Os Corredores escrita por Vinícius Marques


Capítulo 1
O Shampoo do Minho


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, deixa eu dar algumas "instruções" e outras informações aqui:
— Sou péssimo em sinopse, então quero logo dizer que isso é uma fic centrada em Thominho e em um relacionamento gay entre eles;
— A história se passa na Clareira e no Labirinto. Então é como um universo alternativo onde os Clareanos não saíram de lá;
— Essa é, basicamente, minha primeira fic;
— Ainda não fiz um calendário de posts, ou seja: Não sei se posto um capitulo por semana ou que dia da semana posto o outro;

Acho que é isso, espero que gostem! (Estou postando também no Spirit, então se quiserem ler lá também: http://socialspirit.com.br/mazerunne)



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Mais um dia começa na Clareira, acordo com os Construtores fazendo seus trabalhos e com o cheiro da gororoba do Caçarola invadindo a sede. Quase todos os garotos estão de pé. Levanto-me e vou procurar o Minho, ele certamente já deve estar pronto para correr mais uma vez aquela mertila de Labirinto.

Encontro Minho sentado ao lado de Newt e Chuck no refeitório. Newt logo sorri quando me vê adentrando o refeitório, e eu retribuo o sorriso.

– Então, qual a gororoba do dia? – pergunto.

– Caçarola hoje resolveu fazer omelete, ele disse que quer ver todo mundo começar a semana trabalhando feliz – Newt respondeu.

– Aquele cara de mertila acha mesmo que algum dia nesse plong de lugar pode ser feliz? – Minho retrucou

– Mas pelo menos o Chuck gostou, não é Chuck? – Newt disse rindo

Chuck não consegue nem responder de tanto que sua boca está cheia. Isso significa que ele não só está comendo o seu omelete, como também o de mais alguém.

– Calma aí, amigão. Não vai querer se engasgar, não é? – eu digo dando tapinhas nas costas dele

– Então Thomas... Pronto pra chutar a bunda de alguns Verdugos? – Minho me pergunta todo entusiasmado

– Às vezes eu acho que nasci pra isso, cara. – respondo com o maior desdém

Como o mais depressa possível, me despeço de Chuck e Newt e vou correndo para Sala dos Mapas com Minho. Lá calçamos nossos tênis de Corredores, checamos uma última vez os mapas do dia anterior, abastecemos nossas mochilas e partimos para as portas do sul.

Encaro aquelas portas enormes, olho para os muros e me pergunto se algum dia iremos realmente sair dali ou se vamos todos crescer e envelhecer naquela Clareira. Pelo menos eu tinha Minho ao meu lado durante o dia.

Minho me acorda daqueles pensamentos com um murro de leve no ombro.

– Ainda tá dormindo, Tom? – ele pergunta

– Só estava pensando... – eu respondo

– Em quê?

– Se um dia vamos sair dessa mertila de lugar.

– Nunca vamos saber se não tentarmos. Agora vamos correr, trolho.

– Já disse pra não me chamar assim! – respondo com a voz rígida

E mais uma vez entramos naquele labirinto. Minho é uma boa companhia. Às vezes ele é meio grosso e não se importa com muito com o que eu digo, mas ainda assim ele é legal.

– Então, trolho... – ele olha pra mim e sorri

– O quê Minho? – respondo sem dar muita importância

– Viu... Você não reclamou que te chamei de trolho.

– Na verdade eu não quis fazer grande coisa com isso.

– Não, você só faz isso pra parecer chato. Eu sei que você é legal, Tom. Porque você não mostra isso?

– Oh, então eu não sou legal?

– Eu não disse isso. Eu disse pra você mostrar que é legal.

– Dá no mesmo.

– Deixa pra lá, vamos poupar nosso fôlego. Vamos ir seguindo pela esquerda.

E assim nós fomos. Correndo e mapeando, correndo e mapeando. Durante horas, se esbarrando com outros Corredores e, às vezes se perdendo.

– Vamos descansar 15 minutos, ok? – sugeriu Minho depois de horas correndo

– Ah, você cansou? – perguntei num tom irônico

– Eu consigo vencer 10 de você, plong.

– Eu não seria tão convencido se fosse você, mas tudo bem... Vamos parar aqui.

A verdade é que Minho conseguiria muito bem vencer vinte de mim, ou até mais, mas eu nunca poderia deixar que ele soubesse disso.

Nós sentamos, abrimos nossas mochilas e tiramos algumas frutas e nossas garrafas d’água.

– Eu não vou aguentar comer a comida do Caçarola hoje a noite – Minho começou

– É, mas é só essa comida que nós temos – respondi

– Sim, é. Mas e se nós, eu e você, Thomas e Minho – eu gostava quando ele se referia a nós dois assim – entrássemos na cozinha de madrugada pra preparar alguns lanches escondidos? – Minho sugeriu

Eu gostava da ideia de ficar sozinho com o Minho, esse era um dos principais motivos de não ficar totalmente entediado nesse labirinto.

– Mas e se alguém nos pegar?

– Não vão nos pegar, confie em mim.

E eu confiava em Minho.

– Ok, mas se alguém nos pegar... Antes de morrer, eu te mato!

