Not Like The Movies escrita por Clarice Reis


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

oi gente, mais uma fanfic e antes de mais nada gostaria de avisar que ela foi feita de madrugada e eu estava com muito sono então desculpem qualquer erro. Espero que gostem.



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Not Like The Movies


- Rose, quer namorar comigo?

Naquele instante tudo parecia estar em câmera lenta. As pessoas em volta me encaravam cheias de expectativa, Lily tinha um sorriso imenso estampado no rosto e minhas primas pareciam em êxtase com o pedido. Todos pareciam felizes, então por que eu não estava? Olhei para Alvo Potter ajoelhado à minha frente. " Você tem muita sorte" é o que todas as garotas ali estavam pensando e de fato, Alvo é o garoto perfeito, educado, gentil, estudioso e muito bonito, um verdadeiro príncipe.
Eu deveria estar radiante, devia dizer sim, então ele me beijaria e seria exatamente como nos filmes. Mas eu não queria aquilo, eu não o via como um namorado, Alvo sempre foi como um irmão e toda essa cena me deixou em um estado de choque e completa confusão. Eu não queria magoa-lo, eu o amava muito e fazer ele sofrer seria uma coisa horrível, mas que opção eu tinha? Dizer sim me condenaria a viver uma mentira. Comecei a olhar para os lados. “Tome uma decisão rápida" pensei.
- Rô, está tudo bem? - Roxanne perguntou.
Naquele instante eu tomei uma decisão e acredite, foi a decisão mais infantil possível. Saí correndo do salão comunal deixando para trás um monte de rostos que me encaravam estáticos.
Eu nunca fui de fugir dos meus problemas, sempre fui uma pessoa decidida e racional, mas aquela situação estava corroendo minha sanidade. Eu queria fugir, ir para algum lugar distante e ficar sozinha. Parei em um corredor deserto e me sentei no chão encostada na parede. O que eu tinha feito? Alvo com certeza estava chateado. Senti meus olhos lacrimejando e me encolhi. Por que eu não podia gostar dele? As coisas seriam tão mais fáceis. Passei alguns minutos daquele jeito, estava tudo em completo silêncio (exceto pelos meus soluços) até que um barulho de passos se fez presente. "Ele me seguiu" foi a primeira coisa que pensei, mas quando levantei o olhar fiquei surpresa ao constatar que não era Alvo, e sim Scorpius Malfoy.
- Está chorando, Weasley? - Ele perguntou.
- Não é da sua conta. - Afirmei ríspida.
Malfoy é um ser insuportável. Desde o primeiro ano brigamos constantemente e sempre acabamos em detenção. Ao contrário do que podem pensar, eu não o odeio por conta de uma simples rixa de família, na verdade gosto muito de sua mãe (que já esteve lá em casa algumas vezes), o problema é que ele é arrogante, prepotente e muito irritante e definitivamente era a última pessoa que eu gostaria de encontrar nesse momento.
- Será que dá para me deixar em paz? Eu não estou bem. - Disse com a voz embargada por conta do choro.
- Isso eu percebi. - Falou revirando os olhos. - Mas estou curioso, o que fez a inabalável Rose Weasley chorar?
- Não te interessa, Malfoy.
- Não precisa ser tão grossa, só fiz uma pergunta.
- Uma pergunta cuja resposta não lhe diz respeito.
- Então não responda, mas para de chorar, ok? Apesar de te detestar não gosto de ver uma mulher chorando. - Ele falou tirando a varinha do bolso e conjurando um lenço.
- Obrigada. - Eu disse enquanto secava meu rosto.
Achei que depois disso ele iria embora, mas o loiro continuou ali, parado na minha frente me encarando.
- Está mais calma? - Perguntou alguns instantes depois.
Eu assenti e suspirei.
- Por que as coisas tem que ser tão complicadas? - Questionei.
- A vida nunca foi fácil. - Ele respondeu encarando o chão.
