Secrets and Photos escrita por Makoto


Capítulo 15
O Príncipe dominado e a amiga Descolada


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, desculpem pela demora. Sei que se passou muito tempo desde que postei o último capítulo de SaP. Perdão. Agradeço pelos comentários, recomendações e favoritos de todos, vocês são os que me motivam a continuar. Espero que entendam que estou passando por momentos realmente complicados na minha vida. Pode parecer irresponsabilidade minha ter deixado vocês esperando, por isso, desculpem-me, por favor.
Não estava com ânimo para nada, se fosse postar algo, iria sair ruim. Sempre tento dar o meu melhor toda vez que escrevo.
Não vou abandonar essa fic, amo escrevê-la, e amo os leitores que acompanham. Realmente fico feliz, vocês foram um dos pilares que me fizeram continuar escrevendo. Posso não ser a melhor, mas sempre tento melhorar.
Bem, essas foram minhas sinceras desculpas. Agora, vamos ao capítulo.
Boa leitura.



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Secrets and Photos

Capítulo quinze: O Príncipe dominado e a amiga Descolada

Os sapatos a minha frente pareciam mais interessantes. O clima tenso entre eu e o tal amigo aumentava, pois minha cabeça tentava formular uma resposta para suas expectativas sobre Usui. Bem, em uma outra vida, ou universo paralelo, ele seria um mocinho. Mas na realidade, nessa realidade, ele não passa de um manipulador sádico, com transtorno de bipolaridade. Não cogitei na ideia de dizer isso para o ruivo a minha frente, já que os dois pareciam bem amigos, talvez fosse constrangedor para ambos, eu e ele.

— Espero que tudo dê certo entre vocês dois — retrucou, oferecendo a mão. Segurei sua mão, que me levantou. Bati na saia do uniforme, retirando as gramas que ficaram. Calcei os sapatos rapidamente, ainda recebendo o olhar meticuloso do outro. — Você não me parece uma garota aproveitadora, que só quer ficar com ele por conta da família.

— Família? — parei minhas mãos, girando a cabeça em sua direção. Despertou em mim um interesse, já que ele nunca falou nada sobre sua família, além da irmã. Pelo que sei, Usui é um aluno excepcional e popular. Mas achei que o único motivo da sua popularidade fosse a aparência e a personalidade forjada. Acho que subestimei a capacidade fútil dessa escola.

— Sim. Muitas dessa escola dariam tudo para dormir com o herdeiro das empresas Ichinose. O pai dele parece ser muito severo quanto ao comportamento. Já escutei o Usui brigar com ele pelo telefone. — bufou, cerrando os punhos com força. — Ele é muito reservado quando se trata da família. Não falou nem para mim. Por isso fico puto. Talvez ele ache que só sou amigo dele por conta do que tem. Filho da puta.

Suspirei, subindo os dois degraus que levavam ao corredor das salas e da cantina. Nem mesmo ele consegue desvendá-lo, então porque eu? O que tem de tão sombrio na família dele, que ninguém sabe? Até me interessaria em perguntar, mas acho que seria invasão de privacidade, já que somos praticamente desconhecidos. Algumas semanas bastaram para que todo mundo achasse que devo algo a ele.

— Não sei se devo interferir nos assuntos pessoais dele. Se nem você conseguiu, comigo não vai ser diferente.

— Nunca vai descobrir se não insistir. Posso ver em seus olhos, você está curiosa sobre ele. — riu alto, batendo levemente no topo da minha cabeça. — Não sei o que vocês tiveram, mas é a única que o faz ficar vidrado. E acredite, é raro vê-lo olhando para uma garota como olha para você.

Arqueei uma das sobrancelhas. O que isso quer dizer? Alguma piada interna?

Pensando bem, era bem injusto, levando em conta o ponto de vista do Usui. Ele foi o único que conseguiu informações relevantes. Descobriu meu endereço, coisas sobre minha família, casa e preferências. Era esse o objetivo do joguinho? Ou será que planeja levar isso mais a diante?... Não vou deixar. Tenho que acabar com isso o mais rápido possível. Certo, quando o encontrar vou deixá-lo com duas escolhas: Podemos ser apenas amigos, sem jogos sádicos e comportamentos hostis. Ou ele tem de me deixar em paz. Não tenho mais nada a esconder, além do houve com meus pais. Mas nem ele sabe disso, então não há mais motivos que possam levar o jogo mais a frente.

