PLAYLIST

*Anteriormente em A Dragon Slayer da Luz...
Algumas pessoas de guildas das trevas vieram procurar Sapphire, mas ela recusou suas propostas... Mas Natsu a desafiou pra uma batalha! E para a surpresa de todos, a jovem Dragon Slayer venceu o destrutivo Salamander! E quando ele a estava levando de volta para a casa, Will, o exceed azul, revelou algo que chocou todos...
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–Ela estava sonhando com Acnologia. -Will falou, como se não fosse importante. Os olhos de Lucy, Natsu e Happy voaram de Sapphire para o gato.
–Como você sabe? -Lucy perguntou, cuidadosamente.
–Sapph me contou. -o exceed deu de ombros.
Natsu parecia ainda estar processando a informação, enquanto Happy surtava ao seu lado.
Quando Salamander entendeu, ele quase derrubou Sapphire de suas costas, mas continuou segurando firmemente a amiga, que ainda dormia pesadamente apesar do barulho.
–Acnologia!?
–Você é meio lento, né? -Will reclamou. -Mas... Qual o problema? Vocês parecem um pouco... Surpresos? Assustados?
–Algum tempo atrás, nós e alguns outros membros da Fairy Tail fomos atacados por Acnologia.
–Ah, entendo. Bom, Sapphire t... Quer dizer, melhor vocês perguntarem quando ela acordar, hehe... -Repentinamente Will ficou sem jeito e começou a dar desculpas. O trio logo desistiu, seguindo a sugestão do exceed.

*Quando o sol começou a se pôr, Sapphire finalmente acordou. Lucy estava preparando o jantar, Natsu estava incomodando-a, Happy discutia com Will. Bocejando e coçando seus olhos, ela não pôde deixar de notar como parecia que eles eram uma família, e corou com o pensamento.
A morena ouviu Lucy pedir para Salamander ir vê-la, e logo o garoto estava na porta do quarto de Lucy, que agora tinha uma cama extra para ela.
–Sapphire! Já acordou?
A menina bocejou novamente enquanto balançava a cabeça, indicando sim.
–Tudo bem com você?
–Claro... É só um pouco de sono. E você?
–Tudo certo, a Wendy me curou. A Lucy tá preparando alguma coisa pra gente comer, você quer?
A Dragon Slayer mais uma vez acenou positivamente a cabeça e acompanhou Natsu até a cozinha, onde ouviu um pouco da discussão dos exceeds:
–Nem sonhando, o de cabelo rosa perdeu feio!
–Will, a educação! "O de cabelo rosa" tem nome, e é Natsu! -Sapphire o repreendeu.
–Sapph! Você acordou!
Todos se voltaram para ela. A expressão de Lucy ficou séria repentinamente, mas logo se suavizou.
–Dormiu bem? -ela perguntou com um sorriso.
–Dormi, obrigada... -Sapphire aos poucos percebia o clima entre os amigos -Qual o problema?
–Sapphire, o Will nos contou que você conhece Acnologia e... -começou a loira, depois de alguns minutos.
–O Will fez o que? -a garota interrompeu. -Will!
–Desculpa, Sapphire, escapou! Não é culpa minha!
O exceed se escondeu atrás de Happy, mas sua parceira apenas suspirou.
–Eu acho que teria que contar pra vocês uma hora ou outra mesmo. Talvez Wendy queira ouvir a história também. Ah, e o outro Dragon Slayer... Gajeel?

*Em poucos minutos Gajeel, Lily, Wendy e Charles estavam na casa de Lucy prontos para ouvir a história da mais nova.
–Por onde eu devo começar... Acho que pela minha irmã. Ela se chamava Aliana e parecia com a Lucy. Ela foi morta por... Acnologia.
"Eu tinha só quatro anos... Papai disse que ele viria... Porque tinha coisas a resolver... Hã, eu mencionei que as regras se aplicam de forma diferente para meu pai, certo? Isso é porque ele é o Rei Dragão.
Natsu e Gajeel entraram em estado choque.
–Se seu dragão era o rei... -começou o de cabelos rosados.
–...Então você é tipo uma... -continuou o de cabelos pretos.
