The New Continent escrita por Weezzi


Capítulo 39
Capítulo 38 – Retomada.




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Will / Mike

10 Março, 2200, 9:40.

Tudo aquilo ainda parecia inacreditável, eu não fazia a menor ideia de como as coisas haviam chegado naquele ponto. Acordei com o mal cheiro de carniça, sangue e restos podres. Eu estava em uma gruta coberto de sangue espalhado por todos os lados, principalmente, manchando as minhas vestes. Eu ainda estava um pouco inconsciente, no entanto quando recobrei os sentidos todo aquele cenário fez com que eu entrasse em pânico. Esgueirava-me no chão na tentativa falha de me afastar de tudo aquilo, quando esbarrei em um pau de madeira. No chão eu olhei para cima e avistei uma cabeça cravada na estaca.

Naquele momento eu não consegui conter as náuseas e vomitei tudo que eu tinha no estômago. Eu retornei a olhar em direção ao rosto preso na madeira e eu não conseguia reconhecer quem era, eu só sabia que ali estava a cabeça de uma menina de cabelos castanhos, pele alva com algumas sardas no rosto. De forma alguma, eu não conseguia reconhêce-la, não conseguia lembrar se já havia visto antes. Além dela havia vários corpos de animais mortos e dilacerado por toda a caverna. Eu passei a mão sobre a carne moida de uma daquelas criaturas e meu cérebro pareceu estalar.

Cenas rápidas passaram pela minha mente como um flashback. Os flashes eram escuro no meio da selva, eu carregava uma lança em uma das mãos, e outrora, eu rasgava a pele dos animais e arrancava as suas tripas descontando toda a raiva que eu estava sentido naquele momento, eu havia feito isso repetidas vezes com vários bichos diferentes, antes mesmo que eles pudessem me atacar. – Eu fiz isso? - Aquela era a minha melhor interpretação de tudo que havia acontecido. Eu, então, me levantei e encostei no rosto da menina e naquele momento fui atingido por outro flashback, eu brincava com a cabeça dela e por fim cravei seu rosto naquela estaca de madeira. Se todos aquelas cenas na minha cabeça forem reais, eu havia matado aquela garota.

No fim de toda aquela confusão, só me restaram as lágrimas. Aquelas cenas não saiam da minha cabeça e eu sentia um leve arrepio só de cogitar ter cometido um assassinato. Eu tentava puxar na memória o que havia acontecido no dia anterior e aquilo só me traumatizara cada vez mais, lembrar da morte de Elya só me causava tristeza e amargura, além disso, a última coisa de que eu lembrava era de ter deixado a cabana e ido em direção a selva. Depois de algumas horas revendo aquela cena indecifrável, eu resolvi deixar a gruta e seguir para longe dali.

Eu não sabia o que pensar, eu não sabia para onde ir eu estava completamente confuso e desorientado, a única certeza que eu tinha era para aonde não voltar. Eu houvera adentrado a selva em direção ao nordeste, eu não fazia a menor ideia do que encontrar lá, eu só esperava não ser pego de surpresa, ou não, eu já não sabia mais o que eu queria.

No meio do caminho, parei em um riacho e mergulhei nas águas transparentes. Eu queria me libertar de todo aquele fedor e sangue. De alguma forma eu tentava esquecer tudo aquilo e seguir em frente sem pensar em tudo o que havia acontecido. Depois de estar seco, me abasteci com água, fiquei parado ali por alguns minutos sentado em uma pedra a frente do rio. Olhava meu reflexo na água e eu já não me reconhecia mais. Recordava do estranho sonho de alguns dias atrás e aquilo só me dava a certeza de que eu tinha coragem para matar a sangue frio, entretanto tudo aquilo era muito perturbador. Eu fingia tratar a vida daquela garota, quem quer que seja, como um animal qualquer, sem imaginar que dentro dela também deveria existir uma alma que anciava viver.

Depois de um tempo, eu segui novamente meu caminho incerto na esperança de agora conseguir esquecer o passado e construir um novo futuro. Depois de cerca de quatro horas, encontrei uma praia aparentemente serena e tranquila. Ela parecia muito com a primeira praia que eu estive em alfalumia, contudo muito menor e reservada. O acesso a ela era por meio de um pequeno morro estreito que era dono de uma paisagem magnifica do oceano. Eu não tinha certeza absoluta de nada, mas aquele lugar parecia um bom lugar para recomeçar.

