Tudo, Menos Medicina! escrita por Chris Pine


Capítulo 4
On Your Way


Notas iniciais do capítulo

Callie tenta ajudar Mark a se resolver com Addison, enquanto Arizona se preocupa com Karev assumir o seu filho. Com missões divergentes, Arizona e Callie ficam em um impasse. Será que é esse impasse que finalmente vai fazê-las se unir ou separá-las de uma vez?



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Callie Torres

Callie procurava perdidamente o olhar de Mark no bar. Ela sabia que eventualmente o encontraria. Talvez bêbado, talvez transando com alguma mulher no banheiro... Talvez chorando... Mark não era tão duro assim. Quando ela finalmente o encontrou, correu para abraçá-lo e depois, enchê-lo de tapas.

– Me deixou louca de preocupação! – ela resmungou depois da sessão de tapas. – Mark... Eu não sei o que dizer...

– Então fica calada. – ele bateu o copo na mesa, com força e raiva, depois virou para a garota do bar. – Mais um desses e mais um pouquinho de você.

Ela olhou com uma cara feia para ele e ergueu um anel de casamento. Mark perdeu o jeito, jogou o dinheiro na mesa e saiu do bar, deixando Callie para trás. Ela não se conformou em ficar calada, jamais deixaria o amigo voltar para casa tão fora de si quanto estava.

– Mark, já chega de fugir. Chega de beber. Chega de Addison! Quanto mais você insiste em estar com ela, mais você se machuca! O que espera que ela faça? Ela vai ter um filho Mark! Não esqueça que esse sempre foi o sonho colorido dela.

– Mas não o meu. – ele deu as costas. – Ela era o meu sonho.

– Então talvez seja a hora de ter um novo sonho...

– Callie... – Mark se sentou no meio fio e Callie se sentou ao lado dele. Os dois pareciam exaustos, seus olhos sugeriam isso. Qualquer desconhecido na rua que passasse por eles, podia sentir isso. – Eu sei o quanto gosta de crianças. Mas, não poderia suportar vê-la ter o filho de outro cara...

– Não! Mark, como pode pensar nisso?! – Callie deu um soco no seu ombro. – Quanto egoísmo! É uma criança, Mark, ela não tem culpa por existir.

– Só porque está apaixonada por uma garota da pediatria, não quer dizer que tem que tomar os partidos dela! – Mark suspirou pensativo. – Eu sei que não é certo Callie. Mas não vou ser o tipo de cara que fica feliz em carregar o filho dos outros no colo e chamar de filho como se realmente fosse.

– Addison não pediu para você fazer isso. Ela não pediu nada disso, Mark! Você está sendo completamente estúpido, egoísta e...

– Eu não tenho mais nada para discutir, Callie. Acabou.

Ele se levantou e foi andando, atravessando a rua e deixando Callie completamente desolada onde estava. Com toda certeza, ela sabia no fundo, que o certo, era fazer um aborto. O sonho da Addison, era ter um filho, casar-se e constituir uma bela família, mas isso havia sido destruído a anos quando ela e Derek se separaram e ele abortou o filho que teria do Mark. Desde então, eles vivem brigando e se jogando no abismo, procurando maneiras de reverter os erros que cometeram, como se estivessem tentando se reencontrar. Mas Callie sabia que no fundo, essa criança traria desgraça a todos. A Karev, um interno que mal conseguia se bancar, imagine bancar uma mulher e um filho; a própria Addison, que não seria capaz de suportar a instabilidade que uma família como essa; e o Mark, que por mais cabeça dura que fosse, estava completamente apaixonado por ela, ou melhor, ele a amava.

Arizona Robbins

Arizona estava a mil naquela madrugada! A emergência estava lotada, era época de surto da gripe, e crianças e adolescentes de todas as idades chegavam e saiam a toda hora. Ela mal tinha tempo de respirar, mas precisava de uma brecha. Em suas horas intermináveis de trabalho, ela ainda achou um tempo para se sentar ao lado de Karev, que com um olho roxo e o orgulho ferido, estava mais desacreditado do que nunca. Ela era acostumada a lidar com casos perdidos, mas naquele caso, não sabia nem reconhecer se ele estava perdido ou não.

– Sabe qual é a coisa certa a fazer, não é? – ela começou.

– Você também?! – ele jogou o prontuário em cima da mesa. – Se eu precisar do conselho de alguém, eu peço. Mais que porra!

– Alex! – o grito de Arizona ecoou pelos corredores e fez Alex parar. Ele se virou para ela instantaneamente, chocado. – Vamos conversar. Lá fora.

Os dois saem, sem expressão, quem disse que Alex tinha alguma coisa para conversar? Ele não sabia para onde correr, mesmo que quisesse. Ele se sentou, se jogando bruscamente contra o chão, enquanto Arizona se abaixou gentilmente ao seu lado.

