Insignificantemente, você escrita por Amanda


Capítulo 9
Capítulo oito




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Era final da tarde, inicio da noite quando a cabeça extremamente ruiva entrou depressa pelas portas do Hospital St. Mungus para doenças e acidentes mágicos. A garota em seus braços evidentemente inconsciente. Coberta por uma fina camada de poeira, diversas manchas de sangue em sua roupa e com alguns pequenos cortes no rosto delicado. A recepcionista entrou por algumas portas, enquanto o ruivo esforçava-se para manter a garota em seus braços. Uma gota de suor escorreu por sua testa, unindo fios de seu cabelo no mesmo instante em que alguns curandeiros apareceram com um leito. Delicadamente foi deitada, enquanto o ruivo era afastado por uma curandeira baixinha e rechonchuda. Ali mesmo, no corredor silencioso, Hermione começou a ser examinada por mãos ágeis e rápidas. Ronald observava a amiga, enquanto a mesma garota baixa — falhamente — tentava acalmá-lo com suas palavras ligeiras.

—Ah não. Ele não! —Ronald exaltado berrou ao analisar de cima a baixo o medi-bruxo responsável.

—Sou o único disponível para cuidar dela. Agora, se pudermos esquecer as rixas do passado por alguns minutos. —O ruivo temeroso pela amiga, concordou friamente. —Precisa me dizer exatamente o que acertou ela! —Bradou o rapaz, que parecia muito jovem para exercer tal profissão.

Ronald apertou os olhos. —Sectumsempra.

O medi-bruxo abaixou o rosto pensativo e logo, lançou ordens para os companheiros.

—Será informado de quaisquer acontecimentos. —De forma fria deixou o ruivo.

Sua expressão dura seguiu até o quarto da garota. Lugar onde, mandou todos os curandeiros se retirarem. Ficando a sós com a paciente desacordada. Dos bolsos fundos do jaleco branco, tirou a varinha e suavemente passou-a pelo corpo frágil e debilitado.

A voz era serena, mas ressaltava a tensão. —Vulnera Sanentur. —Pronunciava de forma tão delicada, quanto se fala com uma criança. Após repetir o feitiço algumas dezenas de vezes, jogou-se na poltrona ao lado da cama estreita. —Vamos lá, Hermione!

Respirou pesadamente e se levantou, pegando uma prancheta, fazendo algumas anotações, enquanto minuciosamente observava-a. A roupa de Aurora lhe caia perfeitamente, deixava sua aparência ainda mais séria do que sempre foi. Fazia anos que não a via, pelo o menos, não pessoalmente. A bruxa já havia estampado a capa de alguns jornais e revistas bruxas, quase sempre com manchetes marcantes e dignos de Hermione Granger. Mas quando finalmente a reencontrara, havia de ser daquela maneira. Riu sem humor algum e saiu do quarto, em direção à recepção. Assim que Ron o viu, levantou-se exasperado, agora acompanhado de Harry com alguns cortes na roupa esfarrapada.

—Certo, vamos às informações. —O medi-bruxo abaixou o olhar, enquanto mexia nos papéis presos à prancheta de plástico colorido. —Preciso dos dados dela, ou melhor, vocês preenchem àquela papelada. Se me dão licença...

Antes que os rapazes indignados pudessem reclamar, o loiro virou-se.

—Preciso que um de vocês me traga uma muda de roupa, melhor que seja algo confortável. —Pensou por alguns segundos, e seguiu seu caminho. Balbuciando. —Um pijama, talvez.

Harry e Ron trocaram um olhar significativo.

—Eu vou buscar o pijama e avisar a todos! —O ruivo virou-se, enquanto o amigo ajeitava os óculos e seguia até o balcão para preencher os formulários solicitados.

Quando o ruivo aparatou de volta, uma mochila em tons neutros pendia em seu ombro. Harry continuava sentado, com os olhos fechados, mas ao ouvir o som da aparatação, abriu-os e ajeitou os óculos caídos na ponta do nariz.

—Alguma notícia? —Perguntou, sentando-se ao lado do amigo. O moreno apenas sacudiu a cabeça, negando. —Mérlin, será que isso vai demorar muito?

—Um pouco mais do que eu esperava, mas ela vai ficar bem Weasley! —Draco respondeu, com seu jeito sarcástico e duro. —Agora se puder me entregar as roupas dela ainda hoje. Preciso fechar os cortes.

Ron lhe estendeu a mochila, contrariando seu bom senso.

—Você vai trocá-la? —Perguntou, expondo as orelhas vermelhas.

—Se lhe deixa mais calmo, vou pedir para que uma curandeira o faça. —Sorriu ironicamente e adentrou o corredor.

Draco seguiu até uma saleta, colocando apenas a cabeça para dentro.

—Srta. Bacchi? —A garota o olhou, colocando-se de pé. O loiro lhe alcançou a mochila. —Troque a roupa da paciente que chegou hoje, sim? Obrigado.

Após algum tempo o rapaz voltou ao quarto.

—Posso entrar? —Deu duas batidas na porta. A garota saiu, acenando com a cabeça, deixando o loiro, novamente sozinho.

A figura pálida de Hermione o aterrorizou de certa maneira, imediatamente iniciou os procedimentos. Pequenos esparadrapos fechavam a testa da garota, enquanto o pulso enfaixado repousava sobre seu peito. Na perna, um extenso corte foi curado com um aceno da varinha. Observou na prancheta, a frase “corte lateral esquerdo”. Lentamente virou Hermione, a regata em um tom de roxo foi levantada lentamente. Em sua pele um corte longo, que se alastrava até meados de suas costas. Com o dedo, seguiu o corte.

