Três anos depois da guerra ter acabado. A paz finalmente parecia estar reinando. Sasuke foi aceito de volta à vila, sob a condenação de prestar serviços sociais durante um ano. Sakura não poderia estar mais feliz. Ela finalmente tinha seu amado ao seu lado. Percebeu que todo o esforço realmente havia valido a pena.

O dia das mães se aproximava e nas lojas, já podia-se ver as propagandas e toda aquela apelação comercial ao redor do feriado. Durante seu trajeto até o hospital, onde trabalhava atualmente, encontrou com um Naruto desesperado.

- Sakura-chan!! – ele correu até ela afobado. Parecia prestes a ter um ataque.

- O que aconteceu? – indagou preocupada. Não sabia se devia mesmo se preocupar. O loiro tinha amadurecido bastante, mas continuava sendo o Naruto de sempre.

- Não sei o que comprar pra Hina-chan! – ele exclamou levando as mãos a cabeça em um claro gesto de preocupação.

Sorriu. A morena havia descoberto há um tempo atrás que estava grávida. Ela devia estar com uns cinco meses e o Uzumaki já sofria com os sintomas e efeitos da gravidez. Mesmo assim, o amor por ela não diminuía nunca, ao contrario, somente aumentava. Hinata estava dando uma oportunidade para ele finalmente ter uma família. Uma família de verdade.

- Bem.. acho que você deveria fazer algo ao invés de comprar. – aconselhou como uma irmã mais velha. – Hinata vai gostar bem mais de algo feito por você.

- Como o que? – pousou a mão direita no queixo pensativo.

- Ah, use sua criatividade, Naruto! – ela não sabia o que a amiga gostaria de ganhar. Em sua mente, tinha certeza que qualquer coisa dada pelo garoto, estava ótimo para ela.

- Hmm, arigatou Sakura-chan! Vou pensar em algo! – ele agradeceu acenando e saindo correndo pelas ruas da vila.

A rosada sorriu continuando seu caminho. Estava quase chegando quando viu uma certa morena aos prantos em um dos bancos ali perto. Foi até ela sentindo-se intrigada.

- Tenten? – chamou e viu a garota levantar o rosto inchado. Ela devia estar chorando há um bom tempo.

- Ahhh, Sakura! O que eu faço?? – ela pulou na rosada que teve que se segurar em um poste para não cair.

- O que aconteceu, mulher? – estava confusa. Levou-a de volta ao banco, sentando-se ao seu lado.

- Neji vai me matar! Não, ele não vai mais querer nada comigo! Ahhhh, o que eu faço? – continuou murmurando coisas desconexas. A Haruno franziu as sobrancelhas. Por que raios o moreno iria querer mata-la? Pelo que sabia, estavam juntos desde o término da guerra. Isso não fazia sentido!

- Tenten, me fala o que aconteceu! – exclamou balançando a garota pelos ombros.

- Eu... estou grávida. – abaixou o olhar. Neji não queria uma criança agora. Ele precisava se tornar líder do clã primeiro.

- E por que o Neji não iria querer mais nada contigo? – ainda não tinha entendido o motivo de todo aquele drama.

- Por que...por que...

- Tenten!! – ouviram a voz do Hyuuga e a Mitsashi tentou se esconder atrás da rosada. Sakura suspirou. Será que não conseguiria chegar em seu trabalho naquele dia?

- Aqui! – Sakura gritou levantando a mão e quase apanhou de Tenten.

Ele foi até elas correndo. Parecia bastante preocupado.

- O que você está fazendo? – indagou para a namorada que tentava se camuflar atrás da amiga.

- Sakura, fala pra ele que não estou aqui. – sussurrou não querendo falar com o menino.

- Neji, ela disse que tem uma coisa muito importante pra te falar. – a garota se levantou revelando uma morena encolhida.

- Sakura!! – repreendeu-a e escondeu o rosto com as mãos.

- Para de ser covarde, Tenten! Ele precisa saber! – cruzou os braços esperando que a amiga parasse com o teatro.

- Preciso saber o que? – Neji estava perdido. Não compreendia em nada o que se passava ali.

Cinco minutos e nada saiu dos lábios da morena. A rosada suspirou cansada.

- Ela está gravida e estava com medo da sua reação. – Sakura revelou descruzando os braços.

- Sakura!! – repreendeu novamente a olhando irritada. Não era para contar assim!

Ambas foram surpreendidas pela reação de Neji. Ele puxou a morena pela cintura e começou a gira-la no ar. Em seu rosto, um sorriso feliz. Ela não entendia o que tinha acontecido ainda.

- Essa é a melhor noticia que eu podia receber! – seus olhos brilhavam enquanto apossava-se dos lábios da namorada. Ainda atônica, correspondeu o beijo.

Sakura sorriu contente pelos amigos e continuou seu caminho esperando que dessa vez nada mais atrapalhasse seu trajeto.

