— Droga Al, porque ela é tão cabeça dura? — perguntei, enquanto andávamos em direção aos jardins.

— Ela é uma legitima Weasley cara, não vai ser fácil.

— O quê que eu faço?

Sentamos em um banco que ficava em baixo de um velho carvalho, as folhas estavam caindo por todo o lado, amarelas e laranjas, o outono em Hogwarts era um espetáculo.

— Você pergunta isso pra mim? — ele falou rindo. — Eu sou horrível nessas coisas, acho que vou acabar velho e sozinho em uma casa cheia de gatos.

— Olha, se eu não conseguir ficar com a Rose no final, eu caso com você. — falei, rindo da cara de desgosto que ele fez.

— Prefiro me casar com um elfo cara, mas obrigado pela oferta.

Eu e Albus éramos amigos desde o dia que eu entrei em sua cabine por engano no primeiro ano. Ele era meu melhor amigo e eu tinha certeza que seria pela vida toda, fazíamos tudo juntos, desde passar o natal na casa um do outro a passar horas e horas em detenção.

— Mas então, você tenta conquistar a Rosie desde o primeiro ano e ela só te despreza, como não desistiu?

— Eu não faço a mínima idéia. Só sei que ela é diferente, acho que é porque ela me odeia, é meio sexy.

— Mas você continua ficando com outras garotas mesmo assim, eu não entendo. Se gostasse mesmo dela não faria isso.

— Potter, eu amo a Rose, mas ela sempre me despreza, bem na verdade ela SÓ me despreza. E tem várias garotas gostosas por aí, eu tenho necessidades. — falei piscando. — Mas se ela me aceitasse eu nunca mais olharia para nenhuma delas.

Ele começou a balançar a cabeça e se levantou.

— Vamos entrar você tem que se preparar para receber cargas de ódio da Rose amanhã.

**

“Ruiva, eu sei que você me quer, mas tente não babar e preste atenção na aula, eu sei que poções não é a sua melhor matéria.”

Vi Rose virar o olhar do pergaminho até mim, bufar e olhar para ele de novo. Mantive o olhar no professor, mas não pude evitar um sorriso quando ela começou a rabiscar furiosamente no pergaminho que lhe mandei, se tinha uma coisa que ela odiava era que contestassem a sua inteligência. Aquela era nossa primeira aula juntos e eu já estava provocando-a. Eu não conseguia evitar! Ela ficava tão linda zangada, fazia um biquinho e cerrava os olhos.

Ficava perfeita.

Rose passou o pergaminho discretamente para mim, o que não me surpreendeu, ela era o estereótipo de aluna perfeita, então ser vista trocando pergaminhos durante a explicação de um professor era um pecado.

“Rose, Malfoy pra você é Rose! E eu não estava babando, pelo menos não por você. Afinal, você já olhou para o Zabini? Ele ficou muuito gato, as férias lhe fizeram bem. Meu Merlin. E eu não tenho problemas com poções!”

Rose Weasley isso não vai ficar assim.

Fiquei em silencio até o final da aula, e quando o professor nos dispensou me levantei rapidamente e fui embora. Resolvi não esperar Rose como sempre fazia, ela que fosse a próxima aula sozinha, ou com o cretino do Zabini.

Maldita Weasley, eu pensei, com seu cabelo lindo, com seu rosto lindo, com pernas que infelizmente eram o paraíso... Para Scor, foco, lembra? Foco. Se Rose queria começar os joguinhos eu ia ensiná-la a jogar.

Desci alguns lances de escadas enquanto pensava em um plano quando uma cabeleira ruiva se colocou na minha frente impedindo minha passagem.

— Que deu em você Hyperion? — ela perguntou, e eu percebi que devia ter corrido atrás de mim, pois pequenas gotículas de suor desciam por sua testa.

— Que deu em mim? — falei com indiferença. — Eu estou indo para minha próxima aula Rose. Que tem de estranho nisso?

— Você sabe que não é disso que estou falando! Eu quero saber o porquê de você não... er... não ter...

Eu a interrompi.

— Quer saber o porquê de eu não ter te esperado na porta da sala como faço todos esses anos? Bem eu pensei que isso te irritasse...

— E irrita! É claro que me irrita! — ela respondeu imediatamente.

— Então não será problema que isso acabe, certo? Afinal, tem milhares de garotas que adorariam que eu as acompanhasse, então resolvi dar uma chance, vai que encontro meu grande amor não é? — terminei, sorrindo do grande ‘o’ que sua boca formava.

— Claro, claro. — ela cuspiu. — Como quiser.

— Mas se você me pedir que te acompanhe como sempre, eu não teria problemas.

E de repente ela me pegou de surpresa quando começou a acariciar minha bochecha com a mão direita, sorrindo delicadamente. Eu estava completamente ciente da forma como sua mão subia e descia levemente e deixava um rastro quente em minha pele, aquilo era estranho, mas deixei meus olhos se fecharem, aproveitando e quando os abri ela me encarava, os olhos azuis elétricos fixos em mim.

— Que pena então. — ela disse, e saiu rebolando escada acima.