O Ladrão de Livros escrita por OnlyGirl08


Capítulo 3
Uma Rosa despedaçada


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos Reviews, gente!
:3
Boa Leitura!



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–Ah! Você é um amor! –disse Carly. Freddie estremeceu quando ela pôs uma mão em seu ombro como agradecimento. –Gostei muito de você, pena que mesmo em Salem, moro longe daqui! –ela disse.

Mas, Carly se enganou. Uma semana depois ela e sua mãe foram despejadas da casa onde moravam, e a avó de Carly estava fraca e sozinha. Então Carly, sua mãe e o irmão moravam com a avó. Carly, por mais popular que tenha se tornado na escola, ainda gostava da companhia de Freddie e consequente, Gibby. Eles ficavam na biblioteca ou no centro da cidade tomando sorvete ou aprontando coisas de jovens. Freddie tinha feito dezesseis anos junto com Gibby e Carly. Senhor Melvin, estava mais fraco, e mais rabugento, só que agora não ligava para Freddie, comprava comida só para ele, arrumava só as coisas dele e mal falava com o garoto como vice-versa. Rosa estava de cama e dissera que não era nada de mais. E Freddie ficou feliz de substituí-la em sua ausência. Conhecia cada canto da biblioteca como a palma da mão. Ele estava cada dia mais apaixonado por Carly, mesmo ele ficando com outras meninas, nunca namorou serio por causa dela e ela obviamente sabia disso. Quando Freddie fechou a biblioteca, fora direto para ver Rosa. Ela estava péssima, com a cara pálida e muito magra. Os olhos fundos e a pele muito quente. Estava deitada no sofá da sala.

–Nossa, é melhor levá-la ao hospital! –disse freddie depois que serviu um pouco de chá a mulher.

–Não, eles já vieram hoje de manha! É só uma virose... –ela sorriu. –Como vai com a Carly?

–A chamei para sair e ela aceitou! –disse Freddie animado. –Iremos fazer um piquenique no lago amanha!

–Que ótimo, ela é uma bela garota! –ela tossiu e gemeu de dor em seguida.

–Realmente você esta bem? –disse Freddie preocupado

–Sim, estou! –ela disse com um sorriso amarelo - Tenho um presente para você!

–Ora! Chega de me dá coisas Tia Rosa! Tenho que te agradecer por tudo que me deu e além...

–Você é como meu filho Freddie! –disse com dificuldades a mulher. O coração de Freddie inchou e seus olhos queriam transbordar aquilo para fora. Era a coisa que ele já sabia ,mas não sabe alegria de ouvi-la pela primeira vez.

–Eu a amo como mãe! –Freddie segurou a mão da mulher e a beijou com respeito. A mulher deixou escorrer algumas lagrimas silenciosas.

–Vai! Pegue ali! –ela apontou para a mesa da cozinha. Freddie foi ate lá e viu um embrulho em formato de livro.- É um livro, mas você não vai abri-lo!

–Não? –disse Freddie surpreso.

–Não! Só quando estiver sentido dor. Se sentindo sozinho... –ela disse isso e Freddie não entendeu.

–Como assim?

–Não me faça repetir se me ama! –ela disse isso com lagrimas. –Venha cá! –ela o chamou com o braço. Ele foi lá meio confuso, ela o abraçou com força. –Eu te amo muito, muito mesmo! –ela disse com a voz aguda. Freddie ficara muito preocupado com o ato, mas a abraçou firmemente.

No dia seguinte, Freddie havia guardado o livro debaixo do travesseiro, não cabia mais nenhum livro no gaveteiro. Fora ao colégio animado de ver Carly. E assim que entrou na sala viu a menina nervosa.

–Oi! –ele disse dando um beijo na bochecha de Carly

–Oi! –ela disse meio tímida. –posso falar com você?

–É claro! Olha, eu já vi tudo para o piquenique é só...

–Olha, eu não vou poder ir ao piquenique! –ela disse sem graça. Freddie ficou muito desapontado.

