Sede de Sangue escrita por A solitária


Capítulo 20
O pesadelo continua




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Ao ver colocarem as últimas pedras que cobriam a cova de Betty, lágrimas frias caiam do rosto de Megan, ela se relembrava de todos os momentos que havia passado com ela. De como a garota havia sido hospitaleira quando ela chegou. De fato ela não merecia ter acabado assim. Todos voltaram para os carros, exceto Mike, ele continuou lá, sentado com a sua namorada.

Ele sabia que nunca deixaria de ama-la. Meg se lembrou de Clarice, de como havia sido triste o seu enterro, de como ela havia chorado. Lembrar disso a fez pensar que estava mais forte que antes.

–Então é assim que acaba? -Megan perguntou quando estava no carro junto com Kevin.

–O que?

–Os vampiros... É assim que tudo termina?

–Sim... Ao menos na maioria das vezes sim.

Megan para de falar, ela queria continuar, queria interrogar Kevin sobre as coisas que ele havia escondido dela, mas ao invés disso ela olhou pela janela.

–O que você tem? -Disse Kevin ao ver uma expressão diferente no olhar da garota.

–Eu não ia dizer mas já que mencionou... Você tem alguma coisa pra me dizer?

–A tatuagem? -Diz Kevin- Desculpe, é que é um segredo dos vampiros. Eu não tenho permissão pra contar.

–O que tem a tatuagem?

–É assim que saímos no sol... Não era disso que você estava falando?

–Não, não era Kevin! Era de outros segredos que você esconde de mim. Quer saber? Não precisa me contar... Eu já descobri sozinha.

Megan abre a porta do carro com ele ainda em movimento, obrigando Kevin para-lo, assim que o faz ela desce e bate a porta com toda a força que tinha. Em seguida começa a andar na estrada para a direção que eles estavam indo.

–Pra onde você vai!?

–Pra casa! -Ela grita o mais alto que pode.

Kevin para em sua frente e olha profundamente em seus olhos. Ele tentava de alguma forma entender o comportamento explosivo de Megan.

–O que eu fiz de errado?

Ela revira os olhos e tenta passar por ele, porém tem seu braço segurado.

–Por favor Megan. Eu preciso saber.

–Não Kevin. Sou eu quem precisava saber... Precisava saber que aos dezoito vou ter que escolher entre meu lado humano e meu lado vampiro, precisava saber sobre esses ataques de raiva que estou tendo...Sobre... Sobre minha velocidade! E sim, eu precisava saber que você já dormiu com a Vick... Então acredite, essa tatuagem idiota é o que menos me importa agora!

Ele fica estático, olhando para Megan, e por mais que quisesse não sabia o que dizer, tentou pensar em uma resposta agradável porém não deu muito certo.

–Quem foi que te disse essas coisas!?

–Isso não importa, o que importa é que não foi você...

–Ah é claro, foi Joseph não é?

–Tanto faz quem me contou Kevin, não tente jogar sua culpa nos outros...

–Me perdoe -Kevin diz surpreendendo Meg -Eu sei. Eu devia ter contado, mas eu...

–Não -Ela responde enquanto uma lágrima fria de tristeza e raiva descia por seu rosto -Eu não posso conviver com o fato de que você me deixa por fora da sua vida Kevin.

–Ta terminando comigo?

Ela queria dizer "Sim estou! Nunca mais me procure." Mas não conseguia, seu coração pertencia a Kevin. Ela o amava mais do que já havia amado alguém antes.

–Eu... Eu preciso ficar sozinha... Quero pensar. Me da um tempo?

–Se é isso mesmo que você quer... Me deixe ao menos te levar pra casa.

–Eu vou andando.

–É perigoso demais... -Ele é interrompido.

–Eu pedi um tempo. -Ela diz dando a última palavra.

Kevin entra no carro mesmo contra a sua vontade, ver Megan andando sozinha pelo retrovisor partiu seu coração, mas ele sabia que tinha de seguir em frente e deixar que ela fizesse as próprias escolhas.

*

Em meio a toda a tristeza sobre a morte de Betty, Luna encontrou um motivo para sorrir. Naquele exato momento ela estava indo se encontrar com Max, eles haviam feito as pazes. Embora ninguém pudesse saber, mesmo assim ela não se importava, ficar ao lado dele já bastava.

Ela enfrentou a floresta, mesmo com toda aquela escuridão, então parou na margem do lago esperando por ele. Não demorou para que sentisse duas mãos frias em seus olhos.

–Max! -Disse ela enquanto o abraçava.

–Como sabia que era eu? Podia ser Jack, afinal... -Luna o interrompe com um beijo.

Em seguida ela sobe em uma árvore, fazendo com que ele a acompanhasse. Eles sentam-se no galho mais alto, Luna observava as estrelas, esta sempre foi uma mania que ela teve.