- Quem dera que tudo fosse igual as histórias que nos contam quando somos crianças. - Comentei.
- Você diz aquelas histórias de princesas que encontram príncipes e vivem felizes para sempre? - Perguntou arqueando as sobrancelhas.
- É...
- Mas a vida tem um pouco dessas histórias, talvez não seja exatamente igual, mas quando se ama alguém você se sente como se estivesse em um conto de fadas.
Eu o encarei confusa e ele sorriu e se sentou ao meu lado.
- Antes de mais nada, proponho uma trégua, vamos conversar civilizadamente pelo resto do dia e amanhã voltamos a nos odiar, de acordo?
Apertamos as mãos selando nosso trato e logo depois ele começou a falar.
- Por acaso conhece minha prima, Jade Greengrass?
- Ela estudava aqui, não é?
- Isso mesmo, ela tinha um namorado e eles estavam juntos desde o quinto ano, ela achava que tinha encontrado o homem da sua vida porque todos diziam que ele era um príncipe e que era o homem perfeito e tal...
- Eu me lembro dele. - Disse interrompendo-o. - Logan Wood.
- Ele mesmo. Bom, eles resolveram que iam se casar, tudo estava maravilhoso e todos os preparativos já estavam prontos, mas quando faltava uma semana para o casamento minha prima entrou em desespero, ela não sabia se realmente queria aquilo e veio me pedir conselhos.
- Essa foi uma péssima decisão. - Afirmei.
- Eu sei dar bons conselhos, Weasley.
- Duvido muito, mas enfim, continue a história.
- Eu fiz algumas perguntas e cheguei a uma conclusão.
- E qual foi?
- Ela mudou de ideia. - Respondeu de maneira tranqüila.
- Como assim? - Eu estava chocada. - Ela não pode simplesmente mudar de ideia uma semana antes do casamento.
- Por que não pode? Ela é livre para tomar suas próprias decisões.
- Ele deve ter ficado arrasado...
- Sim, mas o que ela podia fazer? Se casar sem ter certeza se era isso mesmo que queria?
Eu me calei.
- Mas eles namoravam já fazia um bom tempo... - Disse quase em um sussurro.
- É, mas ela só percebeu muito tarde que o "príncipe" talvez não fosse a pessoa certa. Nunca parou para pensar que talvez nem todas as histórias de amor precisam envolver um príncipe e uma princesa? Por que a princesa não pode se apaixonar pelo vilão? Por que ela não pode simplesmente viver feliz sem precisar de um homem na sua vida? Eu até hoje me lembro do que Jade falou antes de ir embora.
" Eu nunca senti que meu mundo parava de girar ao seu lado, as estrelas nunca se alinharam, nunca fui capaz de ver um sinal e mesmo assim insisti em continuar. Eu sou estúpida por querer me sentir como em um conto de fadas?"
- Uau. - Foi a única coisa que consegui falar.
- É ,Weasley, a vida não é como em um filme, mas acredite, quando encontrar a pessoa certa e eu não estou dizendo que isso será fácil, você se sentirá como se estivesse em um. Da mesma forma que Jade está se sentindo agora, ela está na França e ao que parece conheceu a pessoa certa.
Eu lhe dei um sorriso.
- Fico feliz por ela.
- Eu também.
Naquele instante nossos olhos se encontraram. Aqueles olhos cinzas me fitavam com um brilho diferente e eu não pude deixar de corar.
- Obrigada. - Disse desviando o olhar. - Por tudo isso.
Ele se levantou e estendeu a mão para me ajudar a ficar de pé.
- Não foi nada. Bem, já estou indo, até qualquer hora, Weasley. - Ele disse me virando as costas e seguindo pelo corredor.
- Acha que um dia vou encontrar a pessoa certa? - Perguntei.
- Talvez já tenha encontrado e só não percebeu. - Ele disse se virando para mim e dando um sorriso de lado.
Eu fiquei alguns instantes parada no corredor completamente perdida em pensamentos até que decidi o que iria fazer.
Caminhei de volta para o salão comunal e encontrei Lily sentada no sofá.
- Onde ele está? - Perguntei.
- Desista, ele está chateado com você.
