Twisted Mix escrita por Dreamy


Capítulo 35
Final


Notas iniciais do capítulo

Aí, o último capítulo para vocês. ME MATEI para escrever isso. Tudo tinha que ficar perfeito. Agradeço a vocês, agora, a última enquete:
1) A fic merece uma recomendação? Vão recomendar?
2) Nota final?
3) Jandira teve um fim merecido?
4) Qualidades e defeitos do capítulo.
Bye, guys.



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– Biaaaaaa!

Jandira dava gargalhadas daquele momento, enquanto Beatriz estava mantida amarrada ao seu lado, chorando e tentando tirar a mordaça da boca.

Jackie e César começaram a se entreolhar, indicando alerta vermelho, salvar a irmã não seria uma tarefa fácil, principalmente porque o inimigo da batalha seria Jandira:

– César, temos que chamar a polícia!

– Não diga, Jackie! – ele disse, em tom sarcástico – Vamos ligar para o delegado Haroldo imediatamente!

– ISSO!!! – ela disse, discando os números em seu telefone

***

– Jackie? O que houve?

– A Bia, delegado Haroldo. Ela foi sequestrada pela cobra da minha mãe!

– A Jandira?

– E por acaso eu tenho outra?!

– Calma, calma. Venha para cá o mais rápido que puder. Tem mais alguém com você?

– Só o César!

– Então venha com o César!

César e Jackie correram para chamar um táxi. Ambos aflitos, eles tinham alguma esperança daquela não ser a última vez que veriam a irmã, embora fosse possível, quando se trata da sequestradora ser nada mais nada menos que Jandira.

César olhava para Jackie com uma cara de raiva, o que não demorou a ser notada por ela:

– O que foi, garoto?

– “Só o César!”?! – Eu sou tão insignificante assim?

– Para de drama, César! Você tem 18 anos? Pode dirigir? Pode salvar a Bia, sozinho? Não! Então sim, você é tão insignificante assim!

César se calou até chegar na casa de Michel e do delegado Haroldo, que já estava esperando os dois jovens:

– Meninos, como estão? Querem um refrigerante?

– Talvez, um “Guaraná”! – disseram

Após beberem, explicaram a Michel, a Haroldo e Bethânia o que aconteceu.

– Muito estranho. . . – disse Haroldo – Vocês do nada decidiram brincar num parquinho das suas épocas de criança?

– Bom, foi ideia da Bia. Vai que ela estava de ressaca e quis me arrastar com o César para as “aventuras da bebedeira”?!

– Não vem que não tem, Jackie! – Michel se irritou – A Bia nunca foi de beber! Eu lembro perfeitamente quando a conheci e fomos em um bar:

– Você bebe cerveja?

– Só de vez em quando. Prefiro uma Coca ou um Guaraná.

O garçom chegou e Michel pediu:

– Garçom, me vê uma Devassa bem geladinha e uma Coca-Cola para a senhorita.

– Gente! – gritou César – Vocês só estão dando voltas e voltas nessa droga! Eu e Jackie viemos aqui para resgatar a Bia, agora estamos falando de “ressaca” e como a Bia não era muito de beber! Delegado, esperava um pouco mais de profissionalismo seu! Me poupe!

O delegado concordou com o menino e prosseguiu, querendo entender o ocorrido. Após uma longa conversa ligou para reforços seus. Jackie mandou uma mensagem para Carlos, para Rafael e para Tito.

***

Jandira estacionou perto de uma cabana. Alisou os cabelos de Beatriz e piscou algumas vezes o olho esquerdo, indicando que não estava dentro de si:

– Está lembrada daqui, filhinha?

– Não me chame assim, vaca! – ela disse, já sem a mordaça – A minha mãe morreu de depressão por causa do maldito ato que você e o Tito fizeram! Ele eu já perdoei, mas você NUNCA! Me impediu de ser feliz, de ter uma família normal! Eu te odeio!