– Já conversou com ela?

– Ela não quer conversar. – Karev levou as mãos a cabeça e virou o rosto.

– Karev... Alex. O melhor a fazer nessa situação, bom... É reconsiderar a possibilidade de não ter essa criança.

Como é? – o rosto de Alex perdeu a cor. – Achei que como trabalhasse com crianças, não pensaria em uma coisa tão estúpida quanto essa.

– Tudo bem, você tem razão. Mas... Como pretende sustentar um filho? Você é um interno! Mal começou a sua vida e agora...

Não precisa me lembrar do que já sei! Na verdade, o que você realmente quer?!

– Te ajudar! – os dois suspiraram. Com todos brigando, gritando, dando suas opiniões, quem realmente tinha o ponto? Ninguém tinha nada a ver com o que estava acontecendo. – O que quer que decida, não pense só em você.

– Foi uma vez! – ele resmungava, batendo nos joelhos, quase chorando. – Não era para ter acabado assim!

– Não tem como voltar no tempo. Mas você pode... Fazer o que certo.

– Que é?

Arizona não tinha a resposta. O que era certo para ela, o que era certo para ele... O que era certo para o resto do hospital que já sabia de tudo, e que queria participar dessa discussão também, era diferente. Mas ela sabia, que no fundo, o certo era continuar e ter aquela criança. Então se deu por vencida.

– Você vai ter esse filho e vai amá-lo. É o seu filho Alex... Nada no mundo vai te dar mais satisfação do que levantar e vê-lo chamando de pai.

– E quanto a Addison? Eu não tenho dinheiro para pagar o meu aluguel! Imagine sustentar alguém como ela e mais um bebê. Me parece caro.

– Falemos com o chefe então. Acho que ele iria ficar bastante satisfeito de ter uma satisfação depois daquele show entre você e Mark.

– Ele começou! Eu tomei uma surra, falou? Bastardo!

– Enfim... Daremos um jeito. Vai ficar tudo bem, tá bom?

– Se você diz...

Alex não era o cara mais esperançoso do mundo. Mas ficaria, porque Arizona sabia que nenhum mal durava para sempre. A não ser que seu nome fosse Catherine... Então ela poderia discordar.

Callie Torres

Depois de tantas discussões, Callie e Arizona não se olhavam nos olhos. Elas se evitavam, passavam longe, mas quando inevitavelmente, seus olhos se encontravam... Uma enorme emoção, estranha até certo ponto, aparecia. Um frison talvez, mas que nenhuma das duas admitia existir.

– Cadê a Addison? – Callie olhou para enfermeiras da obstetrícia. Nenhuma daquelas garotas lhe daria alguma informação, nenhuma delas gostava de Callie. Ela e Mark haviam se dividido, metade daquelas garotas já haviam transado com ele. A outra metade, com ela. – Será que vocês são surdas?

– Ela não veio hoje. – um rapaz alto, com cabelos meio encaracolados a respondeu.

– Obrigada. – ela disse fria. – Vadias... – disse para o resto.

Callie saiu daquela ala, seus punhos estavam cerrados. A frustração era tamanha que ela já não sabia mais o que fazer! Seu bipe não parava de tocar, pessoas a chamavam na sala de cirurgia e no trauma, mas ela estava fora de controle. Foi então que ela tirou o bipe do bolso e atirou na parede com toda força!

– Tudo bem, Callie? – ela olhou para o lado, então Derek olhou para ela com aqueles olhos de príncipe encantado.

– Tudo, só estou... Eu sei lá.

– Acho que você precisa de um folga. Parece cansada. – ele bateu amigavelmente no ombro dela e se afastou. – Qualquer coisa, me avise.

– Derek! – ela gritou e ele voltou para perto dela.

– Sim?

– Sabe sobre a Addison? – era uma pergunta idiota, mas ela precisava saber o que ele faria. Afinal, ele já havia sido casado com ela e pareciam ter funcionado bem.

– Uma pergunta mais coerente seria, “quem não sabe?”. – ele suspirou decepcionado. – Por que?

– O que você faria?

– Bom... – ele pensou por um minuto, havia muito a ser considerado, mas a resposta estava na ponta da língua. – Se eu fosse Mark, daria aquela boa surra no Karev primeiro. Mas depois... Eu esquecia Addison. Ela tem um dom maravilhoso para estragar as coisas boas na vida dela. Um dom, que eu não gostaria de admitir, mas que me atraiu por um bom tempo, porque eu era um covarde. Eu não queria perdê-la. Mark deveria ser o homem que eu não fui e seguir em frente.

– E se você fosse o Karev?