–porque? –ele disse como um bebe.

–minha mãe irá sair eu e terei de ficar com minha vó e Pietro!

–Ah... Tudo bem então!

–Sentem-se alunos! –o professor entrou na sala e Freddie foi desanimado para a carteira.

–oque houve? –cochichou Gibby a Freddie no meio da aula

–Carly não vai ao encontro...

–Que pena, fica calma! Agente pode passar a tarde na minha casa!

–Tudo bem! –Freddie tentou sorrir, mas estava chateado de mais para prestar atenção na aula, afinal ele já sabia tudo de literatura mesmo.

No final da aula, Carly se despediu dos meninos pedindo novamente desculpas a Freddie. Ele e Gibby foram para o lugar marcado e ficaram conversando e depois foram para a cidade passear. Quando escureceu, Freddie se encaminhava para casa, mas decidiu ir ao lago para pensar um pouco.Quando o rapaz foi se aproximando do lago, começou a ouvir vozes e risos, Freddie se escondeu atrás de uma moita e viu Carly e Brad, um colega de escola do ano superior se beijando numa pedra a beira do lago. Freddie congelou.

–Oque foi que disse a ele? –disse entre risos Brad

–Que iria cuidar do meu irmão! –disse Carly não se sentido muito feliz pelo que fez.

–Que trouxa! –disse Brad a beijando novamente.

Freddie se sentiu triste a ponto de chorar, mas ao ver a cena deles se agarrando e Brad pondo a mão na bunda de Carly e ela pondo a mão por debaixo da blusa dele o acariciando, o enojou. Freddie começou a sentir raiva, raiva de si, por ter se apaixonado por ela. Em um movimento rápido se levantou, Brad e Carly levaram um susto.

–Freddie! –chamou Carly, para tentar explicar mais isso o fez sentir mais raiva ainda. –Freddie por favor...

–Sua vagabunda! –gritou Freddie com ferocidade. Carly recuou um passo, mesmo distante sentiu medo, nunca vira Freddie daquele jeito.

Freddie andava com raiva. As têmporas vermelhas já. Os punhos fechados e os dentes semicerrados. Iria ate a casa de Rosa para contar oque houve. Mas seu coração acelerou ao ver uma ambulância parada na porta da casa da mulher. Senhor Melvin também estava lá, se apoiando em uma vassoura sem expressão. Freddie acelerou os passos. Ate chegar próximo a ambulância, quando ia pergunta o que houve, a resposta ‘saiu’ dos médicos, levavam Rosa, numa maca, inconsciente. Forrada ate o pescoço com um lençol branco. Freddie soltou um grito e se aproximou da maca.

–Oque houve com ela? –disse

–AIDS... Ela, não fazia tratamento.

–Ela vai ficar bem? –disse encarando os médicos que olharam para baixo.

–Ela faleceu... –um dos médicos respondeu olhando a moça. –Temos que levá-la ao hospital. Freddie congelou. Quando os médicos começaram a empurrar a maca, Freddie tentou detê-los, mas não adiantou. Gritava o nome dela, chorava tanto, aumentou ao ver ela lá dentro sem respirar, sem se mexer, sem vida. A ambulância deu partida, e o coração de Freddie parou quando ela nem ao menos ligou a sirene, não seria preciso pressa. Freddie ficou parado com lagrimas nos olhos, deu um grito tão alto, cheio de dor, tristeza, ajuda... o mesmo que havia dado a dez anos atrás.Com seis anos.

–Vamos embora... –disse sem expressão, Melvin tocando nas costas do garoto para ele andar. Freddie andava perplexo, AIDS?! Como assim? A casa dela era na outra esquina, chegaram rápido em casa. Senhor Melvin ficou parado a porta massageando a testa.

–Não... –Freddie sussurrou, sentando no sofá e pondo as mãos na cabeça. –Não pode ser! –disse mais alto.

