Preto é a ausência de cor escrita por Schmerzen


Capítulo 1
Preto é a ausência de cor




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"Cor é a impressão que a luz refletida ou

absorvida pelos corpos produz nos olhos.

O branco e o preto não são realmente cores,

pois não existem no espectro solar.

O branco é a união de todas as cores e

o preto é a ausência de cor."

A mãe de Remus gostava de pintar nas horas vagas e sempre ensinava a ele sobre cores e técnicas de pintura. Quando ele tinha sete anos, ela lhe explicou que o preto não era uma cor, mas a ausência delas. Remus passou muito tempo sem pensar naquela informação, mas se lembrou dela novamente aos onze anos, quando o garoto que se sentara à sua frente no Expresso de Hogwarts se apresentou como Sirius Black.

E ao longo daquele primeiro ano deles na escola, ele voltaria a ouvir claramente a voz de sua mãe lhe dizendo aquilo algumas vezes mais. Geralmente quando algum professor chamava Sirius por seu sobrenome.

Mas como Remus podia aceitar que o preto fosse a ausência de cores, se para ele Sirius Black se traduzia em tantos tons? Remus começou a desconfiar que sua mãe estivesse errada ao longo dos anos, quando percebeu como Sirius podia se desdobrar em várias cores diferentes.

Sirius era o azul acinzentado de seus olhos, quando estava feliz por algum motivo e eles brilhavam de animação, e o cinza azulado de quando estava triste e seu olhar ficava distante e escurecido. Sirius podia ser vermelho e dourado quando estava demonstrando seu orgulho grifinório e podia ser o azul de seu sangue nobre quando estava demonstrando orgulho pessoal.

Ele era o verde da grama quando passava tardes inteiras deitado nela com Remus. E também podia ser a luz amarelada de Sirius que brilhava no céu, sua estrela, quando a estava apontando para ele.

Sirius era o preto azulado da pelagem de Padfoot quando o acompanhava em suas transformações. E era o carmim do sangue nos cortes de Remus que ele ajudava a curar nas manhãs seguintes.

Sirius por muitas vezes foi o vermelho de seus lábios inchados depois de beijá-lo até ficar sem fôlego e o branco de sua pele clara, quando deitava ao lado de Remus depois de fazer amor com ele. Nesses dias, ele também se tornava o lilás do alvorecer, quando ficavam acordados juntos até o sol despontar no horizonte.

Sirius era o esmeralda das maldições de morte que desviava enquanto eles lutavam com Comensais da Morte. E era o laranja das chamas que a guerra acendera.

Sirius por uma vez refletiu o verde e prata da Sonserina, quando seu irmão morreu e ele chorou por seu destino.

Sirius foi o marrom do desespero de Remus quando traiu a todos eles e o amarelo radiante da felicidade que trouxe quando voltou, junto com todas as suas cores e o amor que eles nunca deixaram de sentir um pelo outro.

E, finalmente, Sirius Black foi o que devia ser, quando se tornou para Remus o preto do luto, ao atravessar aquele véu.

Tempos depois, Remus leu em algum livro trouxa que, no mundo das tintas, o preto era na verdade a junção de todas as cores. E ele sorriu, porque já sabia disso há muito tempo.

"Cor-pigmento é a cor que o olho

humano percebe, a cor das tintas.

Definido como 'ausência de luz'

nas cores-luz, nas cores-pigmento

o preto é a junção de todas as cores."


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