Ambos perdemos.

— Você venceu. — virei as costas, enxergando algumas pessoas andando pelos corredores. — Vou tentar mudar as coisas. Mas caso não consiga, não precisa mais insistir. Já errei duas vezes, não vou errar uma terceira. — pus-me a andar, ainda sem escutá-lo sair do jardim atrás de mim. No quinto passo, parei para olhá-lo sobre o ombro. — Só mais uma coisa, tente não demorar em relação a Ami-san. Se disser a ela o que realmente sente, e fizer de tudo para dar certo, tenho certeza que ela entenderá.

— Obrigado. — sorriu abertamente, voltando a sua energia de antes.

— Eu que agradeço.

Ele foi a última pessoa que cogitei em vir até mim. Pensei até no babaca do Usui. Por um mísero segundo, quis que realmente fosse ele.

Os corredores começavam a encher aos poucos. O desconforto no meu estômago deixava-me enjoada. Pessoas olhando, cochichando. Risos e comentários provocativos. Olhei para frente, somente para frente. Passo por passo, pesando em minhas pernas cada vez mais. Vá em frente, somente em fren-

Um impulso tirou-me dos meus devaneios, jogando-me fortemente para trás. Fechei os olhos, esperando o impacto, mas o mesmo não veio, pelo contrário, senti algo envolver minha cintura antes disso. Abri um olho de cada vez, com tudo ainda um pouco embaçado. Com os cabelos sobre o rosto, pude enxergar várias pessoas olhando-me torto. Outras gargalhavam do meu tombo. E o resto somente olhava.

— Você está bem? — uma voz desconhecida soou bem perto do meu ouvido. A sensação de nervosismo voltou, fazendo minhas orelhas esquentarem.

— Ah! Desculpe! Eu realmente não estava prestando atenção. — levantei rapidamente, abanando as mãos em frente ao corpo. Mas parei quando enxerguei a cabeleira com óculos ao longe. — Sinto muito, mas tenho que ir. — retirei suas mãos da minha cintura, passando por entre as pessoas, que agora passaram a me ignorar. Bem, acho que estou sendo mal educada, então acenei de costas, esperando que o desconhecido pudesse enxergar. — Desculpe mais uma vez!

...

O que estou fazendo? Como pude ser tão curiosa a ponto de persegui-lo? Deveria ser pela sua expressão dolorida, que permaneceu por todo o percurso? Ou seria pelo fato de estarmos em um hospital?... Acho que foi uma péssima ideia. Sinto que estou invadindo um espaço importante para ele. Escondi-me atrás de um carro, que estava á uns quatro metros dele. Tentei ser o mais discreta possível, para não parecer uma maluca. Bem... Acho que pior não pode ficar. Ou pode. As pessoas sempre pioram quando falam essa frase...Ok. Tenho de parar com esses monólogos.

Observei-o entrar no hospital, hesitante. Parava a cada três passos. Seu rosto torcia, como se estivesse sentindo dor. Será que ele está doente?! Mas estava tão bem nos últimos dias, torturando pessoas psicologicamente. Talvez esteja preocupada, mas só um pouco. Espremi as sobrancelhas, segurando minha vontade de ir embora daqui.

Finalmente adentrou no local, cumprimentando a recepcionista, que parecia conhecê-lo. Um aperto estranho tomou conta do meu estômago. Não estou preocupada, não devo estar. Normal não é? Alguém se preocupar com alguém que odeia? Talvez eu seja boa demais, só isso.

Esperei um pouco antes de entrar. Um idoso precisou de ajuda com as escadas, gentilmente me dispus a apoiá-lo. Ignorar pessoas que precisaram de ajuda, fiz isso inúmeras vezes, tentando esconder-me sob uma máscara. Agradeceu-me sorrindo, um sorriso que me fez pensar no que eu estava fazendo durante todo esse tempo.

— Disponha. — me curvei levemente, despedindo-me. Caminhei novamente para dentro do hospital. Tudo era muito branco, parecia doloroso. Alguns pareciam realmente mal. Não sei que tipo de clinica é essa, mas deve cuidar de casos mais sérios. Fui até a recepcionista, uma senhora que parecia trabalhar ali por um bom tempo, já que falava com alguns pacientes de forma intima. — Com licença... — esperei ela terminar de falar com um homem, provavelmente um médico, já que usava um jaleco.

