“Não sei, Sam. To aqui na loja procurando o bendito liquor mentolado que você pediu, mas tá difícil. Já fui em três lojas até agora e nada.” – Dean dizia distraído entre as gôndolas repletas de bebidas das mais variadas espécies e nacionalidades. Continuou ouvindo o blah, blah, blah de seu irmão mais novo, fazendo caretas e andando entre uma prateleira e outra e não percebeu o sujeito agachado de cócoras no final de uma delas. Deu alguns passos e finalmente deu de topada bruscamente com o tal levando-o ao chão e caindo por cima dele de forma engraçada e embaraçosa.

“Ai caralho...!” – o loiro resmungou antes de encarar o sujeito que o encarava de volta com olhos arregalados de pavor. Eram os olhos mais azuis que Dean já tinha visto em sua vida e o fato de estarem com uma expressão tão sofrida apenas os tornavam ainda mais belos. – “Meu, desculpa!” – disse tentando se levantar desajeitadamente, mas sem conseguir desvencilhar os olhos dos do moreno.

“Ao menos pode tirar seu joelho do meu...” – disse apontando envergonhado para sua região genital. – “... Está me machucando.”

Dean riu encabulado. – “Meu Deus!” – e finalmente conseguiu se levantar, dando sua mão em seguida ao outro que ainda se encontrava caído.– “Cara, foi mal. Eu sinto muito. Estava distraído numa ligação com o irritante do meu irmão e não te vi agachado. Você tá legal?”

“Tirando o fato de você ter amassado minhas bolas?” – o moreno dizia rindo da situação enquanto massageava a área atingida.

Área essa que o loiro também não tirava os olhos. – “Winchester...” – dizia estendendo a mão ao estranho. – “Dean Winchester.”

“Novak. Castiel James Novak.” – o moreno respondeu aceitando o gesto.

Ambos ficaram alí naquele cumprimento um tanto quanto exagerado, encarando um ao outro e sorrindo de forma desconcertante.

“Você... Você está bem mesmo?” – o Winchester questionou todo preocupado.

“Relaxa. Não foi nada de mais. Acidentes acontecem acidentalmente.” – Novak respondeu, rindo da piada infame.

“Mas e o seu...” – Dean continuou, apontando pro baixo ventre do moreno.

Castiel ruborizou violentamente. – “Fica tranquilo. Não aconteceu nada aqui embaixo.” – sorrindo de forma adorável.

“Oh, isso é muito bom.” – o loiro soltou, se dando conta de que aquilo soou de maneira estranha.

Novak sorriu de volta e baixou a cabeça tentando esconder o constrangimento que a situação toda gerava. – “Bom, pelo menos aconteceu alguma coisa essa semana na minha vida pra dar uma agitada. Fazia tempo que ninguém me tocava lá.” – entrando no espírito da coisa e procurando ver se aquele encontro fortuito levaria a algum lugar.

Castiel já estava sozinho já nem sabia há quanto tempo. Lembrar da última vez que alguém se interessou por ele era até triste. Quando transou então, era piada de mal gosto. E aquele loiro rústico de olhos extremamente verdes tinha tudo pra ser seu candidato perfeito.

Dean riu do comentário de Novak e retrucou. – “Você só pode estar de brincadeira comigo. Já se olhou no espelho? Acho que só fica sozinho se quiser.”

“Bom, eu não quero... Mas estou sozinho do mesmo jeito.”

“Bem. Sei que acabamos de nos conhecer e... Isso é até meio doido, mas...” – pegando a folha em que Samuel, seu irmão, havia anotado alguns itens que ele deveria trazer do mercado, rasgou um pedaço e escreveu algo nele. – “...Esse é meu número.” – entregando-lhe o pedaço de papel. – “Me liga... Talvez... A gente possa marcar algo.”

Castiel encarou o número que lhe foi entregue e abriu um largo sorriso. – “Isso é sério?”

Dean corou. – “Bem...” – esfregando a nuca. – “...Se você achar que vale a pena.” – sorrindo maroto.

“Tudo bem...” – Novak disse, pegando a garrafa que estava admirando antes do encontro inesperado com o Winchester e, levantando-se, chegou mais perto do loiro. Deu-lhe um selinho atrevido e saiu rumo ao caixa. – “...Aguarde minha ligação.”

...continua?