Tanto Asta quanto Eryk colocavam toda sua força na bola. E mesmo que Asta esteja com a vantagem da Incorporação, os efeitos colaterais que a mesma o trazia já começava a surtir efeito no rapaz.

– Não... eu não vou... PERDER PARA ALGUÉM COMO ELE!!!!!!!!

Asta não queria admitir um garoto como Eryk ao lado de Fran, e com esse pensamento ele tenta de tudo para vencer a técnica medíocre de Eryk, e se recusaria perder sua incorporação para uma técnica qualquer.

– ASTA! A Fran pode ser sua irmã, mas ela não é sua! Ela é a única que pode decidir com quem ela deve ficar! E se você não tivesse dado essa louca, você também poderia ficar com ela! – Dizia Eryk, ainda colocando toda sua força na bola, para conseguir rouba-la de Asta.

– Miserável... – Asta tentava de tudo, mas a dor já estava começando a ficar insuportável demais até para ele. Mas não queria se render, assim como Eryk. Os dois lutavam pela Fran. Mas naquele momento o que valia era a força. E quando uma explosão de luz encobriu o local...

Eryk consegue roubar a bola de Asta.

– Ele... ELE CONSEGUIU! – Comemorou Endou.

– Vamos! Ainda não acabou! – Disse Eryk correndo pelo campo com a bola.

– Está nos acréscimos! Vocês ainda conseguem! – Avisou Haruna para o time.

– Certo! – Todos assentiram.

– Fran! – Eryk chuta a bola para a garota.

– Você tem algum plano? – Pergunta Fran recebendo a bola e correndo ao lado de Eryk.

– Oh se tenho... Lembra que íamos treinar uma nova técnica combinada? – Lembrou Eryk, surpreendendo Fran.

– O que?! Não vai me dizer-

– É como eu disse; Tá na hora de pirar!

– Não... DETENHAM-NOS! – Ordenou Asta para seu time.

– Fran, eu tô livre! – Chamou Masato e Fran passa a bola para ele.

Quando os Destruidores o cercam, Masato teve que refazer o caminho. Retornando um pouco para o seu lado do campo, Masato consegue uma brecha para passar pelos Destruidores e consegue dribla-los.

– Masato! Passa a bola para gente! – Pediu Eryk ao lado de Fran correndo quase próximos do gol adversário.

– O que?! – Masato estava bem longe dos dois. E vendo que ambos tinham um plano, resolveu confiar neles.

Quando Masato chuta a bola para o alto, ele pula girando até a bola enquanto uma linha de fogo rodeia seu corpo.

– Furacão de Fogo!

Mas assim que Masato chutou a bola, ele esperou carrega seu poder na esfera até explodir e atirar de vez.

– EXPLOSIVO! – Gritou Masato disparando a bola.

– E como vamos fazer isso? – Perguntou Fran correndo ao lado de Eryk.

– Ué. Pula, chuta, e o resto vamos ver no que dá. – Esclareceu Eryk como se não fosse nada demais.

Assim que a bola ultrapassou os dois no ar, Eryk aproveita.

– Fran! Me lança! – Pediu Eryk estendendo a mão para a garota.

Assim que os dois dão as mãos, o casal gira até Fran lançar Eryk até a bola no ar girando enquanto ela pisava no chão com força o suficiente para pular girando inversamente até a bola até o casal chutar ao mesmo tempo.

– FLORA MAJESTOSA!!!! – O chute combinados dos dois encheu a bola de uma energia roxa escura, enquanto mais cinco esferas semelhantes a original giravam em volta da bola.

E quando os dois atiram a bola para o gol, uma cabeça de um leão da mesma cor se revira ao surgir.

– NÃO! EU NÃO VOU DEIXAR!

Asta fica na frente do gol mais uma vez. E enquanto invocava as rochas do Asterisco de Pedra, o goleiro trazia as Nuvens do Destino e ambos tentam parar a bola combinando suas técnicas.

