— Emma, você pode estar cometendo um grande erro... — Hook ainda insistia

— Já chega, Hook. Se vier, que seja pra me ajudar ou fique fora do meu caminho! — Emma rebateu, irritada

Hook respirou fundo.

— E para onde estamos indo, então? — questionou, caminhando ao lado dela

— Ao castelo da rainha! — a loira respondeu, confiante

— Ficou louca? É perigoso demais. O que pretende fazer lá? — ele deu um salto

— Vamos apenas observar... eu preciso achar uma brecha pra derrubar a Regina, e tenho certeza que não há lugar melhor do que naquele castelo! — explicou, tranquilamente

Nesse instante, ambos ouvem o som de uma carruagem atrás de si.

— Devem ser os cavaleiros da rainha, venha — Hook a puxou para dentro da floresta — vamos nos esconder aqui! — sussurrou e ela assentiu, voltando a sua atenção para o que acontecia na estrada. Observou um tronco caído mais a frente, e uma carruagem branca parando por conta do mesmo. Lembrou-se do livro, e elevou sua cabeça para o lado direito, observando uma pessoa encapuzada pendurada na árvore, apenas esperando a hora de agir.

— Não são cavaleiros negros... olha — sussurrou, apontando para que ele observasse — aquela carruagem é do meu pai... — contou, e logo em seguida ambos observaram o mesmo descer de lá e caminhar em direção ao tronco

— Foi quando eles se conheceram! — Hook concluiu, ao ver Emma emocionada — você tem todo o direito de se sentir emocionada, Swan. Presenciar seus pais se conhecendo não é para muitos! — falou

Emma se distraiu completamente ao observar que acabou se apoiando em um galho frágil que ali havia, fazendo o mesmo se quebrar em seguida e seu som assustar Snow, que acaba se desequilibrando e caindo. Charming ouve o barulho e ao constatar que aquela se tratava de uma armadilha, voltou rapidamente para a carruagem, dando partida em seguida.

— É, Swan. Parece que você realmente mudou as coisas... — Hook comentou, ao observar a loira ainda estática — só acho que não está saindo como você planejava...

— Precisamos consertar isso, precisamos de um jeito! — Emma falou, em desespero.

— A pergunta é: como? Vamos sugerir que Snow White invada o castelo do Rei George, pra que em seguida ele a entregue para Regina e a execute?! — cruzou os braços

— É isso! É exatamente isso que vamos fazer! — ela estalou os dedos, sorrindo

— O QUE? — ele gritou — pensei que queria sua mãe feliz e viva e não morta!

— Não é isso... meus pais se conheceram porque a Snow roubou o anel do David. Nesse caso, o anel está com ele no castelo. Precisamos achar um meio de induzir ela a entrar no castelo escondida e roubar o anel! — Emma explica

— O castelo é cercado de guardas, e o anel provavelmente está no quarto do príncipe. Acha mesmo que ninguém vai notar se ela entrar lá? — ele rebate

— Não se estiverem ocupado demais com outra coisa — ela se agachou e pegou um anúncio do baile real no chão — vão estar todos voltados para o baile de noivado do David com a filha do Midas. Snow é acostumada a entrar por túneis, escalar paredes e pular umas janelas. Não vão nem perceber que ela entrou lá... a não ser é claro, quem deve perceber: Charming! — ela sorriu satisfeita — eu só não faço a mínima idéia de como sugerir isso á ela sem levantar suspeitas! — Emma finalizou

— Mas eu sei! — dessa vez, Hook sorriu — se não me engano, ela procurava uma fuga. E piratas vão de um reino para outro quase todo o tempo. E bom... se um certo pirata oferecesse essa travessia em troca de um certo anel... talvez sua idéia dê certo! — ambos sorriram juntos

Eles então, montaram um plano e se dirigiram ao cais. Snow ficou sabendo que um pirata muito famoso estava disposto a oferecer-lhe carona, e decidiu procura-lo. Emma iria distrair o Hook do passado de uma maneira que o do presente não aprovou muito. Mas no fim, tudo acabou dando certo. Snow estava decidida a entrar no palácio do Rei Midas e roubar o tal anel para finalmente se ver livre de todo aquele reino.