Jandira começou a rir baixinho, seguido por uma sequência de tapas no rosto na “filha”:

– Ingrata! Eu te criei 18 anos pra você virar essa rebelde sem causa!

– Rebelde sem causa? Faz-me rir, aspirante a ser humano! Uma péssima aspirante, por sinal! Você não me criou! Você me explorou! Eu tive uma infância ruim, seguida por uma juventude pior ainda!

– Tá falando demais pro meu gosto! Entra logo nessa joça!

Jandira empurrou a filha para dentro da cabana e a amarrou na cadeira, com um revólver apontado para ela:

– Relaxe, se depender de mim, sua morte não será com um tiro na latrina! Seria rápido, eu quero CURTIR sua morte! Ah sim, será um grande show! Digno de Broadway, pode crer.

Beatriz começou a rezar, a chorar, aquilo só fez Jandira rir. Ela ligou o rádio bem alto, fechou as cortinas e começou a espalhar gasolina pelos cantos da longa cabana:

– Aqui é a casa de praia da Esmeralda. Roubei as chaves quando me hospedei lá! Tem gasolina em todos os cantos, pra não ter a menor chance de sobrevivermos aqui!

***

Rafael, Tito e Carlos chegaram na casa de Michel.

– Jackie! – disse Carlos, beijando a namorada

Todos estavam aflitos e dispostos a resgatar Beatriz, que corria muito perigo:

– Eu mato aquela desgraçada da Jandira! – disse Tito

– Eu também! – disse Rafael

– Calma, rapazes! – advertiu Haroldo

Jackie, César, Michel, Rafael, Carlos, Tito e Haroldo saíram para salvar Beatriz, exceto Bethânia.

Ligaram para Beatriz, para rastrear o local onde estavam.

***

O celular de Beatriz tocou, mas estava no silencioso, por isso, Jandira não percebeu. Beatriz se sentiu aflita, pois pensou que a megera fosse perceber:

– Ufa! – ela sussurrou, aliviada ao perceber que Jandira não percebeu

– Ufa, por quê? O show mal começou!

Jandira aumentou o volume do rádio e começou a cantar e dançar, enquanto redobrava a quantidade de gasolina, deixando as narinas de Beatriz irritadas.

– O que eu te fiz, Jandira? – ela disse, analisando as piscadas anormais no olho esquerdo da megera – Eu sou rica, eu posso te pagar uma assistência psiquiátrica, te dou uma pensão mensal, quem sabe até minha herança!

– Nada que venha de você! Eu quero te ver morta, queimando no quinto dos infernos, ao meu lado, claro! Eu já estou condenada mesmo, já que anjo eu não sou, mas se eu for me ferrar nessa história toda, você vai junto, sua vadia!

Beatriz cuspiu no rosto da vilã, e até tentou chutá-la, mas foi impedida, já que Jandira a ameaçou com uma faca. Depois pegou novamente seu revólver e apontou para ela:

– Eu não tenho medo desse treco, “mamãe”! – ironizou ela, em um tom de revolta e arrojo – Quer me matar? Me mate! Minha fortuna não vai para você, não é minha mãe de verdade! E o delegado Haroldo, o MEU PAI, vai provar isso!

– Veremos, princesa Aurora! – ela disse, largando a arma

***

César rastreou o endereço, ficava em uma praia bem isolada, parecia uma ilha. Seria uns vinte minutos dali.

Tirando os irmãos de Bia, Michel e Rafael pareciam os mais nervosos. Haroldo deu o endereço aos outros policiais que o acompanhariam. César mandou um torpedo para Juliana.

Carlos tranquilizava Jackie, deitando-a em seu peito:

– Vai ficar tudo bem, meu anjo.

– Não, Carlos. Não vai. A Jandira é uma louca, eu espero que ela não tenha feito nada com a Bia.

– Vira essa boca pra lá! – disse Michel – Ânimo, gente! A Bia vai se livrar dessa, sã e salva. Garanto!

