Índigos e Cristais

Capítulo II - "Olim diabolo "

Sahara sentia um misto de assombro, pavor e estupefação; o homem sequer abria a boca, mas ela o ouvia nitidamente; ele contou uma história sobre seres de luz, e reinos que lutavam entre si para estabelecer o equilíbrio do universo, contou sobre "Michelangelus, o mal supremo", e como ele havia condenado Seu irmão, Leonardius à uma espécie de banimento de mil anos; Sahara tinha defeitos, mas ceticismo não era um deles! Ela realmente achava que havia uma verdade por trás disso tudo, esse homem poderia ser um religioso fanático, ou um louco, ou um religioso fanático que ficou louco... ou talvez estivesse querendo contar alguma história por meio de metáforas, então cuidou em prestar atenção em cada palavra que ele dizia, mas não conseguiu estabelecer nenhum tipo de ligação entre a história e alguma situação cotidiana.
– Existe uma profecia: Após renascer mil anos, Leonardus Förtius irá ressurgir na forma do perfeito-imperfeito e é quando a batalha final terá início. A batalha durará 7 séculos, um para cada reino de luz; a profecia também diz que quando Leonardius chegar à forma do perfeito-imperfeito, um ser de luz com o emblema de seu reino tatuado no nome, irá encontrá-lo, e junto com ele, os líderes de todos os reinos que foram banidos à renascer eternamente como perfeitos-imperfeitos e libertá-los, e então, a guerra das trevas contra a luz terá início, onde depois dos 700 anos de batalha, o bem triunfará. - Disse Ashtar sem em nenhum momento abrir a boca.
– Okay, uh... primeiro de tudo: como você consegue falar sem nem abrir a boca? - Sahara perguntou meio sem jeito.
– A mente humana é capaz de feitos inimagináveis, você poderia realizar proezas incríveis se se permitisse - Falou ele, mais uma vez sem literalmente "falar".
– Ah, entendi... e ... você acha que eu sou a criatura cintilante..- Ela ensaiou.
– Ser de luz! - Corrigiu ele.
– Isso! Que vai achar o líder dos reinos mágicos que formarão um exército que vai derrotar esse "mal supremo".. - Ela falou com um certo deboche.
– Exato. - O homem respondeu sem muita hesitação.
– Okay... já é meio tarde, porque não volta amanhã? Eu tive um dia longo, e preciso descans.. - Ela já tinha o empurrado da cozinha até a sala quando ele à interrompeu.
– Dizer ao porteiro para não deixar um homem com capacidade de tetransporte não entrar, não irá resolver seu "problema" - Ashtar falou calmamente.
Sahara ficou com medo, será que ele tinha lido sua mente quando ela estava pensando que achava que ele tinha um certo "charme"? Não importava, agora ela só queria esse homem fora de sua casa.
– Escuta aqui, senhor.. - Ela falou e virou de costas, quando estava se dirigindo para a frente do "visitante"; mas, quando estava prestes à dar uma bronca, não encontrou mais ninguém ali.
Ela não poderia simplesmente ter imaginado aquilo tudo, então decidiu fazer o que tinha dito à Sheran, e preparar-se para dormir. Preparou um como de chá morno, e quando foi no armário pegar o açúcar e voltou, viu um ser horrível na porta de entrada de seu quarto; era um tipo de homem velho, mas, era vermelho com manchas laranja, escamoso, as cores em sua crosta pareciam lava, mas, ele era enrugado, parecia fraco.
Ele olhou para ela, deu um riso, o mais diabólico deles, apesar de não sair nenhum som, e simplesmente sumiu.
Foi a gota d'água para Sahara, deixou seu chá em ebulição em cima da mesa, e foi dormir. Ela teve um sonho estranho naquela noite, estava na sala de casa, não parecia um sonho! Mas, era como se as coisas estivessem trocadas de lugar, estava tudo vermelho e um cheiro horrível no ar, ela se dirigiu à porta de saída, e quando abriu encontrou algo que não se parecia nada com seu endereço no Arizona, uma rua que parecia chinesa e um grupo de idosos se vestindo como monges, mal-encarados, quando ela se aproximou foi como se as feições deles mudassem, ela tentou perguntar o que estava acontecendo, mas ela começou à se sentir fraca, como se tivesse adormecendo, tudo o que via eram os "monges" rindo, e um deles, gesticulando com as mãos, como se estivesse provocando aquilo. Quando ela começou à abrir os olhos, percebeu que estava mais uma vez em seu quarto, dessa vez, acordada; o velho demônio que vira outrora gargalhando sem som, agora se encontrava forte, jovem, e com uma risada estrondosa, e estava fazendo-a flutuar em seu quarto com as mãos, e sentia que ele tirava alguma coisa dela, energia. Quando de repente, ele começa à sentir-se afobado, ela podia sentir uma agonia nele, ele à jogou contra a a parede e fugiu, em questão de segundos, Sheran chega em seu quarto. Ela estava sangrando do lance na parede, aquilo tudo poderia ter sido uma mera fantasia de sua mente, mas os ferimentos eram bem reais.
– O que era..- Ela foi interrompida por Ashtar, quando tentava tirar alguma explicação para aquela confusão.
– Agora é tarde, ele conseguiu o que queria. - Ele falou, ela podia sentir uma preocupação no tom de sua voz.
– O que? - Sahara indagou, confusa.
– Não há mais tempo, agora oficialmente começa a batalha dos sete séculos; você precisa começar sua busca por Leonardius, AGORA! - Ele olhou para ela com um olhar de espanto; Sahara nunca havia se sentido tão confusa.

Continua....