No Jogo...

– ALGOS! – Surpreendendo o goleiro da Raimon, Marito passa a bola para seu irmão a chutando para trás.

– Mas o que?! – Dizia Eryk.

Algos corre até a bola. Ele chuta para cima assim que a recebe. Algos pula até alcançar a bola no alto. E quando ele gira, um tubarão aparecia atrás e ajudava com seu chute.

– AOVORECER DO TUBARÃO!!!!! – Gritou Algos fazendo a bola ficar borbulhando enquanto se aproximava do gol acompanhado pelo enorme tubarão que vinha logo atrás. Diferente de seu irmão, Algos chutava a bola com a perna esquerda.

– Nossa! Esse peixe aí é dos grandes! PUNHO EXPLOSIVO!!!

Eryk usa a seqüência de socos para parar o chute novamente. E mesmo Eryk ter conseguido segurar a bola enquanto socava, ela ainda mantém a potencia na esfera, fazendo assim, entrar no gol.

– GOOOOOOOOOOOLL!!!!!!!!!!!!! Os Tufões de Água conseguem empatar o jogo!!!!!!!! – Berrou o narrador tritão vibrando de alegria junto com seu time.

– É ISSO AÍ MANINHO!!! – Gritou Marito entrelaçando seu braço no pescoço do mais novo enquanto bagunçava o cabelo do mesmo de tanta alegria. Algos também sorria, enquanto o resto do seu time ia até eles para parabenizá-lo.

– Eryk, você está bem? – Pergunta Cora preocupada.

– Estou Cora... Eu estou. – Respondeu Eryk enquanto encarava o time rival.

Tinha uma coisa que Eryk não entendia. O objetivo deles é inundar o planeta com o poder das águas. Eles capturaram uma de suas companheiras para a usarem como refém. E ainda tentaram forçar Cora a fazer algo que ela jamais toparia fazer.

Então... Porque eles agem como se não fossem pessoas más?

– Cora? Me tira uma duvida? – Pergunta Eryk.

Cora acena com a cabeça, afirmando para o garoto.

– Eles realmente são pessoas más?

Cora meio que foi pega de surpresa com aquela pergunta. Mas assim que ela ver Eryk observando a maneira que eles comemoravam, acabou que entendendo o que ele realmente queria saber.

– Marito era do tipo impulsivo, mas responsável. Ele sempre foi fiel com todos ao redor dele. Sempre tinha um carinho enorme com as pessoas que eram legais com ele, mas... Ele ficava muito zangado quando algo de ruim ou injusto acontecia.

– Vocês dois, retornem para as sua posições. – Chamou Tsurugi interrompendo os dois enquanto retornava para a sua posição assim como os outros.

– Ah, me desculpem, eu já vou. – Falou Cora indo para a sua.

– Deve ter acontecido algo muito ruim para você estar fazendo isso. – Pensou Eryk enquanto se posicionava no gol com um rosto entristecido.

– Quanto tempo já se passou? – Pergunta Endou.

– Uns 23 minutos de jogo. – Respondeu Minaho.

– Tudo bem... – Falou Endou se focando na partida que estaria prestes a recomeçar.

No palácio...

Tenma corria pelo corredor, sendo seguido por milhares de guardas.

– PEGA ELE!!!!!!!! – Berrou um dos guardas.

Algum tempo depois...

– VAMOS...! – Berrou o mesmo guarda ainda correndo atrás dele, começando a ficar exausto.

Depois...

– Va... mos... – Dizia o guarda ofegante de tanto correr, assim como os outro guardas que o seguiam.

– Ufa. Ainda bem que eles não me alcançam. – Dizia Tenma aliviado enquanto corria deles ainda com bastante energia.

– Aqui! – Um guarda aparece na frente de Tenma. Ele avisa assim que o vê, chamando os outros guardas, o cercando.

– Droga...! VENTANIA DIRECIONADA! – Tenma cria uma rajada de vento em sua frente, aparecendo um tornado verde horizontal, com uma brecha para o outro lado. Ele usa o tornado para “dribla” os guardas, e com sucesso.

– Mas... Assim não vale! – Reclamou um dos guardas.

– Ainda bem que eu jogo futebol. – Agradecia Tenma mentalmente enquanto corria pelo campo-quero dizer-pelo corredor em direção ao seu objetivo.

No calabouço...

Aoi estava sozinha na prisão. Mas mesmo assim ainda mantém esperanças de que vai ser salva. Ela estava sentada enquanto esperava pelo resgate de Tenma.

Um barulho de alguma coisa sendo derrubado é escutado pelo lado de fora onde Aoi se encontrava. Quando a porta da entrada do calabouço é aberta, Tenma coloca sua cabeça para dentro do local, procurando pela amiga com o olhar.

