POV Bella

Com o porta retrato em mãos suspirei e analisei a foto.

– Vou pedir comida Japonesa para o jantar.

– Por mim parece ótimo. - Eu disse. Eu estava no quintal quando ele passou pela porta com essa frase, olhando a rua. Desde tarde de hoje não voltamos a ficar juntos na sala.

– O quê tem na sua mão? - Ele perguntou se sentando ao meu lado. Assim que viu a foto sorriu. - Foi no dia de ação de graças.

– Gostei dela. Me parece verdadeira. - Eu disse encontrando o olhar dele.

– Você estava de oito meses. Disse que queria todos juntos. - Olhei de volta a foto.

– Edward quem são esses? - Apontei para a foto. De repente sua feição mudou.

– A parte de que não se lembrar faz bem?! - Ele disse recordando a frase dita logo à tarde.

– Por favor...

– Bella não vou fazer você passar isso pela segunda vez. - Ele disse me deixando ainda mais curiosa. Assim que ele me olhou suspirou. - Em fim... Meus sogros. - Ele disse. Olhei de volta a foto, eles eram meus Pais. Mas o que me deixava mais curiosa era o fato de que ele disse que essa era a parte boa em não se lembrar. Antes que eu voltasse ao roteiro de perguntas ele já havia ido.

Ouvi sua voz e descobri que ele já estava pedindo o jantar. Me levantei e fui para o quarto, assim que peguei o caderno me tranquei no banheiro. Eu sabia que ele não ia querer que eu leia. Sentei no chão apoiando as costa na porta e abri. Comecei a ler.

Era engraçado já que a maioria das coisas não era nada secretas, como que eu havia escrito que Edward estava um saco e que eu havia saindo com Claire. Tudo que estava escrito no começo era poemas, trechos de livros. Arfei assim que virei uma folha encontrando uma foto de mim e duas crianças, uma delas era Claire. Não havia nenhuma dica na foto ou perto. Nadinha. Mas a outra criança era a cara do Edward. Logo na pagina seguinte havia um texto, mas parecia que era um desabafo pela forma e que escrevi.

“As coisas nem sempre saem do jeito que queremos. Sinto como se fosse Deus e eu apenas. As coisas mudaram, Edward me culpa até hoje. Às vezes tenho vontade de fugir, mas sabe a melhor coisa é saber que Claire está bem, ao menos isso."

Não entendi o sentido daquilo, Edward me culpava de algo? Eu estava infeliz? O quê eu havia feito?! Logo ouvi batidas na porta. Merda.

– Bella você está bem? - A voz preocupada dele me assustou.

– Melhor impossível. - Eu disse abrindo a porta e dando de cara com ele.

– Hum... A comida chegou.

– Tudo bem. - Eu disse sem me importar em esconder o caderno, colocando ele de volta na gaveta desta vez do meu criado mudo.

– Bella...

– Achei nas coisas da Claire. Mas vem vamos comer. - Eu disse sem importância, eu precisava comer algo, e não queria dar inicio a uma conversa serio agora. Assim que iniciamos o jantar foi o mais absoluto silencio. Nem tilintares de talheres havia, já que decidimos comer de Até. Por vezes eu pegava Edward me olhando, mas ele parecia não ligar, e então voltávamos a comer.

– Edward... Posso te perguntar uma coisa? - Já havíamos terminado de comer, ele havia ido até o escritório, dizendo que essa folga da empresa já estava acabando.

– Claro... O que meus Pais fizeram? O Que aconteceu? E quem é a Lili? E por que ninguém está vindo nos visitar? - Soltei tudo de uma vez.

– Achei que era apenas uma. - Rolei os olhos enquanto me sentava na poltrona.

– Olhe ninguém esta vindo nos visitar porque eu pedi um tempo, pra você se acostumar, quanto aos resto... Bom tudo responde uma coisa a outra.

– Do começo, por favor! - Pedi. Ele se sentou na minha frente e suspirou.

– Nós sempre fomos amigos... Digo nós e seus Pais, mas digamos que sua Mãe era um pouco pior do que você havia contado de quando era criança. Nós nos casamos Bella cedo e eles sempre foram contra. Falaram atrocidades, absurdos. Quando Claire nasceu parecia que tudo ia mudar. – Ele parou para tomar fôlego. – Mas mudou apenas por um tempo. Eles amavam Claire, acho que ainda amam, quando vamos visitá-los eles sempre a agradam.

– Ainda vamos? – Perguntei.

– Você vai entender. – Ele disse emburrado e pareci triste.

– Meus Pais sempre estavam nos ajudando e socorrendo. Sabe como é Pais de primeira viajem. Mas então... Er é ai que a Lili entra.

– Não entendo.

– Olhe. Digamos que Lili mora com seus Pais, ela é... Nossa filha. – Ele disse sério, como se não estivesse ali. Eu não podia acreditar, tínhamos mais uma filha. – Ela tem sete anos Bella e ela sabe de tudo. Seus Pais fizeram questão de contar isso a ela. – Fiquei em choque.

– Por que raios nossa filha moraria com meus Pais?

– Bella você teve depressão pós parto, e adivinha... Eles tem grana Bella e contrataram os melhores advogados do País, advogados que venceram os nossos. – Logo me coloquei de Pé sem saber o que dizer.

– Que merda de brincadeira é essa?!

– Eles alegaram que Claire só ia ficar conosco porque eu ainda estava bem, isso porque ela era bebê e o juiz decidiu isso. Bella você surtou no tribunal piorando as coisas. Lili entendia que algo estava errado, apenas isso.

– Por que eles fizeram isso? – Sussurrei questionando.

– Pelo simples fato de que eles não suportavam nos ver feliz. Eles tem uma grande indústria, e ver a filha deles se casando em vez de assumir os negócios foi terrível Bella.

– E por que depois desses anos todos não voltamos ao tribunal?

– Voltamos. Mas é quê...

– Que?

– Sua mãe andou te subornando.

– Mas que merda é essa? Aceito subornação em vez da minha filha? Que merda de pessoa eu sou? Então era por isso que você sempre me culpava? – Perguntei irritada, mas irritada comigo mesma.

– Para ser sincero sim... Nossas brigas era por isso. Você nunca quis me contar o que era.

– Maravilha. Agora muito menos eu irei saber. E eles sabem sobre minha memória?

– Nem do acidente. Para não piorar as coisas. – Fiquei em silêncio. Era repugnante meus próprios Pais me ignorar, roubarem minha filha e ainda me subornarem.

– Acho que vou... – Não terminei a frase e corri para o lavado me trancando lá dentro, soltando toda a comida japonesa do jantar. Dei descarga e lavei o rosto, escovando os dentes logo em seguida. Assim que abri a porta encontrei Edward sentado no chão com a cabeça apoiada nos joelhos.

– Ligue o carro. Estamos indo visitar meus queridos Papais. – Eu disse ironicamente indo trocar de roupa. Ele se levantou em um pulo.