— Nós deveriamos entrar, assim podemos dar um jeito caso as coisas não ocorram como esperamos! — Hook sugeriu

— Ficou louco? Como? — Emma questionou

— Pela entrada de serviço. Você está realmente parecendo uma empregada, e com um casaco velho, também me passo por um. Não é tão difícil. Pegue uma bandeja, um saco de alimentos, feno, qualquer coisa e faça uma carinha de plebeia cansada que eles te deixam passar! — explicou, e ela assentiu. E como ele havia dito, após cobrir-se com alguns trapos, ambos conseguiram entrar e acabaram tendo acesso ao salão do baile.

— Olhe, é o meu pai! — Emma sussurrou, atrás de uma cortina

— Abigail, George, Midas... estão quase todos aqui... — Hook sussurrou de volta, e nesse instante, ambos se assustam com a porta se abrindo violentamente. E dela surgir ninguém mais, ninguém menos que a Evil Queen. Claro, todos se curvaram diante da mesma e o Rei Midas foi recepciona-la cordialmente.

— Problemas... — Hook sussurrou — se a rainha sonhar que Snow está aqui, eu não quero nem saber como isso vai terminar!

— Devemos ficar atentos, qualquer coisa a gente passa na frente e damos cobertura pra ela! — Emma respondeu, e ele assentiu.

Coloquem para tocar.

Regina se aproximou da pista, mas não adentrou e menos ainda dançou. Nunca dançava. Com quem ela queria havia se ido a muito tempo, então para ela não fazia sentido dançar daquela forma com mais ninguém.

Lá estava eu de novo esta noite forçando o riso, fingindo sorrisos

O mesmo lugar velho e solitário

Paredes de falsidade

Nesses bailes tudo que ela fazia era marcar presença, mostrar todo seu poder e autoridade e fingir, nada mais do que fingir, que estava feliz. Observava todos sorrindo, dançando, muitos deles com alianças de noivado, casamento... ela sabia muito bem que nada daquilo estava reservado pra ela, e um imenso vazio lhe preenchia. Um sentimento escondido que ninguém sabia, que ela não deixava transparecer. Algo que só ela sabia. Avistou Abigail em um canto, com uma cara de poucos amigos amigos e provavelmente reclamando de alguma coisa. Como ela odiava aquela garota mimada. Apesar de não a conhecer direito, e tê-la visto somente em bailes como aquele, Regina julgava-a fútil, e irritante. O típico modelo de princesinha rodeada de mimos e que se gabava por sua vidinha medíocre e limitada. Continuou observando o ambiente até seu olhar parar no filho de George, James. Assim como Abigail, conhecia-o apenas de alguns bailes e o julgava-o do mesmo tipinho da moça, um príncipe fútil que só sabe se gabar, enganar garotas para dormir com elas e em seguida sumir.

Olhares perdidos e vazios sumiram quando eu vi o seu rosto

Tudo o que posso dizer é que foi encantador conhecê-lo

Mas não, ele não era James. Pelo menos não o mesmo do qual contava vantagem em todos os bailes para quem quisesse ouvir. Ela era boa observadora, e aquele homem ali, reservado e discreto não era ele. Assim como ela, parecia estar profundamente entediado com aquele ambiente, e provavelmente cansado de ouvir as reclamações da noiva. Reparou melhor nos traços dele... os cabelos loiros devidamente arrumados para a ocasião, o rosto másculo, a barba que começava a nascer, os lábios... aqueles lábios carnudos... desceu mais o olhar para os músculos que mesmo escondidos pela roupa formal, se mostravam bem definidos... rolou os olhos para cima e seu olhar se cruzou diretamente com o dele.

Seus olhos sussurraram "já nos conhecemos? "

Do outro lado da sala sua silhueta

Começa a fazer sentido pra mim

Aqueles belos íris azuis estavam também a observa-lá, e ela estremeceu por dentro. Virou o rosto, um pouco desconcertada.

— Ei, olha! — Hook cutucou Emma, fazendo-a voltar seu olhar para o pai, que caminhava em direção á Regina — parece que ela despertou a atenção do príncipe! — sussurrou

— Não pode, isso não pode acontecer... — Emma negou com a cabeça, aterrorizada com a idéia — ele tem que conhecer Snow, se apaixonar por ela. Ele tem que odiar Regina, e não se interessar por ela! — comentou

— Mas parece que isso pode não acontecer... — Hook comentou

— Vossa Majestade! — Charming se curvou diante daquela conhecida como a Evil Queen — me daria a honra dessa dança? — convidou, deixando-a surpresa. Ninguém se atrevia ou tinha coragem suficiente para tira-lá para uma dança.

