Corri feliz, em forma humana, já deviam ser umas 6:30, mas estava com muita energia, empolgado com o plano esqueci de prestar atenção. Entrei no quarto. Lá estava além de Zoe, minha mãe e meu pai adotivos.

— Quem é você? É você que o Rhidian vai visitar todo dia depois da escola? - Pergunta o sr Vaughan. Zoe estava encolhida, num canto, quando percebeu que eu estava ali virou o rosto.

— Ah, então você esta aqui. Ela é sua namorada? Quem é ela? - Perguntou a sra Vaughan.

— Não! - Não sabia o que falar, o que eu daria pra Maddy estar aqui, ela sempre tinha um plano. - A mãe dela morreu. - Não era o melhor a falar, mas minha a sra Vaughan sempre foi muito sensível.

Ela olhou para Zoe com pena.

— Você esta de castigo. - Diz o sr Vaughan, já ele não era nada sensível.

Enquanto isso, a sra Vaughan estendeu a mão para Zoe. Que a pegou e se levantou.

— O que você está fazendo? - Perguntou o sr Vaughan.

— Ela parece estar com fome. Tenho certeza que vai me explicar toda a história durante o café, né?

  Zoe concordou com a cabeça. O grande Sr. Vaughan, que odeia ser discordado, saiu soltando fumaça.

— E você mocinho, vá pegar uma roupa para a garota, ela não pode ficar com suas roupas. Na última gaveta do meu guarda-roupa tem um vestido, que não serve mais pra mim, pegue-o.

Fiz o que ela pediu, quando entrei no quarto vi o sr Vaughan olhando para o vazio, continuei como se não tivesse visto ele. Me abaixei e abri a gaveta, lá estava o tal vestido, azul um pouco esverdeado com flores rosas. Peguei-o e segui rápido para a porta, não adiantou.

— Isso não vai dar certo. - Pessimismo é a cara dele.

— Você nunca vai saber, se não tentar. - Respondo.

Ele deu de ombros. Continuei como se nada tivesse acontecido. Ainda longe da cozinha comecei a ouvir a conversa das duas.

— Minha mãe vivia fugindo dele nos Estados Unidos, lá era fácil de encontrá-la, já que ele trabalhava para o governo. Quando minha mãe veio para o Reino Unido ela vivia no país de Gales. Que foi onde ela conheceu meu pai; daí eu nasci, quando eu tinha três anos ele reapareceu. Quando meu pai descobriu, foi embora. Aí ficamos só eu e minha mãe. Fomos para Londres, Manchester e o ultimo lugar foi Newcastle, aqui perto... Rhidian é feio ouvir a conversa dos outros.

Esqueci que ela podia me descobrir, saí vermelho de vergonha. Olhei para a Zoe ela ria e minha mãe olhava espantada para Zoe.

— Como você sabia? - Perguntou minha mãe.

— Vi a mão dele. - Ela falou gaguejando um pouco. Sentei na mesa junto com elas.

— Você faz companhia pra ela? - Falou a Sra. Vaughan já se levantando - Acho que tenho que comprar mais coisas. Zoe abaixou a cabeça.

— Você é boa fazendo amigos. - Falei.

— Ela que é um amor.

— E a história completa, eu posso saber? - Perguntei. Eu tinha que aproveitar que ela estava animada, se quisesse conhecê-la melhor.

— Bem, quando minha mãe tinha 17 anos, um vizinho dela acabou descobrindo o segredo. Daí ela vivia fugindo dele, mas ele sempre a encontrava...

— E você não sabe o nome dele? - Perguntei.

— Não. Minha mãe se cansou e se mudou para o país de Gales, lá ela encontrou meu pai, que era um wolfblood selvagem. Quando ele descobriu que ela estava sendo "caçada", e não contou a ele, ficou furioso eles tiveram uma discussão feia; eles até se transformaram, fizeram uma bagunça.

— Uau!

— Eles sempre viviam discutindo, ainda mais quando meu pai "saía".

— Como assim "saía"?

— As vezes ele saía mesmo e só voltava depois de uns dias.

— Ele ia fazer o quê?

— Nunca descobri.

Olhei para a porta e vi o Sr. Vaughan encostado na parede. Ouvi o coração de Zoe acelerar. Agora eu tinha certeza, ela tinha medo dele. Sabia que a qualquer momento ele poderia expulsa-la de casa.

— Precisamos conversar. - Como se não bastasse só o tom de desprezo em sua voz, ele também lançou um olhar para zoe que não consigo descrever. O segui até o quintal, esbarrei nele, quando parou.

— Aquilo tudo é verdade? - Minha nossa! Será que ele ouviu sobre a parte de wolfbloods? – Você acredita mesmo nessa garota? Ela parecia estar falando a verdade, mas era melhor não tomar nenhuma decisão precipitada. Então subi e pensei bem... Ela pode ficar.

Eu estava tão feliz que não percebi que dei um abraço nele. volto para onde estava um pouco confuso, não lembrava de já ter feito isso alguma vez.

Voltei correndo para a cozinha e vi Zoe com um sorriso enorme no rosto, estava claro que ele já tinha ouvido.

— Bem vinda! - Eu disse.