– Tenma! – Aoi o vê, indo até a grade da sua cela.

– Aoi! Você está bem? – Pergunta Tenma indo ate a grade, preocupado com a garota.

– Estou. Melhor agora que você chegou. – Respondeu abaixando sua cabeça um tanto corada.

– Eles não te fizeram nada? – Tenma pergunta preocupado novamente. Aoi assente que não como resposta. – Que bom. Eu vou te tirar daqui! – Falou mostrando as chaves que tinha tomado de um dos guardas e usando uma delas para abrir a cela.

De mãos dadas, o casal corre sozinho pelo corredor do local. Os dois entravam em todos os corredores possíveis para saírem logo de lá. Às vezes entravam em becos sem saídas, outras vezes entravam em lugares comuns, como uma sala de jantar ou até mesmo em um banheiro digno da realeza.

– Você não se lembra do caminho? – Pergunta Aoi preocupada pela possibilidade de serem encontrados a qualquer momento.

– Eu estava tão preocupado com os guardas e com você que eu não tive nem tempo de ver isso. – Respondeu Tenma abrindo mais uma porta, mostrando uma sala cheia de guardas. – OPA! Não é por aqui. Vamos! – Falou Tenma fechando a porta imediatamente e caído fora do local levando sua amiga junto.

– ATRÁS DELES!!!!!!!! – Gritou um dos guardas arrombando a mesma porta que Tenma acabará de abrir e fazendo com que ele e os outros guardas se atirem no corredor, começando com a perseguição.

Quando Tenma e Aoi viram em mais um corredor, mais guardas aparecem por lá. Ele então pega o outro caminho e mais guardas aparecem. E quando ele retorna pelo mesmo caminho que veio, ele sai de lá com as mãos em rendição enquanto os guardas de antes os faziam andar de costas até a parede.

– Eles são muitos... – Falou Tenma em sua defesa.

Algum tempo depois...

Os dois são jogados de volta a cela. Tenma agarra Aoi enquanto a cela era fechada e o guarda ia embora de lá.

– Sinto muito Aoi. – Se desculpa Tenma não conseguindo olhar no rosto da azulada.

– Tudo bem. Eu sei que você fez de tudo. – Respondeu Aoi gentilmente para o garoto.

No jogo...

– A partida recomeça com a bola na posse da Raimon! Eles avançam pelo campo! Uau! Vejam isso! Pedros, o meio –campista dos Tufões de Água rouba a bola de Tsurugi. – Descrevia o Narrador.

– Droga! – Tsurugi se recompõe agora correndo atrás do jogador com a bola.

– Sirgos! – O Tritão passa a bola para outro jogador. O chamado Sirgos avança até Tsunami tentar roubar a bola.

– É minha! Vem! – O surfista usa um carrinho para detê-lo, mas o Tritão pula antes de Tsunami o encostá-lo e usa uma cabeçada para passar a bola para Algos com muita habilidade.

– Vamos tentar de novo. AOVORECER DO TUBARÃO!!!!! – Algos usa sua técnica novamente, fazendo a bola ir até o gol com o mesmo poder que antes.

– VOCÊS ESTÃO PERDIDOS!!!! – Berrou Marito com ira em sua voz.

– Se liga ô rapá!

Eryk posiciona seu braço direito para trás, fazendo uma enorme pata felina avermelhada surgir de sua mão. Quando ele gira seu braço, posicionando a técnica para sua frente, ele grita:

– PATA DO LEÃO VERMELHO!!!

A bola chega até a enorme pata vermelha. Quando parecia que a bola tinha perdido seu poder, o poderoso tubarão chega até ela e a imprensa com muita força.

Mas quando a pata é fechada, o tubarão meio que foi “engolido” junto, fazendo assim, a bola indo parar na mão do goleiro.

– E O GOLEIRO DENFENDEEEEE!!! – Gritou o Narrador da partida.

– Você conseguiu! – Comemora Endou.

– Heheh! Manda brasa pessoal! – A bola é lançada na direção de Fey, mas o jogador da Raimon se surpreende a ver Marito no ar a sua frente para receber a bola em seu lugar.

E como previsto, Marito recebe a bola no lugar de Fey. E assim que ele pousa no chão, em um tiro, o tritão sai correndo até o gol da Raimon.

– Eu vou cumprir com o meu objetivo... Eu me vingarei dos humanos por terem matado meus pais... E NÃO SERÃO VOCÊS QUE IRAM IMPEDIR ISSO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! – Berrou Marito enfurecido enquanto corria pelo campo com uma tremenda velocidade.

– Então foi isso?! – Falou Eryk após ter escutado o motivo que fez Marito planejar tudo isso.

Marito chama seu irmão com um sutil acenar de cabeça. Um que somente os dois entendiam.

