Insignificantemente, você escrita por Amanda


Capítulo 24
Capítulo vinte e três




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A lista de pacientes era bastante extensa, e a maioria dos nomes anotados fora relevante para as investigações. Draco enviava por coruja a identificação de cada novo paciente que chegasse com as mesmas características das vítimas anteriores. Hermione, Harry e Rony passavam mais tempo no escritório do Ministério a Magia, do que nas próprias casas. Não havia uma lista exata de todos que lutaram contra Voldemort na guerra, apenas um pergaminho com alguns nomes que se lembravam. O que não era muito. Mais uma noite mal dormida passava, o Ministério da Magia estava vazio, como era de se esperar. Hermione tinha grandes olheiras arroxeadas abaixo dos olhos, seu rosto estava mais pálido do que o habitual, era a que mais trabalhava em tudo. Não se alimentava direito e não dormia, passava a maior parte do tempo procurando em jornais e arquivos sobre os comensais fugitivos. Publicara no Profeta Diário um anúncio, pedindo para que todos que lutaram contra Voldemort que se pronunciassem. Poucos bruxos apareceram, e logo, a lista de acidentados aumentou consideravelmente. Era outra noite de trabalho, a janela projetada para mostrar as variações do dia, iluminava a sala com os fortes raios que caíam. A chuva, mesmo que irreal, parecia molhar. Harry se aproximou de Hermione e tocou seu ombro.

—Vamos para casa, não temos nenhuma novidade há alguns dias. —Falou baixo, com a voz pesarosa. —Não adianta ficarmos aqui. E você, mais que ninguém precisa de uma folga.

Hermione levantou o rosto pálido e magro para encará-lo.

—Como chefe dos Aurores, eu lhe dou duas semanas em casa. —A garota abriu a boca para protestar. —Não adianta Hermione, não vou mudar de ideia. E seu eu lhe ver por aqui, aumentarei para um mês.

—Certo, prometo que não voltarei aqui nas próximas duas semanas! —Sorriu como pôde.

Rony se aproximou, com as mãos afundadas nos bolsos da calça.

—Vamos? Levo você em casa!

Hermione assentiu, vestindo o casaco pesado e despedindo-se de Harry.

Aparataram uma quadra antes da casa de Hermione, em um beco qualquer. Caminhavam lado a lado, repirando com dificuldade pelo frio que agora chegara com toda intensidade.

—Harry e eu estamos preocupados com você...

Hermione olhou o ruivo, e se encolheu diante do cachecol grosso.

—Eu estou bem, apenas preciso de um tempo! —Sorriu.

Rony assentiu e despediu-se, deixando-a na frente de casa. Solitária, entrou e acendeu a luz. O relógio marcava exatamente três e quarenta da madrugada. Preparou um chá quente e após ingeri-lo lentamente, adormeceu no sofá, coberta apenas por uma leve coberta. Mesmo com a neve fofa e branca cobrindo o gramado, o sol apareceu para aquecer as pessoas que caminhavam pela rua ou nos parques. Hermione acordou com a coruja que trazia o Profeta Diário bicando sua janela. Levantou-se e do bolso tirou alguns nuques. Apanhou o jornal e na bolsinha de couro deixou as moedas.

Deixou o papel enrolada de lado, e caminhou cambaleante até seu quarto, no andar de cima. Tomou um longo e relaxante banho quente na banheira, a qual formou uma espessa camada de espuma branca. Após algum tempo a água começou a esfriar, e só então, enrolou-se no roupão felpudo para secar-se. Pegava suas roupas intimas quando a campainha tocou, jogou-as sobre a cama arrumada e desceu as escadas, gritando para quem fosse, que aguardasse. Carrancuda abriu a porta.

—Draco! —Exclamou surpresa.

O rapaz encarou-a de cima a baixo, observando cada detalhe de seu corpo. Hermione ruborizou com o forte e penetrante olhar.

—Está me deixando sem graça... —Murmurou apertando os braços contra o corpo.

Draco pareceu sair do transe por um momento e então fitou os olhos castanhos. Sorriu como se matasse a saudade que apertava seu coração com o simples gesto de mostrar os dentes.

—Desculpe-me pela grosseria!

Hermione riu pelo nariz. —Desde quando Draco Malfoy se comporta como um cavalheiro, desculpando-se pela grosseria de encarar furtivamente uma moça em trajes inadequados?

Draco encarou-a.

—Estou apenas sendo educado! —Sorriu abertamente. —Posso entrar?

—Se não se importar em esperar que eu me arrume...

Draco deu um passo para dentro, fechando a porta a suas costas, ficando a poucos centímetros dos lábios da garota.

—Não me importo que você fique assim!

Um arrepio cruzou a espinha da garota, que reagiu da única forma que pode: recuando dois passos e corando violentamente.

—Fique a vontade, volto em cinco minutos! —Correu escada à cima, batendo a porta de seu quarto. Suspirou aliviada.

Vestiu-se o mais confortável que poderia, não demorando-se para descer.

Na sala, encontrou Draco lendo seu Profeta Diário, até então ignorado sobre a mesa de centro. Pigarreou, mostrando-se presente.

—Então sobre o que quer conversar! —Perguntou, sentando-se na poltrona de frente para o rapaz — confortavelmente jogado no sofá.

—Nunca disse que queria conversar! —Sorriu, inclinado-se para frente.

Hermione expressou-se confusa com as palavras do loiro.

—Então, por que está aqui?

Draco pareceu pensar em uma resposta aceitável.

—Acreditaria se eu dissesse que estava preocupado com você? —Surpreendeu-se quando a garota assentiu, abaixando a cabeça. —Quero dizer, depois daquele dia que desmaiou de repente... E quando o Potter foi buscar a lista de novos pacientes, fiquei sabendo que estava com tonturas repentinas. Precisava ver você!

—Eu estou bem, mas obrigada pela preocupação! —Levantou o rosto. —Harry ficou preocupado com as minhas tonturas, mas não é nada demais. Talvez seja algum problema de visão, acontecem quando eu leio muito e logo depois me levanto. A visão fica embaralhada e eu me sinto tonta. Acontece!

—Não, isso não acontece! Você está se alimentando de forma incoerente. —Ralhou.

Desapontada, produziu um som desequilibrado.

—O que mais Harry tem lhe contado? —Perguntou irritada com toda a preocupação do Sonserino.

—Muita coisa! Estamos juntos nessa, ou esqueceu?

Hermione bufava.

—Eu sei que estamos juntos nessa, mas minha saúde e o que faço comigo mesma não é da conta de vocês! —Levantou-se abruptamente, Draco imitou-a. Mas a sala ficou em silêncio quando Hermione colocou a mão na cabeça e fechou os olhos. Seu corpo balançava, sem equilíbrio algum. Ao longe, escutou seu nome, mas sua cabeça latejava o bastante para que pudesse focar o lugar de onde a voz vinha. E então, a escuridão tomou conta de seu corpo, abraçando-a com um confortável aroma.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem, e até breve!



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