— Como posso ajudá-la, mocinha? — bateu algumas folhas na mesa, organizando-as.

— Perdão por atrapalhar a senhora, mas aquele garoto que acabou de entrar aqui... — olhei para o lado, precisamente para o corredor, tentando achá-lo. Sem sucesso. Droga Usui, você deveria ser menos problemático.

— O jovem Ichinose?

— Sim.

— Ah, você deve ser namorada dele, suponho? — o que?! Olhei para ela, com os olhos quase saltando das órbitas. Minhas orelhas esquentaram. Estalei a língua, quase mordendo-a pelo susto. Eu? Com alguém como ele? Nem se eu renascesse.

— Não, não. Sou só uma amig-... Conhecida. — suspirei, passando a mão pelo cabelo. Tente parecer calma.

— Claro... — sorriu de uma maneira estranha. — É só seguir por esse corredor e dobrar a segunda esquerda. Ele deve ter subido as escadas.

Minha língua estava coçando para perguntar. Demorei alguns segundos, olhando em volta. Logo em seguida, respirei profundamente, tentando parecer firme: — Tem algo de errado com ele? — olhei para os pés, desejando enfiar a cabeça em algum lugar. Sinto-me envergonhada por ser intrometida em assuntos alheios.

— Acho que não. Os motivos dele são peculiares. Veio aqui durante três anos, contando com hoje. Sempre a mesma data. — fechou a expressão, deixando-me confusa. Que motivo o faria vir a um hospital em um dia tão específico? Fiquei tentada a perguntar, mas já me intrometi muito na vida pessoal dele. Se ele quisesse que outras pessoas soubessem, simplesmente diria.

— Obrigada pela informação. Será que posso subir? — apontei para o corredor, com um tremor nas mãos. Estou sentindo-me estranha de estar aqui... Culpada.

— Vá em frente, mas faça silêncio e não procure mais nada.

— Certo. — virei-me, dando uma lufada ansiosa. O aroma enjoativo do desinfetante fez minha cabeça dar um latejo.

— Mais uma coisa — olhei por cima do ombro, parando bem em frente a porta de vidro, que levava ao corredor imenso, cheio de portas. — Aquele garoto passou por coisas bem complicadas. Talvez seja difícil de lidar. Mas é uma das pessoas mais corajosas que vi passar por aqui, mesmo estando sadio. É um bom garoto.

Coisas... Complicadas?

Imagino o que pode ser...

Limpei a garganta, baixando totalmente minha cabeça. Não sei pelo que ele passou. Talvez tenha sido grosseria julgá-lo sem conhecê-lo direito. Mesmo com tudo o que ele fez e disse. Todos temos segredos e cicatrizes. Usui era só mais um.

Ele é um cara legal.

É um bom garoto.

Talvez eu tenha errado sobre ele. Será que posso tentar?

Tentar compreendê-lo?

— É sim.

O que você esconde, Usui?

...

Entrei pela brecha da porta de ferro, que parecia envelhecida. A paisagem daqui de cima era deslumbrante, perfeita para uma ou duas fotografias, mas não é hora de pensar nisso. A figura conhecida estava um pouco longe, só pude enxergá-lo agarrado a barra de ferro, observando algo a sua frente. Fui relutante em sair de onde estava, parecia errado. Com muito esforço, tentei formular uma frase que pudesse mostrar minha presença.

— Pensando em pular? — sorri de canto, um sorriso um tanto preocupado. Sua imagem não era usual. Não era o Usui que pude conhecer. Não parecia malvado, nem manipulador. Pelo contrário... Nunca o encontrei tão frágil quanto agora. — Você está bem? — pus-me a andar, escutando claramente cada passo que dava.

— Não se aproxime. — Tarde demais.

Continuei aproximando-me, levando pancadas de vento nos cabelos, que faziam meus olhos arderem. O odor de antes saiu das minhas narinas.

Céus, o que estou fazendo?

No que estou pensando?

Não sei...

— Já disse para não se aproximar.

Por quê?

Por que devo parar?

Sempre se mete nos meus assuntos, sempre um passo a frente, fazendo o que bem entender com meus sentimentos, com meu dia-a-dia. Cansei de ser presa a um padrão. Vou fazer as coisas do jeito que eu mesma desejar. Você não é o único que tem motivos para mudar.