– Mas o que... – Eryk só bastou piscar os olhos para ver os irmãos atacantes tritões na frente do gol. Imediatamente se prepara para defender.

Marito e Algos fazem o mesmo movimento que usam quando fazem o Alvorecer da Piranha e do Tubarão um inverso do outro, porém, o animal marinho que surge agora não é nem uma piranha e nem um tubarão, e sim uma baleia.

– ALVORECER DA BALEIA ASSASSINA!!!!!!!!!!! – Gritaram os dois em uníssono enquanto chutavam a bola ao mesmo tempo. A bola ganha uma mistura de vermelho e azul sinistro borbulhante enquanto se aproximava do gol, acompanhada por uma imensa baleia poderosa.

– PATA DO LEÃO VERMELHO!!! – Eryk usa sua técnica para parar o chute, mas o ataque foi tão devastador que a bola entra no gol assim que encosta na enorme pata felina.

Fazendo assim... Uma virada no jogo, a favor dos Tufões de Água.

3 X 2

No calabouço...

Aoi

Que situação. E tudo começou com uma bela manhã. Se não fosse por aquele tritão... Cora estaria à salva agora.

– Aoi? – Tenma interrompe meus pensamentos com o seu chamado. Ele me olha preocupado, como se estivesse procurando pelo motivo de eu estar tão distraída.

– Não foi nada. Não se preocupe. – Falei tentando acalmá-lo.

Ele estava no outro lado da cela. Nós estávamos sentados no chão e as grades no nosso lado. Ele estava de frente para mim e recostado na parede assim como eu.

Muito longe de mim.

Devo admitir que... Quando eu estava sozinha, estava bem preocupada. Preocupada com o que ia acontecer depois, principalmente com Cora. Porque eles queriam raptá-la? O que eles querem com ela? Isso ficava martelando na minha cabeça.

Mas depois que Tenma chegou... Eu fiquei TÃO aliviada. E mesmo que nós ainda estejamos presos aqui dentro, eu me sinto mais segura. Não me perguntem “porque”, por favor. É claro, nós estamos trancafiados em um lugar completamente desconhecido. O certo mesmo é estar no mínimo aflito. Mas... Só do fato dele estar aqui, comigo, eu já me sinto um pouco melhor.

– Então... O que aconteceu com os outro? E a Cora? Ela está bem? – Querendo terminar de ficar falando comigo mesma, eu tento perguntar isso para ele.

Ele suspirou cansado antes de responder. Pelo visto, aconteceu MUITA coisa enquanto eu estava fora.

– Cora trouxe todos os nossos amigos para cá, para te salvarmos. Até o senhor Tsunami e Otomura aceitaram em nos ajudar. Só que... – Ele se interrompe, com uma cara de que se dizia ou não. Nossa. Mas o que será afinal?

– Só que...? – Eu o incentivo a continuar. Estava bem curiosa na verdade. Pelo jeito que Tenma dizia, parecia que estavam bem, mas que estavam em uma situação “daquelas”.

– Marito nos desafiou para um jogo de futebol. Ele disse que se nós vencemos, eles te soltariam, mas se nós perdemos, eles vão ficar com a Cora e inundar tudo.

– COMO!? – Eu me espanto. Quase que eu levanto do chão de tão incrédula ao saber daquilo.

– E isso não é tudo. No caminho para cá, nós perdermos as meninas em uma caverna. Elas estão lá até agora.

– As meninas? Elas estão bem?! – Pergunto mais preocupada ainda.

– Houve um deslizamento, mas por sorte ninguém se feriu. Só que nós nos separamos delas. A única garota que ficou com a gente agora foi a Cora. – Continuou com a explicação um tanto preocupado. Seu olhar dizia o mesmo. As coisas estão muito preocupantes de fato.

– Mas espera aí! Se você está aqui, e as garotas não estão no jogo, então... – Assim que eu percebo melhor que ouve um desfalque no time, começo a contar os jogadores que estão lá.

– O senhor Tsunami e o senhor Otomura aceitaram nos ajudar na partida. Mas... – Tenma interrompe meu raciocínio me esclarecendo isso.

– Mas ainda assim faltaria um jogador. Não me diga que estão jogando apenas com dez pessoas? – Perguntei tentando entender melhor tudo isso.

– B-b-bom... Na verdade... Cora está jogando na defesa para que eu pudesse vir até aqui atrás de você.

– A-a Cora está... – Tentei repetir, mas meu coração ficou tão preocupado com ela que até fiquei sem palavras.

– É. Ela está jogando na defesa agora. – Falou.

– Nossa... Ela é corajosa. E você? Você veio até aqui por mim... – Suspirei admirada.