--x—

Os dias passaram rápido. Sasuke estava sendo designado para várias missões e isso resultava em pouco tempo para passar com a namorada. Sakura prosseguia com seus atendimentos médicos, porém alguns enjoos leves e dores de cabeça tinham a incomodado. Não havia dado muita atenção a isso, pensava ser apenas cansaço.

O dia seguinte seria o tão esperado dia das mães e pelo menos neste dia, ela não precisaria trabalhar. Estava precisando de uma folga. Ser a segunda melhor médica da vila era muito cansativo.

Falara com Sasuke na ultima vez que se viram e ele prometeu que passaria o dia com ela. E bem, o Uchiha jamais descumpria uma promessa.

Estava quase terminando seu plantão. Sentiu uma leve vertigem e mordeu o lábio inferior com força. Ino veio ao seu encontro preocupada.

Ouviu a loira perguntar o que ela sentia e até abriu a boca para responder, mas sua voz não saía. De repente, seus olhos começaram a perder o foco e sua cabeça latejar. Sentia uma dor absurda vindo de lugares próximos as têmporas. Desmaiou nos braços da amiga segundos depois.

--x—

Sasuke corria pelos corredores do grande hospital. Havia acabado de voltar de uma missão e Ino já tinha lhe avisado que Sakura passou mal mais cedo. Se culpou por não estar muito presente ultimamente. Com certeza, ela tinha trabalhado demais e esquecido de se alimentar.

Parou na porta em que o indicaram e entrou cautelosamente. Ela segurava uma folha com deveras força. Em seu rosto tinha lágrimas finas escorrendo, porém um sorriso alegre também moldava seus lábios. Ele não sabia se aquilo era bom ou não.

- Sakura? – chamou se aproximando da mulher. Ela o olhou em um misto de felicidade e preocupação.

- Sasuke-kun... – sussurrou com a voz um pouco falha. Pelo choro ou por estar fraca, isso não importava.

- Como se sente? – ele perguntou sentando-se na beira da cama.

- Bem, acho. – sorriu olhando para o relógio pregado no alto da porta.

Sasuke seguiu o olhar dela e sorriu de canto ao perceber o horário.

Meia noite. É, já era dia das mães.

- E o que é isso nas suas mãos? – ele questionou curioso. Normalmente não era assim, mas como tudo em sua vida, Sakura era uma exceção.

Ela sorriu meiga e estendeu o papel à ele. Sasuke percebeu que suas mãos tremiam e que o sorriso passou para nervoso assim que ele começou a ler o conteúdo da folha.

Positivo

É o que estava escrito no final da folha. Sakura engoliu seco. Tinha medo que o moreno não quisesse o filho, apesar de que ela o teria de qualquer jeito.

- Eu... eu... – ele mal conseguia formular uma frase. Estava surpreso demais.

- Eu entendo se você não quiser o filho e-

- Não diga besteiras, Sakura. – ele a cortou pegando em suas mãos. – É o que mais quero. Construir uma família com você. Reconstruir o clã. Você está me dando o que eu mais desejei em toda a minha vida.

- Sasuke... – ela não conseguia mais controlar as lágrimas.

- Ei, não quero te ver chorando. – limpou-as com as pontas de seu dedo. – Nunca mais.

- Eu te amo tanto... – ela sorriu em meio as lagrimas enquanto sentia-se ser abraçada – Obrigada!!

- Obrigada? Eu que tenho que te agradecer. – ele sussurrou apertando mais ainda o corpo pequeno em seus braços – Agradecer por tudo que fez por mim. Desde que éramos mais novos até agora. Eu não seria o que sou agora sem você.

- Esse é o melhor presente de dia das mães que eu poderia receber... – ela disse se afastando dele e passando a mão em sua barriga.

- Não, esse é o melhor presente que eu poderia receber. – ele pousou sua mão sobre a dela. – Eu te amo. Aliás, amo as duas.

- Duas? Como sabe que vai ser menina? – arqueou a sobrancelha divertida.

- Oras, vou precisar de um motivo pra correr atrás dos meninos da vila. – ele sorriu de canto e ela riu.

- Tsc, tsc. Já estou vendo que ela vai sofrer com esse pai ciumento. – debochou escorando a cabeça no ombro masculino.

- Só estarei fazendo meu papel. – ele começou a fazer um carinho nos cabelos rosados. – Do mesmo jeito que faço como namorado.

- É, ela vai sofrer mesmo. – riu ao lembrar-se de como o Uchiha era ciumento e possessivo. E de quantos homens foram parar no hospital por causa dele.

Ele apenas bufou cruzando os braços em um gesto infantil. Sakura riu mais ainda o abraçando. Ele logo retribuiu e depois, selou seus lábios aos dela. Agora, seriam uma família. Ele finalmente poderia ser feliz. Ser completo.