The Walking Dead: New Order Interativa [EM HIATUS] escrita por Slendon6336


Capítulo 1
#1- Resumido a pó


Notas iniciais do capítulo

Fichas lá em baixo:::Boa leitura. Deixem comentários.



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Carl Grimes ficou a todo instante ao lado de seu pai. Rick já não tinha forças para sustentar seu corpo de pé ou até mesmo falar. Sempre que tentava, as únicas coisas que saiam de sua boca pálida eram palavras deformadas que demoravam a ser compreendidas. Os outros do grupo de sobreviventes não conseguiam olhar para o estado do xerife se sentirem peso no coração. A nova doença havia pegado de jeito o homem que antes foi um líder digno de seu cargo e que agora estava ao fio da morte.

Há algumas semanas atrás, Tyreese e Carol seguiram os trilhos com a esperança de que encontrariam o famoso Terminus e mais sobreviventes com quem poderiam estabelecer confiança, unindo-se todos para vencer o apocalipse. Ao chegarem tinham sido bem recebidos e até desconfiaram ao ver os pertences do antigo grupo a qual pertenceram sobre domínio das novas companhias, mas fora isso, tudo parecia um sonho que se realizava.

Ao chegar de noite, enquanto todos dormiam, Carol caminhava do lado externo do terminal, coisa que fazia desde os tempos na prisão. Sentou-se em frente a alguns vagões de trem e os encarou. Estavam meio enferrujados e a tinta vermelha desbotava. Isso não era novidade para ninguém. Mais de um ano sem usa-los resultaria nisso.

O céu não passava de um cobertor negro que sustentava milhares de estrelas cintilantes. Carol imaginou o rosto de sua falecida filha, Sophia. Ela era tão ingênua, tão boa, e teve de morrer o mais injustamente possível. A cena atormentadora do rosto decomposto da garota já fez sua mãe derramar muitas lágrimas. Nunca havia sentido tanta dor quanto na hora em que Sophia cambaleava para fora do celeiro desviando por pouco de outros corpos de errantes mortos pela segunda vez.

Carol balançou a cabeça, varrendo as lembranças para longe. Para nunca mais voltarem. Gareth se aproximou dela, começando a conversa com um sorriso exageradamente feliz.

“Está tarde para ficar aqui fora, não acha? Por que não entra e descansa da longa caminhada que teve para vir até aqui?”

A mulher sorriu de volta. “Já estou indo. Só quero cumprir essa rotinazinha de sempre.”

“Você é quem sabe.”

“O que tem dentro desses vagões?”

O sorriso de Gareth sumiu aos poucos, deixando sua face de um jeito que Carol nunca viu. Desde quando eles chegaram, ele ostentava o mesmo sorriso e era quase impossível ver sua expressão tornar-se séria. Ele também não era exatamente bonito, mas podia-se dizer que não era de tamanha feiura. Apenas seus olhos verdes pareciam pregar medo em quem ele encarasse, tornando tudo um pouco assustador.

“Não há nada aí dentro. Estão vazios já faz muito mais de um ano. Quando meu grupo chegou aqui não viu utilidade nesses pedaços de lata.”

Carol franziu o cenho achando estranho como o tom da voz de Gareth mudou. Até parecia que estava disfarçando. Porém deixou isso de lado.

A mulher dos cabelos totalmente curtos, pouco crescidos depois de raspados, bocejou. É. Realmente estava cansada e a sensação de ter finalmente um lugar confortável para dormir era muito boa.

“Vamos entrando?” O sorriso voltou aos lábios do homem enquanto já caminhava de volta para o interior do terminal. Mas Carol Peletier foi consumida pela curiosidade e se afastou de fininho, tomando cautela para não ser percebida por Gareth. Com cuidado analisou o cadeado que trancava o vagão de trem e soltou um pesado suspiro de decepção. Melhor desistir, ela pensou, Gareth garantiu que não tem nada aí. Para de ser teimosa.

