Princesas & Maldosas escrita por Chris Pine


Capítulo 4
Negação


Notas iniciais do capítulo

As liars tentam lidar com a morte Hanna, mas todas tem uma forma diferente de encarar o luto. Alison começa a desconfiar que CeCe seja -A e tem que correr contra o tempo para encobrir suas pistas e evitar mais tragédias.



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Hanna Marin

Minha cabeça estava pesada e meus músculos doendo como se eu tivesse apanhado. A última coisa que eu me lembrava era de estar em um carro e de bater contra um poste. E agora, eu estava em cima de uma cama em um sotão, pelo que parece. Eu tento levantar a cabeça para procurar água, meus lábios estão secos, mas só encontro mãos geladas que me ajudam a me erguer. Quando ponho meus olhos na figura, meu coração arfa de susuto e finalmente me pergunto se não estou mesmo morta.

– Calma, calma. – Alison estava na minha frente, e parecia tão viva... Eu não podia acrediar. – Beba devagar, você ainda deve estar em choque.

– Você está morta. Você está morta! – eu me recusava a acreditar que eu estava mesmo falando com Alison.

– Mortos não contam histórias, Han. Estou tão morta quanto você.

– O que aconteceu? Eu só me lembro do carro e de...

– Eu não tenho tempo de explicar tudo agora, mas isso é coisa da –A.

– Aquela vadia. – eu cerrei meus punhos, mas senti uma pontada nas costelas.

– Vai com calma Hanna, foi quase impossível te tirar do hospital, por favor, não morra aqui.

– E a... Aria?

– Ela está bem, mas ainda está em fase de negação.

– A Aria pensa que eu estou morta?! Você pirou Alison? Não vou ficar aqui enquanto ela...

– Você vai ficar! – ela me segurou e o jeito como me olhou nos olhos, me passou segurança. – Se sair daqui, –A vai matar você. Eu tive que fazer com que todos acreditassem que você estava morta, do contrário você realmente estaria.

Eu deixei algumas lágrimas cairem do meu rosto, eu não suportava a ideia de ter Aria sofrendo por mim. Eu imagino o sofrimento que eu passaria se ela morresse, e com certeza eu preferia morrer junto do que passar a olhar o mundo como uma enorme testumanha da sua existência e da minha incopetência por perdê-la.

– E o que faremos agora? Ficar brincando de Bonnie e Clyde com –A?

– Estou nesse jogo há muito mais tempo que você Hanna, e se você acha que eu gosto, é louca. Tem alguém tentando me matar também, não vamos esquecer desta parte.

– Eu preciso ver a Aria e você não pode me impedir.

– Tanto posso quanto vou! Não só vai se colocar em perigo como colocar a Aria na mesma situação. Se quer a Aria aqui se escondendo de –A é só me avisar para eu jogar ela dentro de um carro sem freios. – ela suspirou. – Eu realmente pensei que você fosse morrer.

– E desde quando se importa?

– Desde sempre, Hanna. Desde o dia em que eu prometi deixar Rosewood para manter a segurança de vocês, até agora. Não pode confiar em ninguém.

– E isso inclui você?

– Por enquanto, você não tem outra opção.

Eu pensei que se Ali quisesse mesmo me ver morta, os esforços dela teriam sido todos em vão. Ela estava mesmo tentando me ajudar, de uma forma meio torta, mas estava. Mas meus pensamentos voaram até Aria novamente, Spencer, Emily e Caleb... Ah meu Deus, Caleb! Ele deve estar surtando também. E eu não podia tentar amenizar a dor deles, apenas esperar que eles superassem.

– E quanto ao seu relacionamento com a Aria...

– O que sabe sobre isso? – eu a interrompi, nervosa.

– Mais do que você imagina. Logo –A vai usar isso para atrair você de volta a cena.

– Achei que tinha dito que –A, acha que eu estou morta.

– Quanto tempo acha que vai conseguir fingir esse disfarse? –A também sabe que eu estou viva. Eventualmente, vai saber sobre você. Precisa estar preparada para o pior.

– Do que está falando?

– Estou falando sobre as pessoas começarem a descobrir sobre vocês. –A vai jogar baixo para conseguir o que quer, precisa resistir Hanna, eu não posso perder uma de vocês.

– Por que –A quer tanto matar você? O que você sabe que não está falando?

– Eu não sei por que, se eu soubesse, com certeza não estaríamos aqui. Me desculpe por colocar vocês nessa confusão, mas... Agora, precisamos agir.

– E o que vamos fazer?

– Você vai ficar mais forte e eu tenho que dar um jeito na Mona. Ela sabe que estou viva, e se começar a falar demais, –A pode ficar tentada em complicar ainda mais as coisas. E mais uma coisa... – ela me olhou no fundo dos olhos e segurou a minha mão – Não confie em ninguém. Nem nos aliados.

– Temos aliados? Essa é nova, Ali.

– CeCe sabe, mas não sei o quanto posso confiar nela. Ela vai ficar com você enquanto vou dar uma olhada nas meninas.

