Callie Torres

Médicos passavam de um lado para o outro e Callie estava desesperançosa ao lado de Cathy, que provavelmente jogava suas pragas, torcendo pela morte de Arizona. Ela a culparia, ou melhor... A mataria de uma vez por todas se algo acontecesse a ela. Afinal, foi depois daquela noite, naquele bar... Por que ela tinha de ser tão impulsiva? Se tivesse deixado passar, ela e Cathy jamais teriam dormido juntas, o caminho estaria livre, ela não viria aterrorizá-las... Ou talvez ela fizesse de qualquer jeito.

Quando Mark apareceu com as mãos juntas e ao lado dele, estava a Outra Grey, a Pequena Grey, Callie se levantou e correu desesperada na direção dele. As feições dele expressavam uma angustia que Callie temia significar o pior.

– Mark me diz que ela está bem... – Mark continuou em silencio e Callie começou a perder a calma. – Mark!

– Ela vai ficar bem. – a Outra Grey disse.

– Lexie! – Mark deu um passo para trás e a repreendeu. – Callie, não sabemos de nada concreto ainda.

– Me diga logo a verdade!

– A verdade é que essa vadia vai morrer e eu finalmente vou poder ter paz. – as palavras de Cathy foram a gota d’gua para a explosão de Callie.

Callie pulou sobre Catherine e desferiu socos sobre seu rosto, até que Mark e Lexie conseguiram separar os dois. As coisas estavam ficando intensas e nenhuma das resposta que Callie precisava para reconfortá-la, chegavam. Ela simplesmente apoiou sua mão na cabeça e começou a chorar desesperadamente.

– Calma Callie, vai ficar tudo bem. – Mark afagou as suas costas.

– Você não me diz o que está acontecendo! Como eu posso simplesmente ficar calma?!

– Eu não quero te assustar.

– Tarde demais...

Mark tirou a touca e pediu que Lexie recuasse um pouco, ela estava ansiosa, esperando que Mark dissesse logo as palavras que eu esperava ouvir.

– Ela sofreu uma obstrução intestinal, séria. – as palavras fizeram o próprio estômago de Callie se contorcer. – Tentamos encontrar as causas, mas devido a úlcera, foi ainda mais complicado.

– Ela vai ficar bem, não vai?

– Acreditamos que sim. Mas Callie, acreditamos que tenha sido por uma causa emocional.

– Eu vou matar a Catherine! Se a Arizona passou mal, é por causa do veneno daquela mulher...

– Escuta, não leve isso tão a sério. Mas vocês deveriam conversar depois, se ela ficou abalada, precisa se cuidar mais. – ele suspirou. – O que aconteceu foi sério, eu também achei que ela não fosse resistir.

– Ela vai ficar bem, não é Mark? Diga a verdade...

– Espero que sim, eu acho que sim. Ela disse uma coisa, antes de colocarmos ela para dormir. – Mark sorriu e se aproximou de Callie. – Ela disse que te amava.

Arizona Robbins

Haviam mais médicos do que em qualquer outra sala, e quando Arizona abriu os olhos, os colegas comemoraram. Os olhos de Karev brilharam, por mais que ele não quisesse admitir, ele estava feliz de saber que ela estava bem. Pelo menos, por hora.

– Deu um grande susto na gente. – Derek se aproximou de Arizona que deu um largo sorriso quando Callie segurou a mão dela.

– Estou feliz que esteja bem.

– E eu estou feliz que está aqui. – elas trocaram olhares ainda mais indiscretos, ao mesmo tempo que estavam felizes, um não conseguia parar de pensar na outra. – O que aconteceu?

– Extresse demais, acho que alguém está precisando relaxar. – Mark sorriu e se aproximou dela, seu sorriso sugeria preocupação também. O clima na sala era tenso.

– Por que estão todos me olhando como se eu fosse algum tipo de maluca?

– Estamos todos preocupados com você, Arizona.

– Preocupados? – ela suspirou. – Eu estou bem, posso voltar a trabalhar e...

Quando ela tentou se mexer, sentiu os pontos da cirurgia rasgarem na sua barriga. Ela se ajeitou na cama e Callie acompanhou seus movimentos atenta, ela estava preocupada em não conseguir ajudar Arizona.

– Quieta, nem pense nisso.

– Vocês também não tem que trabalhar não? Estou parecendo uma atração de museu! – Arizona cruzou os braços e encostou-se na cama. Callie sorriu, mas os outros permaneceram sérios.

– Estamos realmente preocupados com você. – Karev disse. – Você estava tão pirada com alguma coisa, que causou a própria úlcera!

– Karev! – todos gritaram em oníssomo. Mark teve vontade de socá-lo, porque por mais que ele estivesse certo, estava sempre fazendo tudo da forma mais inconsequente possível.

Todos ficaram em silêncio, inclusive Arizona. Callie sentiu nos olhos da loira, que a resposta era nada mais nada menos que Catherine. Quando menos esperavam, os bipes começaram a tocar freneticamente, assustando todos na sala. Callie puxou seu bipe discretamente, e Mark estava com tanta raiva, que seus punhos cerrados mal podiam abrir para observar a mensagem.

Grávida, entre 30 e 35, acidente de carro, não identificada. Trauma 1.

Mark saiu correndo pela porta, Karev foi atrás dele e Callie pulou da cama, deixando o bipe nas mãos de Arizona, que sem entender nada, apenas se agarrou a única prova da presença de Callie ali.

Callie Torres

– Não me diga que é a Addison! Por favor, me diga que não é!

Quando Hunt passou empurrando o carrinho, os olhos de Callie encontraram os de Addison, que estava desacordada, com ferimentos graves, fraturas expostas e só Deus sabe o que. Callie ficou chocada, pensou que fosse morrer naquele momento, não pode acreditar que pudesse ser verdade. Ela havia causado aquilo! Ela e mais ninguém!

Ela e Karev se sentaram lado a lado esperando por respostas. Mark também foi impedido de entrar na sala de cirurgia e era inevitável o desespero que passava diante dos seus olhos.

– Você é pai da criança, não é? – Hunt olhou para Karev, que parecia imóvel de aflição. Ele apenas assentiu. – Olha, se precisarmos fazer uma escolha, precisamos saber o que você e Addison decidiriam.

– Do que está falando Hunt?! – Callie exclamou ainda mais confusa.

– Estou falando, entre ela e o filho.

Addison certamente daria a vida pelo filho, mas colocar isso nas mãos de alguém tão apavorado quanto Alex, era perigoso. Callie desejou ter Arizona na mesa de cirurgia com Addison, mas ela não poderia, não podia andar, imagine operar. Mas qual era a garantia de que ela sairia viva? Viveria com a culpa daquilo. Ela havia brigado com Addison, por isso ela tinha sofrido aquele acidente.

– Não se atreva a escolher o seu bastardo! – Mark bravou com raiva.

– Eu quero que salve o meu filho. – foi a sua palavra final.

O silencio tocou Callie. Addison precisava viver... Do contrário, ela não se perdoaria. Mas na cabeça de Alex, tudo que ele pensava, era no que estava fazendo, nas escolhas estúpidas que estava tomando. Ele também não podia perder Addison. Agora, era tarde...

Se você anda como um raio, se choca como um trovão...