...

Era impressionante como as coisas naquele lugar pareciam se regenerar depressa. O poder da empatia era um sentimento contido para a sobrevivência, não podíamos sofrer por muito tempo ou seríamos engolido por todos os monstros coletivos. A morte de Elya, já não estava mais na pauta de problemas, era impossível revogar o passado injustiçado da ruiva. Naquele momento tínhamos que nos concentrar no futuro e em como sairíamos dali de uma vez por todas. Mesmo assim, passei a noite com a culpa em meu peito. Alguns segundos a mais e tudo aquilo poderia ser evitado, pois, somos reféns do tempo e ele das nossas escolhas.

No entanto, a saída de Will ainda era uma situação questionável. O garoto foi quem criou os alicerces para a concretização do acordo com os gelados, o fato da sua ausencia pode criar certas barreiras que atrasarão todo o plano. Todavia, tinhámos o Frank e a vontade de superação, que nos permitia criar um esperança compensadora. Eu ainda era o líder, mesmo com toda a pressão eu preciso agir como o tal.

Finalmente eu levantei de uma das redes e olhei pela janela a paisagem lá fora. Estava um dia lindo para curtir o dia e relaxar, contudo eu não conseguia levantar sem antes esquematizar todos o meu dia. Planejar, criar, inovar e executar essa era alguma das coisas que eu sempre escutei em toda a minha vida de empresários, investidores e administradores de empresa, aquilo ficava latente e minha mente como se eu não conseguisse me libertar do passado, mesmo sabendo que o meu novo modo de vida era completamente diferente. Mesmo convivendo com todas essas pessoas de nomes e influências eu nunca consegui ser igual a elas e de alguma forma aquilo me incomodava no meu amago profundamente, era como se eu vivesse planos frustrados.

Por fim, sai da alcova e dei de cara com Pietra num dos cantos do corredor arrumando sua mochila como se estivesse se preparando para sair. Assim, que eu avistei a morena duas coisas vieram em minha mente. Ela não era a Berry e eu nunca havia falado com ela antes. Ela parecia uma alma misteriosa, um buraco cheio de supresas e segredos, com isso, resolvi me aproximar e estabelecer o primeiro contato.

— Olá, creio eu que ainda não fomos apresentado. – Eu cheguei mais perto estendendo a mão. - É um prazer conhecer a tão famosa Pietra caçadora solitária, Cory falou muito bem de você...

— Esqueça o que as pessoas falaram de mim para você, elas não me conhecem tanto quanto você. – A garota me olhava séria ignorando meu cumprimento.

— Bom, até agora você está bem parecida com a descrição que me fizeram. – Tentei ignorar suas palavras.

— Então, diga logo o que você quer. Eu não tenho o dia inteiro. – Ela finalmente terminou de arrumar a mochila e então levantou.

— Por que você acha que as pessoas que se aproximam de você sempre querem algo em troca?

— Porque isso faz parte de um ciclo, quando não te escolhem para fazer a festa, tenha certeza de que será você a limpar a bagunça isso faz parte desse lugar. – Retrucou.

— Então, por que ainda está aqui? Se não confia nessas pessoas, por que se arriscar tanto por nada.

— A gente sempre cria subterfugios para esconder a culpa e encontrar o lado certo. É melhor criar aliados do que inimigos aqui dentro vá por mim, a questão é que tudo isso aqui não é uma brincadeira, não viemos aqui para brincar de casinha numa vidinha medíocre.

— Então, somos aliados não seus amigos, entendi. É muito faz fácil ignorar os sentimentos e fingir que nada disso importa, faz sentido parece ser muito mais cômodo.

— Bom, no seu caso, eu só consigo enxergar um menino desesperado para reparar os seus erros e para isso você tenta enxegar as falhas no reflexo dos outros... Então, busque concertar os seus problemas e pare de inventar desculpas por causa de outras pessoas. – A garota então virou-se e começava a partir.

— Ei, volta aqui eu ainda não terminei.

— Eu sei que eles te consideram um líder aqui, mas saiba que eu não recebo ordens nem de você e nem de ninguém. – Ela deu duas batidinhas leves no meu ombr, antes de deixar o cômodo.

— Nossa, para você também deve ter sido muito fácil. Se faz de corajosa e independente, mas quando as cordas quase te enforcaram você correu para os braços de todos aqui. Você não é invecível saiba disso. – Ela parou por alguns segundo antes de atravessar a abertura da saída. – Eu só tava querendo ser legal e entender o seu lado.