– Se for ver a Aria eu vou com você! – eu tentei me levantar, mas não consegui me mover, achei que minha costela estava quebrada, ou talvez fissurada.

– Quando você ficar melhor, eu prometo que darei um jeito de você encontrá-la. Mas por enquanto, não podemos brincar com –A. Tenho minhas graves suspeitas e estamos correndo perigo.

– Quanto tempo vou ficar nessa cama?

– Você quebrou algumas costelas, e passou por duas sessões de reanimação. Tente comer devagar ou vai vomitar tudo. Se puder andar, em duas semanas.

– Não acho que a CeCe goste muito de mim.

– Veremos...

Alison caminhou até a porta, olhou pelo olho mágico e abriu a porta com segurança. CeCe a cumprimentou com um sorriso e depois, inesperadamente, as duas se beijaram. Eu pisquei os olhos duas vezes não acreditando que aquilo pudesse ser verdade, considerando que CeCe era ex do Jason. Mas ela sorriu para mim também e caminhou até mim de mãos dadas com Ali.

– Me dê mais um minuto com ela. – CeCe falou algo sobre as cervejas na geladeira e Ali deu uma risada meiga, inocente, que eu jamais havia visto no seu rosto.

– Você e a CeCe... Quem diria.

– Todas nós temos nossos segredos Han. Devo dizer o óbvio?

– O que?

– Não pode dizer isso para ninguém. Tenho meus motivos para desconfiar da CeCe, mas se eu estiver errada, ela também vai morrer.

– Por que desconfia dela? Mantém suas desconfianças dentro do seu cativeiro e com a chave da porta?!

– Mantenha seus amigos perto e os inimigos mais perto ainda. CeCe é a única que sabe cada passo, cada suspiro que eu dou, assim como –A. Se eu não a amasse, diria que ela é –A.

– Sabe o que dizem sobre esperança. Causa decepções horríveis.

– Vou dizer a Spencer que você mandou um Oi. Mais uma coisa, tenho que te dar um novo celular, o velho era rastreável. – ela retirou do bolso um celular velho, provavelmente sem nenhuma rede social ou câmera. Torcia para que tivesse câmera. – Se –A te mandar alguma mensagem, não diga nada a CeCe. Espere eu voltar.

– Não posso pelo menos avisar a minha mãe que eu estou bem?

– Hanna, por favor. – ela interrompeu a fala quando CeCe se aproximou. – Vai cuidar bem dela?

– Tudo por você. – elas sorriram e trocaram mais um beijo. – Toma, tenho certeza que o hospital não deixaria você beber, mas a enfermeira CeCe aprova.

– Eu dispenso. – viro o rosto e me recuso a beber.

– Melhor, mais para mim.

– Vejo vocês depois. Fique bem, Han. – Ali beijou a minha testa e eu finalmente me senti segura.

– Me desculpe por um dia duvidar que você era a minha amiga.

– Você não é a primeira, não será a ultima. Agora preciso ir a um funeral.

– Me mande flores, rosas de preferência.

– Não vou esquecer. – e ela deu as costas e finalmente saiu.

Aria Montgomery

Eu segurava a mão da Spencer e da Emily, vestida com roupas pretas e óculos escuros. Meus olhos ardiam muito e o ar me enjoava tanto, que perdia as contas de quantas vezes já havia vomitado. Não conseguia colocar nada na boca, não tinha ânimo para nada. Eu não acreditava que estava ali, enterrando parte do meu coração e o que tinha sobrado, estava congelado.

– Alguém quer dizer alguma coisa?

Eu não consegui ficar ali nem mais um minuto. Me desvencilhei das mãos das meninas, pronta para vomitar de novo. Eu corri entre lápides e túmulos e aos poucos, fui perdendo a minha consciência, quando me esbarro nos braços fortes de alguém que não consigo identificar.

– Aria, pelo amor de deus. – Ezra me ergueu em seus braços e se sentou. – Respire, por favor, respire!

Aos poucos fui me acalmando, a tontura e a sensação de enjoou foi passando, mas existia uma dor de uma ferida aberta, que não conseguia cicatrizar. Meu medo havia se tornado real, e finalmente –A conseguiu me destruir. –A conseguiu o que queria.

– Vai ficar tudo bem, Aria, vai ficar tudo bem.

– Ela não morreu. Isso não pode estar acontecendo Ezra, ela não pode estar morta. – eu chorava e me agarrava a camisa de Ezra.

E dizem que a negação é primeiro estágio do luto. Eu me recusava a acreditar que ela estava morta, mesmo sabendo que estava. Tudo bem, agora só faltavam mais quatro.


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Notas finais do capítulo

Próximo Capítulo: Raiva

Spencer começa uma pesquisa sobre –A que a acaba levando direto para o paradeiro de Alison. Hanna se preocupa com a sanidade de Aria, e Alison tenta evitar que Hanna revele para ela. Emily está prestes a reencontrar Maya e Ezra a descobrir sobre Hanna e Aria.



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