Você tem tantas pessoas que aguardam. Tem amigos, pessoas que se importam. Mas você não enxerga. Quer aguentar tudo sozinho... Somos tão iguais...

E ao mesmo tempo tão diferentes.

— Se der mais um passo. Farei desejar não ter vindo. — sua ameaça me fez parar. Paciência... Tenho que ter paciência. Passei os dedos entre os cabelos, aproveitando o vento, que refrescava meu pescoço. Talvez seja só por hoje. Amanhã ele vai voltar ao normal, tentado me prejudicar, brincar comigo. Então, só por hoje...

— Acabei seguindo você. — soltei de uma vez, quase ficando sem ar. Tudo que ele fez por hoje. Aquele Usui que me abraçou, o que me disse coisas rudes, que me deu conselhos... Tantas faces... Será que alguém o conhece de verdade? Qual seria o verdadeiro? Ou melhor... Quem é Ichinose Usui? — Está estranho hoje. — olhei para o sol indo embora, aos poucos. Tudo estava indo rápido demais. Seu silêncio era perturbador. Sufocante. Respirei fundo, tentando mais uma vez: — Que tal uma pergunta em troca de outra?

— Não vai ganhar nada com isso. — respirei fundo mais uma vez, arfando lentamente. Senti seu olhar me perfurando, de um profundo e escuro verde, novamente, como se não estivesse enxergando. — O dia de hoje é só uma pedra no meu sapato. — o que quer dizer com isso? Por que não me diz, por que não diz a ninguém? De que adianta carregar um fardo sozinho? Encarei-o, preocupada.

— O que aconteceu? — dei dois passos silenciosos. Tenho de ser cautelosa. É como um gato, se formos de uma vez, seremos arranhados. Seus ombros pareciam tensos. Tensos demais. O cigarro quase apagado estava bem perto dos seus joelhos. Subiu aqui só para isso? Não, acho que é bem mais que isso. — Se não quiser contar então-

— Finalmente. Pode sair agora? — interrompeu-me com asco. Sorri de canto, andando um pouco mais rapidamente. Fiquei de joelhos, bem ao seu lado.

— Não vai ganhar nada com isso. — o que acha? Feitiço virado contra o feiticeiro. Sorri, um pouco mais divertida. — Falei com seu amigo. Veio perguntar se eu estava bem. — o silêncio ficou um pouco mais tenso que o normal. Uma carranca se formou, quase que automaticamente, no seu rosto.— E pedir uns conselhos sobre a Ami-san.

— Por que está dizendo isso? — acompanhei-o com o olhar, quando levantou. Virou as costas para mim em seguida.

Talvez eu possa derreter o cérebro congelado dele?

Dei uma risada baixa, lembrando-me das idiotices que havia escutado na conversa com o ruivo. Eles dois são mesmo dois idiotas.

— Ele disse que você era um cara legal. — olhei novamente para frente, sem me incomodar com o silêncio que havia se instalado. — Não quero parecer intrometida, mas deveria falar com seu amigo. — deveria ser a pessoa mais apropriada, já que são próximos. Acho que estou sendo apenas covarde, fugindo como sempre faço.

— Rin não entenderia. Nem você. — aquela senhora tinha razão. Era complicado, difícil de lidar. Mas tem de ter alguém. Alguém que possa estar lá quando ele cair, para confortá-lo quando precisar. De que adianta ter amigos, em que você mesmo não confia? Ter que aguentar tudo sozinho? Era isso o que ele queria?

Quem sou eu para falar de amigos? Nunca tive um de verdade em toda a minha vida.

— Apenas esqueça. Se continuar assim, vai se arrepender no final. — ele deve realmente deve me odiar. Levantei, com vontade de sair correndo dali, puxá-lo das memórias que o assombram. Me arrepender? Só arrependo-me de nunca ter dito e feito aquilo que queria, durante todo esse tempo.

Um silêncio confortável se instalou. Olhamos para o real pôr do sol, avermelhado e alaranjado. Sua mão segurava a grade com força. O mundo não nos aceita, não é mesmo? Apoiei minha mão sobre a sua, um pouco hesitante no começo. Estava tremendo. Arqueei as sobrancelhas, sentindo-me invadida por sentimentos familiares.