— Somos mais parecidos do que você pensa Mike. – Ela disse sem ao menos olhar para mim, deixando a cabana em direção a praia.

Quanto mais eu tentava conhece-la mais minha curiosidade era instigada, eu não podia negar que dentro dela há muitos pontos de vistas que talvez eu jamais pudesse enxergar sozinho. Depois disso eu caminhei até a estufa para comer alguma coisa e lá estava Loren, seu olhar era vazio e frustrado. Eu nunca havia visto a loira naquele estado, diferente da morena ela tinha muitos sentimentos.

— Por quanto tempo vai ficar aí parado com um olhar de pena para mim? – A loira me olhava séria. – Se quiser comida, a cesta de frutas fica logo ali no canto. – Ela informou a direção apontando.

— Não, eu vim te pedir desculpas. Ninguém melhor do que eu para entender o que você está sentindo. Eu sinto muito, em ter te envolvido nisso...

— Eu não fui ameaçada quando eu concordei com aquilo. Então, pode tirar um pouco do fardo de culpa porque você não foi o único errado dessa história.

— E como estão os outros? – Perguntei sem jeito.

— Bom, Nofre e Zenaya parecem esquecer de que tudo aconteceu desde que Jihan acordou. O Frank eu não sei, por mais que ele seja o mais jovem ele não pareceu se abalar muito.

— Talvez eu realmente não saiba o que você está sentindo. Bom, eu só quero que saiba que não foi o único a não dormir essa noite, saiba que eu estou aqui para qualquer coisa, ouviu?! – Eu então a abracei e olhei no fundo dos seus olhos. – Não se culpe, você não precisa assumir nada. Agora você viu o Frank por aí?

— Eu acho que ele está lá em cima.

Antes de ir eu passei pela cesta de frutas e peguei a primeira que avistei. Então, deixei a estufa e subi para o segundo andar, fui até alcova do segundo andar e lá estava Frank mexendo em um dos relógios.

— O que está fazendo? – Perguntei curioso.

— Zenaya aceitou o acordo do relógio, eu estou decodificando o sistema para alterar o software do sistema, mas o que foi? Aconteceu alguma coisa? – O menino disse ajeitando o óculos.

— Bom, precisamos conversar.

...

Parecia que eu estava tendo um déjà-vu . A praia vazia, o mar infinito e o ar solitário, novamente eu estava sozinho e cheio de incertezas. Sentei na areia olhando o horizonte do oceano tentando de alguma forma reviver aquelas memórias do passado, que acreditava não poder piorar. De algum modo o som das marés e o barulho dos coqueiros esvoaçantes me acalmavam e levava meus pensamentos para longe transportando-os para um limbo.

Depois de passar alguns longos minutos sentados na areia, eu avistei um coqueiro um pouco distante e vi naquilo uma oportunidade de retrocesso. Abri minha mochila, peguei uma corda e fui a procura de uma pedra depois de alguns metros encontrei-a em um formato perfeito, quase circular com poucas irregulações. Amarrei a pedra a corda e fui até o coqueiro, apontei certeiro em direção aos cocos presos na árvore e, assim, que arremessei, a pedra se entrelaçou ao cacho dos coco. Puxei com força e vários cocos caíram na areia ao mesmo tempo. – Consegui!

Aquilo havia me deixado animado, pelo menos o suficiente para não murmurar sentado o dia inteiro. Sendo assim, caminhei de volta para selva e comecei a recolher galhos e cipós, passei horas recolhendo aqueles objetos e colocando os na praia, depois disso, preparei o terreno de areia e comecei a fincar os galhos na areia. Juntei, então, mais algumas folhas secas e ergui uma espécie de telhado. Aquilo já estava começando a tomar forma e se parecer com a minha antiga e humilde cabana. Quando terminei, fui tomado por uma nostalgia e um pingo de esperança de um recomeço.