–...Princesa Dragon Slayer? -ambos concluíram em uníssono, se curvando na frente de Sapphire, que corou violentamente. Por sorte, Wendy veio em seu socorro:
–Mas aquele Dragão de Jade não nos disse que Acnologia era o Rei Dragão?
*-Ah, isso... Bem, ele é... Mas é diferente. Papai é o verdadeiro Rei Dragão, foi ele que veio com a ideia de que humanos e dragões poderiam coexistir, embora não tenha sido ele que começou a guerra. Depois de matar tantos outros dragões, o Dragon Slayer conhecido como Acnologia foi transformado em um dragão e se auto nomeou rei. Ele continuou matando muitos dragões, até que um dragão que só tinha luz em seu coração o parou... Esse era o verdadeiro rei, meu pai, Agamenon. Por isso Acnologia queria, digamos, "acertar as contas" com papai, e por muito tempo ele não teve nenhum pupilo por medo do que Acnologia pudesse fazer se ele o tivesse, mas quanto encontrou a mim e a minha irmã, ele não pôde apenas nos deixar morrer. Eu era um bebê recém-nascido e minha irmã tinha quatro anos... Então ele resolveu que não se importava com Acnologia e que nos criaria. E por quatro anos ele foi bem sucedido nessa missão, porém estava sempre preocupado, eu e Aliana não podíamos sair de seu campo de visão por nem um segundo.
"E então ele veio... Agamenon rugiu para que minha irmã ficasse longe, mas ela não deu ouvidos a ele. Disse que iria me proteger e que aquela era uma ótima chance de testar sua magia. Então ela lutou contra Acnologia. -Sapphire enterrou o rosto nas mãos, se recuperando do choque de contar tudo isso de uma vez. Lucy colocou uma mão em suas costas.
–Se você não quiser continuar, tudo bem. -ela disse.
–Não, eu estou bem.
*Uma criança loira estava parada na frente de um enorme dragão negro. A menina não chegava nem ao tamanho de sua menor presa. o dragão rugiu ferozmente, mas a garota apenas sorriu.
–Ali! -uma menina ainda menor gritou.
–Tudo bem, Sapph! Ele não é de nada!
Apesar de se fazer de forte para a irmã, Aliana estava muito assustada. Suas mãos tremiam dentro de seus bolsos. Mas ela não ia desistir. Não podia deixar aquele monstro chegar mais um centímetro perto de sua querida irmã.
–Pode vir, Acnologia! Estou esperando!
–Aliana! -rugiu outro dragão, um branco com os olhos dourados, um pouco menor que o negro.
–Dragon... Force. -murmurou a loira, sua pele lentamente se transformando em escamas e seus olhos castanhos claros adquirindo um tom dourado mais claro do que o tom dos olhos de sua irmã.
–Rugido do Dragão da Luz! -Aliana jogou a cabeça para trás, inflou suas bochechas e soltou um feixe de luz pela boca, que ao chegar em Acnologia explodiu, levantando uma nuvem de poeira. Porém, quando esta desapareceu, o dragão Acnologia não tinha nem um arranhão.
–Mas o que... É isso. A única coisa capaz de derrotar Acnologia. Terei que usar isso, apesar de Agamenon me ter proibido.
A garota juntou as mãos e concentrou toda sua magia nelas. Logo, uma esfera de luz surgiu dentro de suas mãos e foi crescendo.
–Magia proibida do Dragão Rei: Explosão de Luz!
A esfera em suas mãos se tornou tão grande que Aliana não pôde mais contê-la. Ao perceber o que sua filha adotiva estava tantando fazer, Agamenon rugiu:
–Não! Pare! Pare com isso agora! Aliana!
Mas a criança não lhe deu ouvidos e atirou a esfera na direção de Acnologia. Por alguns instantes, a luz foi tão forte que impediu todos de ver, mas quando enxergaram o campo de batalha, Sapphire e Agamenon não puderam conter as lágrimas. O dragão negro tinha sua enorme pata sobre o corpo da loira, seu sangue manchando o chão. Sapphire pulou das costas de Agamenon, onde estava, e correu até sua irmã. O dragão branco estava chocado demais para parar a outra aprendiz.