–Não parece um gatinho? -Disse ela apontando para um constelação.

Max nem se quer havia ouvido, ao invés disso ele prestava atenção em Luna, seu rosto, seus olhos. Seu sorriso, e seus lábios. Assim que seus olhares se cruzaram Max a beijou.

–Senti sua falta. -Ele disse ao final do beijo.

–Eu também. -Luna respondeu. Logo em seguida voltaram a se beijar.

*

Por mais que tentasse as lágrimas não cessavam, enquanto tomava banho, todos os pensamentos ruins vinham na cabeça de Megan. Era como se ela tivesse travado.

Até que chegou a um ponto que ela não aguentava mais, então ela se deslizou pela parede e se sentou no chão. A água do chuveiro escorria pelo seu corpo. Era como se um filme passasse por seus olhos.

No chão daquele banheiro ela chorou tudo que estava guardado, aprisionado em seu coração. Seu objetivo era alívio mas quanto mais lágrimas caiam, pior ela se sentia.

Sem querer ela adormeceu, novamente teve o mesmo sonho, o vilarejo, a casa, o porão. Mas dessa vez, quando acordou. Ela teve a sensação... Uma sensação de que precisava contar a alguém, precisava contar a Luna.

Ela se levantou do chão do banheiro, depois de desligar o chuveiro se enchugou e trocou de roupa. Por um momento pegou seu celular, pensou em telefonar para Luna. Mas depois de pensar melhor desistiu desta idéia.

Enquanto isso ela olhava para a janela do quarto. Talvez ser vampira não fosse uma ideia tao má assim, se isso acontecesse ela tornaria-se forte e teria uma chance de matar John.

Mas seus pensamentos foram interrompidos por batidas frenéticas na porta. Megan desceu as escadas um tanto rápido. Em seguida abriu a porta.

–Sarah? -Megan diz com espanto.

–Oi Megan.

–O que faz aqui? Como sabe onde eu moro?

–Bom, eu soube da sua mãe... E... O que tenho a dizer é que eu sei onde ela pode estar.

Megan fica estática. Mas não demora a dizer.

–Entre!

Sarah entra e senta-se no sofá, Megan logo em seguida. Ela não sabia distinguir, seu coração estava tomado pela felicidade e pelo medo ao mesmo tempo.

–Então onde é que ela esta?

–Eu rastreei John a uma semana atrás. Ele estava em uma cidade abandonada na fronteira do México. Investiguei mais a fundo, entrei em contato com alguns amigos meus e eles disseram que viram John entrar em uma igreja na cidade.

–E o que isso tem a ver com minha mãe?

–Quando o viram entrar ele estava acompanhado de seus capangas, que carregavam uma mulher.

Megan levanta do sofá.

–O que estamos esperando!? Temos que ir pra lá agora.

–Sem seu namorado?

Ela não sabia como responder aquela pergunta, pois qualquer resposta poderia significar a coisa errada, sendo assim ela apenas ficou em silêncio.

–Eu sei que quer encontrar a sua mãe. Mas eu não posso levar você comigo.

–Comigo!? Então esta indo pra lá?

–Sim. Mas estou esperando uma encomenda de armas... Portanto vou depois de amanhã.

Sarah se levanta e sai da casa.

–Até breve Megan...

Em seguida Megan fecha a porta, ela não sabia o que fazer, só sabia que tinha que encontrar Marcela custasse o que custasse, o casasso impediu que ela raciocinasse. Assim que olhou para o relógio na parede viu que não era de admiriar estar com tanto sono. Ele marcava 00:21 Megan subiu as escadas e deitou-se na cama, não demorou para que adormecesse.

Mas em seguida o vento frio bateu em seu corpo, ela jurava ter fechado a janela. Mesmo assim se levantou, realmente, a janela estava fechada. Isso a fez pensar de onde estava vindo aquele vento. Enquanto pensava ela nem havia percebido que ainda encarava a janela, então virou-se, já não estava em seu quarto, ela havia voltado ao mesmo lugar, o mesmo porão da casa velha. Porém desta vez havia alguém lá, uma garota, ela estava de costas, seu cabelo era inteiramente loiro, chegava a quase ser branco e ela usava um vestido de época preto. Mesmo estando de costas Megan percebeu que ela segurava um livro... Mas não se parecia com um, ele mais parecia um diário.

Megan tentou chegar perto, porém quando o fez a garota se tornou cinzas e deixou apenas o diário. Então Meg abaixou para pega-lo mas quando o fez, era como se um flash de memórias passasse pela sua cabeça, ela viu novamente a aldeia, então a mesma começou a pegar fogo. Por último Megan ouviu um grito extridente. Então deu um pulo da cama.

Novamente ela havia sonhado, e neste momento ela teve a certeza de que aquilo significava alguma coisa. Olhou em seu celular, 04:32. Não importa, pensou ela, então ligou para Luna.