– Falar é fácil, Michel. Agora, na hora que essas palavras interessarem mesmo. . .

***

“Ju, a Beatriz foi sequestrada. Estamos todos desesperados! Foi aquela cobra venenosa da Jandira!”

Juliana se apavorou e foi falar com o marido, Zenon, que tomava banho enquanto ela se arrumava para o almoço. Ambos leram e releram a mensagem. Achavam terrível o que estava acontecendo, principalmente por não poderem fazer nada.

Foram almoçar, no saguão do hotel. Ao pedirem a entrada, o prato principal e a bebida, começaram a falar novamente sobre o assunto:

– Zenon, isso é péssimo! Não digam nem só pelo César, mas a Jackie, o Rafael, todos devem estar arrasados.

– Sim, o pior é ter que ficar de mãos atadas!

– Realmente, vamos rezar! Virgem Maria e Jesus Cristo vão nos ouvir!

– Amém! Graças a Deus!

***

O carro do delegado Haroldo e os reforços chegaram ao local com um megafone, ordenando que ela se entregasse.

Jackie e César gritaram por Beatriz. Tito, o delegado Haroldo e Carlos se mantinham confortando os irmãos da refém. Rafael e Michel se entreolharam, até que o irmão da jovem se manifestou:

– Eu vou!

– Não, filho! – disse Haroldo, agarrando o filho

– Me solta, pai! A Beatriz precisa de ajuda!

– Estamos aqui para isso, Michel! Não seja prepotente!

– Estou seguindo o meu coração! Ela é MINHA IRMÃ!

***

Beatriz ouviu o barulho das sirenes e dentro de si ficou aliviada, embora não demonstrasse isso. Jandira ficou apavorada, mas também não se manifestou. Acendeu o fósforo, mas antes de jogar no chão, disse:

– Desculpe, vaca, mas eu só estou sendo a advogada do diabo!

De repente, Michel entrou.

– Michel!

– Beatriz!

– Calem as bocas, aspirantes a adulto!

Jandira jogou o fósforo sobre o chão, que logo se espalhou por toda a casa, que estava encharcada de gasolina. Michel e Beatriz se apavoraram. O jovem empurrou a megera e salvou Beatriz e saiu correndo dali:

– Nãaaoooooooo! – disse a vilã

Beatriz saiu da cabana no colo de Michel. Todos se alegraram ao vê-la. A jovem abraçou os irmãos e beijou amorosamente o namorado, que chorava em lágrimas:

– Amo vocês! – ela disse

– Nós te amamos também! – todos disseram

Ela abraçou e beijou todos. Se apavorou ao pensar que Jandira havia morrido carbonizada, mas não morreu.

Todos se surpreenderam ela sair pela janela e entrar no carro. A vilã fugiu em alta velocidade, perseguida pelos policiais.

***

– Eles nunca vão me pegar! – comemorava Jandira – Vou fugir sem rumo, ganhar muito dinheiro, em breve irei para Las Vegas torrar tudo em cassinos!

Jandira dava piscadas, dizendo que ela já estava louca por completo. Os carros da polícia estavam cada vez mais próximos. A megera estava mais próxima da Ponte Rio-Niterói.

Correndo cada vez mais em alta velocidade, começou a perder o controle do carro, que bateu, capotou e começou a pegar fogo:

– Socorro. . .

Em poucos segundos, Jandira morreu queimada, como quase aconteceu na cabana de praia de Esmeralda.

***

SEMANAS DEPOIS. . .

Já era o início de fevereiro. As crianças já estavam na escola. Era um almoço de domingo. Klaus enfeitou a entrada, Gisele fez um grande banquete e Monique deixou a casa um brinco:

– Gente, o corpo da Jandira ficou tão carbonizado que nem precisaram carbonizar!

– Ih, Bia. – disse Jackie – Para de se remoer no passado! Deus que me perdoe, mas foi melhor assim! Agora a Jandira não vai ter ninguém para atormentar. Não é, amor?

