Insignificantemente, você escrita por Amanda


Capítulo 41
Capítulo quarenta




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O sol já iniciava sua decida por trás do morros distantes cobertos de neve, o frio aumentava com a chegada da lua cheia e Draco, prontamente saiu para buscar ao lado da casa algumas toras, que usaria na lareira. Ao entrar na sala, reparou em Hermione que, estava de frente para as chamas fracas, enrolada em um casaco que cobria parte de suas pernas. Tentava se aquecer. O rapaz soltou a madeira no canto da sala e aproximou-se brevemente.

—Você está bem?

Hermione virou-se para olhar o rapaz e apenas assentiu em resposta. Observava lenta e atenciosamente as chamas quase extintas. Não mudou o olhar, também, quando Draco colocou um pedaço de madeira sobre as chamas e mexeu com o atiçador de ferro.

—Como você está? —Deu ênfase no você, pois já estava cansada de ser sempre a vítima das situações.

Draco levantou e olhar e pôs-se de pé, caminhando lentamente até a garota, que, só tentava não distrair-se com os passos atraentes do loiro.

—A garota que eu amo simplesmente disse que não quer nada comigo. Me ignora e quase tem a perna amputada por ser orgulhosa demais, estou sozinho com ela e tudo o que quero fazer agora... É agarrá-la e levá-la para o quarto. Preciso me controlar para não beijá-la. E você ainda quer saber como me sinto? —Draco sacudiu a cabeça, ignorando aquelas palavras que teve a imensa vontade de dizer.

Assentiu em resposta e passou por Hermione, desviando de seu ombro. Desviando da tentação. Foi para a cozinha e sentou-se em uma das cadeiras dispostas próximas à mesa. Os pratos ainda estavam sobre a mesa, alguns com comida, deixando evidente a pressa com que saíram da casa. Movimentou a varinha e a louça suja começou a limpar-se sozinha, voando em direção a pia e diretamente aos armários. Não percebeu quanto tempo ficou ali, pensando nos dilemas da vida, só se deu conta quando...

—Draco... Eu vou subir, já está meio tarde! —Disse, atraindo a atenção do rapaz para uma janela que, revelava o céu escuro cheio de estrelas.

Voltou seu olhar para Hermione, a garota parecia um pouco mais corada.

—Tudo bem, vou ficar no sofá. Qualquer coisa é só chamar! —Disse, sem levantar-se da cadeira e nem dar sinal de que dali sairia.

Hermione pareceu desconcertar-se.

—Tem o quarto do George, é no mesmo corredor... Ou o quarto da Gina, sabe.

Draco assentiu e quando Hermione pensou que não ganharia uma resposta, a voz do rapaz se fez presente.

—Os Weasley chegarão a qualquer momento, não quero ser um intruso no quarto deles. Fico com o sofá! —Fez menção de passar ao lado de Hermione, mas a garota parou-o com uma mão no peito do rapaz.

—Pode ficar comigo, podemos... Dividir a cama! —Sorriu complacente. —O que acha?

—Tem certeza? —Questionou-a, duvidava muito daquela proposta tão equivocada.

Hermione corou, mas deixou que um sorriso irônico, o mesmo que usava quando tinha o argumento perfeito, escapasse.

—Não é nada que eu já não tenha vivido!

Draco não escondeu o sorriso orgulhoso, teve vontade de beijá-la, mas não o fez.

O rapaz, cansado, subiu os degraus e deitou-se, aproveitando um pouco do colchão confortável e da calmaria da propriedade. Adormeceu rapidamente.

***

Quando acordou procurou por Hermione, mas não a encontrou. Tateou em busca da varinha na calça e tirou-a do bolso traseiro rapidamente. Com um floreio iluminou o quarto e caminhou até a porta, deixando os pôsteres do jovem Vitor Krum voando pelas paredes. Desceu as escadas que rangeram levemente diante de seu peso. Na sala, encontrou Hermione dormindo no sofá, um livro escorado na barriga. As toras na lareira ainda crepitavam. Sorriu de lado.

Sacudiu a varinha e a bolinha de luz começou a pairar sobre sua cabeça, iluminando o ambiente. Encaixou a varinha no bolso da calça e capturou o livro nas mãos de Hermione, fechou-o e o colocou sobre uma poltrona amarela com listras em verde-limão. Colocou suas mãos por trás dos joelhos e das costas de Hermione e levantou-a quase sem esforço algum. Acompanhado pela bolinha de luza, subiu as escadas e retornou ao quarto. Depositou a garota delicadamente na cama e cobriu-a. Draco realmente tentou sair do quarto, mas a voz da garota lhe parou instantaneamente.

—Achei que dividiríamos a cama! —Falou baixinho, sem tirar o rosto do travesseiro.

—Também achei, até te encontrar dormindo no sofá!

—Eu acabei dormindo, eu ia subir em alguns minutos. —Sentou-se para encarar o rapaz. —Vamos!

Incentivou-o, dando três batidinhas na cama.

—Não sei se é uma boa ideia, Hermione!

—Você não tem autocontrole? —Ergueu uma sobrancelha. —Vamos logo!

Virou-se, voltando a fechar os olhos, apenas sentiu quando o rapaz deitou-se e puxou o cobertor para si.

Hermione despertou numa posição que julgava ser desconfortável, mas o mesmo tempo aconchegante. Bocejou longamente e piscou algumas vezes antes de abrir os olhos por completo. Sufocou um grito pela garganta e desenrolou-se do corpo quente de Draco. Tropeçou em alguma roupa jogada no chão e saiu às pressas do quarto. Passou pela sala ainda vazia e capturou um casaco longo, vestindo-o. No cabideiro de parede ao lado da porta o cachecol vermelho e dourado —velho— aguardava-a. Agasalhada, simplesmente abriu a porta e saiu pela neve fria que, chegava à altura de seus tornozelos. Sentia-se suja por ter feito o oposto do que mandara o rapaz fazer. Afastar-se era tudo o que queria ou precisava naquele momento. Não deu certo quando em Hogwarts e não daria agora. Não prestou atenção para onde estava indo, ou em quanto tempo fazia que estava seguindo naquela direção. Só se deu conta quando encontrou os limites da propriedade. Deu meio volta e em alguns passos, encontrou Draco.

—Aonde estava indo? —Perguntou com os braços envoltos no corpo. —Está congelando aqui fora.

Olhou-a de cima à baixo.

—Você está só de pantufas. Vamos logo! —Disse exigente.

—Eu estou aquecida, não se preocupe. Só precisava caminhar um pouco. —Explicou, passando do rapaz.

—Ora Hermione, podia ter pelo o menos avisado! —Guinchou, alcançando-a.

A garota parou abruptamente e virou-se.

—Mas mesmo sem tê-lo avisado você me encontrou, não é!?

—Tem pegadas suas desde a porta da casa, e uma mais funda do que a outra. Achei que talvez a encontraria soterrada pela! —Explicou-se.

Hermione percebeu então que a neve já chegara muito perto de seu joelho. Foi quando também percebeu que seus braços tremiam.

—Você está morrendo de frio! —Murmurou, tirando a touca que encontrara no quarto e enfiando-a na cabeça da garota. —Venha!

Puxou-a para um abraço lateral e seguiram juntos até a casa.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem ;)