–Eu a esperava! –disse com desdém Melvin, Freddie o olhou incrédulo.

–Oque?!

–Freddie, ela era uma garota de programa imunda!

–Como você pode falar isso dela! Oque ela te fez!

–Ela era uma garota de programa, você acha que ela pegou AIDS como moleque? –rosnou senhor Melvin andando impaciente.

–Ela era filha da dona Sarah! A ultima bibliotecária... Só que essa dái que tanto ama, começou a se prostituir e Sarah a expulsou, eu a via menina. Depois que pegou AIDS resolveu virar santa, e substituiu dona Sarah que agora esta em coma. –disse friamente senhor Melvin. Era muita informação para Freddie. –Ela era uma piranha, uma vadia!

–Cala a sua boca! Ela não é isso!

–Aceite que eu sou sua família! Não ela moleque! –ele rosnou.

–Nunca foi meu avô, você é um velho imprestável!

–Você que é um malcriado, graças à putinha! Ela foi o sangue ruim que te arruinou! – Uma adrenalina disparou em Freddie, ele estava fora de si. Empurrou com força senhor Melvin que desequilibrou e caiu no chão.

–Nunca mais fale isso seu ordinário! Nunca foi meu avô, nunca foi amado! –Freddie foi com raiva para o quarto onde se trancou. Com toda a raiva que possuía começou a jogar tudo no chão, a luminária que ganhara de presente de Gibby, as fotos, tudo que tinha perto, ate a tristeza da perda começar a invadir, num baque ele caiu na cama e chorava, silenciosamente, Freddie olhava o nada, e não pensava em nada, não conseguia pensar em nada. Quem ele mais amou... As duas pessoas, as três mulheres, o abandonaram.Primeiro sua mãe, depois a menina que tanto amou e agora a única mulher que o cuidava.

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Não se sabe quanto tempo ele ficou ali. Para Freddie ele já estava dormindo, pois estava de olhos fechados com lagrimas escorrendo dos seus olhos como uma torneira aberta. Ate a sensação de vazio ser preenchida com a razão. Estava voltando a pensar normalmente. E sabia exatamente oque queria. Ir embora. Sair desse lugar que tanto mal o fez. Se levantou com cuidado seu cabeça estava doendo muito. Arrastou debaixo da cama sua mochila escolar, começou atirar suas melhores peças de roupas, um sapato, e foi debaixo do travesseiro onde escondia um biscoito, caso sentisse fome a noite. Só que ele viu o embrulho de fechado prata que guardava um livro, naquele momento Freddie pensou em abri-lo, mas não o fez. O guardou na mochila. Vestiu o casaco que comprara ano passado. E abriu a ultima gaveta, olhou pela ultima vez aqueles livros e fechou a gaveta. Freddie olhou para o quarto ,pôs a mochila nas costas e pulou a janela. Devia ser de madrugada já pois estava muito frio e silencioso, tudo estava apagado, Freddie evitou de passar na rua ao lado, onde era a casa de Rosa. E seguiu rumo, sem direção. Se sentia triste, solitário e acima de tudo com medo. Mas tinha que fazer isto. Andou e andou ate chegar num circo que estava ali de passagem. Viu que tinha varias pessoas o desmontando e guardando em um trem. Freddie se aproximou meio cauteloso, ate parar perto de um homem muito forte de rabo de cavalo e uma mulher bem magrinha de coque, que ainda tinha maquiagem brilhosa do show.

–O que quer? –disse ferozmente o homem com a voz mais grossa que já viu. Freddie se assustou e recuou.

–Não fale assim querido! O menino esta assustado... –disse a mulher magricela. –Alguém problema rapaz?

–Vocês vão para aonde? –disse freddie inseguro se era isso mesmo que iria fazer.

–Seattle. –respondeu o homem secamente.

–Vocês estão precisando de mais alguém? –disse Freddie envergonhado. O homem começou a gargalhar e a mulher o olhou reprovando. A gargalhada foi tão alta que chamou atenção de mais duas pessoas. Um gordinho baixinho de terno vermelho e dourado e um garota muito pequena, devia bater na cintura de Freddie.

