POV Mirella

Tudo bem, qualquer um que escute meu nome sabe quem sou, mas vamos fazer as apresentações assim mesmo.

Meu nome é Mirella von Doom e eu sou filha do Doutor Destino.

Não, não sou lunática como meu pai. Muito pelo contrário, fui criada pela família Richards que sempre me deu carinho e amor depois de tudo.

Se querem saber a história desde o começo, a hora é agora.

Sue, Ben, Jhonny e Reed sempre foram minha família desde que meu pai me abandonou quando eu tinha sete anos. Me lembro claramente de suas últimas palavras antes de me deixar aos cuidados de Sue:

“-Ouça, minha menina. Estou fazendo isso porque não suportaria perdê~la em qualquer circunstância e não quero que se torne uma pessoa ruim. Nunca duvide de si mesma. Eu sou um caso perdido. -Com um leve sorriso, ele se virou para Sue e Reed- Cuidem bem da minha filha. Ela é tudo que eu tenho.- em seguida ele se virou e foi embora, me deixando aos cuidados do Quarteto Fantástico que me treinou e me ajudou esse tempo todo, sempre me incentivando a seguir em frente e me tornando a pessoa que sou hoje.”

Hoje, dia sete de julho, completo dezesseis anos. Apenas um ano atrás muita tragédia, dor e perda aconteceram quando travamos a guerra contra meu pai, na Latvéria.

Perdi dois amigos, uma irmã e meu pai. Quer saber o que houve? Tente descobrir.

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POV Sue Storm

A coitada da Mirella está completamente esgotada depois de tudo. Perder os amigos, o pai e uma irmã na sua frente deve ser a pior coisa que já aconteceu.

Um ano atrás, um mês antes do seu aniversário, Victor veio fazer~lhe sua primeira visita em nove anos e disse que queria levar a filha e nós para conhecer seu castelo na Latvéria, como um presente de aniversário adiantado, quando tudo aconteceu e acabou com o emocional de Mirella. Até agora.

Quando dei~lhe meu presente de aniversário, ela me abraçou tão forte que senti minhas costelas estalarem. Cortesia de seus poderes.

A ouço chorando quando passo pelo laboratório de Reed. Aquele é seu lugar favorito em todo o nosso apartamento. Penso em parar e confortá~la, porém, sei que ainda tem certa raiva de mim e que acabarei levando xingos e gritos se o fizer. Passo direto e vou ao encontro de meu irmão na sala, para falarmos de uma festinha que ele quer fazer para Mira.

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POV Jhonny Storm

A pequena está tão deprimida que nem saiu do quarto, até receber o presente da Sue. Mira, como a chamamos, se trancou no quarto na tarde passada e não saia por nada.

–Saia daí, loira! Só queremos conversar!- gritei para a porta.

–Me deixa em paz, Jhonny!- ela revidava, antes de lançar seus raios de eletricidade em mim, mesmo com uma porta de madeira de três centímetros nos separando.

–Ai!- me contorci de dor. Pude ouvir uma gargalhada do outro lado.

Ficamos assim por duas horas, até eu desistir e ir irritar o Ben.

–Devíamos fazer algo para melhorar a auto estima da Mira- proponho. Começamos a falar sobre o que fazer, até que Sue se junta a nós. Bem diz que vai à cozinha mais demora uma eternidade para voltar.

–Onde você estava?- pergunto.

–Fui falar com a Mira.- responde, então se levanta novamente- Estou cansado. Boa noite.- e sai da sala.

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POV Reed Richards

Mirella já está na família a nove anos, desde que Victor nos deu sua guarda quando ela tinha sete anos. Desde então a ensinamos a usar seu poderes, que incluem: super~força, controle de tecnologia, telepatia e poder voar misturados com os poderes de Doom. Não sabemos de onde ela conseguiu tais poderes e nem nos importamos com tal problema.

Assim que Victor chegou com a menininha de sete anos no colo, nos preparamos para uma batalha, mas apenas conseguimos súplicas por parte de nosso inimigo.

Súplicas para ficarmos com a criança.

Ele colocou a menina, ainda atordoada, no chão e sussurrou algo em seu ouvido, antes de empurrá~la em nossa direção e dizer:

–Cuidem bem da minha filha. Ela é tudo que eu tenho.- e ir embora, deixando a pequena sob nossa proteção.

Sue ficou tão animada que saiu dez minutos depois para comprar roupas para a menina, junto com Franklin e Valeria, que tinham dois e três anos na época.

Ela se deu bem com nossos filhos e dava uma de babá as vezes, cuidando deles quando saímos em missão. Porém, nossa missão no ano passado acabou lhe tirando essa responsabilidade tão rudemente que ela entrou em depressão por dois meses depois do acontecido, apenas voltando ao normal depois de começar a tomar remédios e visitar o Dr. Estranho três vezes por mês, até mês passado.

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POV Coisa

Nunca pensei que fosse ver uma coisa dessas: Mira estava... Chorando?

O dia fora insuportável para ela, mesmo que tudo faça um ano apenas amanhã. Perder todos aqueles que ama no dia do seu aniversário só pode ser muito azar ou uma terrível coincidência.

Mesmo sendo de pedra, tenho um coração de porcelana e logo fui confortá~la.

–Você está bem, Mira?- ela me encara com os olhos violetas marejados e lágrimas marcando suas bochechas, deixando riscos por onde passam.

–Ben, eu... Eu ainda estou esgotada!- ela volta a chorar e me abraça. Depois de muita choradeira, ela cede ao cansaço e dorme em meus braços com o rosto ainda vermelho e, vez por outra, fungando um pouco. Levo~a para cama e lhe deito suavemente em sua cama azul marinho, antes dela acordar.

–Você está melhor?- pergunto, me ajoelhando ao lado da cama. Ela assente e sorri levemente.

–Obrigada, Ben. Eu te adoro. - murmura, antes de cair no sono. Beijo~lhe a testa e saio do quarto em silêncio.