this is the road to ruin escrita por Zimniy Grust Labhaoise


Capítulo 1
(and we're starting at the end)


Notas iniciais do capítulo

[esse é o caminho para a ruína (e nós começamos pelo fim)]

Espero que gostem! :3 (principalmente você, Mary õ)



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(se isso é adeus, “para sempre” é apenas outra mentira — sum 41, holy image of lies)

Arthur gostava de tempestades. Mais que o som de trovões e as luzes no céu e as gotas de água caindo, ele gostava das noites de tempestade, pois era nessas noites que América procurava refúgio em seu quarto, com grandes e inocentes olhos de safira que ele não relutantemente aprendera a amar. Era nessas noites que ele se encolhia em seus braços, pedindo carinho, afirmando sua âncora, quase ronronando. Inglaterra era a única pessoa com quem ele podia ser inteiramente vulnerável, frágil, a única pessoa a quem América podia se entregar de olhos fechados, sem hesitação, abrir o coração sem medo de tê-lo devolvido em pedaços.

Meu. Arthur sentia em seus ossos. Meu. Alfred era dele até o último sorriso, até o último suspiro, até o último fio dourado de cabelo (até o dia em que não era mais).

(diga-me que acabou, porque eu não sinto nada ao todo — sum 41, holy image of lies)

Começou como uma brisa numa tarde quente de verão: tão suave e efêmera que não deveria ter sido notada. Pequenos atrasos, instantes de silêncio (sorrisos negados e olhos vazios que ninguém parecia perceber).

Arthur percebia. Algo se agitava em seu interior. Seu estômago torcia. Por quê?, seus olhos questionavam sem nunca receberem uma resposta. Alfred não parecia ver, mas ele não fazia o tipo observador, e os outros países apenas encaravam e encaravam; porque Arthur sempre podia resolver seus problemas sozinho, e embora nenhum deles fosse explícito todos podiam sentir que havia algo de errado no ar.

(olhe em meus olhos, diga que eu estou bem — sum 41, holy image of lies)

Não daquela vez. Se Arthur não sabia o que estava quebrado, como poderia consertar? Se não sabia onde estavam as velas, como acenderia as luzes e espantaria a escuridão? (Se Arthur não podia sentir o coração de América, como poderia alcançá-lo?) Seus sonhos eram bons, mas nunca concretos o bastante para quebrar a corrente de intermináveis pesadelos. Guerra e sangue era a história que os fantasmas contavam. Sangue e solidão, era o que seus demônios lhe diziam.

E Alfred não apareceu naquela noite para contrariar nenhum deles.

(você sabe que eu não sou aquele que quebra promessas — alex clare, too close)

Era uma promessa nunca verbalizada entre eles. Arthur sabia que, independentemente do que acontecesse, ele sempre estaria de braços abertos para Alfred. Ele acreditava que era algo recíproco, que quando precisasse América também estaria lá para ele. (Tão tolo!) Você não brinca com os sentimentos das pessoas e espera que elas façam o mesmo por você. Você confia nelas, e espera que confiem em você. Não é essa a maior moral de todas? “Trate as pessoas como gostaria de ser tratado”? Inglaterra sabia que Alfred não era muito dado à regras, mas ele costumava manter as promessas que fazia (costumava)

(todas as coisas que você disse, elas nunca foram verdade — adele, set fire to the rain)

Isso significava que havia algo de errado com Arthur? De alguma forma, ele arruinara tudo, ele destruíra o que eles tinham de uma forma irrevogável e agora a situação era apenas uma consequência de seus atos? Era isso um carma? Uma vingança infantil e cruel? Ou... Era apenas uma prova de que Arthur nunca fora nem nunca seria o bastante para alguém como Alfred? [e ele queria tanto ser, queria tanto ser bom, ser melhor, para que se sentisse no direito de passar seus braços pelos ombros de Alfred e sussurrar “meu” em seu ouvido, para que pudesse sorrir e ver os olhos (aqueles olhos azuis tão lindos) de América brilharem em sua direção — Inglaterra queria ser bom o bastante para que se sentisse no direito de ser amado de volta]. Ele não precisava ser bom o bastante para amar, porque aquele sentimento rastejara em sua pele e tomara sua mente e fizera de seu coração um brinquedo nas mãos de Alfred.

Era isso o que ele era? Insignificante o suficiente para ser quebrado e partido e estilhaçado (e sangrar e sangrar e sangrar)?

(eu não sei para onde eu estou indo, mas eu não acho que esteja indo para casa — alone togheter, fall out boy)

Arthur sabia o significado de todas as coisas que ele dissera (e ele quisera dizê-las). Ele nunca deixaria Alfred. Ele nunca o deixaria sozinho, nunca o deixaria de amá-lo, nunca deixaria de cuidar dele. América significava tudo, e sem ele, Inglaterra não era nada (deveria ser o contrário, mas, de alguma forma, eles conseguiram fazer funcionar dessa forma).

Alfred era sua casa. Era seu alicerce, sua rocha, seu “eu”. Arthur se encontrava nele. Arthur era dele, tanto quanto América era seu. O quão errado era isso? (porque se Alfred era casa suas paredes estavam caindo e Arthur não tinha outro lugar para ir)

(eu tentei ser perfeito, mas nada valeu a pena)

(se você acreditasse que isso está na minha alma, eu diria todas as palavras que eu conheço)

(nada pode me salvar, mas isso é a única coisa que eu tenho — sum 41, pieces)

“Eu posso ser melhor” seus olhos começaram a dizer. “Eu juro”. Era um pedido (ou ele estava implorando?). “Por favor. Eu sinto sua falta. Você é tudo o que eu tenho, é tudo o que eu quero, é tudo que eu sempre precisei. Eu não sou forte, eu não posso fazer isso sozinho, eu caio aos pedaços se você não me segurar. Você poderia não ir embora? Você poderia não ser a areia que escorrega entre meus dedos? Eu não sou nada sem você. Eu preciso de você.”

[“Eu te amo”.]

[“Eu te amo”.]

[“Eu te amo”.]

(e esse fim do dia é a prova do tempo matando toda a fé que eu conheço, sabendo que a fé é tudo que eu tenho — trading yesterday, shattered)

Deveria ser uma verdade inegável. América pertencia à Inglaterra assim como a Lua pertencia ao Sol, assim como os planetas pertenciam ao sistema solar, assim como os vermes pertenciam ao chão (América era dele, e ainda assim, de alguma forma, Arthur o estava perdendo).

(todas as ruas onde eu andei sozinho, sem lugar para ir; eu cheguei num fim — sum 41, with me)


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