A conversa brincalhona começa

Contra todas as suas observações

Rápidas como passar bilhetinhos

E foi encantador conhecê-lo

Tudo que posso dizer é que eu estava encantada em conhecê-lo

— Não deveria dançar com sua noiva? — respondeu, tentando ser ríspida. Sem sucesso.

— Ela não quer... — ele negou com a cabeça, a olhando ternamente — e depois... seria talvez, a maior honra para mim dançar com a rainha. Prometo que não lhe custará mais do que alguns minutos! — pediu, com a voz grave, porém mansa e envolvente. Ela sentiu-se como a muito tempo não se sentia antes... suas pernas estavam bambas, e não sabia se estava mais hipnotizada pela voz dele ainda presa em sua mente ou pela maneira que ele a olhava. Pensou por uns segundos, e assentiu.

Esta noite está vibrante, não a deixe ir

Estou perplexa, corando todo o caminho até em casa

Vou passar a eternidade me perguntando se você sabia

Que eu estava encantada em conhecê-lo

O príncipe segurou gentilmente a mão dela, e mesmo estando de luvas, ambos sentiram uma choque percorrer todo o corpo. Caminharam lentamente até a pista, e parando de frente um para o outro, Charming passou o braço pela cintura da Rainha, a aproximando de sí. Pode sentir seu perfume, que o embriagou por completo. Ela por sua vez pousou seu braço no ombro dele, e se arrepiou ao perceber seus rostos tão próximos. Mesmo estando de salto, ela ainda estava mais baixa que ele, que mantinha seu rosto baixo o suficiente para admira-lá. Vagarosamente, os pés de ambos foram seguindo o ritmo da música que soava. No inicio se mantinham tímidos, mas aos poucos foram se soltando e logo, entraram em uma perfeita sincronia, em todos os sentidos.

A pergunta persistente me manteve acordada

02: 00, Quem você ama?

Pergunto-me até que eu esteja bem acordada

Quem via de longe, acharia que eles haviam treinado semanas para dançar daquela forma. Seus corpos iam de maneira natural, e seguiam um ao outro sem nenhum tipo de conflito. E a rodava em alguns momentos, mas sem desgrudar de seus olhos por um segundo se quer.

Agora estou para lá e para cá, querendo você à minha porta

Eu abriria e você diria

Fiquei encantado em conhecê-la

Tudo o que sei é que eu estava encantada em conhecê-lo

Por um momento, em muitos anos, ela deixou de se sentir aquela mulher que havia se tornado. O ódio, a tristeza, a rejeição, seu sofrimento... tudo parecia distante naquele momento. Ela sentia livre novamente, uma onda de alegria invadia seu ser, e nem mesmo com Daniel ela sentiu a sensação que estava sentindo nos braços do príncipe... era uma mistura de carinho, segurança, acolhimento... ela não sabia explicar. Era como se toda sua inocência voltasse... ela se sentia aceita, completa.

Esta noite está vibrante, não a deixe ir

Estou perplexa, corando todo o caminho até em casa

Vou passar a eternidade me perguntando se você sabia

E ao mesmo tempo tudo isso era louco porque ela nem se quer o conhecia... mas sentiu como se o conhecesse a vida inteira. Ele a rodou mais uma vez, e abraçou por trás, podendo sentir o o cheiro do cabelo dela que estava tão perfumado como ele imaginava. Era engraçado pois mesmo não a conhecendo, sentiu que ela não era aquela mulher todos falavam aquelas coisas... sentiu vontade de protege-la, de te-la em seus braços... era como se todo o temor pelo seu casamento forçado, a vida de sua mãe e seus problemas simplesmente desaparecessem.

Esta noite está perfeita, não deixe-a fugir

Estou perplexa, dançando sozinha

Vou passar a eternidade me perguntando se você sabia

Que eu estava encantada em conhecê-lo

Eram só eles ali, e poderiam ficar daquele jeito para sempre. Ele a rodou mais uma vez, e passou os dois braços em volta da cintura da rainha. Ela, por sua vez, entrelaçou os braços em volta do pescoço dele, e inesperadamente, sorriu. Não um sorriso irônico como ela sempre dava, ou um sorriso de vitória. Era um sorriso diferente... puro. Seus olhos brilhavam... ele ficou deslumbrado. Seus pés começaram a dançar mais vagarosamente, e ambos foram aproximando seus rostos. Ambos fecharam os olhos e antes mesmo que pudessem selar seus lábios, foram chamados de volta a realidade com Abigail gritando:

— SNOW WHITE ESTÁ AQUI! — sua voz ecoou da escadaria