Se você diz escrita por iamandalopes


Capítulo 2
Fingindo


Notas iniciais do capítulo

Me perdoem pela demora. Obrigada pelos comentários foram muito importante para mim. Espero que gostem, fiz com muito amor.



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Acordei sentindo a dor no meu peito queimar, rezei mentalmente para que tudo não passasse de um pesadelo e tateei a cama procurando pelo meu celular, como não o encontrei, levantei-me e segui em direção ­­a porta do meu quarto.

Ao me aproximar, escutei duas pessoas conversando:

— Então, o que faremos com ela? – disse uma voz masculina, que posteriormente descobrir ser de Noah.

— Você não quer mesmo que eu decida tudo, né? – a voz de Kurt era reconhecível mesmo em um tom de choroso – Eu acabei de perder um irmão, minha cunhada e melhor amiga está no quarto ao lado e eu não sei se ela sobreviverá a tudo isso.

Minha reza foi em vão. Aquilo estava acontecendo. Uma lágrima desceu pelo meu rosto, a enxuguei com a costa da minha mão direita, decidi que seria forte por Kurt e abri a porta.

Todos me olharam assustados, a sala estava cheia, além dos meninos pude reconhecer Mercedes, Artie, Sam e Santana. Eles se encontravam sentados no sofá, seus olhos estavam inchados e vermelhos, por um segundo o silêncio predominou até Noah quebra-lo.

— Hey, dorminhoca! – Ele veio na minha direção com um sorriso forçado, tentando ser o maior acolhedor possível. – Tá com fome? Claro que tá. Vem, vamos comprar algo.

Ele segurou a minha mão e quando ia me tirar da sala eu recuei.

— Não, não. Eu tô bem, eu estou ótima na verdade. Só quero saber onde está meu celular – Falei calmamente olhando para Kurt

Todos me olharam perplexos, não acreditavam na minha reação. Kurt abriu a boca duas vezes, mas nenhum som saía. Na terceira tentativa, ele conseguiu se pronunciar.

— Eu guardei na sua bolsa, você não vai precisar dele.

Revirei os olhos e fui pegar minha bolsa, Noah me seguiu. Quando adentramos o quarto, ele fechou a porta em um movimento brusco.

— Você acha que eu sou idiota? – o encarei seriamente, não entendia do que ele estava falando, ou não queria entender – Você acha mesmo que pode se fingir de forte para todos daquela sala? Eles conheciam vocês, eles te conhecem, eles sabem que você precisa chorar... - Interrompi-o antes de concluir, ele me lembrou de uma conversa com Finn, ele me lembrou Finn.

— Não ouse falar assim de mim – Comecei a lacrimejar – Você não sabe o que estou passando por dentro, a dor que me consome.

— Você acha que não sei? – Noah elevou sua voz – Ele é meu melhor amigo, ele me faz lembrar quem eu realmente sou, ele me fez padrinho do filho dele, ele... – Lágrimas saiam de seus olhos – Ele era...

— Calma – sussurrei e o puxei para um abraço – Ele está ainda com a gente, ele sempre vai estar – coloquei minha mão esquerda na minha barriga e sorri, enquanto as lágrimas desciam pelo meu rosto.

— Como vai ser agora? Sem Finn? Como vamos conseguir? – ele apertou o abraço e se desmanchou em lágrimas.

— Eu não sei, mas devo ser forte, né? Afinal de contas estou levando seu legado comigo, eu preciso ser forte não só por mim, mas por Finn. – me afastei, enxuguei as lagrimas e peguei minha bolsa.

Puck deitou na cama exatamente no lado que costumava ser o de Finn, olhei para ele e me lembrei de quando me mudei pra cá com Finn.

***

— E aí? Gostou ou amou? – Finn me encarava com um sorriso no rosto, não tinha como negar algo com aquele sorriso.

— Claro que amei, mô! Tem um monte de coisa a fazer, como tirar essas caixas, matar alguns insetos repugnantes, tirar esse cheiro de mofo, pin... Ele me abraçou por trás, roçou o nariz no meu pescoço e falou:

— Eu acho que a senhorita não está visualizando o futuro, eu e você faremos desse apartamento uma Casa Branca.

Virei-me para olhá-lo nos olhos, sem me desprender de seus braços, e tentei ser o mais doce possível.

— Mas o futuro tem que começar de algum jeito, né querido?- Ele sorriu de lado, virou o rosto e passou a mão nos cabelos de um jeito meigo.

— Vem cá – ele segurou minha mão – Eu quero lhe mostrar uma coisa – Ele me puxou até uma porta branca – Fecha os olhos, não era para eu lhe mostrar agora, mas como a pequena estrela não sabe esperar... – ironizou.

— A culpa é minha?

— Shhh, dê um dois passos a frente e abra os olhos.

Fiz o que me foi pedido, segurando a sua mão. Quando abri os olhos, fiquei encantada com o que via. A porta tinha me levado a um quarto com uma cama king size no centro, o piso era revestido com carpete em um tom escuro, a parede era mais clara, havia uma janela no lado esquerdo do quarto e no lado direito havia uma porta entreaberta que levava a um closet. Sorri, o quarto estava arrumado, não tinha cheiro de mofo, cheirava a rosas brancas.

— Presumo que esse sorriso signifique: “Ai, Finn! Amei. você é o melhor noivo de todos os tempos, lindo, fantástico” – Finn simulou minha voz de um jeito zombeteiro e riu.

— E eu presumo que você seja uma pessoa totalmente modesta – ri e o empurrei de leve na cama.

— Claro, paixão. E você ama essas e outras mil qualidades que possuo – gabou-se me puxando para ele e com uma voz sedutora continuou – Aliás, bem que poderíamos aproveitar a oportunidade para eu lhe mostrar mais uma vez a minha melhor e maior qualidade.

— Agora sei o motivo do quarto ser a única parte arrumada e cheirosa da casa – Sorri com a insinuação e mordi ao lábios.

— O banheiro também – ele sorriu safadamente e me beijou de forma voraz.

Aquela seria uma manhã bem longa.

***

Balancei a cabeça desviando do pensamento, peguei meu celular, tinha diversas ligações não atendidas, algumas mensagens e uma em especial:

“Princesa, cheque sua caixa de voz, tenho uma surpresa para você, me agradeça depois. Com amor, Finn.”


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro me avisem ;)