–Não! Tire suas patas de cima dela, seu monstro! -por algum motivo, a besta atendeu o pedido da menina, que chegou ao corpo destruído de sua irmã e a abraçou, limpando o sangue de seu rosto.
*-Aliana, Aliana... Ali... Por favor... Você prometeu... Prometeu que ia ficar comigo pra sempre... Você prometeu! -a morena gritou. Acnologia moveu sua pata para cima das irmãs, mas Sapphire nem se moveu, apesar dos avisos de seu pai. Ao invés disso, ela ergueu o braço esquerdo, continuando agarrada à mais velha com direito, e gritou. Apesar de que o som produzido pela criança não podia ser descrito como nada menos que um rugido do dragão mais poderoso.
Houve uma explosão que quase arrancou a pata do dragão e o braço da menina, que finalmente largou o corpo da irmã e se pôs de pê.
Ela começou a brilhar, seus cabelos ficaram dourados e seus olhos clarearam. Mas antes que ela pudesse fazer algo, Agamenon se recuperou do choque e voou para ajudar. Ele pegou a filha com os dentes e a levou pra longe. Ela se esperneava, chorava e gritava, mas a dor a venceu e ela desmaiou. O dragão a deixou em segurança e encarou seu velho inimigo.
–Bom, Aliana não conseguiu vencer Acnologia, e eu... Bem, não sei exatamente o que aconteceu, mas ganhei essas cicatrizes. -Sapphire tirou sua jaqueta e todos, exceto Lucy e Will, murmuraram em surpresa diante às horríveis cicatrizes no ombro da mais nova. -Depois disso, foi a vez de Agamenon. Eu estava inconsciente, então não sei o que aconteceu.
*Os dois dragões se encaravam. Eles eram completos opostos, a escuridão e a luz, o assassino e o herói, a maldade e a compaixão. Inimigos de séculos atrás que finalmente se reencontram. E Agamenon não estava nada feliz, afinal, sua filha mais velha havia sido morta e sua mais nova, gravemente ferida.
–Eu não preciso da sua misericórdia, Agamenon.
–Acnologia. Porque você vêm até aqui depois de tanto tempo? Ainda quer sua vingança?
–Sempre quis.
Sem esperar outra palavra de seu adversário, Agamenon voou para cima dele, enterrando suas garras nas duras escamas negras. Em resposta ao ataque, Acnologia mordeu o pescoço do inimigo. O sangue manchou os dois dragões, que se separaram em poucos segundos.
Agamenon deu uma patada no rosto do dragão negro, que voou para longe, iniciando uma batalha nos céus.
O dragão da escuridão lançou uma esfera escura de magia negra no Dragão da Luz, que respondeu desviando e lançando uma esfera de luz, que também foi desviada. Inteligente, Agamenon conseguiu voar para trás de Acnologia e agarrar suas grandes asas negras, fazendo-o cair no chão e incapacitando-o de voar. Um CRECK alto foi ouvido quando as asas foram quebradas. Acnologia uivou de dor. Agamenon envolveu sua pata dianteira direita em luz e socou o focinho do outro dragão. Assim os dois reis seguiram, uma sequência interminável de rugidos, saltos, patadas, esferas de magia e sangue por todo lado.
Ao final de muitas horas, os dois dragões estavam esgotados. O Dragão da Luz tinha sua pata traseira esquerda incapacitada e seu estômago em carne viva, além de muitos arranhões profundos em sua face. Já o dragão da escuridão tinha o rosto todo em carne viva, as duas asas quebradas e a pata dianteira direita inutilizada. Ambos os Reis Dragões estavam cobertos pelo próprio sangue e pelo sangue um do outro. Mas Agamenon estava por cima: bastava um movimento seu e Acnologia estaria morto. Ele começou a preparar seu ataque, mas quando estava prestes a conclui-lo, parou.
Não podia matar Acnologia, pois não queria tirar nenhuma vida... E porque Acnologia era seu irmão. O aprendiz Dragon Slayer de seu pai, seu irmão humano, irmão mais novo. Não havia nenhum jeito de se forçar a matar o garotinho que um dia havia protegido com tanto fervor e que havia amado mais do que amava sua própria vida. Não.