– VAAAAAAI!!!!!! – E assim que o casal pousa juntos no chão, o time inteiro grita.

E mesmo Asta e seu goleiro colocando todas as suas forças para parar o chute, o leão rugia poderosamente até o gol, conseguindo romper a ultima barreira dos Destruidores.

10 X 8 para a Raimon.

O apito final chamou a atenção de todos dentro e fora do campo. Endou e Tenma se entreolham, não acreditando no placar.

– A... Acabou? – Perguntou Endou.

– Ven... Vencemos? – Pergunta Tenma.

Eryk olha para todos no campo. Olha também para Asta e por fim, para Fran.

Um enorme sorriso cresce na face de Eryk. Ele se abaixa com o punho fechado, prestes a explodir de alegria.

– NÓS CONSEGUIMOS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! VENCEMOS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! – Pulou Eryk erguendo o punho para o mais alto que podia.

Todos no banco correram para o campo. E os jogadores que já estavam no campo também corram todos de encontro para um único ponto no local para um abraço em grupo em comemoração a vitória.

Pulavam de alegria. Faziam a maior festa. Aoi agarrou Tenma e Tenma retribuiu. Natsumi foi abraçar Endou, mas Toko foi a primeira. E Eryk não perdeu tempo de correr até Fran e a abraçá-la como nunca abraçou ninguém na vida.

– Nós conseguimos, Fran!!! Vencemos, vencemos!!!! – Gritava Eryk de alegria.

– É-é! Vencemos! – Disse Fran tentando acompanhar a empolgação de Eryk.

– Não... esses dois... fazendo uma técnica... juntos?! – Dizia Asta, se desabando no chão ficando de joelhos, enquanto todos os outros jogadores dos Destruidores sumiam aos poucos.

Quando Eryk e Fran viram o estado de Asta, o casal se entreolham e vão até ele.

– E então Asta? Se divertiu? – Perguntou Eryk se apoiando no joelho esquerdo ao se abaixar.

– O... o que? – Perguntou Asta não entendendo aquela pergunta.

– Você se divertiu jogando contra o nosso time? – Disse Fran fazendo o mesmo que o goleiro ao seu lado.

– E-eu... eu não... heh. Aproveitem enquanto podem. Porque isso ainda não terminou.

A expressão na face de Asta era de puro espanto por ter perdido. Mas assim que ouviu aquelas palavras de sua irmã e de seu acompanhante, um sorriso travesso se formou em seus lábios e uma aura escura absorveu Asta até ser engolido pelo chão.

– E-ei! – Falou Eryk espantado.

– Asta! – Fran tentou segui-lo, mas antes de conseguir correr atrás dele, a nevoa escura sumiu, levando Asta junto.

– E agora? – Perguntou Pink ao lado de Kanon.

– E-eu eu não sei... – Respondeu o menino.

– O Asta ainda não entendeu? – Perguntou Terumi.

– Eu acho que sim. E justamente por isso que... ele vai voltar. – Respondeu Fran se levantando.

– Bem... então, até lá, vamos continuar jogando o verdadeiro futebol, não é? – Dizia Eryk se levantando também, enquanto fazia todos soltarem um sorriso alegre.

Algum tempo depois...

Com a Caravana Relâmpago soltando aquele som, a Raimon inteira fazia a festa no local. Não só pela grande vitória que tiveram hoje, como também para dar as boas vindas aos recém-chegados.

– Então você também é brasileiro? – Perguntou Eryk para Ronijo.

– Pode crer. Quando o Masato me chamou dizendo que precisava da minha ajuda para ajudar o Endou e um brasileiro amigo dele, eu imediatamente aceitei em vir. – Dizia Ronijo.

– Uepa!!!! Vamos dançar!!! – Dizia Wandaba com um pandeiro em sua mão e começando a tocar um samba.

– Opa! Tá pra mim! – Disse Ronijo indo para a pista de dança começando a sambar. Rika curtindo o ritmo resolveu sambar ao lado dele.