– Você não me ouviu? Confie no chefão aqui.

– Já disseram que você está muito convencido hoje?

– Meu caro Thomas, eu não preciso que me digam isso. – Minho dizia com aquele sorriso idiota dele

E então voltamos a correr, eu sempre atrás de Minho. Sempre assistindo seus movimentos e o seguindo.

Eu gosto do Minho, não só como amigo. Eu gosto dele de outra forma. Ele não sabe, ninguém sabe. Eu demorei pra perceber isso, achei que era loucura ou carência, mas eu sei que eu gosto dele. Eu só não sei se ele algum dia vai saber disso...


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Depois de horas correndo, o dia estava chegando ao fim. Tínhamos que voltar rápido antes que as portas se fechassem.

Ao chegar à Clareira, ficamos sabendo por um Socorrista que mais um fedelho tinha chegado, sugeri ao Minho que fossemos conhecê-lo, mas Minho disse que poderíamos esquecer-nos do trajeto que percorremos hoje e que era melhor ir pra sala dos mapas logo. E assim nós fomos.

Todos os Corredores já tinham entrado, eu e Minho éramos os últimos – como quase sempre. – Fomos pra nossa mesa e começamos a traçar nosso caminho, eu estava fedendo e com fome, acho que Minho também. Não aguentava mais ficar dentro daquele cofre.

Saímos da sala dos mapas e fomos direto pra sede pra conhecer o novato. Ele tinha o mesmo tamanho que eu, era moreno e tinha um cabelo parecido com o do Minho, o que eu achei engraçado porque gosto muito do cabelo do Minho.

– Meu nome é Sebastian e isso é tudo que eu me lembro – disse o garoto

– Oi, fedelho. Eu sou o Minho, líder dos Corredores. E esse é o Thomas.

– Oi Sebastian, seja bem-vindo a Clareira. – eu tentei ser o mais positivo possível, ele ia precisar.

– Ok, eu acho que o Alby e o Newt têm muito que explicar pra você, então nós vamos indo porque estamos fedendo mais do que aqueles caras do Sangradouro no fim do dia – Minho disse logo dando as costas e indo para o chuveiro.

Enquanto eu tomava meu banho, só podia imaginar como eu já estava acostumado com tudo isso e pensando em qual assustado esse tal Sebastian deve estar. Eu fiquei louco nos primeiro dias... Espero que ele se acostume rápido.

– Tom, você viu meu shampoo? –Minho apareceu do nada

Ele estava nu. Com o cabelo todo molhado sobre o rosto e me encarando. Essa não era uma imagem de Minho que eu esperava encontrar essa noite.

– Érrr... Porque eu saberia mesmo? – Respondi tentando encarar seu rosto e não olhar pra baixo

– Não sei, eu só pensei que você poderia ter pegado emprestado. – ele respondeu como se fosse a coisa mais natural do mundo o que ele estava fazendo

– Não peguei, quando pegar eu te aviso. Ok? – eu ainda tentava encarar ele

– Ok então – ele respondeu voltando pra seu chuveiro

Eu não conseguia deixar de olhar pra ele. Eu não entendia o que tinha acabado de acontecer. E então a coisa mais estranha aconteceu. Minho ficou parado de costas por alguns segundos e então se virou.

– Você estava olhando pra minha bunda? – ele perguntou com uma sobrancelha pra cima

– Você está louco? – eu respondi ficando logo vermelho

– Tommy... Você estava encarando a minha bunda! – ele disse sorrindo e com uma voz leve

– Minho, sai daqui! – eu gritei

Então Minho saiu correndo e dando risada. Eu não sei se isso poderia ter ficado mais estranho. Eu também não conseguia tirar aquela imagem da minha cabeça.

Já era tarde e eu e Minho trocávamos olhares no refeitório. Eu não tinha comido nada que o Caçarola tinha feito, nem o Minho. Chuck que ficou feliz pela comida extra. A gente estava preparado pra invadir a cozinha quando todo mundo fosse dormir. Newt contava sobre o novo garoto, mas ninguém realmente dava atenção pra isso. E então, todo mundo começou a ir para a sede e nós fomos também. Eu durmo próximo a Minho e Chuck, então depois de algum tempo eu e Minho levantamos. Pegamos as lanternas que deixamos debaixo dos nossos travesseiros e fomos em direção ao refeitório.

– Eu não acredito que fiquei tanto tempo sem comer. Acho que vou desmaiar – eu disse

– Não seja uma garotinha, Tom – Minho disse me empurrando. Eu odiava quando ele me chamava de garotinha

– Não seja um idiota, Min – eu disse imitando sua voz.

Nos certificamos que ninguém tinha nos seguido e entramos no refeitório.


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Notas finais do capítulo

Eu acho que esse capitulo foi muito grande, então me desculpem por isso. Eu fiz alguns cortes e algumas edições pra ser assim, no rascunho original esse capitulo era ainda maior!
O segundo capítulo, "O Que Descobrimos Na Cozinha do Caçarola", vai ser mais curto, eu juro. Palavra de Corredor!

O segundo capítulo vai sair na quita (08/05), deixem seus comentários sobre o que acharam, será de grande importância.