No fim, Agamenon deixou o miserável dragão negro fugir, sabendo que tinha errado e que esse erro fatal o tornava fraco.
*-A próxima coisa da qual me lembro é de um dragão branco bem menor que Agamenon se curvando sobre mim. Era Grandine.
Wendy engasgou, surpresa.
–Ela estava examinando meu ombro. Depois de terminar, ela o enfaixou e foi falar com Agamenon. Ela disse que eu nunca conseguiria mover meu ombro novamente e que era impossível curá-lo. Eu não sabia oque estava acontecendo e então... Tudo me atingiu. Comecei a chorar copiosamente e você, Wendy, veio me consolar. Por isso eu já te conhecia quando cheguei aqui. Depois de alguns meses eu provei que Grandine estava errada e comecei a mexer meu ombro normalmente, mas apesar disso, há algo que nunca superei... Isto é, a morte da minha irmã. Bom, isso é tudo. É minha história, meu passado... Praticamente tudo.
Ao finalizar sua história, Sapphire não conseguiu mais conter as lágrimas. As memórias eram muito fortes, e apesar de já terem nove anos (ou dezesseis), muito recentes. Lucy a abraçou.
–Tudo bem, nós estamos aqui pra você, okay? -ela disse.
Depois de alguns minutos, Sapphire se separou da amiga. Ao invés de lágrimas, ela tinha um sorriso no rosto.
–Eu sei. -disse. Porque vocês são minha família agora, completou mentalmente.

No próximo capítulo...
Sapphire e Will já estão na Fairy Tail há três meses! Certamente eles viveram muitas aventuras e aprontaram muito! E muitas outras aventuras os aguardam no futuro... No próximo capítulo: Lar e família.

*DIÁRIOS DE SAPPHIRE 2
Enquanto corria, trombei em uma pedra, e quando me afastei para olha-la, não era uma pedra. Era um enorme ovo azul.
–Não pode ser... -murmurei. -Isso é um ovo de dragão!
Já fazia um ano desde que Agamenon desaparecera na minha frente, e eu não pude fazer nada. Desde então, eu havia procurado por dragões em toda a Earthland, mas ninguém sabia sobre eles, e ninguém acreditava em mim quando eu dizia que meu pai era um dragão de verdade. Então, eu acabei desenvolvendo um medo de mostrar quem eu era, e nesse período de 1 ano eu já havia estado em 4 orfanatos diferentes. Os garotos mais velhos, se aproveitando do meu tamanho reduzido, sempre me batiam e assustavam. Na única vez em que usei minha magia para me defender, fui expulsa do orfanato. Mas aquilo, um ovo de dragão ao vivo e à cores bem na minha frente, provava tudo.
Sem pensar duas vezes, peguei o ovo e o levei comigo. Naquela hora eu ainda não sabia, mas terminaria em uma pequena caverna cuidando daquele ovo e o protegendo.
Depois de algumas semanas, eu estava com muita fome, minhas costelas eram visíveis por baixo do meu moletom azul. Todos esses dias, eu havia me alimentado de algumas raras frutas que encontrei no bosque em que estava e de pura luz. Obviamente, isso não era suficiente para alimentar uma criança ativa e inquieta. Eu sabia que deveria voltar para as vilas e esperar um agente social me levar para outro orfanato, mas provavelmente não poderia levar comigo o ovo, então teria que esperar até que ele chocasse.
Para minha sorte, não demorou muito e ouvi um leve creck e a casca do ovo rachou. Bati palmas e comemorei, e então comecei a incentivar o pequeno dragão que havia lá dentro:
–Vamos, dragãozinho! Força, quebre essa casca!
Então, o ovo chocou. Uma esfera de luz azul flutuou, e quando a luz se apagou...
–O que? Você não é um dragão. -falei, observando um gato azul, muito peludo e com assas que voava ao meu redor. -Mas você é muito fofo! Vou te chamar de Will! -abracei o gato, e ele retribuiu meu abraço.
Como estava muito frio, mexi na minha mochila até encontrar um pequeno pano vermelho e envolvi Will com ele. Quando crescesse, meu parceiro passaria a usar o paninho como uma bandana.
Naquela noite, dormi abraçada com ele do mesmo modo que costumava dormir com minha irmã.

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