Carlos respondeu dando um amoroso beijo lingual em Jackie, que sorriu e deu outro:

– Meu “totoso”!

– Gente, que clima de amor! – disse Rafael

– Pois é, quando o casamento vai sair?

– Cruzes, César! Eu nem fiz 16 anos ainda. Casamento nem pensar, por enquanto ficamos só na curtição!

Gisele serviu o vinho para Beatriz e Rafael, e refrigerante para Jackie, Carlos e César:

– Um brinde a uma nova era!

– Saúde! – todos disseram

– Aliás, - disse Beatriz – Por onde andam o delegado Haroldo e o Michel?

– Eles e Bethânia foram tirar um mês de férias em uma ilha paradisíaca!

– Nossa, estão bem! Mas o Haroldo é delegado, como conseguiu tirar um mês inteiro de férias logo no Carnaval, que tem tanto rebu, tiro, bordoada e bomba nas ruas?

– Primeiro, que exagero! – disse César – E além do mais, ele se demitiu! O homem já tem 60 anos, está cansado. E por estar trabalhando há anos, já ganha a aposentadoria!

***

Haroldo, Michel e Bethânia nadavam no mar, se divertindo. Michel foi pegar uma toalha na choupana da família. Secou a namorada e foi conversar com ela lá dentro:

– Está se divertindo?

– Sim. . . – disse, hesitante

– Não senti firmeza. O que aconteceu?

Bethânia suspirou, pôs a mão no ombro do primo e namorado, o beijou na bochecha e disse:

– Michel, semanas atrás, você disse para o seu pai que eu não sou para casar, simplesmente fiquei ofendida e. . .

Michel a cortou com um beijo, que embora ela tenha demorado em ceder, logo aceitou. Ele puxou da mala uma caixinha, que tinha um anel:

– Quer casar comigo?

– M-mas. . . – ela disse, gaguejando – Você disse. . .

– Esquece o que eu disse. Mudei de ideia, ok?

Michel continuou beijando Bethânia, os dois começaram a despir as roupas de banho e foram para debaixo das cobertas.

***

Tito e Lisa estavam no cartório, para oficializar a união. Quando o juiz terminou o discurso, o casal assinou o documento:

– Francisco Ferreira Paes, Lisa dos Santos Cônego, agora Lisa dos Santos Paes, em nome da lei, eu vos declaro casados!

Tito e Lisa deram um selinho. Não deram um “beijão”, por questão de constrangimento perante o juiz.

Os recém-casados foram comemorar almoçando no “Giácomo’s”. Ao longo de muitos beijos, elogios, chamegos, brindaram as taças de champanhe e disseram:

– A nós!

– Com certeza! – disse Tito

***

Juliana e Zenon chegaram de viagem. Ela pediu para o marido ir para o apartamento com malas. Parou na mansão de Beatriz. Tocou a campainha. Quem atendeu foi César:

– Ju! Céus, você está radiante!

– Que bom ouvir isso do meu aliado, digo, do meu melhor amigo de 12 anos. Acabou de almoçar?

– Sim.

– Bom, você poderia vir comigo? Tenho uma surpresa.

– Hummm. . .

César pediu a permissão de Beatriz, que concedeu. A funkeira pôs uma venda nos olhos de César e pediu um táxi. Ela sussurrou no ouvido do motorista, sobre o endereço.

O jovem foi guiado pela amiga, até o apartamento da pessoa em questão:

– Pode tirar a venda, César.

– Você?! – disse, com entusiasmo

***

Carlos mexia no laptop de Jackie. Ambos estavam deitados no quarto dela:

– Amor, a competição de dança vai ser semana que vem!

– Já? Ensaiamos tão pouco!

– Pois é, antecederam devido a alguns problemas de organização. Bom, já estamos inscritos. Vamos para o quintal ensaiar?

– Com você, tudo se torna mágico!

– A nossa competição vai ser mágica, sim, mas não vai ser por minha causa, e sim por sua! Você é a grande estrela disso tudo.