– Na verdade foi idéia do Eryk de eu vir até aqui e Cora jogar por mim. Ela aceitou numa boa. Como Marito falou que te soltaria se nós vencermos, eu ia jogar com toda a minha força, mas o Eryk estava bastante preocupado com você também. E a Cora também! Então ele me falou que era para eu vir até aqui, mas... – Se interrompeu entristecido.

– Você também é corajoso. – Afirmei, fazendo-o me olhar espantado.

– Hã?

– Mesmo com um lugar cercado de guardas você não hesitou em vir me salvar... Tenma... Você é tão incrível. – Prossegui alegre. Tudo o que eu falava era a mais pura verdade.

Heheh. Ele ficou coradinho. Que fofo. Agora ele olha para o outro lado, sem ter o que dizer. Ele coça sua cabeça ainda sem palavras.

Me passou uma leve brisa, me deixando com frio agora. No mesmo instante eu começo a tremer. Eu já deveria estar seca depois da tentativa de fuga de antes. Quando me trouxeram para cá, eu estava ensopada, já que Marito me fez o “favor” de me trazer para o fundo do oceano. E no caminho para cá, eu fiquei completamente molhada. Frururu... Que Frio...

– Toma. Para se aquecer. – Tenma sugeriu, me dando seu casaco que cobria o uniforme de futebol do time. Eu fiquei aquecida na hora. Ele se senta ao meu lado enquanto eu me encubro ainda mais com aquilo.

– Obrigada... – Mururei, pousando minha cabeça em seu ombro. Tenma reage surpreso no inicio, mas depois ele tenta nos reconfortar me envolvendo em seus braços, me aquecendo mais ainda.

Meu... Coração... Ficou mais acelerado agora. Eu de repente fico vermelha. Tão vermelha que encubro minha cabeça no peito dele de tão envergonhada que eu estava.

– Aoi? O que aconteceu? – Ele levanta meu queixo, fazendo minha cabeça o acompanhar até eu mirar seu rosto.

Eu estou praticamente um pimentão. E o pior de tudo é que eu não consigo parar de encará-lo. Meu rosto estava estático, implorando por alguma coisa que me tirasse daquele momento tão constrangedor. Eu estou tão vermelha, tão preocupada, tão-

– Você ficou tão linda com esse cabelo... - Ele interrompe meus pensamentos... Com essas palavras... Enquanto acariciava meu rosto olhando fixamente nos meus olhos.

– Você não sabe o quando estou feliz em saber disso. – Falei sorrindo como nunca sorrir em toda minha vida.

As mãos dele... Me deixavam tão segura... Tão leve... Eu apenas fecho os olhos enquanto eu sinto aquelas mãos tocarem meu rosto. Aquilo era tão bom que eu até estava ignorando o fato de meu coração estar batendo aceleradamente.

Ele me trás para mais perto dele cuidadosamente. Nossas testas se tocam uma na outra. Sinto o nariz dele tocar o meu, e nossos lábios...

... se juntarem.

Estávamos nos beijando. Eu estava beijando o Tenma, e ele correspondia com a mesma ternura de sempre. Com a mesma ternura que me fez ficar completamente apaixonada por ele.

Ele me puxa para mais perto ainda para aprofundar nosso beijo. Aquilo era tão bom que eu estava ficando louca. Depois ele pediu passagem com a língua e eu deixei o imitando também. Eu estava completamente perdida naquele beijo, naquele momento, naquela situação, que me fazia querer por mais e mais daquilo tudo.

Eram varias sensações de uma só vez. Seu toque fazia meu corpo inteirinho arrepiar. E eu tento puxá-lo para mais perto ainda, mesmo não sendo possível, já que estamos tão próximos um do outro que só faltava nos tornamos um.

Ficamos tanto tempo assim que tivermos que nos separar por falta de ar. Tenma estava tão ofegante quanto eu. Mas nós ainda estávamos abraçados um no outro, e com a menor vontade do mundo de sairmos daquele abraço.

– A... Aoi. – Tenma me chama ainda ofegante.

– Sim? – Falei ainda tentando recuperar o ar.

– Quando nós... Sairmos dessa... Você quer ir a um encontro comigo? – Ele completou o pedido assim que voltou a respirar. Eu abri um enorme sorriso na hora. Estava tão feliz que não pude dizer não para isso. Principalmente por eu querer tanto aquilo também.

– É CLARO QUE EU QUERO! – Estava tão feliz que eu até o beijei novamente. Comecei enchendo ele de beijos e depois acabei com um aprofundado. E ele correspondeu sem perder tempo.

E ficamos por um bom tempo assim.

Nossa... Me sinto como uma princesa. Esse seria o dia mais feliz da minha vida...

... se os meus amigos não estivessem lutando.

Continua...