Juntei mais alguns galhos para armar a fogueira ao anoitecer e mais uma vez, sentei em frente ao mar com a sensação de dever cumprido. Eu sentia de algum modo que eu estava livre, e todas aquelas tarefas me fizeram esquecer por algum tempo do incidente pela manhã. Cansado, eu peguei alguns cocos tomei de sua água e os comi. Sentei agora novamente em frente ao mar dessa vez para apreciar o pôr do sol e sua magnitude e esperar o anoitecer. Eu não sabia mais o que fazer, eu queria uma vida nova, com outras expectativas, mas eu só conseguia enxergar um futuro em branco. Todavia, antes que eu pudesse me perder em meus pensamentos, meu relógio apitou com uma vídeo chamada de Steve, parece que eu realmente estava começando a viver o passado. Aceitei a chamada e seu holograma apareceu.

— O que você está fazendo aí, você ficou maluco?! – Steve como sempre já houvera começado irritado.

— Não gostou da minha cabana? Eu quis fazer uma parecida com a anterior mas...

— Eu não estou falando disso, eu estou questionando a sua loucura de voltar a estaca zero. – Murmurou.

— Não foi você quem disse para eu não confiar neles e seguir meu próprio caminho, que proteger eles era uma espécie de fraqueza...

— Não era bem isso que eu quis dizer... Então, esqueça o que eu disse e volte para lá o quanto antes. Estar sozinho agora é muito perigoso a menos que você queira morrer.

— Bom, morrer não seria uma penalidade tão ruim assim. Aliás você não viu o que eles fizeram com a Elya, se ela morreu foi por causa deles, eu nunca mais volto para aquele lugar.

— Você não está compreendendo a gravidade da situação, você precisa voltar. – Insistiu.

— Eu não vou voltar Steve, vou começar uma nova história aqui queira você aprove ou não. – Relutei.

— Que tipo de vida você espera encontrar aqui? Porque eu não vejo nenhuma. É tarde demais para recomeçar e você sabe disso, nada pode apagar o que já aconteceu. Você espera viver surtando todas as noites e indo para selva e...

— O que você disse? Fui eu que realmente fez tudo aqui hoje de manhã? – O mais velho revivera minhas memórias. – Foi eu quem causou mesmo aquele banho de sangue?

— Eu sinto muito, eu queria dizer que não, mas infelizmente eu não posso negar os fatos. – Mesmo tendo várias confirmações eu ainda não conseguia acreditar. – Você deve ter sofrido uma espécie de trauma emocional muito forte e...

— Mas... Eu não sou assim. Eu não faço esse tipo de coisa. Algo deve estar errado e...

— Will, eu entendo que você sofreu muito com a morte da Elya e talvez fosse por isso que eu tenha te pedido para tomar cuidado. Elya também era a minha dirigente e ela jamais ia querer ver você se arriscando assim por ela.

— Você não pode falar nada por ela. – Algumas lágrimas insistiam em cair. – Você não a conhece, ela foi uma inocente nessa história toda.

— Eu sei disso Will, e eu espero que você consiga compreender o que eu estou te falando. Você não tem o poder de mudar o passado, mas ainda pode restruturar o presente, então, volte para lá, torne-se um líder e saí daí por aquele helicóptero e, por fim, volte para sua familia e honre a memória dela.

— Eu sinto muito, mas eu não consigo fingir que está tudo bem.

— E realmente não está, e eu acredito que você possa mudar isso o quanto antes.

— Ainda sim eu não consigo entender por que você está me ajudando? Isso não faz sentido, sair daqui não é algo convencional para você.

— Assim, como você eu já estou farto de mentiras, e de alguma forma eu também quero redimir o meu passado. Por favor, eu preciso de você agora. – Seu olhar parecia tão singelo e verdadeiro, ainda sim ele poderia estar mentindo, pois já não era a primeira vez. – A escolha é sua, e eu desejo que você escolha a opção certa, Adeus Will.

O holograma desapareceu e mais uma vez eu voltei a estar sozinho, agora na escuridão da noite.

...

— Só um segundo para ver se eu estou entendendo a situação... Você me ofereceu de cobaia para concertar um helicóptero destroçado na neve em troca de um acordo idiota e acha mesmo que eu iria concordar com isso? – Disse Frank desacreditado.

— Eu sei que tudo isso foi um tanto quanto preciptado, mas não tinhámos escolha. – Eu tentava amenizar o assunto.

— Então, colocar a responsabilidade de vocês em uma só pessoa, foi a sua melhor escolha?! – Rutrucou o menino furioso.

— Eu não concordaria com tudo isso, se eu soubesse que você não seria capaz. Você é o maior rato de tecnologia que eu já conheci. Podia ao menos tentar, por favor...