–O que esta acontecendo? –perguntou o homem de vermelho

–Esse menino! Quer entrar pro circo! –disse como se fosse a coisa mais engraçada o homem forte.

–Quer é? –perguntou o homem de vermelho

–Sim! –disse firme freddie. Mais os olhos de Freddie demonstrava tristeza e medo. A mulher magrela percebeu.

–George, acho que aconteceu algo com esse rapaz. –disse bem baixinho ao homem de vermelho.

–podemos conversar garoto? –disse mais simpaticamente o homem de vermelho

–Tudo bem! –disse Freddie acompanhando o homem, a mulher magricela nos seguiu. Entramos em um camarim dentro de um trem. –muito bem, oqeu houve? –disse o homem se acomodando numa cadeira fiz o mesmo.

–nada só quero sair daqui!

–Então você não quer entrar para equipe? –disse o homem a mulher ficou parado só olhando.

–Não sei... –disse Freddie segurando mais lagrimas que queria escorrer. –Eu juro que eu não sei. –Eu quero sair de Salem, quero recomeçar minha vida! –a mulher parecia emocionada como o garoto estava naquele momento. Ela fez um sinal para o homem de vermelho e ele suspirou.

–Escute garoto, isso daqui não é palhaçada por irônico que pareça! Façamos o seguinte. Viajaremos daqui a uma hora para Seattle. Venha conosco, e você se acalma e pensa se quer parar por lá ou quer ficar com agente. –freddie pensou por um momento tinha duas escolhas, isso talvez fosse bom. Então assentiu com a cabeça.

–Certo Wendy. Ajude o garoto, leve ele para o vagão do maluco! –disse ele abanando as mãos. –Tenho que acabar com isso antes do amanhecer. –Depois que o homem saiu, Wendy levou Freddie para um dos últimos vagões, lá dentro era simples, tinha uma cama, uma divisória chinesa, onde as pessoas trocavam de roupa ,uma maqueadeira e vários pôsteres de um homem alto de cabelos castanhos.

–Fique a vontade. Quando tivermos chegando em Seattle, aparecerei aqui para vê o que decidiu. –ela disse gentilmente fechando a porta de correr de madeira. Freddie sentou-se na cadeira da maqueadeira e ficou se olhando. Estava com a aparência terrível. Seus olhos inchados e fundos, tinha raiva e dor. Seus cabelos despenteados e tanto os mexer de nervosismo, sua roupa suja de lagrimas secas.

Freddie se deitou na cama, e logo dormiu, havia passado por muitas coisas hoje.

Quando Freddie acordou se deparou com a cena tosca de um homem muito alto, mais tão alto que quase tocava no teto do vagão se alongando.

–Er... Oi! –Freddie coçando os olhos para ver se não estava dormindo.

–Olá! –O homem parou de se exercitar e esticou o braço gigantesco para o rapaz. –Sou Spencini! –disse se reverenciando - E você é Freddie certo?

–Sim! Desculpe dormir na sua cama, estava exausto!

–Sem problema rapazinho! Passei a noite exercitando o meu numero, quer ver? –disse esperançoso

–Não obrigado. São que horas?

–Cinco da tarde! Dormiu bastante para quem teve sonhos conturbados! –comentou o homem alto voltado a se alongar as pernas finas e gigantes.

–Sonhos?

–Parecia estar sonhando, ate pensei em acordá-lo. Chamava nomes, pediu livros, gritava de dor... aconteceu algo?

–Não! –mentiu Freddie se levantando e olhando na janelinha.

–Chegaremos em Seattle daqui a algumas horas! –ele disse ao garoto.




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Notas finais do capítulo

Então...? O que estão achando? Eu adoro reviews, principalmente se os leitores gostam de discutir a fic! :D Fiquem a vontade, jovens haha



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