Os convidados estavam todos sentados, e Draco, parado dois passos antes do gazebo decorado, dois padrinhos e três madrinhas já estavam posicionados ao lado enquanto o oficial certificado do Ministério aguardava o inicio do casamento dentro de gazebo. E então, lentamente os violinistas começaram a transpassar o arco pelas cordas dos instrumentos, deixando que a melodia enchesse o jardim de vida. Draco virou-se para o corredor formado pelas cadeiras e começou a suar ansioso. E foi apenas quando a melodia tornou-se mais delicada, que Hermione apareceu no fundo da paisagem, ao lado de Harry que a levaria até o altar. Deslizava lentamente, em harmonia com a música com um breve sorriso no rosto enquanto parecia decidida em segurar-se com firmeza do braço de Harry ou apertar o caule do buquê — que parecia uma cascata de flores.

Quando chegou na frente de Draco, Harry abraçou-a e depositou um beijo rápido na testa da amiga que apenas abriu um sorriso ainda mais rápido, e ainda antes de tomar seu lugar, apertou a mão de Draco. Como quem o aceitasse na família. Gina aproximou-se e tirou das mãos de Hermione as flores. Sorrindo para a amiga.

Draco ofereceu a mão para Hermione, que a aceitou de bom grado. Mas assim que pisaram no gazebo ambos pularam um nos braços do outro, apertando-se com força, sentindo o calor dos corpos unidos. Aquilo não estava no planejado, mas a saudade era maior que as “regras” da cerimônia. Draco segurava-a com possessão, como se nunca mais fosse largá-la e Hermione escondera o rosto na curva do pescoço do rapaz, inebriando-se com seu perfume. Mas para Draco, aquilo não era o suficiente e Hermione concordava com aquele sentimento. Seus lábios encontraram-se com tanta pressa que quando tocaram-se, foi como algo dolorido, lento e prazeroso, com tanta graciosidade quanto era possível.

Os convidados olhavam-se sem entender o que acontecia ali, mas Gina sorria para Harry, assim como Rony que olhava discretamente para Milla sentada ao lado de Nott.

—Com licença! —O oficial do Ministério pigarreou, inclinando-se para perto do casal. —Podemos continuar?

Hermione separou-se do beijo e sorriu envergonhada, assentiu discretamente e entrelaçou seus dedos aos de Draco, voltando-se para o oficial. O rapaz apertou seus dedos, como se quisesse mostrar-se confiante enquanto Hermione tremia levemente. Depois de alguns minutos, o oficial do Ministério levantou a voz e disse:

—Agora, podem começar com os votos!

Hermione sobressaltou-se.

—Esqueci de escrever os votos! —Disse alto o suficiente para que os convidados ouvissem e soltassem uma leve risada.

—Parece que você não é mais a sabe-tudo! —Draco brincou, deixando o clima mais leve. —Não se preocupe, também esqueci. —Virou-se para o oficial: — Podemos pular essa parte?

O homem de barba trançada suspirou e prosseguiu com o discurso lento e dolorosamente chato, enquanto Draco, agora de frente para Hermione, fazia caretas, fazendo-a sorrir. E o nervosismo da garota, desaparecera. Draco não se esquecera de escrever os votos, na verdade, passara horas trabalhando no texto, mas faria Hermione passar por aquilo sozinha. Trocaram as alianças douradas, com seus nomes e a data gravados nelas e por fim:

—Bem, já fizeram isso, mas... O noivo pode beijar a noiva! —Disse o oficial, lacrando o pergaminho recém assinado.

E Hermione pulou sobre Draco, segurando-lhe o pescoço e selando seus lábios com intensidade, o —agora— marido, segurava-lhe a cintura fina e delicada com carinho, perante Mérlin, eram casados.

—Senti tanto a sua falta! —Hermione murmurou por entre seus lábios. Draco beijou-a novamente, enquanto os convidados que não limpavam as lágrimas, aplaudiam. E por fim, quando separaram-se, abraçaram-se com força.

—Vocês têm que ir... —Dizia Gina, já pronta para entregar as flores para Hermione. —Vão!