- Eu sei disso, só por favor me responde.
- Perto do lago.
Eu saí apressada e assim cheguei o encontrei atirando pedrinhas no lago.
- Me desculpe.
Ele me encarou e deu um sorriso meio forçado.
- Tudo bem, você estava confusa.
- Não precisa fingir que está tudo bem, Al. Eu sei que você ficou chateado...
- Eu te amo,Rose, e você não imagina o quanto doeu ver você sair correndo daquele jeito.
- Posso te fazer uma pergunta?
Ele assentiu.
- O que sente quando está comigo?
- Eu gosto de ficar com você, eu me sinto feliz.
- Mas você acha que eu sou a pessoa certa? - Questionei.
- Como assim? - Ele me encarou confuso.
- A pessoa que te faz sentir como se estivesse em um filme.
- Mas a vida não é um filme.
- Quando se está apaixonado é como se fosse.
Ele me olhava como se tentasse decifrar o que eu estava dizendo.
- Al, você é como um irmão para mim e eu não quero que as coisas fiquem estranhas entre nós, não quero te perder.
Ele suspirou.
- Sempre vou estar aqui para você, baixinha. - Disse afagando meus cabelos.
Eu sorri e lhe dei um abraço. Alvo era meu melhor amigo e isso definitivamente não iria mudar.
- Bom, eu vou indo, tenho que fazer uma coisa. - Falei me afastando. - Até o jantar.
Ele se despediu e eu segui meu caminho. Andei pelos corredores do castelo até chegar as masmorras e lá encontrei Luke Zabine.
- Por acaso você viu o Malfoy? - Perguntei.
Ele pareceu completamente surpreso com a minha pergunta.
- Acho que deve estar pelos jardins.
- Obrigada.
Eu voltei para a parte externa e o procurei por alguns minutos até me deparar com uma figura loira cochilando em uma árvore. Fui me aproximando devagar e quando estava bem perto não pude deixar de notar o quanto ele ficava bonito quando estava dormindo.
- Vai ficar me observando o dia inteiro? - Ele perguntou me tirando dos meus devaneios.
- Achei que estivesse dormindo.
- Então se eu estivesse você iria continuar aí me olhando? - Perguntou com um sorriso malicioso no rosto.
- Não foi isso que eu quis dizer. - Droga, eu devia estar muito vermelha.
- De qualquer forma, o que quer comigo? - Questionou.
- Eu queria agradecer de novo, tudo que você falou me ajudou muito.
- De nada, mas não se acostume, ok? Nossa trégua é só até amanhã. -Por algum motivo eu não gostei de ouvir aquilo, eu não queria voltar a brigar com ele.
O Scorpius Malfoy que eu conheci hoje é uma pessoa incrível e eu de certa forma gostei dele (até mais do que deveria), queria ter a oportunidade de conhecê-lo melhor, saber seus gostos, hobbies, planos para o futuro... Queria saber quem ele realmente é, sem brigas discussões ou detenções, sem o Weasley e Malfoy, apenas Scorpius e Rose.
- Eu estive pensando.- Comecei. - Ainda temos o resto do dia para se falar sem discutir e...
- E? - Ele incentivou.
- Você não está afim de tomar uma cerveja amanteigada em Hogsmead?
- Está me convidando para sair, Rose? - Essa era a primeira vez que ele me chamava pelo nome e não por Weasley ou qualquer apelido que ele tenha inventado.
- Não, é só uma forma de agradecer, mas se você não quiser tudo bem, só sugeri para ser educada e deixa, esquece o que eu disse. - Falei me enrolando com as palavras por conta do nervosismo. Desde quando eu ficava assim por causa de um garoto?
Ele começou a gargalhar e passou o braço em volta dos meus ombros.
- Relaxa, eu topo, mas espero que tenha um bom plano para conseguir fugir da escola.
- Sou sobrinha de George Weasley, sei de todas as passagens secretas.
- Então vamos...
E naquele momento caminhado ao seu lado eu percebi que nem sempre as coisas são como a gente espera, nem sempre é como nos filmes, mas a realidade tem seu próprio jeito de fazer as coisas darem certo.


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