Ponto de vista - Nate.

Estúpido. Como eu pude ser tão estúpido. É claro que eles não eram só amigos! O jeito como ela reagiu como ficou sabendo que era ele quem a esperava! E eu me sentindo culpado por ter reagido daquela forma. É talvez eu tivesse sentido alguma coisa por ela e quando eu finalmente revelo isso (até para mim mesmo), descubro que ela não é tão diferente assim. E fala sério, o que aquele cara tem de especial!?

Estou indo a caminho da redação, meu carro está lá na frente, mas antes eu pego uns documentos que esqueci lá. Quando estou entrando no carro, vejo Maria e Doutor atravessando a rua correndo, de mãos dadas, eu prometo para mim que não vou segui-los por não ter nada a ver com isso, mas eu não cumpro, eu os sigo e os vejo entrando em uma viela.

Doutor entra uma cabine policial dos anos 60 minuscula e Maria espera do lado de fora, ela está linda, seu vestido preto com pequenas flores cor-de-rosa, sapatilhas pretas e o cabelo preto em um rabo de cavalo solto, aargh ! Tenho que parar de pensar nela!

Nate?! - eu viro o rosto bruscamente quando a ouço dizer meu nome.

...

Ponto de vista - Maria

Aan...Oi ...Maria - Nate diz com uma tentativa frustada de um sorriso sem graça - eu estava, bem... passando... por aqui e te vi... an, quer dizer ...pensei ter visto alguém que parecia você...

Tudo bem - eu digo sorrindo.

Um silencio constrangedor se instala, interrompido pelo rosto de pavor de Nate para mim, não, ele olha para trás de mim. Então eu o vejo, novamente um silêncio, uma caneta estava na minha mão e eu risco meu braço, ando de costas até Nate fazendo um pequeno risco em seu braço também, ele parece não perceber. Ele se prepara para correr e eu o olho, mas de repente, não há nada!

Como eu fui parar tão próxima de Nate? Seus olhos olham para mim como se perguntassem a mesma coisa, estamos de frente um para o outro, quando ouvimos porta da TARDIS ser aberta. Doutor nos olha como um pai que acaba de ver a filha conversando pela primeira vez com um garoto. Eles se fuzilam por uns instantes com os olhos, até que os olhos do Doutor passam para meu braço. Ele chega perto de mim e olha o risco de perto, levando meu braço, depois ele olha para o braço de Nate, franzindo a testa.

Eu também olhos nossos braços, Silêncios. Como eu podia não lembrar?

Vamos sair daqui - diz Doutor.

Doutor entrelaça seus dedos nos meus e me puxa suavemente para fora da viela, Nate nos segue, vamos até o coffe's, e uma nostalgia um pouquinho dolorosa me acerta em cheio. Novamente no mesmo lugar, em três pessoas, mas dessa vez sem Jack. Nate se senta conosco sem ao menos perguntar se podia nos acompanhar, eu não ligo. Ele está claramente incomodado, e não é só com o Doutor.

Um reconhecimento me toca e eu pergunto.

Doutor! O que aconteceu com Jack naquele dia?

Me ajudou te levar para casa, depois ele foi embora. Desde então não o vi mais - uma garçonete aparece - chás, por favor.

Passamos todo o tempo em silêncio, eu observava Doutor se entreter com seus pensamentos e Nate nos olhava tentando entender.

Doutor franziu a testa quando viu que a garçonete trazia três xícaras de chá.

A porta do café se abre, é como se fosse cinco anos atrás novamente, Jack Harkness entra pela porta, e nos vê na ultima mesa e vem em nossa direção.

Parece que só nos encontraremos assim não é?! - ele sorri, eu sorrio de volta, Doutor percebe sua presença e sorri também, Nate olha a cena tentando entender porque está ali e o que o incomoda tanto.