Draco enlaçou o braço de Hermione e passou com a garota por entre as cadeiras, enquanto os bruxos presentes soltavam faíscas vermelhas com as varinhas. O céu iluminou-se, e como fogos de artifícios, as luzes subiam.

Narcisa e Molly conseguiram entender muito bem os planos de Hermione para o casamento, mais ao lado, vários fios com luzinhas iluminavam onde seria o jantar e a festa inteira, a grama estava baixa e bem cortada, mas a neve ainda tinha seu lugar na decoração. Mesas estavam dispostas de baixo das luzes, junto das bebidas e aperitivos. Hermione entrou ao lado de Draco sob as luzes e o sorriso em seus lábios foi mais do que satisfatório.

—Você teve algum envolvimento nisso aqui? —Draco perguntou, enquanto levava-a até uma mesa mais afastada, apenas para os dois.

—Eu dei uma ideia parecida, mas sua mãe e Molly conseguiram deixar tudo perfeito! —Explicou-se. —Vamos!

Enquanto os convidados sentavam-se nas mesas, Hermione e Draco pararam bem no centro do espaço destinado para a dança, e quando o silêncio se fez presente, os violinos voltaram a tocar e melodia calma e tranquila. Draco posicionou a mão na cintura de Hermione, segurando-a bem, enquanto a outra segurava sua mão, Hermione posicionou o buquê nas costas do rapaz. A dança fora delicada e cheia de maestria e elegância, tão suave quanto poderia ser. Draco dançava com tanta pompa, que encantava todos que olhavam a primeira dança do casal, ele deliciava-se com os movimentos lentos e Hermione apreciava-os da mesma maneira. Quando os violinos pararam de tocar, todos, inclusive os músicos, aplaudiram a dança.

—Você não chega nem perto dele! —Hermione ouviu Rony dizendo para Harry, que aplaudia envergonhado.

Hermione parou o sorriu para o buquê.

—Me dê um minuto? —Draco beijou-lhe rapidamente e assentiu.

Hermione caminhou até perto das bebidas e chamou a atenção dos convidados.

—Na tradição trouxa, a noiva joga o buquê para cima e a garota que pegá-lo será a próxima a se casar. É uma brincadeira, e gostaria que todas participassem!

Houve um burburinho enquanto o grupo de garotas posicionava-se ali no meio do espaço livre. Algumas mais ansiosas buscavam um lugar que achavam ser o melhor para capturar o buquê, Gina, chegou rindo e vangloriando-se:

—Sou apanhadora do Harpias... —Dizia.

Hermione virou-se de costas e contou:

—Um!

O grupo acompanhou-a.

—Dois... Três!

As flores voaram por cima da cabeça de várias meninas desesperadas que pulavam e tateavam o ar, mas as flores caíram diretamente nas mãos de Milla que se escondera bem no fundo do grupo, segurou o buquê na mão e riu sozinha. Hermione virou-se para ver a vencedora e olhou diretamente para Rony, que estava um pouco mais pálido do que o normal.

—Hermione, o que eu faço com isso agora? —Milla aproximou-se da noiva enquanto as outras garotas decepcionadas voltavam para seus lugares.

—Você guarda e espera! —Disse para a garota, abraçando-a. No último segundo, sussurrou em seu ouvido: — Aposto que o Rony te pede em casamento logo.

Picou para Milla que tinha um sorriso nos lábios. Voltou então para Draco, que a esperava sorrindo e algo dizia, que aqueles sorrisos não desapareceriam tão cedo assim.

—Está pronta para outra dança, senhora Malfoy?

Hermione sorriu.

—Só se quiser dançar com duas Malfoy!

Draco que sorria deixou os lábios esticarem-se em uma linha fina. Hermione o puxou para a mesa onde deveriam se sentar e de baixo da toalha, tirou um pequeno embrulho, entregando-lhe para o marido.

—Abre!

Draco tirou o laçarote dourado e de dentro da pequena caixinha havia dois cachecóis infantis, um Grifinório e o outro Sonserino. O rapaz sentiu os tecidos entre os dedos.

—Você...?

Hermione assentiu e Draco com toda a felicidade que se poderia sentir, abraçou-a, tirando seus pés do chão.

—Eu te amo! —Disseram em uníssono.