The New Continent escrita por Weezzi


Capítulo 38
Capítulo 37 – Adeus.




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Ralf                               

09 Março, 2200, 14:34.

Assim, como as pessoas que ficaram na cabana, todos ali ainda estavam na praia perplexos com tudo que havia acontecido com Elya. Assim, como muitos de nós, eu ainda não conseguia entender como tudo aquilo foi acontecer.- Por que havia uma armadilha na praia? – Naquele momento todos foram tomados por um clima obscuro de melancolia e luto. Elya não havia passado muito tempo conosco, no entanto ela houvera passado tempo o suficiente para se tornar parte do grupo.

O silêncio perdurou por longos minutos depois de que tudo aquilo aconteceu. Depois disso todos se reuniram na estufa e se abasteciam da viagem com água e suprimento. Ninguém ali ousava dizer uma palavra ou se quer entrar na alcova com Will e Elya lá dentro. O mais estranho de toda aquela situação era saber como Mike soubera que tudo aquilo iria acontecer.

Antes mesmo que nos recuperassemos de todos os acontecimentos, um barulho fora da cabana nos chamou a atenção. Quando eu olhei pela abertura da janela eram os sequestradores vindo finalizar o acordo. Os dois garotos anteriores voltaram dessa vez com com a Berry ajoelhada no chão com um saco na cabeça que não permitia enchergar nada. Aos poucos fomos saindo da cabana ficando de frente para eles como num campo de batalha.

— Parece que algumas coisas mudaram desde a última vez que estivemos aqui... Decidiram pegar alguns animais com essas armadilhas ou essa armadilha foi feita para nós? Vejo aqui que pelo visto ela já foi usada. – Um dos garotos foi até as estacas, cheirou o sangue e depois com o dedo o pôs na boca. – Uhum, sangue fresco.

— Desculpe se não estamos aqui para um chá e uma conversa agradável, então, por favor, evite os sarcasmos e vamos direto ao ponto. Aqui estão as suas caixas. – Mike apontava para cada caixa na areia. – Agora de uma vez por todas, entregue a garota e leve a encomenda para o mais longe daqui.

— Nossa você é mesmo um estraga prazeres, essa conversa podia ser muito mais divertida e amigável. – Ele levantou a garota e empurrou ela até nós. – Toma eu já não aguntava mais ela. - Cory correu atrás dela e a segurou. Quando o moreno tirou a saco do rosto da menina. Para surpresa de todos aquela não era a Berry, mas sim Pietra.

— O que?! – Cory disse surpreso. – Essa não é a minha irmã, onde ela está? Vocês mentiram para nós.

— Essa não é a famosa Berry? – Ironizou o rapaz. – Mil desculpas, mas a amiguinha de vocês ai não colabourou com a gente e nem ao menos quis dizer o nome. Eu pensei que ela fosse a Berry, eu sinto muito.

— Esse não era o acordo, eu quero que tragam a minha irmã de volta. – Disse Cory furioso.

— Eles, não estão com ela. Eu a procurei por todo lugar e se nem mesmo eles a acharam provavelmente a essa hora ela já está morta. – Resmungou Pietra.

—Sua amiguinha tem razão. Se uma garota como ela perambulasse pela selva, nós saberiamos... Agora, por favor, entreguem a nossa encomenda que damos o fora daqui.

— Agora que estamos com a garota, o que faz você acreditar que te entregaremos a encomenda? – Perguntou Mike.

— Isso – O rapaz assobiou. E uma lança enorme surgiu de repente e cravou na areia entre as pernas de Mike. – Isso é um bom motivo para você? – Ironizou. – Em seguida vários homens saíram da selva e eles cercavam todo o perímetro da praia. – Bom, você são patéticos perto de nós, então, por gentileza você poderia me entregar a caixa ou eu vou ter que mandar ir alguém ai buscar?

Eu nunca havia visto tantas pessoas dispostas a lutar até aquele momento. Estávamos realmente cercados como ratos em uma encubadora elétrica. Mike não hesitou em arrastar cada caixa em direção aos rapazes. Parecia que o circo inteiro estava armado e nós que seriamos a atração principal surpresa.

— Isso! Você escolheu a opção certa. Parece que você não é tão burro quanto eu pensava. – O rapaz fez um sinal com a cabeça para seus capangas. Assim, alguns deles caminhavam até as caixas, verificavam-as e as carregava para dentro da floresta. – Foi ótimo fazer negócios com vocês. Agora não achem que vão se livrar de nós para sempre. Esse lugar aqui vive cruzando nossas histórias.

— Eu discordo, e espero não vê-lo nunca mais. –Retrucou Mike ríspido.

— Assim, você me ofende. – Ironizou o rapaz. – Mas tudo bem, eu já tomei muito tempo de vocês é hora de vocês comemorarem o retorno da mocinha ali. – Ele apontou para Pietra que ainda o olhava com um olhar furioso. – Então, minhas sinceras desculpas pelo incômodo, mas temos que ir. – Com mais um assobio os rapazes se retiraram desaparecendo na selva. – Adeus, ou melhor até logo. – O rapaz virou as costas num sorriso macabro.

Os rapazes desapareceram do nosso campo de vista diminuindo a tensão.. O fato das armas não estarem mais apontadas para nós já era um grande alívio. Com isso, parece que as coisas estavam saindo totalmente do nosso controle, Berry havia sido substituída por Pietra e as expectativas de encontra-lá se resumomiram-se a zero. – Será que dessa vez era definitivo. – Tina foi ajudar a morena e Mike dispensou os ajudantes dos gelados para voltarem a vila. Depois disso, todos novamente se reuniram na estufa e esperavam escutar a história da morena.