— Eu não posso concordar com isso. Eu só me tornaria o culpado de um plano frustrado. – Relutou o garoto de óculos.

— Frank você é a nossa única saída desse lugar. E creio eu que quer dá o fora daqui o mais rápido possível.

— Já disse que eu não vou me responsabilizar por nada disso... Além do mais, logo o mundo vai descobrir a farsa que é o CAIG e então seremos salvos.

— Você é muito otimista pensando assim, mas, enfim, pare e pense por alguns segundos o quanto você vai estar se doando para salvar tantas vidas aqui.

— Essa é a questão Mike, desde que chegamos aqui você está cada dia mais arriscando as nossas vidas por essa gente. Eu gostava quando éramos peregrinos e não precisávamos nos preocupar com nada disso. – Nesse momento Nofre apareceu na entrada do cômodo com um olhar sério. – Desculpa, não foi isso que eu quis dizer eu só...

— Pare de fingir Frank – Ordenou Nofre. – Se não está satisfeito com as pessoas aqui, vá embora. Ninguém precisa de pessoas com esse tipo de pensamento aqui dentro. Eu só te desejo sorte, pois você não vai durar muito tempo lá fora. – O moreno deu as costas e saiu do cômodo.

— Nofre, espera não foi isso que eu quis dizer... – A garoto berrou, mas pareceu ter sido ignorado. – Droga!

— Se você não quiser ajudar eu também já estou indo. – Disse caminhando em direção a saída.

— Eu não vou cair numa chantagem emocional dessas. – Desdenhou.

— Você pode pensar o que quiser, Frank. Como Nofre mesmo disse, você pode ir quando quiser.

Por fim, eu finalmente deixei a alcova com Frank e seus pensamentos egoístas. Caminhei, então, até a varanda do segundo andar e Cory estava sentado em um banco numa parte mais reservada da sacada. Fui até ele e o moreno parecia perdido em seus próprios pensamentos.

— Então, como você está? – Peguei um banco no canto e sentei ao seu lado.

— Eu não estou afim de falar sobre isso! – Retrucou o moreno.

— Você não sabe nem sobre o que eu estou falando. – O garoto finalmente interrompeu seus pensamentos e olhou para mim. – Eu sinto muito, sobre o que aconteceu com a Berry, ninguém podia imaginar que...

— Ela está viva. Eu sinto isso – Interrompeu o moreno.

— Bom, eu não teria tanta certeza mas...

— Muito obrigado, por ajudar. – Ironizou irritado.

— Você sabe que eu só estou fazendo isso, para que você não crie falsas expectativas. Você viu o que a Pietra falou é muito provável que ela não esteja mais viva, está na hora de seguir em frente e parar de se iludir com falsas esperanças.

— Saí daqui, eu quero ficar sozinho. – Disse o moreno sério.

— Eu só estou querendo o seu bem.

— Saí logo daqui. – Gritou Cory.

— Lembra-se que de o tempo está passando. E uma hora pode ser tarde demais. – Disse dando as costas e deixando a varanda.

Passei o resto do dia na praia treinando com lanças e flechas sem pensar em mais nada focando simplesmente em meus alvos. No fim do treino me banhei nas margens da barreira boiando na água e olhando para céu atrás de respostas. Por fim, tivemos um refeição silenciosa ao anoitecer. Mesmo em silêncio todos estavam angustiados enfrentando seus dêmonios.

Depois de comer e fui até a alcova e deitei em uma das redes. Eu só queria que esse dia acabasse e eu finalmente conseguisse dormir, no entanto o rosto de Elya sempre invadia a minha cabeça e perturbava a minha mente. Passei horas olhando para o teto até que finalmente o sono me venceu.

No dia seguinte assim que eu acordei, novamente a alcova estava vazia. Mais uma vez eu começava a projetar meus planejamentos do dia antes mesmo de levantar. Parecia que eu jamais teria uma vida fora da rotina. Assim, que levantei da rede fui até a janela o grupo paracia estar todos reunidos em frente a praia. – O que está acontecendo? – Desci as escadas correndo e quando me aproximei todos estávam em circulo e Will estava no meio dele.

— Olha quem chegou, o antigo líder resolveu acordar. – Disse Will com um tom animado. – Anda logo, só falta você se aprontar para fazermos uma visitinha aos gelados.

Meu raciocínio ainda estava um pouco lento, porém pelo visto a única conclusão que eu tinha era de que eu não estava mais no comando.


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