Logo todos estavam sambando. Ou alguns, no caso de Kusaka e Kanon, que se atrapalhavam um pouco nos passos, e Eryk que tinha ido se sentar.

– Bom proveito. – Falou o goleiro se apoiando na mesa com seu braço e com a mão segurando a cabeça.

– Você não vem dançar? – Perguntou Ronijo.

– Samba não é comigo. Acredite. – Esclareceu Eryk, surpreendendo Ronijo.

– Um brasileiro que não sabe sambar? Essa é nova. – Falou Ronijo sem perder o ritmo.

– Haha só porque sou br, não quer dizer que eu sou os que samba na laje. Só minha família que... Mais o... QUE!?

Dizia Eryk, até se deparar com Fran sambando como ninguém. Parecia uma profissional nisso. O que surpreendia Eryk.

– Ma-ma-ma-ma-ma-ma-mais... – Gaguejava Eryk com os olhos arregalados. Nem por um milhão de anos imaginaria Fran sambando. Ainda mais na sua frente, assim. Com um rebolado...

– Algum problema Eryk? – Perguntou Fran com um sorriso sutil.

– Ah, mas... Aaaaah agora me empolguei! – Disse Eryk se levantando e indo sambar ao lado de Fran. Mesmo não conseguindo pegar logo o jeito.

– Você não leva o menor jeito. – Afirmou Fran entre risadas vendo o esforço do menino.

– Tô nem aí, tô me virando aqui. – Disse Eryk num tom provocativo para Fran, até que começa a pegar o jeito aos poucos. – Olha! Estou conseguindo! – Falou Eryk começando a se alegrar.

– Tá, agora me acompanhe. – Disse Fran e os dois passam a sambar juntos. Todos da Raimon também formavam seus pares. E ficaram assim até não poderem mais.

(...)

No mundo quase dominado pelas trevas, no mesmo rochedo de sempre, o ser de capuz verde chegava no local.

– Agora eles sentiram um gostinho do que estava por vir... – Dizia o próprio ser de capuz verde.

– Será que tudo isso serviu para o nosso propósito? – Perguntou o ser de capuz azul chegando no local em seguida.

– Com certeza... E você? Já se recuperou? – Dizia o capuz verde até sentir a presença da pessoa de capuz vermelho.

– Totalmente revigorado. – Respondeu o próprio ser de capuz vermelho chegando no local.

– Você não precisa mais usar esse capuz. Se quiser ficar mais forte, terá que absolver a escuridão desse lugar. – Dizia o ser de capuz verde, fazendo o de vermelho retirar o capuz.

– Como você quiser, meu “Rei”. – Disse o de capuz vermelho revelando ser Asta, finalizando com uma breve reverencia perante a de capuz verde.

– Ainda falta muito... mas em breve conseguiremos o poder definitivo... – Dizia o ser de capuz verde olhando para aquele horizonte tomado pelo pôr-do-sol enquanto o vale estava coberto de nuvens negras.

(...)

Eryk se encontrava em um plano estranho. O local era um lugar branco, com pequenos fragmentos de ondas coloridas em forma de energia ao seu redor. Eryk olhava para todos os cantos, mas não fazia ideia de onde estava.

– Desisto. Onde é que eu tô? – Perguntou o menino completamente confuso.

Eryk resolve andar para saber onde se encontra.

– Aff, não tem nada aqui. Como é que eu me meto nessas broncas, cara? Eita, meu. Só comigo. – Se perguntava Eryk falando sozinho.

Quando Eryk ver uma figura vindo em sua direção, ele imediatamente para de andar.

Eryk reconheceu o cabelo longo da cor azul e a roupa futurística que usava. Só conhecia uma única pessoa com aquela aparência.

– Fran? Fran é você? – Eryk tentou ver melhor usando a mão direita em cima dos olhos para a luz não atrapalhar a vista. E quando viu, era realmente Fran. Ela vinha na direção do garoto em passos longos e demorados, enquanto suas mãos seguravam uma na outra atrás de si.