– Não seja modesto, Carlos. Muito do que aprendi foi graças a você!

Carlos e Jackie se beijaram e ligaram o rádio. Aos lindos passos de Jackie, todos sem nenhuma sombra de imperfeição. Carlos a acompanhou.

Após alguns tropeços, tombos, risos, choros, estavam entrando no clima, praticamente prontos para dançar.

***

– Felipe? Faz tempo que não nos vemos!

– Pois é, César. Entre!

Felipe estava sozinho, os pais estavam trabalhando. Juliana entrou também e se sentou. Os três se olharam por alguns minutos, até que a funkeira quebrou o vácuo:

– Bom, César, falei com o Felipe ontem. Vocês se afastaram depois do nosso encontro no “Giácomo’s”, só se viram no Natal, mas não se falaram. César, querido, você gosta do Felipe, e vice-versa, mas por medo, não assume sua homossexualidade. O Felipe me confessou uma possível incerteza na opção sexual. Só acho que assumir, sem medo do que os outros vão pensar!

Felipe deu a mão a César. Os dois se abraçaram. Hesitantes, César percebeu que o amigo colorido estava nervoso, então discursou:

– Felipe, meu amigo, nos conheceu pequenos, nossa amizade foi linda, mas seu pai, que é militar, foi transferido. Fiquei triste, mas você voltou. Aí surgiu a minha homossexualidade. Fiquei atormentado, mas agora posso dizer: eu sou gay, e gosto muito de você.

César beijou Felipe, um curto beijo, de apenas dois segundos, os dois segundos mais bem-resolvidos da vida do irmão de Beatriz.

– Tudo resolvido? – perguntou

– Sim. – disseram – Um possível início de uma relação.

***

Beatriz revirou suas roupas, procurando uma boa:

– Preciso fazer compras.

Até que achou um papel amassado em uma bermuda jeans desbotada. Estava amassado, a caneta falha. Beatriz pôs seus óculos e leu. A letra era um garrancho. Era de Jandira.

Filha,

Eu sei que você me odeia, e com razão. Eu e Tito maltratamos você e seus irmãos, me sinto horrível por ser assim. Eu sou o pior tipo de ser humano que existe, mas realmente peço desculpas por tudo, escrevo isso porque nunca conseguiria dizer isso pessoalmente.

Atenciosamente,

Modesto Paes

A princípio, Jandira não acreditou no que acabara de ler. Mas não conseguiu conter as lágrimas e dentro de si, aceitou o perdão da mãe, mas escondeu o bilhete em seu cofre, para que ninguém pudesse ler.

UMA SEMANA DEPOIS. . .

Beatriz, Jackie, César, Carlos e Rafael foram levados por Baltazar até a competição de dança:

– Baltazar, você é o melhor motorista que existe. Sabe andar por todos os cantos do Rio de Janeiro.

– Não só do Rio, dona Beatriz. Eu sou baiano, não se esqueça. Mas filho de imigrantes portugueses, por isso sou tão branco!

Beatriz saiu com todos do carro. Jackie e Carlos entraram pelo camarim para se arrumar os figurinos:

– Será que vamos nos sair bem, Carlos?

– Sim, Jackie. Só não podemos ficar nervosos.

Jackie estava roendo as unhas, sentindo um frio na barriga, mas pensou: “Eu vou conseguir!”.

Ficaram atrás das cortinas, junto com a contrarregra e as outras duplas de competidores já apresentadas. O apresentador pegou o microfone:

– Agora, a última dupla da noite. Do extinto “Maria Zélia do Sul”, eles: Jacqueline e Carlos.

Eles foram entrando no palco, cheio de holofotes. Beatriz se descabelava, gritando “Arrasem!”, “Quero ver o chão tremer!” e “Torço por vocês!”.

