seus sorrisos impactados me faziam lembrar da minha primeira vez vendo aquele fenômeno natural. Continuamos andando, agora por aglomerados de gele e neve, a neve de algum modo parecia maior e caminhar por ali parecia uma missão cada vez mais exaustiva. Pegamos uma leve tempestade de gelo, porém depois de algumas horas conseguimos chegar ao helicóptero. Victor nos recebeu e foi apresentado ao resto das pessoas do grupo, ele parecia muito ansioso em começar logo o trabalho, pois depois de alguns minutos ele e Frank já haviam se dado super bem e já começavam a planejar cada passo de como processo de restauração do helicóptero seria. Ficamos ali por algumas horas até decidirmos partir até a vila central.

— Acho que já vai escurecer logo, precisamos ir Victor. Eu preciso ir até a Vila falar com Xiantong e comprovar que estamos cumprindo com o acordo. – Falei interrompendo a conversa de alguns.

— Tudo bem, eu posso levá-los lá e... – Sugeriu o moreno

— Não se preocupe, eu acho que realmente não vai ser necessário, eu acredito que será melhor você e Frank já se adiantarem com o trabalho por aqui. – Sugeri.

— Bom, se você preferem assim, tudo bem.

— Sarah você poderia ficar aqui para ajudar também. – Solicitei.

— Eu? Por que eu? – A morena parecia transparecer um tom de indignação.

— Bom, eu só achei que você seria um otimo braço direito aqui, por que algum problema?- Perguntei confuso

— Não, tudo bem, sem problemas.

— Ótimo, então, vamos indo.

Saímos da dali o quanto antes e caminhamos por mais algumas horas até chegarmos a vila, o céu ja havia escurecido e o vento gélido da noite parecia ficar cada vez mais forte. Os guardas assim que nos viram abriram os portões e nos deixaram entrar, em seguida, eles revistaram um por um e depois nos levaram até a grande tenda de Xiantong. Chegando lá Anne nos recebeu afoita, a garota parecia muito feliz em nos ver, cumprimentou a todos e nos serviu com um banquete em seguida. Depois de todos estarem sentados em frente a mesa, começamos a comer como ogros de uma viajem tão longa e exaustiva. O banquete estava delicioso, no entanto depois de comer eu olhava para Anne e percebi em seu olhar um tom de ansiedade e preocupação. A garota incomodada, então, levantou deixando o cômodo e eu a segui até a saida. Ela caminhava para o hall central e subia as escadas para o segundo andar.

— Está tudo bem? – A garota se virou supresa ao ver que estava sendo seguida.

— Bem, na verdade não, eu preciso conversar com o Mike primeiro, mas...

— Mike não está mais na liderança. – Interrompi. A garota me olhou confusa, - Eu estou, se tiver algum problema você precisa falar comigo para eu tentar ajudar.

— Tudo bem, me siga. – A garota terminou de subir as escadas e eu a segui. Depois disso fomos até o fim do corredor e entramos em um cômodo.

— Ela ainda não acordou? – Perguntei mesmo sabendo a resposta em seu rosto. Estávamos no cômodo da menina ferida.

— Eu não entendo por quê ela não acordou, já faz dois dias que eu despertei e ela continua nesse estágio de coma.

— E o Xiantong? – Perguntei temendo a resposta.

— Bem, eu acho que o acordo pode acabar se estreitando entre vocês, ele pediu que eu o mandasse a sala dele assim que chegasse.

— Por que não me disse isso antes?

— Eu não sabia que você era o líder agora... Enfim vamos logo. - Seguimos até o corredor e depois até ao cômodo do líder gelado. Ele estava sentado em frente a uma abertura na parede olhando a neve cair do lado de fora.

— Você não entendeu que era para trazê-lo assim que chegássem?! – O lider disse ainda com o olhar fixo lá fora.

— Me desculpa, eles pareciam exaustos e famintos. Eu achei que isso poderia esperar. – Respondeu Anne sem jeito.

— Bem, eu estou aqui agora pode falar. – Falei com altivez.

— Como ela já deve ter lhe contado Daya não acordou e uma parte do acordo já parece ter sido violada, então, eu não sei se quero continuar com o acordo e confiar em vocês. – Ele finalmente virou e olhou em nossos olhos.

