Ai meu deus, eu nunca tinha viajado quem dirá morar em outro país. Eu realmente não queria ir, não queria deixar isso aqui que eu chamo de vida, mais olha pra mim... Eu não passo de uma ex órfã com o coração quebrado. Eu prometi a mim mesma que aquilo tudo ia passar, e vai acontecer isso. Eu vou me vingar do Mosca, ah se vou.

– Arrume suas coisas. - Carmem entrou no meu quarto, como um furacão, exigindo que eu arrumasse minhas coisas, esse povo dessa casa é todo apressado.

– ok! - Assenti e ela me olhou assustada.

– Não vai reclamar, nem falar, nem exigir alguma coisa? - Perguntou ela.

– Não. - Eu sorri, me levantando. - Sabe, eu concordo de irmos para os EUA, mais eu preferia ter sabido antes...

– Você concorda? Ai que maravilha, vejo que você não é tão idiota quanto pensei. - Ela sorrio.

– Eu com certeza não sou o que você pensa. Nem me conhece pra saber, tia Carmem - falei o ´´tia´´ só pra provocar, mesmo. Amava ver a cara dela.

Entrei no banheiro, fiz minhas higiene pessoais e entrei na banheira. A água estava quente, eu estava com a cabeça no mundo do... Vocês sabem... Então comecei a chorar, era inevitável, era algo que nem eu mesma poderia controlar. Aquilo tudo foi horrível, é horrível saber que a pessoa que você mais ama, não se importa com você. Com certeza a melhor forma de deter alguém é ignorar aquela pessoa.

– Esquece Milena, esquece! - Eu falava baixinho pra mim mesma, enquanto a água fazia o caminho dela.

Quando você é traída, sua fé fica abalada, querendo ou não, aceitando ou não, fica. Quando eu falo ´´traída´´ não por namorado, mais sim por alguma pessoa. Você não fica a mesma pessoa de antes. É horrível.

O dia passou-se rápido. Eu estava lendo um livro que o Duda me deu: ´´Caminho para o desastre´´. Contava uma historia de uma garota que vinha cursar a faculdade na universidade com sua melhor amiga. Ela tinha uma vida perfeita, ou não, parece que havia algo de errado no seu passado. Algo que até onde eu li, não foi revelado. Ela acaba se apaixonando pelo Bad Boy da escola e sua vida perfeita vira de cabeça pra baixo, literalmente.

Essa historia mexia comigo de uma forma impressionante. Quando a gente lê um livro ou alguma coisa que seja uma historia, a gente imagina aquilo acontecendo com a gente. Então eu pensei, que ela tem muita sorte. Porque apesar de tudo o Bad Boy gostava dela, então ela queria fazer drama. Porque não tinha o porque dela ignorar quem ela amava.

Peguei no sono, eram 21:30 quando o Duda vem me acordar. A gente ia 22:40 pros EUA.

– Anda Mili, o voou não vai ficar te esperando... - Ele disse saindo do meu quarto.

– ok, eu já tô indo... - eu dei um sorriso, quando ele saiu. Algo me puxou pra pro computador, e quando eu fui ver eu estava no friendbook do Mosca. Não havia nenhuma mensagem dele. Nenhum post, nada. Achei estranho, ele sempre postava alguma coisa, alguma indireta, alguma coisa. Mais hoje ele não tinha postado nada. Desliguei o notebook, e falei pra mim mesma: Você vai pagar caro por ter quebrado o coração da pessoa que mais te amava no mundo, Felipe.

Pov. Mosca

Eu te amo Milena, te amo como nunca vou amar ninguém, mais sabe quando você ama alguém, você quer ela bem. Amar alguém é colocar as necessidades daquela pessoa antes da sua. Eu não era o melhor pra ela.

– flashback 3 semanas atrás-

O Duda veio me contar uma coisa, me contou que a Mili era a herdeira dos Almeida Campos, e que ela não poderia saber de nada, até que todos eles tivessem certeza, então, ela sairia do orfanato e iria pra outro lugar, e não iria poder ficar, porque se ficasse a Carmem ia arrumar um jeito de adiar a herança.Eu sabia que ela não iria pra lugar nenhum, sabendo que eu a amava. Mais aquilo era o futuro dela. E comigo ela não teria futuro algum. Então, naquele dia que eu beijei a Janu foi pra protege-la, sabia que aquele era o sonho dela. Conhecer os pais dela, era tudo o que ela sempre quis e eu seria uma pedra no sapato. Então beijei a Janu, mesmo não sentindo nada por ela. Mesmo não querendo. Quando a gente brigou, foi como uma facada aquelas palavras dela, não queria machucar ela. Mais de algum jeito, ela seria machucada.

Sabia que ela estaria em boas mãos agora. Mais quando ela voltasse, eu iria me explicar e a gente ia voltar a namorar. Como sempre fizemos.

Pov. Mili

Chegamos no aeroporto. Estava com um moletom de Paris, uma calça jeans branca e uma bota preta. Tinha levado pouca coisa, como a Carmem tinha pedido.

Entrei no avião, o Duda sentou do meu lado, quando eu peguei no sono.