As lágrimas que desciam do seu rosto deixavam-me perdida. Parecia sofrer, parecia doloroso. Quase posso sentir... Minha garganta a apertar, meus olhos arderem. Parecia solitário. Envolvi meus braços timidamente em sua cintura, encostando meu rosto no peito. O coração batia rapidamente, quase não o acompanho. Aconchegante e quente... Mas assustado.

Não o conheço.

Não me conhece.

Mas agora, sinto que nada disso importa.

A respiração pesada aquecia o topo da minha cabeça. As lágrimas molhavam-o também. Logo senti seu rosto afundar por entre meus cabelos. Não parecia o bastante, sentia que não. Apertei-o ainda mais contra mim, estranhando a sensação que aquilo me dava. Nunca confortei uma pessoa ou amigo antes. Isso só acontecia com meu irmão, mas é diferente.

Suas mãos envolveram-se nas minhas costas. De repente, sinto vontade de chorar. Posso facilmente resistir as minhas lágrimas, mas naquele momento... Simplesmente saíram. Seria saudades? Saudades de abraços calorosos?... Não sei. Comprimi ainda mais o rosto no seu peito, deixando minhas lágrimas serem absorvidas pelo tecido da sua camisa.

Permanecemos assim por um tempo. Tempo esse que não consegui calcular.

Seu rosto estava péssimo, algumas mínimas olheiras, que não percebi durante todo o dia. As lágrimas deixaram seus olhos avermelhados, junto com suas orelhas. Percebi seu olhar encarar meu rosto profundamente, e por fim, parou em meus olhos.

— Nunca pensei que te veria chorar. — sorri minimamente, tentando melhorar o clima. O céu estava escurecendo aos poucos.

— Não se acostume. — a carranca de sempre tinha voltado. Fiquei um pouco aliviada e decepcionada por ter voltado ao normal. Senti um arrepio quando sua mão subiu pelas minhas costas e nuca. Seus dedos deslizaram por meus cabelos. Eu sabia... Sabia que iria continuar da mesma maneira. Do jeito que ele quisesse. Fiquei sem ação por alguns segundo, dando-lhe a oportunidade de se aproximar. Sua respiração estava bem perto da minha. Então lembrei de antes, de ter sentido medo e raiva.

— Não quero isso. — tentei soar calma, empurrando seu rosto com minhas mãos. Seu rosto fechou-se com uma sobrancelha arqueada. — Não confunda as coisas, Usui. Não sou quem acha que sou. — não sou uma de suas fãs, nem sua namorada, muito menos um objeto. Não tem mais o direito de fazer o que bem entender comigo. — Cansei de ser seu "cachorrinho", agora que não tenho nada a esconder, posso acabar de vez com esse joguinho. — o maxilar ficou tenso. Pude ver que estava com raiva, era transparente em seus olhos. — A partir de agora, podemos ser amigos se quiser, apenas.

Fiquei esperando uma reação precipitada, mas não veio. Simplesmente soltou-me lentamente, ainda encarando-me, mas desta vez, de um jeito diferente, que não pude determinar. Passei os pulsos pelos olhos, limpando as lágrimas e os resquícios de maquiagem.

— Droga. Você é mesmo irritante. — agarrou a nuca, olhando para o lado. Seu rosto estava estranhamente vermelho. — Vou me contentar com isso. Por enquanto. — olhou-me, desta vez determinado. Ah... Parece que algo mudou nele. Pouco, mas mudou. — Só mas uma coisa... — agarrou minha mão, levando-a até o rosto. Resisti no começo, mas vi que era mais forte. Sua pele estava quente. Encarei tudo de maneira confusa. Talvez tenha enlouquecido de vez. — Não deixe outro garoto te tocar. — os olhos verdes pareciam menos duros.

Levou sua mão até o meu rosto, acariciando minha bochecha. Fechei os olhos por reflexo, um pouco envergonhada e incomodada. Vendo meu desconforto, parou. Mas por último, deslizou o polegar pelos meus lábios.

— Principalmente nos locais por onde já passei.


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Notas finais do capítulo

Poderão haver alguns erros, já que não estou usando o Word. Ficarei feliz se vocês me avisassem se houver.
Dessa vez, foi a Kei que narrou, no próximo, tentarei alternar.
Beijos, e desculpem a demora!



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