Se você diz escrita por iamandalopes


Capítulo 9
Fazer você sentir meu amor


Notas iniciais do capítulo

Perdão, mil desculpas, eu pareço ser ingrata por vocês, mas não sou.
Enfim, este é o último capítulo, levei um tempo para fazer, a inspiração desaparecia toda vez que eu ia escrever. Mas depois de uma grande caneca de café eu finalmente finalizei o cap que imaginei como seria desdo inicio da fic.



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Uma forte luz caminha em minha direção, aquilo são asas?

— Rachel?! O que você pensa que esta fazendo aqui? – Eu conheço esta voz em qualquer lugar, em qualquer distância.

Finn.

— Onde estamos? – Reparo que meu ventre está mais leve, olho para baixo e não vejo minha barriga – Cadê nossa filha, Finn? – grito desesperada.

— Você está em sua mente, Rach, Você está morrendo.

— Não. Impossível. Eu estava... – não consigo lembrar o que eu estava fazendo. O quê que eu estava fazendo?

— Pense bem, meu amor. O que você estava fazendo? – eu tento lembrar, mas não consigo. Finn se aproxima, começo a visualizar seu corpo, estava do jeitinho que eu me lembrava.

Ele segura minha mão e seca minhas lágrimas, que começaram não sei quando, com a outra mão.

— Você precisa voltar, Liz precisa de você.

— Eu preciso de você e ela também. Como vou explicar ao nosso bebê que o pai dela, o mais incrível e perfeito, está morto?

— Eu sou um sonho, Rach.

— Mas me parece tão real.

— Eu sou o que seu subconsciente projetou para a sua sobrevivência. E você precisa sobreviver.

— Eu lhe sinto aqui, não pode ser tudo um sonho – olho em seus olhos.

Sinto algo me puxando com força, e ouço um choro desconhecido ao fundo. Lágrimas descem pela minha face e me afasto de Finn.

— Rachel, eu não estou realmente aqui, você precisa lutar pela sua vida.

­— Me diz que você estará lá quando eu acordar.

— Rachel, por favor, se concentra – choro mais forte – Você precisa achar o caminho para acordar.

— Para acordar? Como assim acordar? Eu não estou entendendo.

Girl, Liz te espera do outro lado.

Liz, minha filha. Meu Deus! Preciso vê-la, ela precisa de mim.

­— Como a encontro, Finn? – perguntei desesperada.

— Você terá que lutar pela sua vida.

— E como faço isso?

— Preste atenção no silêncio daqui – Fecho os olhos e escuto com atenção.

Inicialmente, não ouvi nada, mas após um tempo escutei as vozes de Kurt, Quinn e Mercedes.

...And you don’t have to go through this on your own

You are not alone

Eles estavam cantando para mim, meu deus! O que estava acontecendo? Onde eu realmente estava?

— Finn... – suspiro – Onde eu realmente estou?

— Você precisa acordar, siga o som da música – Ele me abraça e beija o topo da minha testa – Eu te amo.

Sorrio, sinto os gostos das minhas lágrimas em minha boca e o respondo:

— Eu te amo mais

— Se você diz...

Sorrio de dentes fechados e escuto o “silêncio”

…You have more friends than you know

Be brave, be strong

You are loved, you belong

Sinto uma força me puxando e me deixo ser levada.

***

Abri os olhos e senti uma forte luz clara, os fechei rapidamente. Ainda ouvia as vozes de Quinn, Mercedes e Kurt, mas não conseguia prestar atenção direito. Pisquei meus olhos rapidamente até me acostumar com as luzes.

— Oh minha Barbra! – Kurt soltou um gritinho agudo – Você acordou!

Ele me abraçou e alisou meu cabelo, notei como seus olhos estavam vermelhos, e os das meninas não ficavam por fora. Passei a mão na minha barriga e percebi o que eu já sabia, Elizabeth não estava lá, apesar da barriga ainda estar inchada. Mercedes notou meu desespero e me interrompeu quando comecei a abrir a boca.

— Ela está bem. Melhor que você. Ela é tão linda. — Uma lágrima escapava do seu olho esquerdo.

— Ela tem o seu nariz, mas é a cara do Finn – Quinn falou, enquanto apertava minha mão e sorria pequeno.

— Onde ela está? – perguntei ao passar meus olhos pelo quarto e não encontrá-la.

Quando Kurt ia responder, a médica entrou e sorriu a me ver acordada.

— Vejo que a Bela Adormecida já acordou! Que maravilha. – Dra. Ross me observou por uns instantes e pediu – Os senhores se importariam de esperar um pouco lá fora, enquanto converso com a senhorita Berry?

O pessoal negou com a cabeça, me deram alguns beijos na testa e na bochecha, me desejaram sorte e saíram.

Eu tinha tanta coisa para perguntar, eu necessitava saber onde e como estava minha filha e as lágrimas apenas rolavam pelo meu rosto.

— Eu sei o que a senhora está passando, sou mãe também – Tentou me acalmar. – Mas eu preciso que a senhora fique calma e espere eu terminar de lhe contar o que aconteceu.

Consenti e enxuguei minhas lágrimas.

— A senhora entrou em trabalho de parto há três semanas, – prendi a respiração – Elizabeth nasceu com 32 semanas, foi perigoso, principalmente com a senhora em coma. Ela sobreviveu e está cada dia mais forte. Sua filha está ótima. – Soltei a respiração.

Eu abri meu melhor sorriso, minha filha é uma guerreira, ela conseguiu sem minha ajuda. Ela é mais forte do que eu.