–Megan!? São quatro horas, o que foi?

–Preciso muito falar com você.

–Então fala.

–Não... Não por telefone.

–Tudo bem, vou até ai.

*

Um bar qualquer de uma cidade qualquer, Joseph já tinha tomado todas, ele se sentia aliviado por não ter mais que obedecer as ordens de John. Agora seria apenas ele, enfrentando o mundo por conta própria, um híbrido com um ego enorme e roupas caras.

Mas e Megan? A duvida o corroia, afinal porque ele a salvou? Algo nele havia mudado, pensar que ela poderia morrer fez com que uma força subta crescesse dentro dele e permitisse que ele quebrasse a grade da céla.

No fundo ele sabia... Havia se apaixonado novamente, mas não podia se deixar levar, ele negaria isso a sí mesmo até quando pudesse. O medo começava a dominar sua mente, ele se lembrou da última vez que amou alguém... Não terminou bem pra ele.

–Outra dose? -Pergunta a garçonete.

–Não. Já estou de saída.

Ele joga o dinheiro no balcão e sai do bar. Por um momento ele quis mudar, ser uma pessoa boa e que tivesse compaixão por todos. Talvez desse certo se ele tentasse com vontade.

Mas este pensamento sumiu assim que ele viu um garota na parte de trás do bar, ela estava de costas abrindo seu carro. Joseph sentiu-se dividido entre suas opiniões. Por fim se decidiu.

Ele aproximou-se da garota, então colocou a mão sobre sua boca para que ela não gritasse, então mordeu seu pescoço. Apenas sobrevivência, pensava ele enquanto tomava seu sangue.

*

–E então teve um precentimento de que devia contar a mim? -Dizia Luna depois que Meg havia explicado seu sonho.

–Exatamente. Eu sei, é loucura, mas eu não sei mas o que fazer, toda vez que durmo tenho esse sonho... Vai ver estou louca.

–Não... Não está...

–O que?

–Eu sei onde fica esse vilarejo.

–E como você sabe...?

–A garota no seu sonho... É uma bruxa, ela quer que a gente vá até a casa.

–Como sabe que é uma bruxa?

–Porque ela é minha irmã...

Megan fica completamente confusa, mas mesmo assim resolve ir com Luna até a tal casa. Ela se sentia aliviada por se livrar daquele sonho confuso.

–Como pode ter uma irmã? Quer dizer... Como pode ter uma irmã viva? Afinal você têm quantos séculos? -Megan pergunta no caminho.

–Vários... Ela também... O nome dela é Lexi, é uma bruxa muito poderosa. Se quer que eu vá a casa deve ser algo importante.

*

Luna para o carro no lugar mais próximo ao vilarejo. Ao chegar nele Megan vê tudo queimado, era como uma continuação vivida do sonho. As duas andam por pouco tempo, então chegam a uma colina, já podiam ver a casa. O dia estava amanhecendo, o que deixava o lugar menos assustador

As duas entraram na casa, Megan tentava não fazer barulho, algo nela sentia medo do lugar.

–Então- Disse Luna um tanto aflita.

–Vamos ao porão.

Assim que descem as escadas a primeira coisa que Megan vê é a porta que em seus sonhos ficava fechada, ela vai até ela e gira a massaneta. Com certeza havia pensado que não abriria, mas pelo contrário, ela abriu. O que tinha do outro lado era apenas... Apenas o lado de fora.

–E agora? -Perguntou Luna.

–Não sei... É só um porão... Talvez eu esteja sonhando e você nem... -Antes que ela termine a frase Luna belisca seu braço.

–Não você não está sonhando.

–Ai! -Megan diz passando a mão sobre o braço. -Talvez a gente devesse ir embora.

–Tem razão.

As duas andam em direção a escada. Megan estava confusa, como era possível? Ela sabia que esse era o porão de seu sonho, porém ela não podia ficar lá o dia todo, então continuou caminhando até as escadas, mas antes que chegasse, em um lugar próximo da escada ela ouviu um barulho no chão, era como se estivesse oco. Assim que parou Luna fez o mesmo.

–O que foi?

–Eu acho que têm alguma coisa aqui. -Megan responde pisoteando o chão. Luna a afasta e pisoteia com toda sua força. Em seguida um buraco não tão fundo se abre, Luna se abaixa e pega o diário, era o mesmo que Megan havia sonhado.

–O que está escrito? -Megan pergunta ficando ao lado de Luna.

–São ingredientes.

–Ingredientes pra que?

–Pra um feitiço...

–Que tipo de feitiço?

–Não sei... Mas com certeza John está envolvido... Talvez ele até tenha levado Lexi.

–E o que faremos?

–Vamos falar com seu pai.

As duas sobem as escadas, em seguida saem da casa.


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