Hermione gemeu.

O medi-bruxo se esticou, tentando observar a garota. Seus olhos castanhos, não brilhavam tanto quanto se lembrava, mas estavam abertos e extremamente escuros.

—Como se sente? —Ousou perguntar. O olhar desconfiado da garota lhe deixou sem saber como prosseguir. Hermione abriu a boca algumas vezes, mas fechou-a, sem emitir som algum. Draco virou-a, para que, ficasse mais confortável. —Preciso que me diga como está se sentindo.

Seu tom de voz havia mudado, o casual se tornara formal e profissional. A garota continuava calada, apenas observava atentamente. O curandeiro pegou a varinha e sacudiu-a, utilizando o feitiço simples: Lumos, para iluminar os olhos da garota. Com um floreio a luz se apagou. Levantou-se frustrado pela falta de comunicação.

—O que aconteceu? —Hermione perguntou num fio de voz, como se falar fosse doloroso. Seu semblante continuava o mesmo, assustado e sensível.

Draco elevou o olhar e sacudiu a cabeça.

—Não sei muito. —Respondeu friamente, enquanto a pena de faisão dourado, mexia-se freneticamente. — Você chegou aqui há algumas horas, bastante ferida. Fui informado que se feriu em combate.

Hermione colocou a mão na testa, onde seus dedos um tanto trêmulos, chocaram-se contra os finos esparadrapos. Esticou o pulso enfaixado diante de seus olhos, observando todos os pontos feridos de seu corpo. Seu olhar passou para a perna, lugar onde, tinha certeza de que fora atingida e lembrara-se da dor lacerante que sentira. Tentou se sentar, porém uma forte dor lhe consumiu, o que a fez contorcer o rosto e praguejar. Draco, atentamente, ajudou-a a deitar novamente.

—Eu preciso terminar, você tem um corte imenso nas suas costas! —Ralhou, mas arrependeu-se. Hermione mal acordara e já levara broncas. Não era justo, e então, suspirou. —Vou deixar seu namorado e seu amigo entrarem, depois quero que descanse, e amanhã curamos esse corte.

O rapaz loiro se movimentou, virando, seguiu até a porta, mas ao tocar a maçaneta, foi interrompido pela voz baixa e falha de Hermione.

—Eu não tenho um namorado! —Foi tudo o que disse, antes de fechar os olhos. E foi exatamente, o que fez Draco soltar um discreto sorriso de lado. Em seguida, girou a maçaneta de metal frio, e saiu em direção à saleta de espera.

Revirou os olhos ao encontrar Ronald dormindo sentado na desconfortável cadeira, com os braços cruzados no peito, a camisa xadrez na cor vermelha aberta e a cabeça jogada para trás, enquanto baixos roncos saltavam de sua boca aberta. Harry ao seu lado tinha os olhos fechados, os cotovelos apoiados nos joelhos enquanto os dedos faziam movimentos circulares em suas têmporas. Ambos claramente cansados. Pigarreou alto, despertando o ruivo e chamando atenção de Harry para si.

—Sua amiga acordou, podem vê-la, mas apenas por alguns minutos. —Olhou na prancheta, como se lesse alguma coisa. —Ela ainda está com um corte que não conseguimos fechar, não quis assustá-la, mas tem algo nele que não deixou que o feitiço fizesse efeito. Vou buscar algumas poções, e serão informados logo.

Harry cruzou os braços.

—Mas você já sabe o que pode ser?

Ronald se levantou, juntando-se ao amigo.

—Bem, — Suspirou pesadamente. — os ferimentos causados pelo feitiço sectumsempra foram curados. Os cortes maiores também, alguns feitiços resolveram tudo. Exceto, o corte das costas, ele é bastante extenso. Vou procurar nas minhas poções alguma coisa. Nada com quem tenham que se preocupar. Vocês têm dez minutos.

Os rapazes trocaram um olhar preocupado e entraram. Hermione estava com os olhos fechados, mas ao irromperem pela porta, apressados e ansiosos, fizeram com que a garota os encarasse com um sorriso fraco. Balbuciou um “oi” tímido.

—Como você está? —Ronald sentou-se na beirada da cama, acariciando as costas da mão da amiga. Enquanto Harry, em pé, aproximou-se atentamente.

—Bem, só está um pouco dolorido. Não sei muito mais que vocês! —Sorriu com toda a atenção e cuidado dos amigos. —E vocês? Vi que foram atingidos também.

—Estamos bem, conseguimos desviar dos outros comensais... —Começou Harry.

—Que agora estão presos! —Completou o ruivo sorrindo orgulhoso dos feitos daquele dia.

—Fico contente em saber disso.

—Rony estuporou os três de uma vez só depois que você desmaiou! —A voz de Harry explodia em empolgação. Hermione perguntou baixo se realmente era verdade. E a resposta do ruivo, fora a exclamação “sempre no mesmo tom de surpresa”.

Do lado de fora Draco ouvia a conversa, não estava bisbilhotando, pelo contrário, não queria escutar todo aquele momento intimo do trio. E depois de contar mentalmente alguns segundos, entrou no quarto, interrompendo-os.

—Agora, preciso que realmente saiam. Hora da paciente descansar! —Comprimiu os lábios e foi até a janela, fechando-a manualmente, dando poucos segundos para que todos se despedissem. Ao virar-se tudo que viu foi o ruivo, Weasley, dando um beijo na testa da garota e lhe prometendo que voltaria em breve.


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Notas finais do capítulo

Então, o que estão achando?