A música começou a tocar. Jackie estava meio dura no início, mais logo foi se soltando e deixando Carlos confortável em seus passos. No grande ápice da música e da apresentação, uma explosão de luzes coloridas aconteceu, o que animou a plateia. Foram cinco minutos gloriosos para a vida daqueles jovens.

Quando acabaram, foram avaliados positivamente pelos jurados. Aconteceu a contagem de votos. O apresentador foi falar:

– Olá, o envelope está na minha mão. Lembrando que o primeiro lugar ganha uma participação em um clipe de um renomado coreógrafo europeu, e um DVD com vídeos com os passos da dupla vencedora. Vamos anunciar o segundo lugar. . .

Todos tremeram. Jackie e Carlos se entreolharam, nervosos:

– . . . Jacqueline e Carlos!

Estavam pouco orgulhosos, mais aliviados de saberem o resultado. Beatriz ficou enfurecida e começou a resmungar com os jurados.

Após o primeiro lugar ser anunciado, ocorreu a festa de encerramento. Beatriz parabenizou a dupla, mas continuou resmungou:

– Vocês foram os melhores. Não acredito que perderam!

– Não perdemos, mana. Nunca me senti tão viva, amo dança, amo Street Dance, passei por muita coisa para finalmente conseguir brilhar.

O coreógrafo europeu foi falar com a dupla:

– Oi, quero parabenizar vocês. Sinceramente, mereceram. Detestei o primeiro lugar. Por isso, quero bancar um DVD para vocês dois.

– Está falando sério?! – eles disseram

– Sim, ora pois! Palavra de português!

MESES DEPOIS. . .

Carlos olhava em seu celular as notificações enquanto Jackie se arrumava:

– Querida, nosso DVD foi o primeiro lugar em vendas, superando o da dupla vencedora! O início de uma carreira?

– Sim, meu docinho. – Jackie disse, beijando a bochecha do namorado

Beatriz era ajudada por Juliana a botar o vestido de noiva. Sim, ela e Rafael iam se casar. Muita coisa aconteceu naqueles quatro meses.

Rafael abriu um restaurante, em uma sociedade com Michel. O restaurante se chamava “Sofisticado Gourmet”. Era de comida italiana.

Beatriz descobriu um talento para ser modelo. Participou de um reality show e ganhou. Desfilava pelas passarelas, agora cada vez mais rica, com uma vida cercada de glamour.

Jackie e Carlos, César e Felipe, Juliana e Zenon, Tito e Lisa, e Bethânia e Michel, estavam ótimos. Inclusive, o último casal citado, estava casado e feliz.

Rafael se arrumava na casa de Michel, onde tinha sido a despedida de solteiro. Após se arrumar, o irmão de Beatriz o levou para a igreja junto com Bethânia, que o acompanharia até o altar. Haroldo estava com Beatriz, que iria acompanhar a filha:

– Vamos, Rafa. – disse Michel – Está se atrasando muito.

– Calma brother. Tudo tem que sair perfeito, como nos filmes, excluindo nas comédias românticas onde tudo só da certo no último minuto.

Chegando à Igreja, todos já estavam lá. Que começasse a grande cerimônia!

A música começou a tocar, ao som do clichê, porém maravilhoso, piano de Igreja.

Bethânia acompanhava Rafael durante o altar, se despedindo dele com um beijo na bochecha:

– Boa sorte, querido.

– Vou precisar. Obrigado.

Rafael começou a suar. Os padrinhos de Beatriz eram Jackie e César. Os de Rafael eram Michel e Bethânia. O jovem chorou quando sua noiva entrou radiante, em uma vestido tão branco e brilhante quanto os dentes de Beatriz.

Haroldo alisou seus suados cabelos grisalhos, chorando emocionado ao lado da filha.

Quando chegaram, Beatriz pôs suas mãos nas mãos de Rafael. Ambos sorriam, em meio a centenas de lágrimas escorrendo:

– Senhores, - disse o padre – estamos aqui hoje, na casa do Senhor Jesus Cristo, e de seu Pai Todo Poderoso, o Grande Deus, para celebrar a união de jovens puros e ilibados, forte perante o mal desse mundo cruel. Rafael Martins Fernandes, você aceita se casar com Beatriz?