— A senhora entrou em coma antes de chegar aqui e por sorte, seu coma foi de nível 11, ou seja, coma leve. A senhora ficou desacordada por três semanas e seis dias. – Arregalei os olhos, percebi que amanhã Liz faz um mês e ainda não a vi. – Bom, vou pedir aos enfermeiros para fazer uns exames na senhora para garantir que está tudo ok, e depois a senhora poderá ver a princesa, tudo bem? Sei que está ansiosa, mas precisamos ter certeza que a mamãe esteja 100%.

Sorri e assenti, a Dra. Ross caminhou em direção à porta e ao abri-la, virou em minha direção, sorrindo disse:

— O Sr. Puckerman sempre está com Elizabeth, quando ela chorava muito, ele a trazia para cá e a deixava perto de ti, ela sempre se acalmava ao ouvir seu coração batendo. – E ela saiu.

Fiquei surpresa com a notícia, lembrei-me do meu sonho, aquele choro era da minha filha, eu conseguia acalma-la mesmo estando fraca. Eu não era tão fraca assim.

Os enfermeiros entraram logo em seguida. Fiz alguns exames, alguns eram físicos, outros biológicos e fui encaminhada a um psicólogo. Fui bem nos exames físicos, eu teria que aguardar o resultado dos biológicos e o psiquiatra me recomendou visita-lo uma vez por semana.

Quando chegou o meu tão esperado momento de ver a minha pequena princesa, eu pedi um tempo para poder me arrumar e vestir uma roupa legal.

Kurt me levou até a área pediátrica, eu queria correr, mas como eu estava no uso do soro, eu precisava me controlar. Kurt soltava algumas risadinhas sempre que eu acelerava um pouco os passos.

Ao chegarmos à recepção da pediatria, perguntei por Elizabeth Hudson-Berry e me disseram o número do quarto.

Quarto 123. Respirei fundo ao colocar minha mão na maçaneta da porta, pedi a Kurt me esperar fora do quarto e ao abrir a porta ouvi alguém tocando violão.

Havia cinco berços no quarto, duas enfermeiras verificavam dois bebês, um garoto com topete estava sentado em um sofá próximo ao berço com uma estrela dourada na lateral e tocava “Make you feel my love” no violão.

Eu cheguei perto do berço e Puck me viu, ele sorriu, parou de tocar e veio me abraçar.

— Senti sua falta, baixinha! – Eu sorri e o beijei na bochecha. – Bem, vou deixá-las sozinhas, vocês tem muito que falar.

Ele beijou o topo da minha cabeça, pegou o violão e saiu. As enfermeiras continuaram na sala. Olhei para minha princesa, ela era tão perfeita.

Coloquei minha mão no berço e comecei a alisar seus cabelos pretos como o ébano. Perguntei as enfermeiras se podia carrega-la e assim que permitiram eu fiz a melhor coisa do mundo.

Liz estava acordada, seus olhos eram hazel, a cor do pai, sorri e alisei sua bochecha, tão gordinha. A cor de sua pela era como a minha quando eu era um pequeno bebê, seu sorriso era único, acho que uma mistura minha e do Finn, não tenho certeza. Seu rosto podia ser a cara de um joelho, mas era o joelho mais lindo do mundo. Não havia criança mais linda, nem eu fui tão perfeita assim. Minha Barbra, Finn tinha razão, nós sabíamos fazer uma criança, erámos bom nisso. Eu só queria que ele estivesse aqui comigo.

Elizabeth se contorceu nos meus braços, começou a chorar, eu não sabia o que fazer, fiquei desesperada, tentei niná-la, perguntei as enfermeiras o que eu tinha feito de errado, elas sorriram e disseram que ela estava apenas com fome. Eu disse que não sabia como fazer aquilo, era tudo muito novo para mim, parecia que os cursos que tomei com Finn tinham evaporado do meu cérebro.

Elas me mostraram como fazer, sentei no sofá. E percebi que eu tinha me enganado quando disse que segurá-la era a melhor coisa do mundo. Amamentar minha filha era com toda a certeza do mundo a melhor coisa do mundo. Era tão bom, sua boca sem nenhum dentinho puxava com desespero e sua pequenina mão segurava meu seio. Comecei a chorar, era uma mistura de sensações únicas, felicidade, poder, eu me sentia a mulher mais completa do mundo.

Olhar a minha filha mamando era tão “infinito”. Eu me sentia “infinito”. Eu comecei a cantarolar o que eu queria que ela sentisse naquele momento e sempre.

I could hold you for a million years

To make you feel my love

I know you haven’t made your mind up yet

But I would never do you wrong

I’ve known it from the moment that we met

No doubt it in my mind where you belong

Pode parecer loucura, mas eu sei que ela sorriu ao me ouvir cantar, ela curvou seus lábios e o bico do meu peito ficou entre suas gengivas rosinhas.

— Você quer que eu continue, Liz? – Ela sorriu ainda mais, seus olhos brilhavam e eu continuei.

I’d go hungry, I’d go black and blue

I’d go crawling down the avenue

No, there’s nothing that I wouldn’t do

To make you feel my love

Murmurei a melodia e observei seus olhinhos se fechando.

The storms are raging on the rolling sea

And on the highway of regret

Though wind of change are throwing wild and free

You ain’t seen nothing like me yet

Cheguei meu rosto perto do dela, beijei cada bochecha e sussurrei em seu ouvido.

I could make you happy, make your dreams come true

Nothing that I wouldn’t do

Go to the ends of the Earth for you

To make you feel my love

Ela havia dormido, sorri, beijei sua testa e a observei dormindo e mamando perfeitamente.


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Notas finais do capítulo

é isso, pessoal. Obrigada para quem acompanhou, para quem comentou, para quem amou, para quem gostou. Agradeço do fundo do meu coração e peço desculpas por qualquer erro e por ter demorado tanto.

As músicas do capitulo são:
You have more friends than you know e Make you feel my love



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