—Então, você tem certeza que ela não está com eles? – Perguntou Cory nervoso e preocupado.

— Tenho, e mesmo que ela estivesse com eles, já estaria morta. Isso aqui foi só um pedaço do que eles podem fazer.

— Você acha que devemos fazer agora desistir?

— Eu rodiei a selva tentando encontrá-la. Infelizmente ela desapareceu. – Respondeu a morena ríspida. – Se a essa hora ela já não estiver morta.

— E como eles conseguiram te encontrar? – Perguntei.

— Eles conseguem encontrar qualquer um. Estão por todo lugar. Quando vi eu já estava cercada por dez deles e era tarde demais para recuar.

— E você sabe onde é a base deles?

— Eles não têm uma base. Suas fortificações são separadas. Pelo tempo em que eu passei por lá, eu soube que eles estão em um projeto de expansão, e pelo visto eles já tomaram grande parte do território oeste.

— Contudo, eles ainda não dominaram tudo. Viajamos a alguns dias pelo lado leste para visitar os gelados e não nos deparamos com eles na selva isso quer dizer que eles ainda não estão no controle de tudo. – Acrescentou Sarah.

— É por isso, que precisamos ficar atentos a partir de agora. Precisamos urgente da conexão do relógio de todos. – Mencionou Frank.

— Porém, isso não será mais preocupação nossa. Se tudo der certo daqui a um tempo nós conseguiremos consertar o helicóptero e dar o fora daqui. – Falei.

— Helicóptero? – Indagou Frank.

— Irei falar sobre isso com você depois Frank, enquanto isso vamos ter que tomar cuidado com os próximos passos daqui para frente. – Acrescentou Mike. – Agora temos que pensar... – Antes mesmo que o líder pudesse continuar Will apareceu na entrada da estufa.

— Pensar em que? Em como mataremos mais um de nós? – Interrompeu o ruivo irado. – Você fez aquele armadilha, foi você quem matou a Elya.

— Will, eu sinto muito eu... – O líder mais uma vez foi interrompido pelo ruivo

— Sente muito? Você tem certeza? Você não sente nada. Talvez essa noite você durma tranquilo sem nenhum remorsso. – O ruivo correu até Mike e agarrou o menino pela camisa preste a atacá-lo. Eu e kim seguramos os dois e tentamos acalmá-los.

— Pare vocês dois, não tem como mudar o que já aconteceu agora. – Repriendi-os.

— Como você sabia daquela armadilha? Por que você fez isso com ela? – Will gritava rancoroso.

— Isso não era para acontecer. – Disse o líder chorando. – Aquilo era um plano reserva para os sequestradores, eu só queria criar uma alternativa para proteger os que ficaram aqui caso não conseguissemos voltar... – Nesse momento Will cravou os olhos em Loren ainda mais furioso.

— Então, esse era o plano B que você não quis me contar...

— Will, por favor, eu sinto... – A menina se aproximava do ruivo, entretanto foi recebida com um tapa em seu rosto. Naquele momento eu tive de intervir segurando Will mais forte e levei-o para fora dali.

— Eu tenho nojo de vocês, de todos vocês. – O ruivo gritava enquanto era retirado do cômodo. – Eu quero a minha mochila, eu vou embora desse lugar. – Will sussurrou para mim.

— Você não vai a lugar nenhum, você vai ficar aqui e esfriar a cabeça. – Retruquei.

— Você está defendendo aqueles assassinos? Podia ser a Tina no lugar dela... Eu acho melhor você também dar o fora daqui o quanto antes. – Afirmou Will

— E para onde você pretende ir? – Perguntei.

— O mais longe possível desse lugar. – Algumas lágrimas ainda escorriam do seu rosto. O ruivo entrou na cabana e pegou a mochila. – Adeus Ralf.

— Escuta o que eu digo, não é seguro lá fora. A Pietra mesmo disse que eles estão por todo lugar e uma hora vão encontrar você... Por favor, acalme-se antes de tomar qualquer decisão.

— Will, por favor, me escuta eu sinto muito. Você não precisa ir embora. – Disse Loren com os olhos vermelhos e cheios de lágrima. – Eu sei que eu errei, mas...

— Não, não sente, você nem ao menos a conheceu. Ela não foi nada para você... Tudo que aconteceu aqui não foi um erro, mas uma escolha. – O ruivo se virou e caminhou pela praia até desaparecer na selva.

— O que está acontecendo aqui? – Uma voz diferente interrompeu o momento, quando me virei para olhar, era Jihan. O menino finalmente havia acordado. – Vocês vão ficar me olhando com essas caras de paspalho, ou alguém aí vai me contar o que aconteceu? E afinal explicar por que uma das redes está coberta de sangue? – Naquele momento eu corri até o moreno e o abracei fortemente.

— Nofre vem cá. – Chamei em voz alta num tom animado. O menino apareceu na abertura da casa e viu Jihan de pé ao meu lado. Assim, como eu, ele correu para abraçá-lo. – Que bom que você está vivo. Agora vamos entrar e eu vou te explicar tudo. – Nós caminhamos para dentro da cabana e nos sentamos na mesa da estufa.

Era inacreditável imaginar como a vida nos prega uma peça. No mesmo dia, em que ela levou Elya, trouxe de volta Jihan. Por mais que o menino voltasse, o luto por Elya e a saída de Will não nos dava motivo para comemorar. Depois de tudo aquilo, Mike e Loren se mostraram verdadeiramente arrependidos, mas o arrependimento era tarde demais. Portanto, eu não tinha ideia de como as coisas seriam dali para frente, quais seriam os próximos desafios. Minha única esperança era conseguir consertar o helicóptero e finalizar essa história de uma vez por todas. Poder dizer adeus a Alfalumia.


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