Sede de Sangue escrita por A solitária


Capítulo 4
O convite.




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Qualquer um pode tentar seguir em frente, deixar para trás todos os problemas, são sábios os que fazem isso. Pois ao final de sua jornada... Se nada mudou, eles não terão de pensar que era para tudo ser diferente, que tudo deveria ser melhor, mas eles pensarão que tentaram. Pensarão que foram fortes e nunca desistiram.

É uma pena que nem todas as pessoas pensem dessa maneira. Pois para Megan, a vida não tinha nada a ver com propósito, luta, esforço, ou fé. Para ela tudo era uma questão de acaso... Ou talvez apenas azar. Mas não era a toa que ela pensava assim, afinal ela perdeu sua avó que amava tanto. E nunca conheceu seu pai.

Já eram oito horas da manhã. Meg estava sentada em um balanço na varanda e tentando ler seu livro favorito, mas acabou se distraindo com outros pensamentos, ela andava preocupada com sua mãe, pois quase nunca sabia como ela estava reagindo à morte de Clarice.

Luna havia combinado de passar na casa de Meg para que as duas pudessem estudar um pouco. Mas a garota estava atrasada pelo menos uns dez minutos. No entanto assim que Meg fechou o livro a viu andando na calçada.

–Você esta atrasada. -Meg disse indo em direção a porta, depois entrou, Luna parou na porta, ficou olhando para Megan.

–Pode entrar. – Meg disse.

As duas subiram as escadas, e depois tiraram os livros da bolsa.

–Então... O que acha da cidade? – Luna pergunta assim que se senta na cama.

–Eu acho ótima...

–Você não gosta muito de sair, não é?

–Não... Não ultimamente pelo menos.

–O que acha de abrir uma exceção?

–Por quê? – Meg responde sentando-se ao lado de Luna.

–É que o Mike vai dar uma festa, na cabana perto do lago... E eu gostaria que você fosse.

–Quando?

–Amanhã. Às nove da noite.

–Eu vou pensar, e te respondo amanhã na escola.

–Ok.

Depois de uma longa hora de estudo, Luna foi embora. Ainda sentada na cama Megan voltou a ler seu livro. Minutos depois quando olhou para o lado viu Apolo na janela. Ele parecia querer entrar. Meg se levantou, abriu a janela e o trouxe para a cama.

O gato deitou a seus pés, e ficou lá por um longo tempo, Meg não se incomodou com a presença dele e continuou lendo, então olhou para o gato, e se distraiu, Apolo foi para seu lado, e assim que ela tentou pega-lo nos braços ele a arranhou e depois pulou pela janela.

Meg foi até o banheiro para limpar o corte, depois que o lavou, desceu as escadas para pegar um curativo na cozinha. Sua mãe havia chegado, assim que entrou viu o curativo no braço de Megan e perguntou.

–O que aconteceu?

–Um gato me arranhou... Mas estou bem.

–Ainda bem... Meg você sabe onde está meu celular?

–Não... Pensei que tivesse levado.

–Eu também pensei, mas não o encontrei no hospital, então pensei que estivesse aqui... Mas já vou indo, tenho muito que trabalhar hoje.

Marcela vai para o hospital, e Megan vai tomar banho. Quando termina pega seu caderno e faz seu trabalho de ciências. Já eram oito e dezessete quando ela acaba uma mensagem de Marcela chega a seu celular. “Preciso que venha até o hospital, com urgência.”

Logo depois ela pega seu casaco, e então vai andando até o hospital. Quando chega já era dez horas. Assim que entra, Meg pergunta para a recepcionista sobre sua mãe, que vem logo em seguida.

–Megan?!

–Oi... Então qual a urgência?

–Urgência?

–Você me mandou uma mensagem. – Meg diz mostrando o celular a sua mãe.

–Não... Eu não mandei, encontrei meu celular agora pouco, estava na gaveta.

–Então eu perdi meu tempo...

–Você pode me esperar se quiser.

–Não... Eu vou andando pra casa.

Megan sai um tanto perturbada do hospital, já eram dez e meia, a rua estava escura, e não se via ninguém, depois de andar uns quatro quarteirões, entrou em um beco. Quando já estava no meio dele quando ouviu passos à suas costas, então se virou rapidamente.

Viu um homem, porém a escuridão não permitiu que ela identificasse sua face, ela ficou estática. O homem ficou apenas a encarando, mas depois de um curto tempo ele começou a andar em sua direção.

Meg correu, e quando olhou para trás viu que ele também estava correndo. Mesmo assim ela continuou correndo, e torcendo para sair logo daquele beco e encontrar alguém.
Ela correu até uma curva e saiu do beco, assim que pisou para fora esbarrou em Kevin, ele a segurou para que os dois não caíssem, então olhou para o beco, não havia nenhum sinal de vida por lá. Isso fez com que Meg se sentisse uma idiota.

Quando voltou em si percebeu que estava parada, segurando os dois braços de Kevin e olhando para o beco escuro. Ela o soltou, e depois pediu desculpas. Kevin olhou para o beco e depois voltou o olhar para Meg.

–Está tudo bem?

–Sim... Eu só... Deixa pra lá.

–O que faz sozinha há essa hora?

–Eu fui até o hospital.

–Está doente?

–Não... Minha mãe trabalha lá... Eu já vou indo...

Meg da um passo a frente, mas Kevin segura seu braço.

–Posso te dar uma carona?

–É que... –Kevin a interrompe.

–Não vou dormir bem se te deixar aqui sozinha.

Meg da um breve sorriso e os dois entram no carro. Faltavam apenas algumas ruas para que chegassem. Kevin olha para ela e pergunta.

–Você vai à festa?

–Na cabana? Não sei... E você?

–Eu vou...

–Sendo assim vou procurar o que vestir- Megan responde sorrindo. Então Kevin para o carro.

–Obrigado pela carona. - Meg diz abrindo a porta. Kevin sorri. E ela entra em sua casa.

Depois de subir as escadas, coloca seu pijama e então vai se deitar pensando em Kevin. Era curioso como o sorriso dele a deixava hipnotizada, e as vezes quando se sentia sozinha, era ele quem vinha em sua mente.

Mas ela insistia em dizer à si mesma que não precisava dele, que não precisava de ninguém no mundo fora sua família... O problema era que pensar em família a fazia lembrar de Clarice, e isso a fazia ficar triste no mesmo momento.

Ela sentia que estava em rio de tristeza, e a cada dia mergulhava mais fundo, e a pior parte disto, era que nem sua mãe, nem Kevin podiam tirá-la de lá. Pois Megan sentia que já que entrou nele, ela era a única que conseguiria chegar à margem novamente. Mas ela pensava que deixar toda aquela tristeza de lado, era colocar sua avó no esquecimento.

O que ela não entendia, era que a morte de Clarice, teve que acontecer, pois sua hora havia chegado. As pessoas vão quando estão prontas pra ir e não quando nós estávamos, e por mais doloroso que seja viver sem aqueles que amamos, devemos pensar que todos têm um tempo neste mundo, seja ele grande ou pequeno, bom ou ruim, temos que tirar o melhor e jogar fora todo o resto. Pois a felicidade vem para aqueles que a buscam e não para os que desacreditam.


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