A sobrancelha de Eryk se arqueia confuso. E quando ela finalmente fica frente a frente de Eryk, ela o abraça sem motivo algum.

– F-Fran? – Chamou Eryk surpreso. Por via das duvidas, retribuiu. Até sentir a cabeça de Fran deitar em seu peitoral, fazendo Eryk corar ao extremo devido ao contato.

– E... Eryk... – Fran chamou manhosa. Aquilo fez Eryk corar ainda mais. Dava até para ouvir seu coração batendo a mil por hora agora.

– Er... Fran...

Quando Fran olhou em seus olhos, Eryk perdeu todos os sentidos. Seus olhos azuis e penetrantes encantavam a vista de Eryk. Inconscientemente sua mão acariciou seus cabelos, sentindo a macieis única que deixava Eryk ainda mais atraído por seu ser.

Os rostos dos dois estavam próximos. Tão próximos que só faltavam se beijar. Eryk sentia o aroma natural de Fran devido a essa distancia. Era incrível como estava apaixonado por essa garota. Tão sombria e misteriosa, e ao mesmo tempo tão bela e gentil.

Eryk sentia seu corpo colar no corpo de Fran, fazendo o contato deixar Eryk corado, porém, agora era de leve. Suas bochechas estavam somente levemente vermelhas, assim com em Fran, que não parava de mirar em Eryk nem por um segundo. O olhar de ambos era carregado de paixão e admiração, de um querer o outro de corpo e alma, de ambos serem irresistíveis um para o outro.

Eryk não aguentando essa tentação de estarem tão próximos e sem poder beija-la que não perdeu mais tempo.

Eryk puxou Fran para um beijo.

Colocando sua mão na cabeça da garota, o beijo dos dois se tornou suave. Eryk queria ficar mais próximo de Fran ainda, então tentou pedir passagem com a língua. Fran correspondeu na hora. Os dois apertam o abraço ainda mais. Não queriam se separar nem por um segundo. Ambos queria ficar assim para sempre.

Mas quando faltou o ar para ambos, infelizmente tiveram que se separar.

(...)

Uma luz cegava o local. E quando essa luz diminuía aos poucos, uma janela poderia ser vista.

Era essa a visão que os olhos de Eryk mostravam ao despertar. Com a luz ofuscando sua visão um pouco, não demorou muito tempo para abrir os olhos.

E quando se sentou para se despreguiçar, logo viu onde estava.

– Eu estou no meu quarto?

Se perguntou olhando para o ambiente.

Se ajeitando melhor na cama e limpando sua cara de sono com a mão, logo se lembrou no breve momento que teve com a Fran.

– Foi só um sonho? Mas me pareceu tão real... – Perguntou Eryk olhando para a janela. Apesar de uma tristeza começar a crescer em seu interior, um sorriso se formou em seu rosto. – Mais um dia... eu farei com que se torne realidade. – Afirmou o garoto confiante.

Fran estava no lado de fora do quarto de Eryk, ao lado da porta quase aberta.

Fran estava encostada na parede. Seus cabelos cobriam sua visão. Mas mesmo assim dava para ver um sorriso divertido se formar em seu rosto.

– Não foi um sonho, Eryk... – Disse Fran para ela mesma.

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Um mar roxo, visto por dentro, dava para se ver um ser boiando como se estivesse afundando, mas não saia do lugar.

Quando sua orelha se mexeu, pode-se ver que era uma orelha felina. Quando suas mãos se mexeram, dava para ver garras quase pontiagudas se formando na mão, ou pata, seja lá o que for.

– Alguém está me chamando... – Quando o ser abriu os olhos, deu para reparar um rasgo vertical em sua orbe. Quando falou, dava para saber o poder que sua própria voz transmitiu ao falar essas palavras.

Não sabia como, mas sentia que uma pequena parte sua tinha sido retirada de si.

Continua...