— O que?! Então, você quer mesmo desistir de tudo? Você sabe que talvez essa seja a única forma de saírmos daqui.

— Eu não falei em desistir, apenas teremos uma mudança de acordo. Vocês não vão tirar proveito da minha comida de graça.

Do que você está falando?

— Já que minha parte do acordo foi cumprida, sou eu quem dou as regras aqui. Vamos continuar com o plano de reforma do helicóptero, no entanto como vocês já previam não caberá todos lá dentro, então, o acordo agora é esse meu povo vai usufrir da viagem e vocês terão de ficar aqui.

— Isso não é justo, estamos fazendo grande parte do trabalho. O certo seria meio a meio.

— Não há justiça quando ambas as partes não cumprem seus deveres. O acordo é esse e acabou. E ainda queremos algumas daquelas semente curativas. Alguns dos meus guardiões ainda estão feridos e eu preciso delas. E nem pense em sabotar esse novo acordo, vocês estão na minha terra agora.

— Então, pelo menos uma vaga, e só isso eu te peço. Frank vai recosntruir todo mecanismo do helicóptero, ele merece a primeira viagem. Além disso, precisam dele no voou caso alguma coisa aconteça.

— Como quiser. Eu só quero deixar bem claro mais uma coisa, enquanto vocês estiverem aqui, para comer e dormir precisaram trabalhar para mim ajudando nas atividades da vila, e além disso, como prova de que tudo isso vai acontecer eu quero um dos seus para masmorra, ele será um prisioneiro até o fim do acordo, um escorregãozinho e ele morre, é pegar ou largar. – Eu havia ficado anestesiado com aquela proposta, no entanto não enchergava outra escolha.

— Eu aceito – Disse depois de alguns segundos em silêncio.

— Alguns de vocês já ficaram na guarda durante a noite, então, eu espero que isso não seja um problema.

— De forma alguma. Dessa vez não iremos falhar.

— Não, vocês não vão falhar. – O líder estabeleceu a palavra final.

Antes de sair entreguei as sementes em minha mochila para ele e saí do cômodo. Assim que cheguei lá embaixo dois guardas me esperavam para levar um de nós a masmorra, eu caminhei, então, até a sala do jantar e todos me olhavam curiosos esperando o que eu ia dizer, sem a menor ideia do ocorrido.

— Aquele ali. – Disse apontando para Mike sem pensar muito. Os guardos caminharam até aonde ele estava sentado e capturou arrastando-o sem a menor delicadeza. O garoto se debatia sem entender absolutamente nada.

— O que é isso? O que está acontecendo? – Gritava o menino enquanto três guardas os seguravam. Cory e Ralf tentaram se levantar para impedir, contudo mais dois guardas apareceram para detê-los.

— Para onde estão levando ele? – Perguntou Cory assustado.

— Não se preocupe, ele vai ficar bem. – Disse um dos guardas.

— Vocês precisam confiar nele. – Interrompeu Anne.

As pessoas impactadas ficaram sentados observando Mike sendo levado, algumas com medo e outras com ódio. Depois que os guardas se distanciaram eu contei detalhadamente todas as novas regras do acordo explicando cada passo que deveria ser tomado a partir dali.

— Como você pode aceitar isso? – Indagou Ralf

— Eu não tive escolha, entendam que a partir de agora estamos na desvantagem. - Respondi

— Eu estava lá e realmente, essa é a melhor maneira de conseguirmos se quer um fio de esperança de sairmos daqui. – Falou Anne.

— Bom, além disso, para as tarefas diarias, vamos chamar assim. Eu vou precisar do Cory e Kim para a guarda do muro hoje a noite. E amanhã eu demando as demais tarefas, entendido. – As pessoas pareciam revoltadas com tal decisão, todavia ajuda-los não estava mais ao meu alcance.

Depois de finalizar a conversa alguns dos guardas voltaram e recrutaram Cory e Kim, o resto se dirigiu aos iglus para dormir e passar a noite. - Estávamos na reta final, todo desafio era válido naquela instância. – Deitei em um dos iglus sozinho e dessa vez fiquei observando as paredes de gelo até adormecer.


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