– Acho que dobraria meus turnos, pediria a Addison em casamento, ou sei lá. Eu seria um pouco criativo. Comunhão de bens ajudaria a manter o teto e sustentar uma família e Addison já tem uma parte estabilizada, então eu me incluiria nisso. Só que... Se o Karev não quiser ter esse filho, ele tem o direito de dizer que não.

– Você teria?

– Eu amo crianças, Callie. É obvio que eu a teria.

Ele tinha o ponto, mas não a razão. Essa criança era um erro, para Karev, para Addison e estava machucando Mark. Ela queria uma solução, queria poder saber o que fazer, mas havia tantas coisas passando na sua cabeça ao mesmo tempo, que mal conseguia respirar.

Mark, Addison, uma criança, Cathy... Arizona... Eu gosto dela, e daí? Ela pensou.

Arizona Robbins

Arizona se sentou em uma mesa no bar, esperando poder relaxar um pouco. Na verdade, ela esperava não encontrar Cathy e ter uma chance de ficar a sós com Callie, sabia que a latina metida que não saia da sua cabeça, adorava beber ali depois do trabalho. Quando ela passou pela porta, o coração de Arizona parou. Ela não sabia o que dizer, mas não conseguia parar de olhá-la.

– Ah... – Callie suspirou ao vê-la, ela sentiu um desconforto. – Não vamos falar sobre aquele assunto, tá bom?

– Eu nunca disse que queria falar sobre nenhum assunto, mas... – Arizona sorriu, Callie ficou dura por alguns segundos, mas logo, as duas estavam pedindo uma bebida juntas e rindo. – Sobre o que quer falar?

– Qualquer coisa que não envolva problemas, trabalho... Para falar a verdade, eu nem sei sobre o que eu quero falar.

– Fale sobre alguma coisa boa.

– Então vamos falar de você. – Arizona sorriu inocentemente, e seu olhar se cruzou com o de Callie. – De quem foi a ideia de chamá-la de Arizona?

– Ah, foi o meu pai! – Arizona tomou mais um gole e se virou completamente para fitar Callie. – Ele servia no exército, é o nome de um navio. USS Arizona. A maioria pensa que é por causa do estado, o que é engraçado.

– Engraçado? – Callie a olhou confusa.

– Eu nasci no Arizona também.

– Grande irônia! – ela gargalhou. – É bonito, e eu queria ter dito isso a muito tempo, mas... Eu adoro os seus olhos.

– De verdade? Eu adoro o seu sorriso também.

– Viu como é tão bom essa leveza? Sem aqueles problemas do trabalho, até que você consegue ser simpática! – Callie cruzou os braços e Arizona sorriu se fingindo de ofendida.

– Eu sou incrivelmente simpática! Um amor!

– Se você diz... – Callie tirou os cabelos dela da frente dos olhos e os colocou atrás da orelha. – Eu concordo.

– Você me deixa completamente confusa. – Arizona recuou um pouco. – Uma hora, estamos brigando, você saindo com Catherine...

– Eu não estou vendo ela aqui, você está?

– Você entendeu o que eu quis dizer, não finja que não sabe do que estou falando. Sobre vocês trans...

– Passado. – Callie a interrompeu. – Olha, eu entendo você estar apoiando o Karev, ele é seu interno. Mark é meu melhor amigo. Mas isso tudo, não é problema nosso. Vamos ignorar o resto do mundo... – ela se aproximou de novo. – E aproveitar o momento, tá bom?

– Para amanhã você acordar e ir embora?

– Eu só vou embora se você quiser. Aposto um beijo que você não vai querer.

– Feito! – ela se aproximou, as duas sentiam a respiração uma da outra, mais um passo e se beijariam. – Não me faça me arrepender disso amanhã.

– Eu não me perdoaria se eu fizesse isso. Mas isso aqui, é uma coisa que eu queria fazer desde que te vi. – Callie puxou Arizona e finalmente, elas deixaram rolar.

Um beijo que era mais que esperado. Era para acontecer e que deveria acontecer. Como algo pode ser errado se é tão bom? Não importavam as enormes barreiras que as separam. Com outros, elas faziam sexo. Juntas, era amor.

(Prox. Cap. Com o hot!)


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Notas finais do capítulo

Próximo Capítulo: Love and Proud
Callie e Arizona finalmente parecem ter se encontrado, mas as coisas não vai continuar tão fáceis. Cathy não desiste de transformar a vida de Arizona em um inferno, com um elemento surpresa: Ela não só que fazê-la sofrer, ela quer que Arizona volte correndo para seus braços. E quando Mark encontra alguém que pode fazê-lo mudar de rumo, Addison parece mais decidida que nunca a lutar por ele.

E aí? Reviews? :D



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