Então pensou direito. Acreditar em alguém que você acabou de conhecer era ser ingênua de mais. E olha só oque Sophia ganhou com isso. Olha oque MIKA ganhou com isso. Ambas, meninas inocentes. O Mundo não permitia pessoas assim na face da Terra.

Procurou pelos lados algo que quebrasse o cadeado e encostado ali perto, brilhava um pé de cabra sobre a luz amarelada da lua. Correu para alcança-lo e assim quebrou o objeto com certo esforço.

Agora, com certeza Gareth, Mary e todos os outros canibais do Terminus queimavam sem compaixão no fogo do Inferno. O grupo de Rick finalmente estava reunido de novo. Conseguiram fugir, recuperar seus pertences e armas. Tudo para logo depois o líder do antigo grupo morrer.

“Pai, vai ficar tudo bem. Você vai viver e só morrerá quando todo o Mundo estiver salvo!” Dizia pela segunda ou terceira vez, Carl. Até mesmo Judith encarava o pai. Todos duvidavam muito que ela sabia oque estava acontecendo, mas pelo o olhar dela, parecia que estava totalmente ciente que estava prestes a ficar órfã.

“C... Carl...” Balbuciou sem forças “Prometa pra mim... Que vai cuidar da nossa família.” O garoto tinha sua face tomada por dor e tristeza, iluminada pela fogueira acesa no meio da floresta, onde resolveram acampar. Maggie Geene e Glenn Rhee sentavam-se juntos no chão coberto por folhas secas e galhos quebradiços, onde abraçados, observavam tudo oque acontecia. Michonne se localizava ao lado de Carl, tendo sua mão no ombro do garoto consolando-o. Ela deu um sorriso murcho e melancólico respondendo da melhor forma que pode por chama-la de sua família.

“Prometo, pai” Soluçou o garoto que já não aguentava ver Rick daquele jeito. Desviou o olhar, abaixou a cabeça, fez de tudo para acordar daquele pesadelo. Já perdera sua mãe e agora perdia seu pai e ele mal sabia o motivo da morte dele.

Os olhos azuis de Grimes deixavam a vida muito lentamente. Morre logo. Morre logo. Morre logo. Implorava Carl enquanto as lágrimas quentes rolavam em seu rosto e eram absorvidas no chão de terra. E então ele já tinha ido. Deixando o Mundo para subir em algum lugar melhor, que antes, seu filho desacreditava existir.

Ele tentou ser forte. Tentou não chorar mais. Não apenas por ele, mas por todos do grupo. O barulho só atrairia os zumbis e, talvez, se ele não chorasse de mais, daria motivos para os maiores não se abalarem tanto com a morte quanto o garoto. Estava farto de perdas de pessoas queridas. Estaria pagando por algo de errado que fizera na sua vida passada?

Tara Chalmers viu o tanto que Brian Heriot estava errado. Aquele grupo era apenas letras que formavam um único alfabeto, e com a perda de um caractere, ficava incompleto. Aquela família era igual à família que ela tinha antes de tudo acontecer. Cheia de afeto e união.

“Carl...” Disse Daryl, considerado a mão direita de Rick.

“Eu sei” Respondeu entre soluços. Ele levantou e pegou sua pistola, mirando na cabeça de seu próprio pai. Era questão de minutos até que se tornasse mais um dentre bilhões de errantes. Destravou a arma e preparou o gatilho. Suas mãos se mantinham tremulas dificultando a mira. Então desistiu.

Daryl pediu espaço e acabou tendo de usar sua Crossbow para atirar na cabeça já ensanguentada do amigo. Todos fecharam os olhos, inclusive Abraham que mal conhecia o grupo. Só puderam escutar... Vush!


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Notas finais do capítulo

Nome:Idade:Características:Personalidade:Biografia(resumida ou não):Par(Sem ser o Carl!):