– Aceito.

– Beatriz Modesto Paes, que agora se tornará Beatriz Modesto Fernandes, você aceita se casar com Rafael?

– Aceito.

– As alianças, por favor.

O pajem, que traria as alianças, era Felipe. Ele foi andando pelo tapete vermelho da Igreja, segundo as alianças, como uma cara que parecia ter sido vencedor do Oscar. Acenou para César, entregou as alianças e saiu.

– Beatriz, receba essa aliança, que representa todos os momentos que vivemos, que estamos vivendo e que iremos viver.

– Rafael, receba essa aliança, que representa todos os momentos que vivemos, que estamos vivendo e que iremos viver.

– Assinem aqui por favor, noivos.

Beatriz e Rafael assinaram bem devagar, para não esquecerem aquele momento nunca:

– Bom, perante a tudo que foi feito, perante a lei e perante a Deus Todo Poderoso, eu vos declaro marido e mulher.

Beatriz deu um longo beijo em Rafael, o que foi aplaudido por todos. Um grande momento de felicidade. Passaram pela porta da Igreja, onde inúmeros pós de arroz foram jogados sobre eles.

Todos, incluindo fotógrafos, foram para a mansão de Beatriz, celebrar aquele momento. Rafael a pegou no colo e eles subiram e desceram as escadas:

– Quer viajar, meu amor? – ele perguntou

– Não precisa, saber que você é SOMENTE meu pelos próximos sessenta ou setenta anos é motivo de brinde, de comemoração!

– Quem sabe até mais? Oitenta, talvez.

– Putz, você quer me ver uma caduca de 98 anos andando de cadeira de rodas por Copacabana?

– Mas seria a minha caduca.

Todos começaram a festa, que durou horas e horas. Ninguém estava triste. Encerraram a noite com um show de Juliana:

– Calma gente, não estou de volta aos palcos, é só mais uma chance de ver vocês me vaiarem. – ironizou

Após Juliana cantar, houveram pouquíssimos aplausos, mas ela se sentiu segura e não se envergonhou. Foi novamente cumprimentar o casal. Depois, foi falar com César:

– E aí, César? Como vão as coisas com o Felipe.

– De razoáveis a boas, e assim espero tudo continuar. Me sinto bem como nunca estive.

– Pois é. Acho que também estou assim. O tempo passa, mas tanta coisa continua igual. . .

ALGUNS DIAS DEPOIS. . .

Beatriz, Jackie, César, Carlos e Rafael foram à praia, num final de tarde de junho, ou seja, era inverno.

Todos foram a um quiosque comprar água de coco e picolés, exceto Beatriz, que decidiu sentir a brisa, a paisagem, o vento, o delicioso cheiro do mar verdinho.

Esticou os braços, deu um largo sorriso, indicando sua felicidade. Pulou, gritou, brincou, até que ouviu uns suspiros. Era novamente o espírito de Sarah.

– Sarah?! – ela disse, chorando – Pensei que nunca mais ia te ver!

– Decidi reaparecer, minha amiga. Vim te parabenizar por sua felicidade, sua nova vida. Uma modelo famosa, casada, podre de rica. Você merece.

– Que isso. Todo esse meu mundo não é nada. Seria belo se você estivesse aqui, comigo. Sarah, eu te amo, nunca tive uma amizade tão linda e profunda com alguém.

– Também te amo. Acho você incrível. Parti numa viagem sem volta. As ironias da vida. Pensar que a única viagem longa que já fiz foi a morte.

– Pois é. Foi bom lhe rever.

– Sim, tenho que ir. Vou voar como uma gaivota.

As duas se abraçaram e ela começou a ficar transparente:

– Isso, querida. Vai voando. . .

Fim. . .


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Notas finais do capítulo

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